Volume 1
Prólogo: Mundo Infinito
O azul se estendia, a massa viva, que ondulava com força invisível e respirava pelas ondas profundas.
Tsunamis se ergueram, gigantescos e indomáveis. Quebravam em explosões distantes antes de desvanecer na vastidão. Com o agitar das águas, redemoinhos se formavam e desapareciam; sugaram qualquer vida que ousasse se aproximar, diluídas e perdidas no vazio azul.
Ventos cortaram a superfície e trouxeram um sereno que se dispersava na névoaenquanto os céus seguraram as carregadas nuvens cinzentas. Presas em um ciclo de tormenta constante, as águas batiam — violentas — e agitaram o próprio ar. O ciclo continuaria, assim como o horizonte, pela eternidade.
Mas o azul não era apenas vazio. Algo surgia das suas entranhas, lento e inexorável, moldado pelos fluxos e ondulações comprimidos das profundezas.
As águas se contorceram, rasgaram-se em fendas que depois se alargaram como bocas famintas. O azul, antes absoluto, recuava com ondas furiosas enquanto cada gota da vastidão estremecia, cada gota do panorama. Dali, o mundo se ergueu.
Das profundezas insondáveis, gigantescos fragmentos emergiram, moldados pela essência bruta do caos. Como titãs, despertaram de um sono eterno e romperam a superfície marinha. Foi inevitável. Cada abalo ecoou pelo vazio; rachaduras serpentinas se espalharam por suas superfícies recém-nascidas; colunas de vapor subiram para os céus, infindáveis.
O oceano rugiu em resposta, engolia e moldava, mas a criação ainda seguia seu curso. Onde antes era abismo líquido, agora se erguia terra firme. Onde antes havia silêncio, agora o mundo respirava na superfície.
No ventre desse oceano, um pedaço de terra teimou em existir. Pequeno, frágil, quase apagado pela sombra dos colossos ao redor. Seu nome, em um futuro longínquo, seria Continente Kuni.
Kuni era pouco mais que um fragmento esquecido à deriva no oceano. E, mesmo insignificante, era aqui que a história tomaria fôlego pela primeira vez.
Sob sua aparente simplicidade, Kuni escondia algo que nenhuma outra terra possuía: o sussurro de uma lenda a despertar. Entre aldeias silenciosas e campos ondulantes, nas sombras de muralhas modestas, repousava um segredo capaz de remodelar outra vez o destino do mundo.
Nesse fragmento esquecido pelo tempo, uma jornada tomaria forma, uma história que ecoaria pelos séculos, atravessaria eras e desafiaria os limites do imaginável.
Pois Kuni, em sua pequenez, ainda pertencia ao todo. Um elo na corrente do infinito. Um fragmento da vasta tapeçaria que tecia…
‘Infinity World’.
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