Volume 0

Prólogo: Os Sussurros dos Ventos da Morte

 

PRÓLOGO:

Os Sussurros dos Ventos da Morte

 

Certa noite, após uma batalha sangrenta, me fizeram uma séria pergunta e pensei sobre a resposta cuidadosamente.

Qual é o seu maior medo? O que mais te assusta?

Eu estava imersa em meio à densa fumaça causada pelas chamas que se estendiam ao meu redor. Com minha visão levemente obstruída pelo sangue que escorria no meu rosto e com um dos meus inimigos caído sob meu pé, encarei o jovem rapaz ao meu lado que lançara a questão para mim. Ele parecia profundamente abalado com tudo o que estava acontecendo. Dirigi meu olhar cansado para ele e olhei bem fundo em seus olhos antes de responder.

Naquele momento, eu refleti bastante, porém não consegui encontrar uma resposta que satisfizesse tanto o rapaz quanto a mim mesma.

Sou uma caçadora de demônios e na época, eu estava prestes a me tornar a próxima líder da Organização de Exorcistas do Fronte Oriental.

É normal que as pessoas tenham essas dúvidas, não só por eu ser a herdeira do comando de toda a força de caçadores do ocidente, mas, também, por encarar todas as missões com uma seriedade sobre-humana, focando apenas em completar a missão, independente de quantos sacrificios fossem necessários.

Desde pequena fui treinada para reprimir minhas emoções, para que elas não me atrapalhassem no combate e na minha capacidade de tomar decisões. Afinal, um grande líder precisa tomar atitudes corretas para proteger a todos.

Mas a frieza que foi forjada em mim pelo meu pai, acabava me afastando das pessoas. A princípio, isso me machucava muito, porém, com o tempo… o coração esfria.

Nossa organização é uma iniciativa secreta que existe desde os tempos da Grécia Antiga, fomos divididos pelas cinco famílias fundadoras e, fomos enviados para os quatro cantos do mundo, com a missão de proteger a humanidade de seu maior erro e também de si mesma.

Nossos nomes nunca serão lembrados, nunca receberemos nenhum mérito e poucos sequer saberão das nossas batalhas. 

Salvamos e ainda salvaremos muitas pessoas, mas a grande maioria delas nunca saberão que um dia nos arriscamos e sacrificamos as nossas vidas por elas, lutando nas sombras até a nossa última gota de sangue, para garantir que todos pudessem continuar vivendo suas vidas normalmente.

Permiti a mim mesma descansar naquele chão coberto de fumaça, observando a floresta queimada e procurando por qualquer rosto conhecido. Mas, entre os feridos e o odor enjoativo de sangue, a única coisa que eu pude encontrar foi a solidão e a angústia do meu coração.

Fazemos isso por um motivo honroso e de certa forma, bastante egoísta. Mas, se lutamos até a morte sem sermos lembrados, do que adianta viver essa vida de batalhas e sacrifícios, sem ao menos ter um amigo que seja, ao seu lado? Sem ter pessoas nas quais possamos confiar as nossas vidas?

A minha resposta para aquela pergunta poderia até mesmo ser os sussurros dos ventos, sombrios e gélidos, que antecedem uma batalha feroz e árdua para proteger as nossas vidas e a das pessoas ao redor.

A ansiedade constante que é gerada ao ouvir os ventos passando entre os prédios e árvores antes de uma missão, causando um ruído que muitos de nós chamam de “Vozes da Morte” , tão angustiantes que se assemelham aos gemidos das almas daqueles que perderam suas vidas pelas mãos dos demônios que nós mesmos criamos. Tudo isso somado ao silêncio ensurdecedor que delimita as fronteiras entre a calmaria e a matança desefreada.

É… Normalmente, essa seria a resposta mais comum ou, até mesmo, a mais lúcida e apropriada, que uma exorcista como eu poderia dar para aquela pergunta.

Mas sendo sincera, o meu maior medo é a solidão e o que mais me assusta é ter que conviver com ela para sempre.

Porém, na noite de hoje, o que realmente nos atormentava era poder ouvir novamente os sussurros dos ventos sendo levemente sobrepostos pelo som das pisadas fortes e aceleradas dos exorcistas nas calçadas empoçadas de uma rua deserta, ao lado de uma montanha, localizada próximo a uma reserva florestal durante a madrugada.

24 DE JUNHO DE 2022

O barulho do vento estava cada vez mais forte, naquela mesma noite, havia chovido muito. Os ventos estavam velozes e fortes. O barulho, que mais parecia com gemidos de dor, era escutado por todos os lugares. Era algo como… uma multidão de almas penadas procurando por justiça. Como se elas estivessem assistindo a movimentação dos exorcistas. Parecia uma verdadeira procissão das almas.

Pouco a pouco, o barulho se tornava tão frequente que começava a incomodar, como o chiado de uma televisão antiga, penetrando os ouvidos e colocando quem o ouve em transe, me fazendo desligar da realidade por um tempo. Até que comecei a ouvir algo parecido com uma voz. Estava bem abafada, como se estivesse muito distante de mim.

Esta voz repetia incessantemente: “Comandante Alice?”. E chegava cada vez mais perto de mim, passando por cima do chiado e me trazendo de volta para a realidade.

— Ah, desculpe, acabei me distraindo.

Uma mulher de cabelos curtos usando um tapa olho branco respondeu em um tom de surpresa.

Ela estava em uma sala escura. O brilho azul do telão que continha todas as informações da missão, como posicionamento e dados obtidos pelos sensores de cada exorcista, iluminava os rostos de cada um dos vinte soldados que estavam na sala de controle da missão, em algum lugar, bem longe do campo de batalha.

— Comandante, estamos em posição e aguardando as suas ordens.

Uma voz surgiu nos fones de todos que estavam presentes na sala, dizendo:

— Alpha II para QG. Alta presença demoníaca detectada nos arredores, eles estão se aproximando lentamente, mas não dão nenhum sinal de ataque. O que será que eles estão fazendo?

— Bravo I para QG. Mesmo estando distantes, os sensores de presença demoníaca já chegaram ao nível máximo. Seja o que for, será algo grande.

— Não teremos como defender o perímetro inteiro apenas com dois esquadrões! 

— Segundo esquadrão à caminho.

— Echo I para a Frente de Defesa. Há civis ao oeste, mantenham-se discretos.

— Aqui é Delta Líder! Não deixem eles avançarem. Estamos em desvantagem, precisamos nos reposicionar e cobrir a maior área possível do distrito para compensar a falta de pessoal.

Nas ruas da ala de Fushimi, passos discretos e acelerados tomavam conta do silêncio noturno.

— Se escondam em posições estratégicas. Tentem ao máximo não serem vistos pelos civis da região.

—  Entendido! — responderam todos os líderes de esquadrão.

— Aguardem a chegada do segundo esquadrão, permaneçam em silêncio, não enfraqueçam os seus selos de restrição para não serem sentidos pelos demônios. Reportem qualquer movimentação suspeita — ordenou Alice.

— Entendido!

Iniciado o blackout de comunicação — disse Toyosaki.

Por trás da aparência fria de Alice, a garota estava discretamente agitada e nervosa. Na tentativa de se distrair e esquecer a pressão pela qual estava passando, ela começou a prestar atenção nos detalhes do enorme telão em sua frente.

Ela via um enorme mapa do distrito de Fushimi, nele havia pontos brilhantes espalhados por toda a área que representavam a posição exata de cada soldado. 

Nos cantos da enorme tela, haviam vários gráficos mostrando o sinal cardíaco de cada um dos exorcistas presentes na missão.

Ao encarar a linha que indicava os batimentos dos soldados, ela imaginou por um breve segundo, todos os gráficos ficando estáticos, um por um, mas ela logo retornou à realidade, balançando a cabeça. Alice sentiu uma enorme agonia em seu peito e disse:

— General Toyosaki, por favor assuma o comando por ora, preciso pegar um ar. Quanto tempo temos até a chegada do segundo esquadrão?

— Positivo Comandante Alice. Fomos notificados de que o segundo esquadrão chegará em pouco menos de uma hora — ele percebeu o desconforto de Alice e, após uma breve pausa, ele continuou. — Está tudo bem com a Senhora?

Por mais que a garota fosse jovem, tendo apenas vinte e cinco anos, todos a chamavam de “Senhora”, como um sinal de respeito.

— Certo, voltarei antes disso. Estou bem sim, me avise se algo acontecer.

Toyosaki confirmou balançando a cabeça.

Alice caminhou calmamente em direção à porta e, ao passar pela mesma, a fechou. Ela caiu de costas sobre a parede e soltou um longo suspiro.

Ela olhou para a sua mão direita e percebeu que estava tremendo muito.

Alice rapidamente segurou o punho da sua mão direita para fazer com que parasse de tremer. Vendo que não adiantava, ela simplesmente ignorou e começou a olhar para a janela de vidro do corredor.

Os ventos faziam seu cabelo curto balançar levemente.

Seu único olho brilhou ao contemplar o brilhante céu noturno, repleto de estrelas que começavam a resplandecer à medida que as nuvens de chuva se dissipavam.

Olhando para a lua com uma certa determinação, ela respirou fundo, soltou a sua mão direita e cerrou os punhos.

O corredor pelo qual ela havia entrado era enorme e estava completamente escuro, tendo a luz do luar vinda das janelas de vidro como a única iluminação ali presente.

Até que, repentinamente, o som de um soluço de choro pôde ser ouvido vindo do seu lado em meio à escuridão, assustando Alice.

Rapidamente, ela olhou para o lado e viu uma garotinha de cabelos dourados e olhos azuis, que aparentava estar na faixa entre nove a doze anos de idade.

Ela estava muito assustada.

— Hmm… 

— Olá… Por acaso você está perdida?

— S-Sim.

— Por que você não foi para o abrigo como todos os outros? É muito perigoso ficar por aqui enquanto estamos em uma operação.

— Eu não sabia o que fazer… Eu estava na enfermaria e tinha uma moça trocando o curativo da minha perna, mas, de repente, todos os médicos saíram da sala às pressas.

— Entendo — disse Alice, voltando seu rosto novamente para a janela.

A garotinha estranhou a resposta fria de Alice e olhou para o rosto dela com uma expressão confusa.

Ao perceber que a garota estava tremendo muito, Alice mordeu os lábios, suspirou e sentou-se no banco que estava ao lado da porta e de frente à grande janela de vidro do corredor.

— Você está com medo?

A menina confirmou balançando sua cabeça.

— Vem… Por que não se senta? Vamos conversar um pouco.

A menina hesitou por um momento, mas lentamente andou em direção ao banco e sentou-se ao lado da jovem de cabelos pretos que usava um tapa-olho estranho.

—  Qual o seu nome?

—  Katagari Kaori, mas pode me chamar só de Kaori. E o seu?

— Meu nome é Alice Pendragon, mas, por favor, me chame apenas de Alice.

Após elas se encararem por alguns segundos, as duas riram juntas.

— Que nome estranho…

Kaori respondeu sorrindo. Alice percebeu que estava conseguindo acalmar a garota e com uma certa dificuldade também sorriu, se sentindo aliviada.

— É um nome de origem estrangeira, então não me chame de Pendragon! — disse Alice, enquanto mostrava a língua fazendo careta.

— Tá bom! — Kaori respondeu rindo enquanto fazia uma saudação militar.

As duas sorriram novamente uma para a outra, até que a feição de Alice entristeceu-se e então, a garota perguntou:

— Mas me conta, como você veio parar aqui? D-Digo, nesse prédio?

Alice sentiu dificuldade em se expressar. Afinal, mesmo que seja a comandante da Organização de Exorcistas do Oriente, ela raramente tinha conversas casuais com as pessoas. Isso acabou gerando uma grande dificuldade para socializar e claramente ela não levava jeito com crianças, mas curiosamente, ela estava conseguindo fazer amizade com a Kaori e isso a deixava, de certa forma, muito orgulhosa.

— Eu estava andando pelo parque com meus pais ontem à noite. O papai pegou o chapéu da mamãe e correu um pouco, a mamãe pediu para que ele devolvesse e então correu até ele, até que… — a voz de Kaori ficou trêmula e ela começou a chorar. — Foi muito rápido... Quando me dei conta, a mamãe e o papai estavam caídos no chão.

Kaori caiu em prantos e abraçou Alice.

Alice não recebia um abraço há muito tempo, ela ficou sem jeito e não sabia o que fazer, mas aos poucos ela se rendeu e a acolheu.

— Me desculpe por ter perguntado isso, eu não queria te deixar triste. Eu sinto muito pela sua perda.

Kaori assentiu com a cabeça, enquanto continuava abraçada à Alice

A garota enxugou suas lágrimas e abraçou Alice ainda mais forte. Ao perceber isso, a máscara da indiferença da comandante, conhecida por ser fria demais para sua idade, se quebrou. Alice apoiou sua cabeça na de Kaori.

— Mas afinal, como você escapou?

Ao ouvir a pergunta de Alice, uma memória veio à tona na mente da garotinha. 

~~~

Kaori estava paralisada por causa da cena que havia presenciado, sua mãe havia morrido bem na sua frente e seu pai estava sangrando no chão, gemendo de dor enquanto balançava sua esposa na tentativa de fazê-la acordar. 

A sombra que estava de costas, virou-se para olhar Kaori, que seria seu próximo alvo. A sombra tinha brilhos vermelhos nos olhos e a silhueta de seus chifres se destacavam na luz do luar.

Quando, de repente, em seu último suspiro, o pai de Kaori grita com todas as forças:

Corre! Fuja daqui, filha!

A entidade rapidamente cravou a espada no coração de seu pai, impedindo que ele fizesse seus últimos apelos para sua filha e aos poucos, a respiração fraca dele foi ficando ainda mais baixa, até que parou de vez.

E então, a dose de adrenalina criada no corpo de Kaori, que foi gerada pelo grito de seu pai, junto com seu coração acelerado graças ao medo, a fizeram correr em direção à floresta sem nem pensar duas vezes. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto gritava repetidamente: Papai! Mamãe!

Kaori ouviu um barulho estrondoso, parecendo uma explosão. O barulho veio do local de onde ela havia fugido.

Ela virou o rosto enquanto continuava correndo para longe. Ela viu um brilho enorme, como se o parque atrás da floresta estivesse pegando fogo.

Ela estava tão distraída com a intensa luz que adentrava a floresta através das árvores, que não olhou para onde estava correndo. Ela tropeçou em uma raiz de árvore e caiu de um pequeno desfiladeiro que tinha pouco menos de dois metros, batendo a cabeça em uma pedra e desmaiando.

Poucos minutos depois, em um breve momento de consciência, Kaori viu um jovem rapaz a pegando pelo colo e ouviu uma voz calma e cansada, dizendo:

Vai ficar tudo bem, nós vamos te tirar daqui. Você vai ficar bem.

Ela apagou novamente. 

~~~

— Eu não me lembro bem o que aconteceu. Só lembro de ter visto uma sombra ao lado do papai e da mamãe depois que eles caíram no chão e de correr pela floresta até cair em um buraco e depois desmaiar. Quando acordei, eu estava na cama da enfermaria. 

   Pelo visto, temos mais um órfão… 

— Os médicos já te explicaram sobre o que era o monstro que matou seus pais, não é mesmo?

— Já sim… — Kaori respondeu em um tom de desânimo e tristeza.

Alice estranhou o fato de que ela acreditou sem contestar que demônios realmente existem e que um deles foi responsável pela morte dos seus pais, mas lembrou que ela era apenas uma criança e crianças acreditam facilmente em contos de fadas.

Um silêncio constrangedor ficou no local por um tempo. Mesmo se esforçando, Alice não sabia o que falar para uma criança que acabou de perder seus pais.

Ela até poderia tentar fazer um discurso de encorajamento como ela sempre faz, mas Alice tinha noção de que isso não iria funcionar com a garota.

Mas, ao olhar para o pescoço de Kaori e ver ela usando um colar com um símbolo de uma obra de um mangá popular, ela teve uma ideia.

— Hmm… Você gosta de ler?

Kaori se surpreendeu com a mudança repentina de assunto, mas confirmou balançando a cabeça.

— Quer dar uma volta?

As duas saíram conversando pelos corredores da grande mansão até que pararam em frente a uma grande porta. 

Sobre ela, havia uma placa onde estava escrito “Biblioteca de Alexandria”.

— É aqui?

— Uhum… Vamos entrar!

Ao passar pela porta, Kaori ficou impressionada pelo tamanho daquela sala repleta de livros, ao ponto de ficar com os olhos brilhando.

— O que achou? 

— É enorme! Esse lugar é incrível! — Kaori arregalou os olhos. — Tem até mangás aqui! 

— Os soldados mais jovens gostam bastante, acho que ajuda a aliviar a pressão deles, então a gente compra vários.

— Isso aqui é o paraíso! — disse Kaori, enquanto corria entre as prateleiras de livros.

— Quer ler algum?

— Sim! — gritou a garota com um certo tom de animação.

Kaori olhou ao redor e percebeu que escolher um livro para ler seria como procurar agulha em um palheiro. Havia tantas opções, que escolher apenas uma seria uma tarefa extremamente difícil. 

Alice começou a pensar da mesma forma e começou a se decepcionar consigo mesma. Enquanto Alice batia a mão na sua testa, Kaori viu um livro no meio da biblioteca, ele flutuava sobre um pedestal grego e símbolos mágicos giravam em torno dele.

— Já sei! Quero ler aquele ali! — disse Kaori apontando com o dedo.

— Aquele? — Alice sentiu-se um pouco desconfortável. — Acho que esse não é um livro apropriado para crianças…

— Não tem problema, certeza que eu já li coisas piores. Por favor! Por favor! Por favor!

Essa geração tá cada vez mais estranha… 

— Já que você insiste tanto, vamos lá.

Elas foram em direção ao livro e o pegaram, era um livro de capa dura, tinha uma coloração preta fosca e nele havia detalhes banhados a ouro. Nesta mesma capa estava escrito: A Sinfonia de Pandora

As duas foram até uma mesa no canto da enorme biblioteca e se sentaram.

— Você pode ler para mim?

Ao olhar o tamanho do livro, Alice pensou:

Não tem como eu ler tudo agora… Mas já que ela insiste tanto, eu posso tentar resumir e contar uma versão mais apropriada para ela.

— Bom, eu não tenho muito tempo, não vai ter como eu ler tudo… Mas eu já li esse livro tantas vezes que já sei essa história de cór, então vou dar uma resumida. Você tá pronta?

— Uhumm! — confirmou Kaori, balançando a cabeça.

— Tudo começou há muito, muito, muito tempo atrás. Onde o mundo estava repleto de medo, violência e guerras e a paz era o maior desejo entre todas as pessoas de bom espírito.

Obviamente eu não iria contar a verdadeira versão para ela, eu posso não ser muito boa em conversar com as pessoas, mas eu sei muito bem diferenciar o que deve ou não ser contado à uma criança que acabou de perder os pais.

Mas e quanto à você? Isso mesmo, você… Se você chegou até aqui, é porque sua curiosidade o impediu de parar na metade do caminho.

Há relatos de que algumas pessoas que leram este livro começaram a ouvir as notas de uma bela e agonizante sinfonia que os faziam ter alucinações tão perturbadoras que alguns chegaram ao ponto de até mesmo tirar suas próprias vidas.

Será mesmo que você está pronto para ouvir a verdadeira história de Pandora?

Se sim, tenho apenas um aviso:

Cuidado para não ouvir a Sinfonia do Inferno.

Continua no próximo capítulo.



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