Vol 2

Capítulo 9: A Ética no Trabalho e o Fardo Solitário

No dia seguinte…

 “Mais seis dias até o Festival do Centenário...! Isso é menos de uma semana...!” Alina verificou o calendário de parede nos escritórios da Iffole Counter.

 Cercada por pilhas absurdamente grandes de documentos mais uma vez naquele dia, Alina estava trabalhando em um ritmo febril.

 O horário de expediente já havia terminado e a escuridão da noite havia se instalado lá fora. Fazia muito tempo que ela não fazia horas extras, mas a montanha de trabalho restante ainda era tão alta que ela não conseguia fazer uma pausa ainda.

 “Urk, vou encerrar o dia logo...” Com um suspiro pesado e desanimado, Laila deitou com o rosto virado para baixo sobre a escrivaninha, sem energia.

 “Não acredito que isso tenha sido causado por um boato... e ainda por cima agora. Isso é demais... Wahhhh.”

 “Mas há menos trabalho aqui do que ontem. Será que a cabeça desses idiotas esfriou um pouco por terem sido repreendidos pela guilda?”

 “Por favor, não diga isso como se estivesse pronto para matar alguém...”

 Ignorando as reclamações de Laila, Alina desviou o olhar para o folheto que estava colocado no canto de sua mesa como um amuleto de proteção. Era o guia do Festival do Centenário. Alguns meses atrás, ela havia escrito tudo o que havia para saber sobre o evento, para que ela pudesse aproveitar o festival deste ano ao máximo.

 Não seria exagero dizer que o guia era a única coisa que mantinha Alina em atividade.

 “Você ainda vai continuar com isso, Alina?”

 “Claro que sim. Ainda não está pronto”, ela respondeu imediatamente.

“...” Laila murmurou baixinho, como se estivesse protestando. Depois de alguns segundos, ela finalmente disse a Alina: “Ei, por que você não vai um pouco mais devagar com os formulários?

 “Hã?” A proposta inesperada fez com que Alina levantasse a cabeça, onde seus olhos se encontraram com os de Laila.

 Laila parecia um pouco desconfortável. “Você é a mais rápida no manuseio dos formulários... então você está processando o dobro da quantidade”.

 “...Bem, talvez isso seja verdade...”

 Para dar conta da fila em seu guichê de recepção quando as coisas estavam lotado, Alina pulava tudo o que não era imediatamente necessário para poder processar os formulários de busca o mais rápido possível. As outras recepcionistas, por outro lado, deliberadamente demoravam um pouco mais para preencher seus formulários para reduzir o número total pelo qual seriam responsáveis. Os aventureiros que se cansavam de esperar voltavam outro dia ou se dirigiam a outro guichê de recepção.

 Laila era lenta no trabalho por pura inexperiência, o que, no entanto, acabou limitando a quantidade de trabalho em seu prato.

 Ela devia ser bastante perspicaz se tivesse aprendido a usar uma das técnicas secretas da vida adulta - negligenciar deliberadamente em um grau que não é inaceitável, mas que também não é exatamente kosher - em apenas seu primeiro ano de trabalho.

(N/T: Além de significar “adequado”, também é uma expressão usada para se referir a uma tradição de alimentação - dieta - judaica. Tá vendo, Mon também é cultura!)

 “Só o fato de se conter um pouco e ouvir por um tempo os aventureiros que se gabam de si mesmo, reduzirá bastante o número de missões que você realiza. É isso que todas as recepcionistas mais velhas fazem, sabia? É por isso que nenhuma delas tem tantas horas extras! É injusto que você arque com todo o fardo. Você já tem que fazer a totalização da missão no final do dia... Pelo menos diminua um pouco o ritmo até o final do Festival do Centenário”.

 “Ouça, mesmo que todos nós nos arrastemos, isso não diminuirá o número de aventureiros que vêm ao escritório. No fim das contas, alguém tem que fazer isso.”

 “Isso é verdade... mas não precisa ser você...! Alguém mais vai fazer isso eventualmente!”

 “Eu concordo com você...” Alina fez um aceno de cabeça cansado para Laila, antes de desviar o olhar e acrescentar em voz baixa: “Mas não gosto de fazer coisas insignificantes como essa”.

 “Isso só está caindo no papinho das veteranas, Alina...!”

 

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