Posso ser recepcionista da guilda, mas vou solar qualquer chefe para bater o ponto! Japonesa

Vol 1

Capítulo 25: A Sombra da Torre Branca

De fato, Glen havia prometido que, se ela trabalhasse com eles e conseguissem conquistar a Torre Branca, ele dobraria o número de recepcionistas no Balcão de Iffole. Por uma matemática simples, haveria dois recepcionistas em cada guichê, o que reduziria pela metade a carga de trabalho. Isso significava que, além da redução de horas extras, também seria mais fácil tirar folgas.

“Que futuro brilhante…! Eu juro que vou fazer isso acontecer!!”

Alina fez esse juramento enquanto olhava para o enorme portão de cristal que surgia diante de seus olhos.

Na praça bem no centro da propriedade da Guilda dos Aventureiros, erguia-se um portão de cristal usado exclusivamente para ir a masmorras. Era uma estrutura especial — para se teletransportar com ele, era necessário ter um cartão de licença de aventureiro.

"A equipe de busca da guilda que descobriu a torre já instalou um portão de cristal na Torre Branca", explicou alguém.

Alina ergueu seu cartão de licença, e sua visão foi inundada por uma luz azul. Após uma breve sensação de flutuar, suas botas tocaram um chão firme. Quando seus olhos se recuperaram do brilho intenso, ela percebeu que já havia deixado a praça da Guilda dos Aventureiros.

"Uau..."

Ela estava na borda do Desfiladeiro de Elm, uma vasta extensão de terra árida de tom marrom-avermelhado. Poucas masmorras haviam sido encontradas na natureza intocada e sem fim daquela parte do continente.

O pequeno portão de cristal havia sido instalado a uma curta distância do desfiladeiro. Embora a guilda tivesse revelado que havia uma nova masmorra ali, as condições para aceitar missões na Torre Branca eram rígidas por se tratar de uma masmorra de classe S, então ainda não havia outros aventureiros por perto.

O vento seco que soprava pela terra desolada fez a capa de Alina esvoaçar. Vendo que não havia ninguém por perto, ela retirou o capuz que escondia seu rosto e olhou para uma estranha estrutura isolada no vale.

"Aquilo é... a Torre Branca..."

A bela torre espiralada, de um branco puro, destacava-se contra o cenário marrom-avermelhado do desfiladeiro de Elm.

Ela era diferente do formato de coluna padrão que Alina havia imaginado. Tinha a forma de um cone, largo na base e afunilando à medida que subia. A parede externa a envolvia lindamente, como um vento em espiral, e a estrutura se destacava ainda mais devido ao forte contraste com o terreno ao redor.

"Permita-me me apresentar corretamente", disse Lululee, surgindo alegremente enquanto Alina admirava a torre. "Sou uma maga branca e a curandeira do grupo Silver Sword, Lululee. Ninguém neste grupo vai morrer enquanto eu estiver por perto!"

Ela deu uma risadinha convencida enquanto batia orgulhosamente no peito.

Com seu rostinho infantil, corte de cabelo curto e sendo até mais baixa do que o cajado que carregava, Lululee parecia uma garotinha que jamais teria pisado em uma masmorra perigosa.

Mas Alina sabia que seu rostinho jovem escondia habilidades de cura extraordinárias. Somado à sua fofura, ela havia ganhado o apelido de "cura universal de todos".

"Sou o mago negro da retaguarda, Lowe. Especializo-me em ataques à distância, então vou contar com você nos combates corpo a corpo", disse ele em seguida.

Tudo o que ele vestia, desde a túnica até o cajado em suas mãos, era de um tom uniforme de preto. Seus olhos felinos e levemente inclinados chamavam a atenção, e, embora a jovem recepcionista Laila não tivesse feito alarde sobre ele, Alina ouvira dizer que Lowe tinha tantos fãs quanto Jade.

"Mas enfim, uma missão secreta… Então elas realmente existem", comentou Lowe, cruzando os braços com certa hesitação enquanto caminhava em direção à Torre Branca.

Jade assentiu com exagero.
"Não é de se estranhar que ninguém tenha conseguido pegar a missão, se era preciso quebrar um artefato para isso."

"O que você está tentando dizer?", interrompeu Alina, desconfiada.

"Nada… Mas já chega de brincadeira", Jade disse de repente, com o olhar sério, encarando a Torre Branca.

 

Havia uma seriedade em sua voz levemente rebaixada. Seu olhar voltado para a Torre Branca era afiado, diferente de tudo que Alina já havia visto antes — talvez isso viesse de seu senso de responsabilidade como tanque, o pilar de sobrevivência do grupo.

De longe, Alina tinha achado que a Torre Branca não era tão alta assim, mas por ser mais larga na base, sua proximidade revelava um tamanho surpreendente e impactante. Quando chegaram até ela, a entrada da torre estava escancarada.

"Ah, é mesmo. Antes de entrarmos na masmorra, pegue isso."

Jade entregou a Alina um cristal verde-pálido envolto em um enfeite prateado. O cristal bruto, sem polimento e com cantos ásperos, continha a marca de Dia, e no ornamento de prata ao redor estava gravado o brasão de duas espadas cruzadas — o símbolo da Espada de Prata.

"…Isso é uma relíquia?"

"Foi desenvolvido a partir de uma. A guilda fez esses fragmentos de cristal-guia especialmente para a Espada de Prata."

"Hmm."

"Se a pessoa que estiver segurando esse cristal estiver à beira da morte ou se o fragmento se quebrar, todos os outros fragmentos irão guiá-lo até ela imediatamente. Basicamente, é um método de contato de emergência que avisa quando um aliado está em perigo."

"Isso parece bem prático."

Alina observou de perto o fragmento de cristal que havia recebido. Uma corrente passava pela moldura prateada decorativa, permitindo que o colar fosse pendurado no pescoço.

"Daria pra vender por um bom dinheiro. Itens raros assim nem aparecem no mercado."

Lowe soltou uma risadinha maldosa.

Lululee acertou-o em cheio no rosto com seu cajado.

"Ai!"

"Isso é uma prova da nossa irmandade como membros do Silver Sword! Como você pode falar assim?!"

"Foi só uma brincadeira…" Lowe resmungou, visivelmente com dor.

Enquanto ouvia essa troca, o grupo se dirigiu à Torre Branca.