Hyouka Japonesa

Autor(a): Honobu Yonezawa


Volume 3

Capítulo 7: O incidente de "Juumoji"

HOUTAROU OREKI

 

ABRI MINHA LANCHEIRA ENQUANTO OUVIA A TRANSMISSÃO DE RÁDIO ao vivo do Clube de Transmissão.

Que tipo de dia é hoje, você pergunta? Eu diria que hoje foi um daqueles dias em que minha irmã decidiu fazer uma marmita para meu almoço. Eu realmente deveria agradecer pela comida que estou recebendo, mas o que há com esse prato de aparência étnica composto de soja picante e frango frito coberto com iogurte? Os grãos de arroz neste Nasi Goreng* pareciam maiores do que o arroz que normalmente como. 

De onde ela tirou isso?

A porta estava fechada durante a hora do almoço. Este almoço embalado de aparência étnica com certeza parecia bom. Acho que vou aproveitar para comer lentamente.

— E aí.

Abrindo a porta, Satoshi entrou, seguido por Chitanda e Ibara.

— Ótimo trabalho vocês fizeram aí, pessoal — eu disse, apontando para cima, ou melhor, para a transmissão de rádio dos alto-falantes.

Há algum tempo atrás, eles estavam dando uma entrevista para o O Clube de Cozinha.

— Esse torneio com certeza foi disputado, né?

— Sim, de fato. Os resultados foram muito próximos um do outro. Achei que o teriyaki amberjack, o prato principal do segundo membro do time Fata Morgana, seria o mais capaz de vencer. O mesmo vale para suas amêijoas cozidas no vapor, embora como este seja um festival cultural escolar, em vez de cozinhá-lo no vapor com saquê, ele substituiu o vinho de arroz, mas ainda assim o sabor era excelente. Apesar de que ele os preparou tão cedo que quando a competição acabou, eles ficaram bem frios. Foi aí que o time do Clube dos Clássicos deu a volta por cima. O giseyaki e o imo-mochi do segundo membro foram devidamente armazenados para serem reaquecidos, enquanto você podia sentir tanto o calor da tigela de arroz kakiage do terceiro membro que parecia que as cabeças dos camarões estavam chorando. Esse aquecimento foi a diferença que decidiu sua vitória.

— E sobre o time do Clube de Astronomia?

— Eles sabiam de algo que não sabíamos.

— Parabéns por vencerem — eu disse, soltando meus hashis.

A propósito, algo parece ter acontecido. Como representante dos vencedores para receber o prêmio, Ibara não divulgou o nome do Clube dos Clássicos como deveria. E pensar que Satoshi passou por todo esse trabalho para participar. De qualquer forma, Satoshi estava basicamente gostando mais disso do que de promover o clube.

Apesar de elogiados, os três integrantes ficaram surpreendentemente apáticos à transmissão de rádio.

— Obrigada. Foi graças à ajuda de Oreki-san. A propósito, temos algo para mostrar a você.

Chitanda falou primeiro. Eu tenho uma sensação ruim sobre isso.

— De qualquer forma, vamos almoçar.

Pedi-lhes que se sentassem, o que eles fizeram devidamente e lentamente retiraram a sua própria comida... Todos compraram pão na loja da escola. 

Que sem graça.

Abrindo o saco de pão de pasta de feijão verde, Chitanda se virou sem nem dar uma mordida.

— Temos algo para mostrar a você.

— Hmm? O que é?

— Isso — ela disse e me entregou algo. Parecia um cartão de visitas. Nele estava escrito "O Clube de Cozinha perdeu a sua concha". Assinado por "Juumonji".

— Hmm.

— As conchas foram roubadas? — eu disse, dando uma bocarada no feijão apimentado.

— Sim… mas só a nossa.

Ibara assentiu. Como Ibara havia feito a tigela de arroz kakiage, ela foi a mais afetada pelo roubo. E pensar que ela poderia ter feito bolinhos com a farinha que eu forneci... Quem diria que ela fritaria alguma coisa com isso? Ela com certeza é uma pessoa inteligente.

— Provavelmente uma pegadinha de alguém com muito tempo disponível.

Eu devolvi o cartão, mas a conversa não terminou ali. Mastigando o seu pão com pasta de feijão vermelho, Satoshi sorriu, dizendo.

—  Não é apenas o O Clube de Cozinha, o mesmo aconteceu com o Clube de Go. Ouvi dizer que o Clube de A Capella também foi atingido.

— O Clube de Adivinhação também. Ambos acharam essa, err, declaração de crime com a mesma escrita.

— Parece que alguém tem muito tempo sobrando.

Tentei minimizar o incidente, mas Chitanda não se deixava enganar. Desconsiderando o pão de pasta de feijão verde em suas mãos, ela segurou os punhos com força. Os grandes olhos negros de Chitanda, que traem sua imagem normalmente gentil, estavam agora se arregalando. Eu podia sentir a atmosfera mudando. 

Isso é ruim. Porque agora? Nem meio dia se passou ainda. E eu esperava aguentar o Festival Cultural sem incidentes. E pensar que Chitanda se conteve bem ontem, como chegou a isso? Onde isso deu errado? Depois que ela fizer seu movimento, ninguém poderá impedi-la. Eu sabia muito bem quando Chitanda Eru começaria a ficar curiosa, uma emoção sombria que poderia matar gatos.*

Falando uma palavra de cada vez, ela disse.

— Quem faria uma coisa dessas durante o Festival Cultural? Por que Juumonji-san cometeria tais atos com esse nome? Por que ele roubaria esses itens um após o outro?

Ela está prestes a dizer aquela frase.

— Eu estou realmente curiosa sobre isso.

Ah, ela disse. Ela finalmente foi e disse.

...Não, espere, não há razão para ter medo. Desde que me inscrevi aqui, não consegui suprimir a curiosidade dela, mas agora tenho um trunfo. Em vez de perder tempo inventando desculpas, prontamente usei o meu trunfo.

— Agora não é a hora para isso. O que vamos fazer sobre essas antologias?

Bem quando eu acabei de falar, Satoshi falou.

— E quanto a essas antologias, de fato. Mesmo que aumentemos o reconhecimento do nosso nome participando desses eventos simples, não vamos melhorar nossas vendas de qualquer maneira. Eu estava preparado para aceitar que este era um exercício fútil, então pensei em algo melhor.

— Algo melhor?

Os olhos de Satoshi estavam sorrindo, mas ele era o normal. Embora ele pareça estar falando sério sobre o que está prestes a dizer.

— Esta série de roubos, juntamente com uma declaração de crime assinada; está claro que estamos diante de um incidente de ladrão fantasma. É provável que seja relatado pelo Clube do Jornal e possivelmente transmitido pelo Clube de Transmissão amanhã. Seguindo essa linha de pensamento, mesmo que não esgotemos, ainda poderemos esperar vender de trinta a quarenta cópias.

...Entendo. Não é tão ruim se for esse o caso. Na verdade, este é certamente um tópico interessante. O apelo do microfone de Satoshi ontem rendeu alguns resultados, então se conseguirmos que os dois clubes de mídia trabalhem para nós, será possível vender até trinta ou quarenta cópias. No entanto…

— Como isso vai melhorar as nossas vendas, para início de conversa? Esse incidente não tem nada a ver com o Clube dos Clássicos.

— Ah, eu sei como.

— Temos o Oreki — interrompeu Ibara.

— Sim. Assim como no incidente 'Hyouka' ou no incidente 'Imperatriz', Houtarou certamente teve um bom desempenho em ambos.

— Quê? O que vocês querem dizer?

Chitanda demorou um pouco para entender o significado. Satoshi explicou com um sorriso travesso.

— Em outras palavras, 'Para descobrir como Oreki Houtarou, o super detetive do Clube dos Clássicos, consegue levar o mensageiro do Festival Cultural Juumonji à justiça, leia tudo sobre isso em "Hyouka", a antologia do Clube dos Clássicos!' Poderíamos matar dois coelhos com uma cajadada só capturando Juumonji e promovendo o nome do Clube dos Clássicos.

— Entendo! É uma excelente ideia! Eu deveria me apressar e…

Argh! Eu bati os meus hashis contra a mesa.

— Não sejam ridículos! Eu não vou brincar dos seus joguinhos! — eu gritei. Como eles conseguem brincar por aí assim?

No entanto, em contraste com as minhas expectativas, Satoshi surpreendentemente acenou com a cabeça concordando que estava brincando.

— Você está certo. Quero melhorar as vendas, mas provavelmente não é bom ter Houtarou como nosso trunfo.

Então você entende... Que não serei nada além de um palhaço de circo em tal farsa.

— Além disso, esse cara 'Juumonji' está apenas roubando aleatoriamente. O que você quer que eu diga a ele se o pegarmos?

— Eu não sei. Achei que você pensaria em alguma coisa.

Não seja ridículo.

— Por que você acha que eu faria uma coisa dessas... Em primeiro lugar, quantas pessoas você acha que entraram e saíram da escola durante o Festival Cultural? Isso sem contar com os nossos quase mil estudantes.

A sala ficou em silêncio. Eu abocanhei outra bela porção do meu almoço surpreendentemente organizado.

Desenrolando as camadas do seu enroladinho, a Ibara suspirou.

— Não acho que a ideia de Fuku-chan tenha sido ruim. Embora eu ache um pouco cruel deixar Oreki fazer alguma coisa, se pudéssemos de alguma forma pegar aquele ladrão fantasma, poderíamos envolver o Clube dos Clássicos nisso.

Ela desenrolou outra camada.

— Se pelo menos o Clube dos Clássicos fosse um alvo…

— É…

Eu balancei a cabeça. Se isso acontecesse, as pessoas gradualmente voltariam sua atenção para o Clube dos Clássico enquanto acompanhavam o incidente do ladrão fantasma. Mas nesse caso, não havia necessidade nem de pegar esse "Juumonji".

— Nós poderíamos fingir — murmurou Satoshi.

— NEGADO — respondeu rapidamente Ibara — É muito arriscado.

— Eu só estava brincando.

— Quando você diz isso, não parece que você está brincando... Mas, sério, o que poderíamos fazer?

— Tente não pensar muito sobre isso, seu enroladinho está prestes a ficar reto.

Apesar da minha piada, Ibara nem olhou para mim e desembrulhou mais uma camada de seu enroladinho. Ela contraiu as sobrancelhas com força. Embora ela tivesse o maior sentido de responsabilidade entre nós, ela também foi quem menos contribuiu para o Clube de Clássicos durante esse período. Ela deve ter percebido isso também.

— Tem alguma chance de o Clube dos Clássicos ser um alvo?

Segurando o pão com pasta de feijão verde em sua mão, Chitanda perguntou.

— Satoshi, quantos clubes estão participando?

— Cinquenta e um. Não é um número pequeno se você está querendo ser um alvo.

— Será que o ladrão que se autodenomina Juumonji-san escolhe seus alvos aleatoriamente?

— Você acha que ele teria como alvo o Clube dos Clássicos se escolhesse dessa forma?

— A possibilidade seria zero. É completamente aleatório. Se for completamente randômico, as chances de sermos um alvo seriam…

— Quais clubes foram alvos mesmo?

— O Clube de Go, o Clube de A Capella, o O Clube de Cozinha, e qual era o outro? Ah sim, o Clube de Adivinhação.

Nossas chances de sermos alvos seriam de 47 em 51. Mesmo que fosse completamente aleatório, a porcentagem de possibilidade seria incrivelmente baixa *[0,9%]. Como sou a única pessoa que vigia o caixa, se eu saísse para passear ou ir ao banheiro, seria mais fácil sermos alvos.

Hmm…? Espere, isso soa estranho.

Parei Chitanda, que parecia prestes a me dizer algo, e perguntei a Satoshi: "Desculpe, você pode repetir quais clubes foram alvo de novo?"

— Claro. O Clube de Go, o Clube de A Capella, o O Clube de Cozinha, e o Clube de Adivinhação.

Hmm, será?

— Em outras palavras — eu disse, cuidadosamente — o Clube de A Capella, o Clube de Go, o Clube de Adivinhação e o O Clube de Cozinha. Quem mais foi alvo?

— Não sei, não ouvi falar de mais nenhum — disse Satoshi, parecendo confuso.

Observando nossa conversa, Ibara começou a folhear o "Guia do Festival Kanya" em suas mãos. Parece que ela também percebeu o que eu tinha. Procurando no diretório gojuuon* pelos nomes dos clubes no início do guia, ela começou a listar alguns nomes.

— Clube do Filme, Clube de Jardinagem, Clube de Drama, Clube de Ficção Científica.

— Sim, quais desses foi o alvo?

— Clube do Filme, Clube de Jardinagem…

ABC!* — gritou Satoshi.

— Que? O que vocês querem dizer com isso? — disse Chitanda, que foi a única que não entendeu.

Observando-a espremer seu pão de pasta de feijão verde em pedacinhos, expliquei a ela.

— Como você já imaginou, ele não está atacando os clubes aleatoriamente. Tudo segue um padrão, e muito simples. A única razão pela qual não percebemos isso antes foi porque a ordem em que nos disseram quais clubes foram atingidos estava misturada. Então, assumindo que o Clube do Filme foi o alvo, temos: o Clube de A Capella, o Clube de Go, o Clube de Adivinhação, o Clube do Filme e o O Clube de Cozinha.

— Ah! — disse Chitanda, cobrindo a boca com a mão. — A sequência de gojuuon!

Enquanto isso, Satoshi estava girando na sala, enquanto ligava para alguém em seu celular.

— Sim, só quero saber se você teve alguma coisa roubada... Não, não sou eu! Honestamente! ...Hmm? Uma pistola de água? Entendo, obrigado.

Ele desligou a chamada enquanto nós três olhávamos para ele. Então, ele disse.

— Foi o Clube de Jardinagem. Uma de suas armas d'água foram roubadas enquanto estavam fora da sala.

— Armas d'água? Por que eles teriam armas d'água?

Uma pergunta inteligente de Ibara, a qual eu respondi de uma vez.

— Eles estavam fazendo batata-doce, então precisavam preparar água para apagar o fogo e decidiram usar pistolas de água porque assim parecia legal.

— O-Oreki! Como diabos você sabe disso?

Bem, sinto muito por ter níveis incríveis de percepção. Mas na verdade foi graças à Glock 17 que consegui anteriormente. Ibara continuou a murmurar.

— Mas espere um minuto. 'ABC' começou com uma pessoa cujo nome começa com a letra A assassinada em um lugar que também começa com a letra A.

A única pessoa aqui com maior probabilidade de ter lido "The ABC Murders", de Agatha Christie, foi provavelmente Ibara.

— O O Clube de Cozinha teve a sua concha roubada, certo?

— Espera um segundo.

Impedindo Ibara de ficar frenética, Satoshi tirou um caderno e uma caneta da sacola que sempre carrega consigo.

 — Chitanda-san, o que foi roubado do Clube de Adivinhação?

— Foi a Roda da Fortuna.

— Ok!

Ele começou a rabiscar com a sua caneta.


Clube de A Capella (AKAPERA-BU) - (Bebida)

Clube de GO (IGO BU) - Pedras de Go

Clube de Adivinhação (URANAI-KEN) - Roda da Fortuna (UNMEI NO WA)

Clube de Jardinagem (ENGEI-BU) - (Arma D'água)

O Clube de Cozinha (O RYOURI KEN) - Concha (OTAMA)


Entendo.

— Hmm. Eu não vi a declaração de cartões de crime, mas isso não é um pouco exagerado? — disse Satoshi, inclinando a sua cabeça.

Sentindo-me cético, eu disse.

— Talvez o Clube de Jardinagem tenha tido sua AK (ĒKEI) roubada?

— AK? O que é isso?

— A arma d'água deles. Tem o formato de um rifle Kalashnikov.

— Sério? Eu tenho que ligar para o Clube de Jardinagem para confirmar isso.

— Sendo assim, para o Clube de Go, eles devem ter tido suas 'pedras' (ISHI) roubadas.

De fato, ninguém discordou dessa hipótese. 

Para o Clube de A Capella.

— O Clube de A Capella seria…

— Hmm…… Awamori (AWAMORI)?* Saquê quente (ATSUKAN)?

— Não importa, desde que consigamos confirmar que começa com um A. Não deveríamos pensar muito sobre isso.

Esta... Não seria esta a excelente oportunidade que o Clube dos Clássicos desejaria? Não fui eu que abandonei meu estilo de vida de economia de energia. Como sempre, se há algo que eu não preciso fazer, não farei. Mas se eu deixasse isso passar, não seria uma pena? Até eu estava me sentindo um pouco animado com o início dessa onda de sorte.

— Mas o quão longe esse "Juumonji-san" vai com os seus crimes?

Como você pode ser tão despreocupada, Chitanda!?

— É, isso é um problema.

— Não será um problema desde que ele passe pelo Clube dos Clássicos.

A Ibara e o Satoshi não entenderam também?

— Do que vocês estão falando? Repitam como o culpado se autodenomina mais uma vez.

— Eh? Não é Juumonji?

— Não sei por que vocês pronunciam isso como 'Juumonji', quando normalmente vocês pronunciariam 'Juumoji'.

— Ah, isso é porque eu tenho uma amiga chamada Juumonji Kaho…

— Ah! — Ibara exclamou.

— É isso! Juumoji (Dez Caracteres: 十文字)! Como Chi-chan e Fuku-chan continuaram pronunciando isso como 'Juumonji', eu não vi a associação! Se for 'Juumoji' (Dez Caracteres), então isso faria do O Clube de Cozinha o quinto caractere.

Exatamente.

 — E o sexto alvo começaria com KA, ou seja, o décimo e último alvo começaria com KO... Isso é motivo mais que suficiente para levar as pessoas a visitarem o Clube dos Clássicos (KOTENBU), não é?

(148 CÓPIAS RESTANTES)

 

ERU CHITANDA

 

MESMO QUE EU ACHE O FUKUBE-SAN E A MAYAKA-SAN PESSOAS INCRÍVEIS, tem uma coisa em que eu não concordo com eles.

Eles zombam muito de Oreki-san.

Para mim, se vejo algo que não entendo, procurarei a resposta. Se eu vejo algo que pareça fora do lugar, eu perceberia. Mas embora muitas vezes eu seja elogiada por ser capaz de responder a qualquer problema que me seja designado, não me encontro nessa descrição. Para algumas das coisas incríveis que encontrei, não consegui encontrar a resposta para metade delas. Seria como se o arroz não pudesse ser cultivado apenas com a preparação do solo, da água e das sementes. 

Parte de ser um agricultor de arroz é supervisionar como eles são cultivados adequadamente. Oreki-san conseguiu encontrar a chave para as perguntas que eu não entendia e obter respostas nas quais nunca havia pensado. Ele ajudou enormemente no incidente "Hyouka", nomeado por Fukube-san, além de apresentar uma teoria incrível no incidente "Imperatriz".

Ele não era apenas uma pessoa brilhante. Em contraste com o que ele normalmente afirma, que não se importaria em ajudar outras pessoas se isso fosse muito preocupante para ele, acredito que ele é, na verdade, uma pessoa apaixonada e calorosa no fundo.

Então, mais uma vez, eu estava confiando muito na sua gentileza. É por isso que eu digo a mim mesma que eu não deveria confiar muito nele.

Com a nova visão e possibilidades que Oreki-san me mostrou, vou agora mais uma vez para a sala do Clube do Jornal. Baseado no "padrão" de que Oreki-san havia falado, certamente atrairia a atenção do clube. No entanto, se eu conseguiria transmitir-lhes esta mensagem para convencê-los, dependeria da forma como negocio com eles. 

Já não me surpreendo com as decorações coloridas do Festival Cultural, com a tagarelice incessante dos estudantes e com os vários cartazes colados por todo o lado. Em vez disso, por cortesia do conselho de Irisu-san, meu coração se encheu de confiança de que desta vez não falharei.

De acordo com Fukube-san, parece que o incidente "Juumoji" ainda não recebeu muita atenção, o que significa que esta história seria extremamente interessante para o Clube do Jornal. Este seria o tipo de pedido em que, com base no conselho de Irisu-san, não preciso retribuir nenhum favor.

Lembrei-me do que estava sendo ensinada, pois minha memória é uma das poucas coisas em que tenho confiança. Pedidos importantes, dar-lhes expectativas, fazê-los pensar que o nosso problema é trivial e fazer o pedido sozinha a uma pessoa do sexo oposto.

Quanto ao motivo pelo qual esses métodos seriam eficazes, ainda não consigo entendê-los... Sinto-me mal por usar sistemas que não entendo completamente como meras ferramentas, mas não posso me dar ao luxo de ser exigente.

Fazendo bom uso daquele conselho, eu comecei a repetir as minhas falas na minha cabeça. Para ter certeza que eu não disse nada errado, eu as repeti de novo e de novo sozinha.

Eu cheguei na sala do Clube do Jornal, a sala de biologia, e bati na porta fechada.

— Indo~! — respondeu uma voz rouca, que logo abriu a porta

Havia seis pessoas lá dentro, mais do que ontem. Mas essa não foi a única coisa diferente. Enquanto Toogaito-san estava entre eles, as outras cinco pessoas falavam em seus celulares. Um deles terminou de falar e falou com outro estudante que estava ao telefone.

— O Clube de Cozinha. Confirme com o presidente deles.

O aluno que ouviu a instrução fez um círculo com o dedo. Dinheiro? ...Oh, ele estava fazendo um sinal de OK. O aluno que acabou de falar ao telefone escreveu uma espécie de lista antes de sair da sala, aparentemente sem notar minha presença.

— Desculpe por isso, Chitanda-san. Nós estamos meio ocupados no momento.

Antes que eu percebesse, O Toogaito-san começou a falar comigo. Depois de ficar surpreendida com a dedicação do Clube do Jornal, eu rapidamente retornei aos meus sentidos.

— Tente voltar alguma outra hora.

— Sim, desculpe por incomodar…

Não! Eu não devo! Eu rapidamente parei o que estava dizendo. Nós mesmos não temos muito tempo. Se eu desistir tão cedo, não conseguirei enfrentar Oreki-san. Eu deveria pelo menos transmitir minha mensagem.

— Desculpe incomodá-lo, mas você poderia, por favor, reservar um momento? Tenho algo para lhe contar.

Embora seja um pedido irracional, Toogaito disse com uma expressão preocupada: "Tudo bem, seja rápida". Ele parece ter aceitado o pedido. Eu deveria estar me curvando para ele em agradecimento, mas como ele está com pressa, decidi omitir isso.

Foi então que me lembrei. Toogaito-san é um membro do sexo oposto. Como havia outros membros presentes, gradualmente me afastei alguns passos da sala de biologia. Talvez inconscientemente, Toogaito-san deu um passo à frente, em direção ao corredor. Então, inadvertidamente, fechei a porta. Durante o Festival Cultural, praticamente não havia ninguém além de nós na sala de biologia, no terceiro andar do bloco especial.

Consegui seguir um ponto do conselho de Irisu-san agora. Para garantir que não falharia, suprimi meu nervosismo e falei.

— É sobre o Clube dos Clássicos.

— Como eu já disse, nós só vamos considerar se for interessante.

— Bem, err, isso é interessante.

Agora, para fazer dele uma expectativa. Acho que deveria dizer assim.

— Isso é algo que nós só podemos dizer ao Clube do Jornal.

— Hmm?

Toogaito-san, que originalmente queria que a conversa terminasse rapidamente, de repente mudou de atitude.

— O que você quer dizer?

— É o seguinte — eu disse, respirando fundo —  nós descobrimos que, durante o Festival Cultural, muitos clubes tiveram as suas coisas roubadas.

Eu queria continuar, mas a voz do Toogaito-san foi vigorosa.

— Juumoji!

— Eh?

— O que você sabe sobre Juumoji?

Eu não sabia como lidar com essa reviravolta repentina e inesperada. Hm, como devo responder? É um mau hábito meu parar de falar de repente em momentos como este, até Oreki-san me contou sobre isso. Preciso me acalmar, ou seja, preciso tentar descobrir o que está acontecendo até agora…

Toogaito-san, ou melhor, o Clube do Jornal, já descobriu algo sobre o incidente "Juumoji" e está extremamente interessado nisso... Em vez de um favor que não se espera que seja reembolsado, isso agora se tornou um solicitação onde se espera que o favor seja reembolsado.

O que eu deveria fazer?

Não, isso não deveria mudar o que eu deveria dizer a ele. Balancei a cabeça e tentei o meu melhor para me acalmar, antes de compilar meus pensamentos em palavras.

Eu expliquei tudo. Do começo ao fim. Toogaito-san pareceu bem intrigado com o que eu disse e estava satisfeito.

— Entendo... A sequência do gojuuon, né? Agora faz sentido, o nome oficial do O Clube de Cozinha começa com O. E o Clube de Adivinhação também foi atingido... Então é por isso.

Eu fiquei um pouco curiosa com o que ele planejava falar no final.

— Hmm, você descobriu alguma coisa?

— Ah — Toogaito-san tinha uma expressão amarga em seu rosto. — O próximo é o Clube do Jornal, afinal.

— Sim — eu concordei.

Toogaito então repetiu novamente em um tom diferente, "O Clube do Jornal (KABESHINBUN), começa com um KA."

— Ah. Então isso significa…

— Nós perdemos o nosso estilete (KATTA-NAIFU), aconteceu quando estávamos todos fora.

— É por isso que vocês estão tão ocupados agora?

Toogaito-san concordou.

— Embora seja irritante que algo tenha sido roubado de nós, é esse tipo de incidente acidental que mais esperamos. Isso é muito mais interessante do que as coisas habituais que temos para relatar, não é? Você nos poupou de muitos problemas. Quem imaginaria que esse 'Juumoji' funcionaria dessa maneira? Bom trabalho em perceber isso — ele disse, adicionando um elogio.

— Ah sim, foi principalmente o Oreki-san.

No entanto, ao mencionar o nome de Oreki-san, por algum motivo o sorriso de Toogaito-san era uma mistura entre alegria e irritação.

— Ah, sim. De qualquer forma, agradeça-o por mim.

— Okay.

— Bem, obrigado pela informação.

Com uma expressão alegre, observei Toogaito-san retornar à sala de biologia.

Foi quando ele estava prestes a fechar a porta que me lembrei do conselho de Irisu-san - "Para situações em que você está lidando com estranhos com quem você não lidaria novamente depois de receber o favor, em nove entre dez casos, eles iriam considere seu pedido uma fraude."

Espere! Por favor, escreva algo sobre o Clube dos Clássicos em troca!

Eu deveria ter gritado isso para Toogaito-san... mas não consegui. Não consegui dizer algo que parecesse não confiar em Toogaito-san. Olhei para a mão que estendi para chamar Toogaito-san. Por um momento, me senti deprimida por ter falhado mais uma vez.

No entanto, depois de pensar novamente com calma, isso pode acabar sendo o melhor. O conselho de Irisu-san sobre isso foi principalmente para estranhos com quem não voltarei a lidar. Mas esse não é o caso de Toogaito-san. Então, se eu quisesse construir uma relação de confiança com Toogaito-san, então o que fiz não foi errado.

Sim, esse tem que ser o caso… por um momento, me senti mais confiante.

 

SATOSHI FUKUBE

 

EU SOUBE PELA PRIMEIRA VEZ DO INCRÍVEL SENSO DE PERCEPÇÃO DE Houtarou no incidente "Hyouka". Apesar de ter passado todo esse tempo com ele no ensino fundamental, nunca imaginei que ele fosse capaz de tais feitos.

Conhecendo as habilidades especiais de Houtarou, fiquei cheio de expectativas durante o caso "Imperatriz", pois não conseguia pensar em mais ninguém além dele que pudesse fazer isso. O mínimo que eu podia fazer era dar-lhe o meu apoio. Embora ele também tenha participado ativamente de outros incidentes, esses foram os dois principais que me vieram à mente.

No entanto, dessa vez, eu não espero nada do Houtarou.

Como ele é o encarregado de vigiar a barraca, não consegue sair da sala de geologia. Conhecendo o lema de Houtarou, ele certamente gostaria de não precisar se movimentar, mas isso também significa que não seria capaz de resolver nada, já que é necessário muito trabalho de campo para este caso. Em outras palavras, Houtarou não é adequado para o incidente "Juumoji".

E o que acontece quando eu não tenho nenhuma expectativa quanto ao Houtarou? Isso não me deixa escolha a não ser investigar eu mesmo.

Usando a dedução do Houtarou como base, e preenchendo com informação que eu reuni de várias conexões, eu consegui compilar os seguintes dados:


Dia 1:

~11:30am - Clube de A Capella(AKAPERA BU) - "Aquário" (AKUARIASU) Bebida suave roubada

~12:30pm? - Clube de Go(IGO BU) - Pedras (ISHI)(?) roubadas

Logo depois das 2:00pm - Clube de Adivinhação (URANAI KENKYUU KAI) - Roda da Fortuna (UNMEI NO WA) roubada

Dia 2:

~9:00am - Clube de Jardinagem (ENGEI BU) - AK (E-KEI) (Kalashnikov d'água) roubada

Logo antes das 11:30am - O Clube de Cozinha (ORYOURI KENKYUU KAI) - Concha (OTAMA) roubada


E de Chitanda-san, que acabou de voltar correndo pelo corredor, há pouco (atualmente, são 13h58), o Clube do Jornal (KABESHINBUN BU) teve seu estilete (KATTA-NAIFU) roubado. O momento exato em que eles foram atingidos deve ser algum tempo antes disso.

A grosso modo, parece que "Juumoji" parece fazer seu movimento a cada uma hora e meia a duas horas e meia. Considerando que o Festival Cultural acontece das 8h às 17h, faz sentido.

Como o Festival Cultural da Escola de Kamiyama dura três dias, se ele roubasse dez clubes, ele os teria dividido igualmente, roubando três no primeiro dia, três no segundo dia e quatro no último dia. No entanto, embora ele tenha realmente visado três clubes no primeiro dia, como as pessoas estariam se preparando para retirar suas coisas no último dia dos três é possível que ele opte por atingir quatro clubes hoje.

Pegando minha cópia do "Guia do Festival Kanya", comecei a procurar os clubes cujos nomes começam com KI... Heh, parece que o ladrão fantasma está sujeito às estranhas regras que ele estabeleceu para si mesmo, como o único clube que começa com KI é o Clube de Mágica (KIJUTSU BU).

Chegando ao Clube de Mágica, havia um cartaz que dizia "O próximo show começará às 14h". Isto é o ideal. Se ele cometesse o crime, teria que fazê-lo diante dos olhares de todos. E mesmo que "Juumoji" consiga fazer isso e roubar algo que começa com KI, ainda deve haver algumas pistas deixadas para trás.

Se eu ficar atento, tenho boas chances de vitória. A derrota de "Juumoji" reside no fato de seu padrão ser muito fácil de ler. O único problema em capturar "Juumoji" agora significaria que ele não teria a chance de ir até o KO, o que seria ruim para nossa tentativa de promover o Clube dos Clássicos. De qualquer forma, se o pegarmos, ainda poderemos conseguir algo com isso.

Eu não sou como Houtarou. Não consigo juntar peças de um quebra-cabeça, nem simplesmente resolvê-lo subitamente. Se eu pudesse, até eu ficaria surpreso comigo mesmo. No entanto, pelo menos sou capaz de mover meu corpo, apenas andando sobre meus dois pés e vendo com meus dois olhos, devo ser capaz de descobrir alguma coisa.

A apresentação pública do Clube de Mágica acontece na sala de aula da Turma 2D. Como sala de aula normal, possui duas entradas. A porta da frente estava coberta por uma cortina, com uma caixa de papelão colocada do lado de fora onde se lia "Bastidores do Clube de Mágica. Não são permitidos invasores". Os visitantes devem entrar pela porta dos fundos. Ao lado da porta dos fundos, havia uma mesa com uma caixa branca colocada sobre ela. Olhando mais de perto, percebe-se que contém os livretos do cronograma da apresentação.

Como eu não tinha nada pra fazer enquanto esperava os 30 minutos para o início da apresentação, eu comprei um livreto.


  1. Introdução
  2. Morto-vivo - Takamura Youichi (1º Ano)
  3. O anel arco-íris - Nagai Kaori (1º Ano)
  4. Truque de desaparecimento - Tayama Kazuya (2º Ano)
  5. Truque de cartas ao vivo - Takamura Youichi e Nagai Kaori (1º Ano)
  6. Bolas e tigelas - Tayama Kazuya (2º Ano)
  7. Encerramento

Entendo. A primeira coisa que eu percebi foi que o Clube de Mágica só tem três membros. O Clube dos Clássicos tem quatro, enquanto o Clube de Costura tem cinco. 

Ei, nós temos mais.

"Morto-vivo" estaria se referindo a zumbis. Como este é o Clube de Mágica, sem dúvida eles estão se referindo à bola zumbi. "Anel arco-íris" seria ligar anéis, onde eles estariam brincando com a ilusão dos anéis ligando e separando. O "Truque de desaparecimento" provavelmente envolve algo desaparecendo e sendo substituído por outra coisa. "Truque de cartas ao vivo" é como o próprio nome sugere, uma performance direta. Deve ser interessante porque há dois artistas. "Bolas e tigelas" é provavelmente uma variação do truque dos copos e bolas, onde o público é levado a pensar que a bola entrou em um copo quando acabou em outro, mas desta vez eles parecem estar usando tigelas.

Não parece haver nada à vista que comece com KI. Embora existam os Reis (KINGU) no baralho de cartas, se eles vão usar moedas, então moedas de ouro (KINKA). Se diacríticos* forem permitidos para a grafia KI, então moedas de prata (GINKA) também serviriam... Mas espere, isso é tecnicamente impossível. (Uma moeda de 1 iene é feita de alumínio, 5 ienes é de latão, 10 ienes é de bronze e o resto são moedas de níquel. Ah, há também a moeda de 500 ienes, que é uma mistura de latão e níquel, eu acho?)

Eu me perguntei se deveria dar uma olhada lá dentro, enquanto colocava minha mão na maçaneta da porta. É melhor não, embora possa ajudar a capturar o ladrão fantasma Juumoji, é muita falta de educação da minha parte espiar os bastidores do Clube de Mágica. Além disso, enquanto eu ficar aqui, verei facilmente se alguém entrou ou saiu. 

Ao examinar minhas próprias anotações, mergulhei no prazer dessa reviravolta inesperada. Embora buscar conhecimento no meu próprio ritmo também seja divertido por si só, eu gosto desse tipo de incidente inesperado. Então, novamente, com base em minhas próprias experiências, infelizmente falando, parece que minha inteligência, que é necessária nesse caso, não é de forma alguma superior ao resto. Em essência, não sou capaz de lidar com situações tão repentinas com a cabeça calma, mas desta vez me preparei o suficiente em termos de informações, então devo ser capaz de fazer algo a respeito.

Eu matei o tempo enquanto tinha tais pensamentos.

— Hmm? Se não é o Fukube? — disse uma voz surpresa. Era Tani-kun, com o seu queixo firme e o nariz arredondado.

— Você foi relativamente bem no torneio do Fogo Selvagem.

Isso me lembra que vencemos o time dele durante o torneio de culinária. Ao descobrir a declaração do crime, esquecemos totalmente do nosso duelo. 

— Bem, é tudo graças a minha sopa de missô de porco. Minhas companheiras também deram o seu melhor em decorrência disso, e isso fez com que meu trabalho parecesse incompleto — eu disse, sorrindo.

— Competições em equipe são definitivamente difíceis. Eu deveria ter continuado nas competições individuais. Aquelas duas garotas foram incríveis, até a Suhara estava surpresa.

— Apesar de que eu não senti como se tivesse ganhado, já que não tinham muitos participantes. Nós só demos sorte.

— Inclusive…

Tani-kun desviou o seu olhar para a minha mão, que segurava a lista dos clubes afetados e os itens roubados. Eu subitamente a escondi das vistas dele.

— Então você ouviu falar?

— Do que?

Tani-kun então virou o rosto para o anúncio do Clube de Mágica. Eu comecei a ponderar quais eram as chances de esbarrar com ele aqui.

Enquanto eu me perguntava se eu deveria confirmar a possibilidade que ele levantou, ele começou a estufar o seu peito e dizer.

— O cara conhecido como Juumoji.

Bingo. Eu concordei e dei de ombros.

— Como esperado do Tani-kun, nenhum rumor escapa a sua atenção.

Eu quis dizer isso como um elogio, mas o Tani-kun não pareceu muito lisonjeado.

— Ah, então você sabe.

— É por isso que eu estou aqui.

— Bom, foram vocês que descobriram o bilhete de crime no O Clube de Cozinha, então não é surpresa que você já sabia… mas como você acabou descobrindo que é o Clube de Mágica?

— Foi fácil, claro. Nós seguimos o padrão de gojuuon.

Com um sorriso intrigado, Tani-kun disse.

— Interessante. Eu sabia que deveria esperar algo de você.

Bom, obrigado.

Prevendo qual seria a sua próxima fala, eu decidi falar de antemão.

— Bem, qual vai ser o nosso próximo duelo?

— Ah, então você topa? — ele disse, abaixando o tom de voz — bom, para mostrar o meu fair-play, o Clube de Jornal foi uma vítima.

Eu já sabia disso, você não precisava me dizer. Apesar de que eu não deveria ridicularizá-lo por isso, para não complicar as coisas. No entanto…

— Parece que o Clube de Jornal está entusiasmado. A manchete da próxima edição incluirá a história de Juumoji. Parece que eles estão oferecendo recompensas pela identidade de 'Juumoji'.

Agora, disso eu não sabia. Então, eu disse com genuíno interesse.

— Recompensas?

— Os detalhes das recompensas serão incluídos na Edição Especial nº 1... Assim que isso se tornar público, atrairá muita atenção.

— Pode apostar.

— Todos estão ansiosos por algo inesperado. De qualquer forma, esse será o principal assunto na escola amanhã.

Para mim, pessoalmente, que prefiro curtir as coisas sozinho, isso foi uma má notícia. Ter o  Tani-kun envolvido já era um estraga-prazeres, mas o principal assunto de amanhã? Me dá um tempo. No entanto, para o Clube dos Clássicos, que precisava de um marketing, essa foi uma boa notícia. Se o incidente Juumoji se tornasse cada vez mais empolgante, a atenção acabaria se voltando para o Clube dos Clássicos. Quanto a qual aspecto eu deveria dar mais importância... Acho que deveria priorizar fazer Mayaka sorrir mais uma vez.

Colocando as mãos dele nos meus ombros, Tani-kun disse, sorrindo.

— Bem, é impressionante que você tenha conseguido descobrir isso tão rapidamente. Desculpe, mas eu vou ser a pessoa que vai pegar esse cara. Posso não parecer, mas sou um grande fã de mistério, sabe?

Ah, sério? Mesmo que esse tenha sido meu pensamento, eu mantive a minha expressão sorridente.

— Pegue leve com a gente.

Eu dei uma resposta educada, a qual ele concordou com a cabeça.

— Boa sorte pra nós dois, Fukube!

 

MAYAKA IBARA

 

EMBORA EU PREFIRA APROVEITAR LENTAMENTE MEU ALMOÇO COMO DESCULPA PARA ficar no Clube dos Clássicos o maior tempo possível, sei que isso não pode durar. Por mais desagradável que seja, preciso voltar ao Clube de Mangá em breve. Sem perceber, eu já tinha desembrulhado e rasgado meu pãozinho de bacon em pedaços, e agora lentamente os peguei, um por um, e coloquei-os na boca. Irei assim que terminar com todos eles. Justamente quando decidi fazer isso, Oreki, encarregado de vigiar a barraca, abriu a boca.

— Ibara, você disse que já leu os romances da Agatha, né?

Eu estava prestes a me perguntar como ele sabia disso quando me lembrei que havia contado a ele perto do final das férias de verão, durante o que Fuku-chan chamou de caso da "Imperatriz".

Parei de pegar os pedaços de bacon e disse: "Sim, mas apenas as obras mais famosas dela. Não é como se eu tivesse lido todas as obras."

Os crimes ABC é um dos que você leu?

— É claro.

— Esse incidente de 'Juumonji', Satoshi disse que é semelhante ao ABC — Oreki disse, cruzando os braços e se recostando profundamente na sua cadeira, enquanto olhava para o teto.

Há pouco tempo Oreki estava nos repreendendo por pronunciarmos incorretamente "Juumoji", e agora ele está pronunciando como "Juumonji". Apesar disso, como nome de pessoa, é realmente mais fácil pronunciá-lo como "Juumonji", então não disse nada.

— De alguma forma, é fácil fazer a associação. Como Os crimes ABC envolvem vítimas que ficam com uma "lista ABC", então é natural que ele faça a associação com os "Guias do Festival de Kanya" que foram deixados nas cenas do crime.

— Bem, sim. Ou não há nenhum significado nisso. Aliás — retirando o seu olhar do teto, Oreki parecia prestes a dizer algo ruim — só perguntando, mas qual é a razão pela qual o assassino em ABC mata as suas vítimas em ordem alfabética?

Que pergunta estranha…

— Oreki, você sequer leu Os crimes ABC?

— Não, só a sinopse.

— Sinopse? Sendo assim, você pretende ler no futuro?

— Não sei…

— Você ainda quer saber mesmo assim? Eu vou te dar spoiler da história, você está bem com isso?

— Claro, vá em frente — disse Oreki, depois de pensar um pouco.

Tudo bem então.

Só por segurança, dei uma olhada ao redor. Porque se alguém ouvisse todos os detalhes da trama do ABC antes de lê-lo, isso definitivamente arruinaria a história para essa pessoa.

Depois de me certificar de que não havia ninguém por perto, suspirei.

— Bem, na verdade é bastante simples. Você já não acha que o assassino simplesmente quer matar em ordem alfabética?

— Sim, eu acho — disse Oreki, com um sorriso amargurado.

Caramba. Esse é o problema com ele, muitas vezes ele muda de ideia justamente quando está prestes a dizer algo. Comecei a falar duramente.

— Em outras palavras, você estava pensando que 'Juumoji' simplesmente queria roubar de acordo com a sequência do gojuuon, não é?

— É — Oreki respondeu, ajeitando a postura com uma expressão desagradável — Não sei se 'Juumonji' estava pensando em Christie quando cometeu seus crimes, mas o que ele roubou? Pedras de Go e conchas, isso não é nada além de bugigangas. Certamente ele não tinha interesse nessas coisas.

— Mas isso significa que ele é simplesmente um brincalhão roubando a sequência do gojuuon apenas por diversão?

— Então você está dizendo que tem algum outro significado para isso tudo?

Eu coloco outro pedaço do rolinho de bacon na minha boca.

— Quando Satoshi e Chitanda ouviram que 'Juumonji' furta de acordo com a sequência gojuuon, os dois saíram correndo parecendo animados. Para ser franco, apenas observando as pistas, qualquer um teria descoberto isso.

— É verdade que você foi o primeiro a perceber, mas não é como se fosse uma grande descoberta em si.

— Em outras palavras, isso não era grande coisa para o próprio 'Juumonji'. Se em vez da sequência gojuuon, ele baseasse sua sequência em algo mais enigmático, por exemplo, pegando as letras do slogan 'Glory To Kami High', então ele precisaria colocar mais esforço nisso.

— Entendo. A sequência de gojuuon parece muito fácil de ser descoberta.

Eu entendo o que Oreki está tentando dizer. Se o objetivo de 'Juumoji' era apenas roubar coisas seguindo a sequência do gojuuon, então esse 'Juumoji' tem um parafuso faltando na cabeça. Mas se não for esse o caso, então a sequência do gojuuon é apenas um processo para ele conseguir outra coisa.

Não percebi isso até participar pessoalmente do festival cultural, mas é realmente um momento único. Essa singularidade envolve uma sensação de flutuar de maneira despreocupada, e não é estranho ver pessoas se emocionando com brincadeiras estranhas. Mas isso é tudo?

Eu acho que estou começando a ficar estranha também…

— Oreki, você pensa em pegar o 'Juumoji' sozinho?

— Eu? — ele disse, parecendo surpreso — Por que você acha que eu faria isso?

— Você parece entusiasmado.

Oreki tossiu e voltou a se inclinar na cadeira.

— Não importa para mim, de qualquer maneira. Seja Juumoji (Dez caracteres) ou O Homem de Mil Faces. Se ele quiser roubar algo do Clube dos Clássicos, terei prazer em dar a ele, desde que não seja minha carteira. Embora depois disso Chitanda provavelmente ficaria muito curiosa e me atormentaria sobre quem é 'Juumonji'.

— Bem, você sempre pode só ignorá-la.

— Ela não é do tipo que você só ignora.

Oreki franziu a testa.

Hehe. Que bobo.

Jogando o último pedaço de rolinho na minha boca, eu me levantei. Enquanto eu me movia, pensei que deveria agradecer.

— Isso me lembra. Oreki, obrigada pelo saco de farinha. Eu estava realmente em uma situação complicada lá atrás.

— Ah, sem problemas.

Como se tivesse lembrado de algo, Oreki me lançou um sorriso enigmático.

— Eu consegui aquele saco de farinha através do método do milionário de palha.

Método do milionário de palha?

— Do que você está falando?

— A história do milionário de palha, sabe?

Ah, entendo.

— Então você quer algo em troca do saco de farinha?

— Você tem alguma coisa? Se não tiver, eu não me importo em terminar a história por aqui.

Bem…

Depois de pensar um pouco, eu peguei o broche do meu peito.

— Você pode ficar com isso.

Oreki olhou, surpreso.

— Tem certeza? Você não precisa disso pro seu cosp-

— NÃO é um cosplay, idiota!

Eu joguei o broche na cara do Oreki com toda a força que consegui reunir e rapidamente me virei, saindo da sala de Geologia.

 

SATOSHI FUKUBE

 

EU PRETENDIA CONTINUAR MONITORANDO QUALQUER MOVIMENTO PRÓXIMO À ENTRADA dos bastidores, mas não consigo resistir ao chamado da natureza. Quando o show estava prestes a começar, fui rapidamente para o banheiro. Quando voltei, perguntei a Tani-kun se ele viu alguém suspeito. Embora ele tenha me repreendido por ter a audácia de perguntar a um rival, isso ajudou a amaciar um pouco seu ego quando ele respondeu gentilmente.

— Ninguém entrou ou saiu.

Enquanto ele respondia, alguém saiu da sala de aula da turma 2-D. Era um estudante do sexo masculino e o distintivo em seu colarinho indicava que ele estava no segundo ano. Era o presidente do Clube de Mágica, Tayama. (Não é como se eu soubesse quem ele era, só aconteceu de eu ter lido no livreto da programação do festival). Ele aumentou o tom de voz pelo corredor preenchido de bandeiras, lanternas e todos os tipos de decorações.

— O quinto show de mágica começará em instantes.

Sem dizer nada, Tani-kun e eu entramos na sala escura. Parecia que até as janelas estavam cobertas por cortinas pretas. A sala de aula em si foi dividida em duas partes, com uma cortina separando os dois lados. As mesas estavam todas empilhadas ao longo das janelas, enquanto as cadeiras estavam alinhadas em fileiras. Atrás da cortina, estariam os bastidores. Logo antes da cortina ficava o pódio e a mesa dos professores. Esse é o palco. O espaçamento entre os assentos dos espectadores e o palco era bastante estreito, o que poderia ser um pouco difícil para o artista, mas proporcionaria uma excelente visão para o espectador. Mas agora não é hora de me divertir.

Em seguida, olhei para as pessoas que entravam nos assentos dos espectadores.

Como esta era a quinta apresentação, a maioria das pessoas interessadas em truques de aparecimento já teriam visto algum, então não havia muitas pessoas entrando. A primeira pessoa que vi chegando foi alguém que eu não esperava. Quando silenciosa, ela exalava uma aura fria e, quando falava, era tão majestosa quanto uma "Imperatriz". Levantei-me instintivamente.

— Ah, olá, Irisu-senpai.

Irisu Fuyumi-senpai estreitou seus olhos no escuro para enxergar quem estava falando com ela.

— Ah, você é do Clube dos Clássicos…

Ela assentiu e me cumprimentou, antes de se sentar em uma das cadeiras da última fila. É um pouco estranho ver a extremamente racional Irisu-senpai vindo assistir a um show de mágica.

A próxima pessoa a entrar também foi uma garota, que trouxe outra garota com ela. A princípio pensei que fossem um casal, pois uma delas estava vestida como um homem. Lembro de ter visto aquele smoking antes... Isso mesmo, ela está no Clube de Mangá. Ela estava com Mayaka quando desenhavam os posters. Nesse caso, a garota ao lado dela seria a presidente do Clube de Mangá, que já vi algumas vezes. Ambas conversaram e apontaram para seus folhetos de programação enquanto ocupavam os assentos da frente.

Em seguida, vieram várias pessoas que eu não conhecia. Embora possamos estudar na mesma escola, conheço seus rostos, mas não é como se eu fosse minimamente íntimo deles. Quanto aos visitantes de fora da escola, havia um casal de meia-idade, embora hoje fosse um dia útil. Querendo saber o que estava acontecendo, uma garotinha com cara de estudante do fundamental entrou também, parecendo curiosa.

A garota que entrou em seguida era minha colega de classe, mas como não a conheço muito bem, não a chamei. Ela deve ter notado minha presença, embora tenha decidido não me chamar também. Pensando bem, o sobrenome dela é "Juumonji", Juumonji Kaho-san. Como membro dos "Quatro Clãs Exponenciais", eu gostaria muito de conhecê-la, mas acho muito difícil lidar com ela. (Quanto ao que eu quis dizer com "conhecê-la", significa simplesmente que gostaria de perguntar a ela sobre coisas que nunca ouvi antes, só isso. Embora eu me meteria em muitos problemas se Mayaka me ouvisse dizer isso.)

Embora não houvesse muitas pessoas no início, com o tempo, a sala ficou bastante lotada. O Clube de Mágica deve estar bastante satisfeito com esta presença. O presidente de antes podia ser visto espiando pela cortina.

Em seguida veio um grupo de rapazes. Uau, se não é o presidente do Comitê Executivo, Tanabe Jirou? E ao lado dele estava... Oh meu Deus, é o enésimo presidente do Conselho Estudantil da Escola de Kamiyama, Sua Excelência Kugayama Munetaka. ("Enésimo" significa que não tenho ideia de quantos presidentes existiram antes dele.) Uma figura carismática com aparência esportiva e sorriso despreocupado, seu discurso comovente ainda deixou uma impressão em minha mente, embora eu não tenha ideia do que o presidente normalmente faz. Além desses dois, não conheço bem os outros. Ao me notar, Tanabe-senpai levantou a mão para me cumprimentar

Apesar de os assentos para espectadores que ocupavam metade da sala de aula não estivessem completamente ocupados, ainda estavam cerca de  70% ocupados. Uma garota, provavelmente membro do Clube de Mágica, fechou a porta. A cortina divisória se abriu e um estudante do sexo masculino entrou no palco carregando um castiçal em cada mão, colocando-os sobre a mesa do professor. Tirando um fósforo do bolso, começou a acender as velas, que passaram a iluminar a sala escura com uma luz suave. Entendo. Para lidar com o espaço confinado da sala, eles recorreram ao uso de velas fracas para fazer a sala parecer maior. Comecei a ser absorvido pelo clima criado.

Depois que o cara que acendeu as velas se retirou, o presidente apareceu. O presidente, com o cabelo penteado para trás e usando óculos de armação, era uma figura esbelta com mãos de aparência habilidosa. Ele esperou até que o público gradualmente ficasse em silêncio antes de sorrir e se curvar de maneira educada, como um ator.

— Que comece o show. Senhoras e senhores, bem-vindos à apresentação do Clube de Mágica. Agora, deleitem-se com as maravilhas que trabalhamos duro para mostrar a vocês.

Aplausos.

Eu olhei em volta durante os aplausos. Não parece ter nada fora de ordem até então…

— Primeiro, o Clube de Mágica orgulhosamente apresenta Takamura Youichi, da Classe 1-B, que nos agraciará com sua performance de "Morto-vivo".

Ele então retirou-se do palco, em meio aos aplausos. O aluno que em seguida saiu das cortinas carregava uma bola, como era de se esperar, quando o El Bimbo* começou a ser tocado ao fundo... Como um sussurro pop francês, esse tipo de música combina bem com o clima. Takamura-kun parece totalmente relaxado. Agora eu sei por que eles o apresentaram com tanto orgulho. Ou talvez seja porque esta é a quinta vez que ele faz isso?

As performances da bola zumbi e dos anéis ligados ocorreram como esperado.

O pessoal do Clube de Mágica certamente é habilidoso. Embora eu tenha visto muitos truques de aparecimento, não foi nada surpreendente, mas ainda assim, foi impressionante ver a bola flutuando no ar ou os anéis ligados entre si de uma distância tão próxima. E embora o primeiro cara e a garota que o seguiu tiveram alguns momentos esquisitos nos seus movimentos, não foi tão ruim a ponto de comprometer seu desempenho. Aplaudi sua maestria do fundo do meu coração.

O terceiro ato, "Truque do desaparecimento", foi igualmente impressionante. Tayama-san, o presidente do Clube de Mágica e seu único segundanista, era certamente mais habilidoso do que seus dois membros. Ele estava tão calmo durante sua apresentação quanto quando cumprimentava o público, fazendo cartões e lenços aparecerem aparentemente do nada enquanto a música de fundo tocava (desta vez é uma sonata para piano, cujo nome esqueci). 

Seus truques de aparecimento com cartas e lenços, embora habilidosos, não eram nada extravagantes, mas ainda fiquei um pouco surpreso quando ele, de repente, fez aquele lenço preto aparecer em sua mão direita perto do final. Isso causou um grande rebuliço no público, e até eu estava pulando na ponta da cadeira.

Quer tenha ficado aliviado com o sucesso do seu desempenho ou satisfeito com os aplausos, o antes sem emoção presidente Tayama deu um sorriso gentil. Ele então pegou uma vela rosa, que já estava acesa. Não estou inventando isso. Normalmente você não colocaria uma vela acesa no bolso, colocaria? Erguendo a vela para que todos vissem, todos aplaudimos em uníssono.

Sentado a uma certa distância de mim, Tani-kun sussurrou pra mim, enquanto aplaudia.

— Parece que ele pegou a tocha.

Não sei por que ele está chamando isso de tocha. Claro, tem outros nomes, como flambeau, tocha ou castiçal, mas normalmente não se chamaria isso de vela? Tive vontade de explicar a ele que tochas eram diferentes de velas, mas decidi não fazê-lo.

Não, espere. Estive tão imerso no show que quase esqueci que não estava aqui para assistir à apresentação. Porém, nada fora do comum aconteceu com o show de mágica até agora, e também não houve movimentos estranhos entre o público. Ocasionalmente, a porta se abria e mais um ou dois visitantes entravam ou saíam no meio da apresentação, mas não havia nada que "Juumoji" pudesse ter roubado do lado de fora, pois não havia nada além de cortinas, outdoors e posters. Hmm, o que Juumoji estava procurando mesmo? Algo que começa com KI.

…VELA - (KIYANDORU)!

Soltei um suspiro e me virei para olhar para o presidente Tayama, que estava agradecendo sinceramente ao público. A vela em sua mão não estava mais acesa. Provavelmente, como era perigoso, ao mostrar a vela acesa para todos, ele rapidamente a apagou. Mas essa não era a única vela na sala. Virei-me para olhar os castiçais usados para iluminar a sala.

— AH!

— Agora, ao invés das cartas de poker comuns, dessa vez nós estaremos mexendo com hanafuda*...

— Quê?

Oh merda, eu engasguei alto demais. Como o truque de cartas seguinte envolvia a interação com o público, não havia música de fundo, então Takamura-kun e Nagai-san, que agora estavam se apresentando, se viraram para olhar para mim. Rapidamente gesticulei com as mãos, desculpando-me por interrompê-los.

Originalmente havia cinco velas em cada castiçal. Enquanto o suporte da direita ainda tinha cinco velas, o da esquerda só tinha quatro.

Eles foram furtados!

Mas quando? Todo esse tempo, ninguém se aproximou do palco até o presente momento.

— E agora, a senhorita sentada atrás poderia, por favor, se aproximar do palco?

Irisu-san, sendo chamada, caminhou em direção ao palco. Mas antes disso, apenas os performers apareceram. O que significa que a vela perdida nunca esteve lá, para começo de conversa. E todo esse tempo fiquei pensando que "Juumoji" realizaria seu ato sob o olhar de tanta gente. No entanto, o furto já havia sido realizado antes mesmo do show começar. 

Droga, estive perdendo meu tempo o tempo todo!

Ele deve ter deixado a declaração do crime em algum lugar. Pensando bem, a concha não foi roubada do O Clube de Cozinha durante o torneio Fogo Selvagem em si. Já havia sido furtada antes mesmo do torneio começar. O ladrão fantasma "Juumoji" não parecia realizar seus roubos de maneira chamativa, como a maioria dos ladrões fantasmas fazem.

De qualquer forma, se tivesse chegado a esse ponto, não havia mais motivo para eu ficar. Se já tivesse sido roubado antes, isso descartaria as pessoas daqui como suspeitas. Tudo o que resta é…

— A carta que você escolheu foi o Veado de Bordo, certo?

— Sim!

Eu bati palmas. Ajeitei a minha postura e assisti concentradamente.

 

MAYAKA IBARA

 

RETORNANDO AO CLUBE DE MANGÁ, UMA DAS PRIMEIRANISTAS com quem eu sou amigável me cumprimentou.

— Você está atrasada.

Eu sorri gentilmente em resposta e voltei ao meu assento na barraca.

Os posters que eu desenhei de manhã parecem ter surtido efeito em atrair clientes, visto que eles parecem ter aumentado em relação a ontem.

Eu perguntei à garota sentada do meu lado, em um tom de voz baixo: "Como está? Comparado a ontem?"

Ela olhou em volta, e foi quando eu percebi que a Kouchi-senpai estava aqui.

Garantindo que a Kouchi-senpai estava ocupada com os seus seguidores e não estava olhando para cá, a garota respondeu em um tom de voz ainda mais baixo: "Bom, tem mais visitantes."

— É por causa dos posters?

— Não tenho certeza, mas…

Bem, é bom se isso ajudar nas vendas. Não é que eu estivesse contra a proposta da Kouchi-senpai de fazer pôsteres para atrair clientes, mas, por outro lado, não é que eu esteja satisfeita por meus desenhos também terem ajudado. Não me entenda mal.

No entanto, embora percebesse que poderia estar errada, ainda sentia que algo não estava certo. Enquanto ríamos, alguém do outro lado da sala começou a falar para indicar que nos ouviu.

— Vê? Nós deveríamos ter ouvido a senpai desde o começo.

— É, se não tivesse alguém do contra, nós teríamos vendido mais ontem.

Não é como se essas pessoas que nem contribuíram para as antologias tivessem o direito de reclamar, mas fiquei quieta.

— Ah, não sejam tão maldosas com ela. Pensem em como ela trabalhou tão duro para desenhar os posters.

— Pois é. Bem, boa sorte.

Embora dissessem uma coisa, o tom de suas vozes revelava outro significado. Para ser mais precisa, elas diziam: "Ah, não sejam tão maldosas com ela. E pensar que ela se esforçou tanto para desenhar os cartazes", enquanto me lançavam um olhar, como se me acusassem de coitadismo e dissessem "Bem feito para você."

Adoro mangá, e se tivesse que escolher, diria que também gosto do Clube de Mangá. Embora eu não queria que isso acontecesse... mas não dá pra evitar. São três, e não é da minha natureza dizer algo desnecessário. Sem mencionar que não pude apresentar minhas provas, então eu preciso me conter. Mas com essa atmosfera, não dá pra pedir ao clube para ajudar a vender Hyouka.

Elas continuaram com o cochicho persistentemente. Elas realmente são fofoqueiras insuportáveis. Falando de fofocas, isso me lembra de uma conversa estranha que eu tive uma vez com o Fuku-chan, quando eu disse que ele era como uma fofoqueira e ele me deu uma resposta inacreditável.

— Você quer dizer que eu sou corajoso?

— Quê?

— Assim como patriota?

— Do que você está falando?

— Você disse que eu sou como Kossuth.*

— E o que diabos é isso?

— Um herói hungaro…

Sério, que droga é essa?

Lembrando-me de quão bobo Fuku-chan era naquela época, eu ri. Eu sei que não deveria estar rindo, mas mesmo assim acabei rindo. Como esperado, o grupo de fofocas parou de repente.

— O que deu nela?

— Ela não está sendo meio metida?

— Que garota estranha.

Bom, desculpa por isso!

Este grupo normalmente age em uníssono, com cada membro sendo basicamente igual aos outros, embora desta vez uma delas tenha liderado, falando mais alto do que antes.

— Ela estava blefando, não estava? Disse que não conseguiu encontrar, como se alguém fosse acreditar nisso. E ela estava falando sobre como existem mangás obras-primas por aí e estava se gabando sobre nos mostrar um deles. Em vez disso , ela dá o nome de algum doujin do qual ninguém nunca ouviu falar, como se ela fosse uma especialista no assunto. Além disso, ela…

Tendo elas ido tão longe, até a minha paciência foi levada ao limite.

— Já chega. Vocês deveriam calar a boca sobre coisas que vocês não têm conhecimento.

Uma voz gritou do outro lado da sala. O grupo fofoqueiro virou a cabeça em uma direção de onde nunca esperaram que viesse a voz. Elas não tiveram escolha senão ficar quietas, já que quem falou não era outra senão sua líder, Kouchi-senpai. Vestida com seu smoking, Kouchi-senpai começou a bocejar como se nem tivesse dito essas palavras.

Fiquei bastante surpresa. Mas não por Kouchi-senpai repreendendo seus seguidores. Para Kouchi-senpai, desde que fosse divertido, não importava se o mangá era ficção ou não-ficção, paródia ou homenagem, então pensei que ela seria do tipo que não se preocuparia se as coisas eram justas ou não. Então, fiquei realmente surpresa quando ela, entre todas as pessoas, disse às pessoas para calarem a boca sobre coisas que não sabem sobre.

O grupo de seguidores se encolheu como um bando de cachorros que acabaram de ser repreendidos pelo seu tutor. Apesar disso, eu ainda conseguia sentir seus olhares ressentidos em minha direção.

Isso é sufocante.

...Embora eu tivesse acabado de chegar, já sentia que precisava de uma lufada de ar fresco. Então eu disse à garota sentada ao meu lado que precisava sair um pouco e me levantei. Eu gostaria de poder voar para longe como o vento.

O sol outono estava sumindo rapidamente.

Embora ainda não fosse noite, a luz do sol estava ficando mais fraca e o vento estava mais frio. Fiquei ao longo do andar do corredor de ligação, olhando para o jardim central, perguntando-me se este lugar teria sido esquecido, enquanto o resto da Escola de Kamiyama estava totalmente decorado.

Até agora, mesmo achando que eu não estava errada, me pergunto se eu deveria ter ficado calada.

Mas não me arrependi, eu acho. Eu simplesmente não conseguia ficar parada assistindo Kouchi-senpai dizer que alguém achar um mangá interessante ou não era puramente subjetivo. Se o que ela disse fosse verdade, qualquer um poderia ser um especialista. Embora minha arte não fosse algo que eu tivesse vergonha de mostrar às pessoas, como desenhei os posters há um tempo atrás, os mangás que desenhei eram simplesmente chatos. Eu queria desenhar algo mais interessante, muito, muito mais interessante. Se eu não tivesse encontrado Cinzas ao Crepúsculo, ainda teria acreditado ser capaz disso. Para Kouchi-senpai dizer que era inútil se esforçar para melhorar o seu trabalho, era como se ela estivesse descrevendo esforçar-se como dar um tiro no escuro. Ela disse que sem um objetivo ou meta claro, não importa o quanto você tenha progredido, ainda assim não faria muita diferença. Não importa como você polisse as suas habilidades, isso ainda não mudaria nada. Se eu tivesse aceitado essas palavras, por que ainda estaria pensando que minha arte não é boa o suficiente?

...Mesmo assim, eu não dei a ela esses contra-argumentos ontem, pois pensei que mostrar a ela uma cópia de Cinzas ao Crepúsculo seria bom o suficiente. Mas não considerei se ela ficaria convencida disso, ou o que quer que seus seguidores pudessem dizer depois.

Heh, eu sou tão idiota.

…Estou com vontade de ver o Fuku-chan. Ele provavelmente está envolvido em algum evento como um idiota em algum lugar. Eu também queria investigar o incidente do "Juumoji" com ele. Eu me pergunto se ele me convidaria. Como resultado desses pensamentos, ainda não havia retornado ao Clube de Mangá.

— Ibara.

Uma voz me chamou, então eu me virei para ver quem era.

— Me desculpe por você ter que passar por tudo isso.

Era a presidente Yuasa, dando um preocupado, porém gentil sorriso, com suas bochechas fofas e pálpebras duplas.

Eu rapidamente balancei a minha cabeça.

— Por que você está se desculpando? Você não fez nada de errado, presidente.

— Bom, é porque eu fiquei quieta esse tempo todo. Eu queria ficar ao seu lado.

...Para vir até o andar do corredor de conexão para me dizer isso, eu me pergunto o que minha mente estava pensando então?

Mas tudo bem. Não é como se eu quisesse alguém do meu lado. E se ela realmente me defendesse, isso só pioraria meu conflito com Kouchi-senpai e causaria turbulência dentro do Clube de Mangá. Isso não seria bom. Então está tudo bem.

— Não foi aquilo que a Ayako quis dizer — a presidente Yuasa disse, enquanto de pé.

Enquanto eu me perguntava quem era Ayako, eu percebi que ela estava falando sobre a Kouchi-senpai, cujo nome completo era Kouchi Ayako.

— O que você quer dizer com "não foi aquilo que ela quis dizer"? Você fala sobre quando ela disse que deveríamos ficar calados sobre coisas das quais não temos conhecimento?

— Não, isso não. Eu falo sobre a sua discussão com ela ontem.

Era um tópico que eu não queria falar sobre.

Eu respirei fundo e disse: "Você fala de ela falando que um mangá ser bom ou não depende só da bússola de aceitação do leitor?"

A presidente concordou suavemente. Ela estava tentando me consolar? Se estivesse, não estava fazendo um bom trabalho com isso.

Eu dei a ela um sorriso frouxo e perguntei: "Como você pode saber que ela não quis dizer isso?"

— Bem… é porque a Ayako e eu somos boas amigas.

— Só por isso?

— Ayako e Haruna são boas amigas também.

A Presidente Yuasa sorriu gentilmente, como se eu já fosse entender. Eu provavelmente estava parecendo estupefata como uma idiota agora. Quem é Haruna? Ela com certeza não estava se referindo a Kouchi-senpai, e esse também não era o nome da Presidente Yuasa. Não conseguia me lembrar de ninguém que conhecesse com esse nome. Depois de uma pausa estranha, decidi perguntar.

— Quem é essa?

— Quem é quem?

— Essa Haruna.

Dessa vez, foi a presidente quem estava perplexa. A maneira como ela inclinou a cabeça me lembrou um pouco da Chi-chan.

— Ué? Mas Ibara, eu achei que você tinha lido o trabalho dela.

Que trabalho? Percebendo que eu ainda não fazia ideia, ela continuou.

— Você sabe, Cinzas ao Crepúsculo?

Ao ouvir o nome do título que nunca pensei que seria mencionado durante esta conversa, respondi com as costas erguidas.

— Sim…

— Haruna foi a autora. Anjou Haruna. Ela não colocou seu nome lá?

Hã?

Eu certamente teria me lembrado de quem foi o autor de Cinzas ao Crepúsculo. Mas, como devo dizer isso? Definitivamente não era "Anjou Haruna". O nome do autor daquele doujinshi era um nome que soava bastante obscuro, do qual eu certamente me lembrava.

— Pelo que eu me lembro, é de alguém chamado Anshinin.

— Anshinin?

'Ashin' como em 'paz mental' e 'In' como em 'salão'.

A presidente Yuasa pareceu um pouco surpresa, mas lentamente balançou a sua cabeça.

— Ela deve ter usado um pseudônimo então. Mas eu sei que a história foi escrita por Haruna. Não tenho ideia de quem desenhou a arte, embora Haruna deva saber.

Eu consegui aprender mais um pouco sobre a autora do mangá que eu admiro em uma ocasião estranha.

Mesmo sabendo que o roteirista e o desenhista eram pessoas diferentes, por um momento, eu esqueci que estava cabisbaixa e perguntei: "De que classe é essa pessoa?"

— Ah, a Haruna não está mais aqui. Ela se transferiu.

— E-Entendo…

Eu tentei digerir o que a presidente acabou de me dizer… não tinha caído a ficha ainda, então eu suspirei suavemente.

— Presidente, o que você quis dizer quando disse que Anjou Haruna era amiga de Kouchi-senpai?  E como você percebeu que Kouchi-senpai não quis dizer aquilo?

A presidente encarou o chão e ficou em silêncio.

Será que ela está sendo bastante cautelosa com suas palavras? Enquanto eu ponderava sobre tal questão, ela levantou lentamente a cabeça.

— Se você tivesse falado com Haruna, você também poderia entender. Eu sei que esta não é uma resposta boa o suficiente para você, mas sinto muito, Ibara. Embora eu saiba a resposta, não posso te dizer.

— Porque Ayako é a minha amiga.

Seus grandes olhos com pálpebras duplas pareciam solitários enquanto ela explicava. Não posso te contar, porque ela é minha amiga. Se ela tivesse me contado, ela poderia sentir que estava falando mal de Kouchi-senpai... além de revelar os segredos de Kouchi-senpai.

De qualquer forma, como ela não poderia me contar, eu não entenderia. E agora, percebi que não estava indo a lugar nenhum pensando em algo que não entendo. Eu lentamente balancei minha cabeça.

Sinto vontade de ficar sozinha. Independentemente de se Kouchi-senpai realmente quis dizer aquilo, eu só queria aproveitar a brisa.

— Deixe-me pegar um ar antes de voltar.

— Ibara…

— Vou estar de volta em instantes — eu disse de novo, insistindo.

Então, por favor, me deixe sozinha.

 

HOUTAROU OREKI

 

FALTA POUCO PARA AS CINCO HORAS.

Embora todos tivessem retornado pouco antes do toque final do sino da escola, por algum motivo, o clima parecia estranho. Satoshi estava estranhamente carrancudo pela primeira vez. Em contraste, Chitanda parecia satisfeita. Ibara parecia completamente deprimida. Como ela provavelmente não deseja que ninguém fale com ela, decidi ignorá-la por enquanto.

— Nós fomos enganados, Houtarou — enquanto Satoshi falava, ele de repente olhou para meu rosto e perguntou intrigado — o que aconteceu com seu olho?

Ainda está vermelho?

[que issss oreki tava puxando um fininho]

— Ah, meu olho foi atingido por um coração.

— Quê?

— Como eu disse, meu olho foi atingido por um coração.

Satoshi pareceu perplexo, mas logo recuperou a sua compostura.

— De qualquer forma, nós fomos completamente enganados. Uma vela foi roubada do Clube de Mágica.

— Isso não é uma boa notícia? — eu disse, sinceramente — Não seria bom se o 'Juumonji' fosse pego antes que ele chegasse no Clube dos Clássicos, né?

— É, eu acho — Satoshi concordou de má vontade.

 Ao ouvir sua história, parecia que ele esperava pegar "Juumoji" em flagrante. Primeiramente, nenhum dos itens de A a KA foi roubado durante os eventos. Em segundo lugar, "Juumoji" não seria tão estúpido a ponto de escolher um momento inconveniente como durante uma apresentação para realizar seus furtos. Ele simplesmente faria isso no momento de sua conveniência, independentemente de o evento estar em andamento ou não.

— Você poderia ter me dito isso antes — Satoshi reclamou.

Ei, não é como se eu soubesse o que você estava tentando fazer.

— Então? Você achou um bilhete do crime?

— Sim. Depois de procurar em volta, achamos ele empacotado junto com uma notícia do primeiro show de amanhã, às 10 da manhã. E, como sempre, uma cópia do Guia do Festival de Kanya.

— E vocês acharam isso no corredor?

— Sim.

Isso significa que o culpado pode ser qualquer um.

Enquanto isso, a bochecha da chitanda estava tremendo. Apesar de ela querer sorrir, ao ver Ibara parecendo depressiva, ela obviamente não podia sorrir. Eu decidi quebrar a tensão.

— Parece que você achou algo bom?

— Sim, achei! — disse Chitanda, concordando intensamente com a cabeça.

— Sério?

— As vinte cópias de Hyouka que eu dei a Irisu-san estão vendendo bem.

Eu acredito, já que é aquela Irisu. Embora seja algo para me alegrar, não consegui sorrir por algum motivo. Só espero que ela não encontre utilidade para mim desta vez.

— Então todas venderam?

— Não, ainda tem algumas cópias, mas provavelmente serão vendidas até amanhã.

Se elas foram todas vendidas, deveríamos enviar mais vinte cópias? Essa era a questão.

— E tem mais. A Edição Especial Mensal da Escola de Kami que foi lançada ontem às 4 da tarde mencionou o incidente 'Juumoji'. Ela incluía a sequência de gojuuon que o Oreki-san descobriu.

Eu me sinto um pouco envergonhado em ser creditado a tal dedução. Como eu mencionei a Ibara, qualquer pessoa poderia ter descoberto isso.

— Além disso, eles mencionaram o nome do Clube dos Clássicos! —  Chitanda continuou, enquanto colocava a mão diante do peito, como se estivesse orando — Bem aqui: E então, nossos queridos leitores, especula-se que 'Juumoji' cometerá seu crime final em algum momento entre meio-dia e 2 da tarde no Clube dos Clássicos ou no Clube de Miniatura (KOUSAKU BU).

— Clube de Miniatura? eu nem sabia que tínhamos esse clube.

— Nós temos, agora que você menciona — Satoshi concordou.

— Se ele for para aquele clube, todos os nossos planos serão arruinados.

— Sim, eu estou preocupado com isso também.

Chitanda gradualmente retirou sua expressão encantada ao dizer isso. Fiquei me perguntando por que ela estava tão feliz agora quando percebi que foi ela quem trouxe aquele jornal do Clube do Jornal para cá. Então ela ficou feliz por poder nos contar a novidade... Não, isso não está certo. Isso não era algo que a deixaria tão feliz, deve haver algo mais nisso. Mas eu não deveria me intrometer na mente dos outros, principalmente na de Chitanda Eru.

— Então, Houtarou, quantas cópias nós vendemos?

Ah, isso.

— Excluindo as cópias que nós damos a Irisu-senpai, seriam 16 cópias.

— Ei, estamos vendendo mais que ontem.

Sim, mas apenas ligeiramente. Embora pareça que tivemos um desempenho melhor em nossa promoção hoje através do torneio Fogo Selvagem do que no torneio de quiz de ontem. Então havia mais estudantes que decidiram vir para esse canto abandonado durante seu tempo livre. Precisaremos de toda a propaganda boca a boca que conseguirmos.

No final do segundo dia, a nossa esperança de esgotar os três quartos restantes depende da forma como o incidente "Juumoji" se desenrolar…

— Houtarou, o que é isso?

— Eu comprei do Clube de Confeitaria. Ainda não comi ainda, vocês podem pegar alguns se quiserem.

Quando eu disse isso, até a Ibara veio.

Os quatro de nós dividimos a bolsa de biscoitos. Enquanto mastigávamos, o sino da escola começou a tocar, sinalizando o final do segundo dia.

(141 CÓPIAS RESTANDO)

 


Este capítulo foi traduzido pela Mahou. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



Comentários