Hyouka Japonesa

Autor(a): Honobu Yonezawa


Volume 3

Capítulo 4: Mais uma tempestade

MAYAKA IBARA

 

EU ORIGINALMENTE QUERIA MANTER MINHA PERSONALIDADE LOW-PROFILE.

Eu definitivamente não esperava entrar em uma discussão com ninguém.

Tudo começou quando Kouchi-senpai disse a presidente Yuasa quando o fluxo de clientes começou a diminuir: "Bem, afinal foi um erro vender coisas tão simples. Ninguém vem. Mas não é tarde demais para mudarmos isso e revertermos a situação. Devíamos ter um pôster de personagem de anime lá fora. Já que somos todos tão livres de qualquer maneira, não levaríamos muito tempo para desenhar um."

Não acreditei que o motivo de haver tão poucos clientes fosse o que ela disse. A antologia estava vendendo muito bem. No entanto, era verdade que a barraca estava longe de ser animada, por mais que eu tentasse ver as coisas de maneira positiva. Eu não estava particularmente contra a ideia de desenhar um pôster de personagem de anime para atrair clientes; pelo menos é melhor do que vestir um cosplay sugestivo para atrair os meninos.

Mas o que eu não suportava era Kouchi-senpai tentando envolver a presidente em tudo isso, visto que ela agora estava cercada pelos seguidores de Kouchi-senpai. Parecia que ela estava sendo protestada. Embora a Presidente Yuasa apenas tenha sorrido calmamente, me perguntei como ela deveria ter se sentido.

— Você pode estar certa, mas isso foi o que todos decidimos fazer…

— Pode ter sido decidido, mas não por consentimento da maioria. Para começar, o que há com esta antologia, afinal? Uma revisão de uma centena de títulos de mangá parece tão tediosa, quem diabos vai ler isso? Deveríamos ter feito mais mangás paródicos.

Pensando bem, alguém sugeriu que todos no Clube de Mangá poderiam tentar fazer seu próprio mangá paródia. Neste momento, havia alguns deles alinhados ao redor das barracas. A razão pela qual eram tão poucos era principalmente porque ou não tinham confiança em expor seus trabalhos no Festival Cultural, ou não queriam acabar tendo prejuízo. Mas atribuir a culpa à presença de Zeamis era simplesmente absurdo.

Ao ser informada de que ninguém se daria ao trabalho de ler a antologia na qual trabalhei tanto, a atmosfera na sala tornou-se delicadamente tensa. Para começar, o grupo de Kouchi-senpai não cooperou totalmente na produção de Zeamis, como se estivessem empurrando o trabalho para outras pessoas. Mesmo alguém tão preguiçoso como Oreki ainda se preocupou em reservar um tempo para escrever o manuscrito, apesar de reclamar constantemente sobre o quão incômodo era, mas os seguidores de Kouchi-senpai estavam simplesmente relaxando. Mesmo agora, nenhum deles se ofereceu para ajudar a vendê-lo. Havia algumas pessoas no clube que achavam tal comportamento revoltante.

A única razão para que tais sentimentos não tenham explodido foi graças a Kouchi-senpai, que trabalhou sozinha em sua coluna relativamente interessante. Ela nem se gabou pelo fato de ter terminado o trabalho em um dia.

Estendendo seus braços de seu longo manto Taoísta, Kouchi-senpai cruzou os braços e olhou para cima, como se rezasse alguma verdade.

— Mesmo se assumirmos que não existe mangá chato, isso seria como ler um mangá interessante centenas de vezes. Qualquer um ficaria entediado fazendo isso. Simplesmente não há sentido nisso, certo? — ela disse, buscando a aprovação daqueles ao seu redor. Um coro de concordância quase inaudível pôde ser ouvido, murmurado por seus seguidores. Se você quer ser um maria vai com as outras, poderia pelo menos ser mais assertivo em suas declarações.

Mas dizer que não tem sentido, bem…

Alguns dos membros voltaram seu olhar para o estande de vendas onde eu estava sentada... Embora eu fosse de fato a única que discordava de Kouchi-senpai, eu teria preferido que eles não me olhassem assim.

Kouchi-senpai continuou.

— Além disso, não seria melhor usar um personagem de anime para chamar a atenção? Por que essa antologia sombria de todas as coisas tem que ser a peça central? Deveríamos ter algo mais chamativo.

Ela então voltou seu olhar para os outros membros além de seus próprios seguidores. Mesmo enquanto eu estava sentada em silêncio no estande de vendas, nossos olhares se encontraram.

Eu não sabia se era a minha imaginação, mas quando a Kouchi-senpai olhou pra mim, os cantos da sua boca estavam esticados.

Ela estava me provocando? Aquele sorriso agora foi uma provocação?

Fuku-chan confiaria em mim? O pensamento passou pela minha cabeça que ele não faria isso. Mas é verdade que durante todo esse tempo do Festival Cultural, eu me comportei dentro do Clube de Mangá, pois ainda tinha que cuidar da antologia do Clube dos Clássicos.

Mas eu estava no meu limite. Eu me perguntei por que acabei assim. Até eu fiquei surpresa com o quão fria parecia enquanto permanecia sentada e disse: "O que exatamente você quer dizer quando diz que tudo não tem sentido, senpai?"

Kouchi-senpai parecia esperar uma resposta minha. Virando-se de costas para a Presidente Yuasa, ela sorriu e disse: "Não tem sentido, independentemente de ser interessante ou não. Certamente você deveria entender o significado disso, não?"

— Entendo o significado de suas palavras, mas não entendo como você chegou a tal conclusão. Passei muito tempo trabalhando nesta antologia, e as outras também. Não estou pedindo reconhecimento pelo nosso trabalho árduo, mas se você vai declarar tudo isso sem sentido, então, por favor, pelo menos explique o motivo disso.

De um lado estava Kouchi-senpai parecendo bastante composta, enquanto eu, por outro lado, provavelmente parecia mal humorada. Eu provavelmente pareceria uma idiota para alguém de fora. Com um sorriso zombeteiro, Kouchi-senpai deu um passo em minha direção.

— Sim, talvez eu tenha me enganado ao dizer que não tinha sentido. Desculpe por isso, Ibara, eu estava tentando dizer que era muito assertivamente prejudicial.

— Independentemente do que seja, eu ainda quero ouvir o porquê de você achar isso.

— Sabe, eu estive pensando — como se demonstrasse para os que estavam à sua volta, ela balançou seus braços. — Nem todo mangá acaba como um clássico. Só porque você gosta de um título, isso não o torna um clássico. 999 pessoas de 1.000 podem ter decidido que era uma porcaria. Mesmo assim, você desconsideraria tal consenso e promoveria sua própria versão distorcida? Isso é o que eu chamo de prejudicial.

Por um tempo hesitei em como responder. Um membro que estava ao meu lado atacou.

— Como você pode ter tanta certeza de que é distorcida?

Embora eu entendesse o sentimento dela, não era o momento certo para ela intervir. No entanto, Kouchi-senpai apenas olhou para ela e a ignorou. Ela poderia facilmente ter rebatido a acusação de que a antologia era distorcida ou não, dando uma definição do que significa a palavra "distorção". Ainda assim, ela não escolheu fazer isso.

Isso significa que ela não queria que a discussão fosse tão ambígua. Eu engoli em seco e disse: "Deixe-me esclarecer isso. Você está tentando dizer que eu fui subjetiva?"

— Sim.

— Então você acha problemático o ponto de vista de que "Subjetivamente, qualquer mangá pode ser um clássico, e não faz sentido chamar um mangá de 'ruim'?"

— Sim, isso é o que eu quero dizer — Kouchi-senpai disse, acenando satisfatoriamente com a cabeça.

— Mas-

Quando eu estava prestes a responder, notei a mão de alguém se movendo. Antes de mim, a pilha de cópias de Zeamis estava sendo removida pela Presidente Yuasa, o que não me incomodou.

Tinha uma falha decisiva no argumento de Kouchi-senpai, mas me pergunto se ela já percebeu isso? Embora me sentisse desconfortável, tentei manter uma voz calma e continuei.

— Nesse caso, não seria também prejudicial pensar que "subjetivamente, qualquer mangá pode ser uma porcaria e, portanto, não faz sentido chamar um mangá de 'bom'?

Dessa forma, não havia como ela concordar com isso. Mas se ela discordar, ela terá que reformular seu argumento. Apesar de ser confrontado com tal contradição, Kouchi-senpai deu um sorriso profundo e disse: "Sim".

— Quê?

Por um momento, fiquei sem palavras. Até seus seguidores murmuraram. Foi tão confuso quanto cair do nada. Ninguém conseguia entender o que ela estava pensando quando deu tal resposta.

Aproveitando minha hesitação, Kouchi-sempai falou alegremente.

— Mas é verdade, não é? Já que até você mesma pensou nisso. Só porque um mangá é chamado de chato não significa que o mangá em si seja chato. Significa simplesmente que a  tolerância da pessoa está bastante baixa para o título. Então, para aqueles covardes que não querem se expressar claramente, diriam "Este mangá não combina comigo" em vez de apenas chamar isso de chato. Então é a mesma coisa. Só porque um mangá é chamado de interessante não significa que o trabalho em si seja interessante. Significa apenas que a pessoa tem uma alta tolerância para os aspectos interessantes do título. Estou certa?

Por algum tempo, sempre achei Kouchi-sempai um tanto imprudente. Mesmo que ela tenha muitos admiradores como membro principal do Clube de Mangá, acabei desprezando essas pessoas. É prejudicial pensar que "subjetivamente, qualquer mangá pode ser uma porcaria e, portanto, não faz sentido chamar um mangá de 'bom'?" Neste momento, sinto que sei por que me senti assim. Kouchi Ayako-senpai era exatamente essa pessoa.

Eu não posso perder pra ela… simplesmente não posso perder.

No início, eu estava apenas criticando-a por chamar de sem sentido a antologia em que havíamos trabalhado tanto. Mas agora tornou-se mais do que isso, ela estava rindo da própria base das minhas crenças. Eu não era do tipo que simplesmente ria e engolia. A vontade de revidar cresceu dentro de mim, lambi os lábios e retruquei.

— Então você está basicamente dizendo que não existem mangás que são chamados de clássicos ou obras-primas? Outras formas de mídia, como música, arte e romances têm o que você chama de clássico. Você está dizendo que mesmo esses também não existem? ou você está dizendo que isso só se aplica ao mangá?

Eu, juntamente com muitos membros do Clube de Mangá, não acreditam que, como meio de expressão, existam falhas nos mangás que não possam ser corrigidas.

Nem mesmo a Kouchi-senpai poderia dizer que só porque uma produção é um mangá, ela não pode ser um clássico.

E ela, de fato, não disse algo assim.

— Eu nunca disse que não existe algo como um mangá masterpiece.

— Mas não era o que você estava dizendo? Que uma obra é bobagem não importa como você olhe pra ela.

— Sim, era.

Ela retirou seu sorriso zombeteiro e disse.

— Mas obras primas existem. Depois de anos sendo examinados pela crítica e passando pelo teste do tempo, apenas as obras que contêm o maior fator comum permanecem. São o que chamamos de 'masterpiece'. Se não o maior fator comum, então os trabalhos que recebem maior aceitação, que é basicamente a mesma coisa. Então vou dizer o seguinte: é uma tolice o Clube de Mangá fazer algo como revisar mangás, onde apenas decidimos se esse trabalho é ótimo ou se aquele trabalho é uma porcaria. Deveríamos cortar isso e nos contentar em aproveitar o que lemos. Então-

Antes que eu pudesse pensar, respondi.

— Você não reconhece a existência dos gênios que deram origem a tais obras-primas? Você não reconhece que as obras dessas pessoas são maravilhosas e merecem ser transmitidas de geração em geração?

— Não seja tão prolixa, Ibara, claro que não. É por isso que tudo isso faz parte da sua opinião subjetiva. Já disse que obras-primas são aquelas que resistem ao teste do tempo.

O olhar de Kouchi-senpai estava mais afiado do que há pouco. O meu também. Eu me senti respirando pesadamente.

Senti que agora era a hora de usar o meu trunfo.

Os tesouros que possuo são algo que teria que ser mostrado a ela para repudiá-la. Se eu não a repudiasse, teria que repudiar meus tesouros. Embora eu estivesse relutante em fazer isso, não tive escolha. Então eu disse lentamente: "Você está errada".

— Sobre o que?

— Isso não tem nada a ver com a opinião subjetiva de alguém. Você diz coisas tão escandalosas apenas porque nunca passou pelo que eu senti. Há uma pessoa cujo mangá é tão incrível que ainda não conheci alguém que não pense assim.

— Oh, agora você está se vangloriando.

Kouchi-senpai falou com um tom sombrio enquanto vestia sua roupa de Jiangshi. Sem me sentir intimidada, continuei.

— Com base no que você disse, até mesmo o mangá que eu desenhei estaria no mesmo nível de todos os outros mangás por aí. Mas isso não é verdade. O que estou dizendo é que não há como você conseguir dizer que meu mangá poderia se alinhar ao mangá dessa pessoa. Esse trabalho é algo que nunca poderia ser eliminado com o tempo. Então me diga, senpai. Você já leu um mangá chamado Cinzas ao Crepúsculo, que foi vendido no festival do ano passado?

Quando percebi, Kouchi-senpai havia perdido seu comportamento calmo habitual. Com uma expressão como se estivesse tentando me estrangular, ela respondeu brevemente.

— Não…

— Nesse caso…

Se não funcionar, então não há como evitar. Se ela não reconhecer meu tesouro, terei apenas que hastear a bandeira branca.

— Eu vou trazê-lo amanhã. Se você se sentir da mesma maneira depois de lê-lo, eu não terei nada mais a te dizer.

Ufa, eu suspirei. Para que a verdade fosse dita, tal resultado era inevitável. Como resultado, suspirei novamente, pois isso significava que perdi a chance de pedir ao Clube de Mangá para ajudar a vender Hyouka.

Foi quando eu percebi e disse "O que está acontecendo aqui?"

A sala ficou subitamente cheia de gente. Há um tempo atrás só havia membros do Clube de Mangá, e agora a sala estava cheia de clientes. Hã? Por quê? Quando eles entraram? Será que eles estavam nos observando discutir todo esse tempo?

Ao olhar para os clientes, todos eles evitaram meu olhar e, como se pedissem desculpas, começaram a fazer fila para comprar exemplares de Zeamis. Cada pilha continha dez cópias. Já vi duas pilhas de cópias de Zeamis sendo vendidas e a Presidente Yuasa trazendo uma nova pilha para substituí-las.

Err, eu…

Respirando fundo, eu coloquei um sorriso no rosto e falei "Bem-vindo"

Os transeuntes que estavam olhando para mim rapidamente viraram as costas. Talvez eu tenha falado em tom áspero e talvez eles pensassem que eu era perigosa? Se não funcionar, então não há como evitar. Se ela não reconhecer meu tesouro, terei apenas que hastear a bandeira branca. Se isso fosse um mangá, então veias já teriam aparecido na minha testa.

 

ERU CHITANDA


Agora apresentando....

A batalha de donzelas!

No debate de teoria de mangás

(O Fantasma vs. A hermafrodita)


EU ME PERGUNTO SOBRE O QUE É ESSE POSTER? Estava escrito em letras grandes e chamativas.

Quando estava de passagem, decidi passar pelo Clube de Mangá e fazer uma visita a Mayaka-san, mas acabei me distraindo com um pôster estranho lá fora.

Esta Batalha das Donzelas está acontecendo agora? Quando eu estava prestes a dar uma olhada lá dentro, uma estudante saiu da porta. Eu reconheci aquela pessoa; era a presidente do Clube de Mangá, Yuasa Naoko-san.

— Hm, o que é isso? — eu perguntei, apontando para o poster.

Yuasa-san deu um sorriso gentil enquanto começava a rasgar lentamente o pôster, ela então se virou para mim perplexa e respondeu.

— Oh, acabamos de terminar isso. Faremos outro às 13h de amanhã, então por favor venha nos visitar novamente. O Clube de Mangá deseja a você um bom dia hoje.

Entendo. Hmm.… O Clube de Clássicos deseja um bom dia pra você também.

 

HOUTAROU OREKI

 

O PONTEIRO DO RELÓGIO MOSTRA QUE EM BREVE SE aproximará das cinco. O primeiro dia estava chegando ao fim.

Os membros do Clube dos Clássicos que estavam espalhados pelo campus estavam agora reunidos de volta na sala de geologia. Embora Chitanda e Satoshi tenham aparecido muitas vezes durante o dia, esta foi a primeira vez que Ibara mostrou seu rosto aqui desde esta manhã.

Como eu tinha muito tempo livre, aproveitei para embalar as cópias extras de Hyouka nas caixas e mantê-las escondidas à vista. Afinal, como responsável pela administração da barraca, não seria legal se os clientes nos vissem lutando com nossas vendas.

— Bem, o que você acha? Minha propaganda funcionou um pouco, não funcionou? — Satoshi perguntou.

Como eu não sou tão otimista quanto ele, eu respondi indiferentemente: "Mais ou menos"

— Quê, sério?

Eu balancei a cabeça. Verdade seja dita, assim que Satoshi fez seu discurso, alguns clientes apareceram. Como discurso de vendas, parecia meio estúpido. Não sei que tipo de diversão ele teve naquela competição, mas seu esforço certamente ajudou a dar um empurrãozinho em nossas vendas.

Satoshi fez uma pose vitoriosa.

— Tudo bem! Faremos o nosso melhor amanhã também. Estaremos participando do torneio de culinária do Clube de Cozinha amanhã de manhã.

Ibara perguntou indiferente à expressão alegre de Satoshi.

— Aquele em que você precisa de três pessoas para formar uma equipe?

— Hã?

O sorriso de Satoshi endureceu.

— Três pessoas? Sério? — ele disse, enquanto pegava o panfleto.

Afinal, não é bom que alguém da Comissão Geral não saiba do que se trata os acontecimentos.

Enquanto isso, Chitanda pareceu meio desanimada.

— Me desculpem, eu… eu fiz o meu melhor…

— Não se preocupe com isso.

Para ser sincero, eu não esperava muito dela. Não de uma forma que tinha nenhuma expectativa em relação às suas habilidades… tinha mais a ver com não termos nenhuma expectativa de que receberíamos permissão especial para fazer alterações em um evento que já havia sido decidido. Ao olhar para o chão, ela parecia ter pensado em algo e olhou para cima.

— Ah, mas eu encontrei algo curioso.

Senti-me estremecer à menção daquela palavra. Sempre que esta senhorita diz "Estou muito curiosa sobre isso", significa que as coisas não podem voltar a ser como eram. Para alguém com uma curiosidade tão ardente, é impossível não saciar Chitanda em sua busca por respostas.

Cada vez que ela dizia "Estou muito curiosa sobre isso", ela me deu... quero dizer, nós, muita comoção... Essas memórias começaram a piscar na minha cabeça.

No entanto, esta simplesmente não era a hora do dia para ela fazer isso. Depois que ela começasse, seria impossível suprimir sua curiosidade, mas isso não significava que Chitanda se permitiria correr violentamente. Ela não é do tipo que sai impetuosamente em busca de respostas sob a bandeira da curiosidade. Da mesma forma, se houvesse outras coisas que precisassem ser feitas, ela não priorizaria sua curiosidade sobre elas.

Como se percebesse o quão perigosa ela poderia se tornar, ela voltou seu olhar para a caixa contendo as cópias "Hyouka".

— Ah, nada. Não é tão curioso assim.

Que alívio.

Finalmente, havia Ibara, que parecia bastante carrancuda. Embora ela geralmente seja assim, mesmo que ela mesma não admita, ela sempre parecia querer dizer o que estava pensando, mas depois desistia de fazê-lo. Apesar de ela não fazer nenhum som, seus lábios se moviam como se murmurassem para si mesma. Eu não pude deixar de notar isso.

— Ibara, aconteceu alguma coisa no Clube de Mangá? — eu decidi perguntar.

— Nada.

Ela retrucou, parecendo irritada. Eu disse algo errado? Ela não parecia muito zangada porque seu rosto não estava vermelho.

— Então, Houtarou, quantas cópias nós vendemos?

— Treze — eu disse, me espreguiçando na cadeira. 

Esta foi a melhor resposta que consegui encontrar. Se tivéssemos impresso vinte e quatro exemplares como pretendíamos, tal número teria sido impressionante para uma venda no primeiro dia. De qualquer forma, a verdadeira batalha começa no terceiro dia, sábado.

Embora eu não tenha mencionado isso, já que não queria sofrer com o sarcasmo de Ibara, e Satoshi teria feito uma cara alegre e dito "Sério?"

Faltam dois dias... Não é como se estivéssemos tentando reunir todo o apoio que podíamos conseguir. Como se pudéssemos esperar que algo explosivo acontecesse de qualquer maneira. Agora não era hora de esperarmos milagres.

Quando o sinal tocou, o primeiro dia do Festival Cultural da Escola Secundária Kamiyama chegou ao fim.

(177 CÓPIAS RESTANTES)

 


Este capítulo foi traduzido pela Mahou. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



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