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CAPÍTULO 29: YENICA FAILOVER (4)
EMPREGADA SÊNIOR BELLE MAIA É CONHECIDA POR SER EXTREMAMENTE ORGANIZADA E METICULOSA no trabalho, mesmo entre as empregadas do prestigiado edifício Ophelis.
Por isso, com o título "Sênior" à frente do seu nome, ela pode ser encarregada de treinar ou repreender novas empregadas.
Há rumores de que Ellis, atualmente a governanta-chefe e gerente geral do edifício Ophelis, está pensando em se demitir.
Com isso, toda a atenção do salão de Ophelis naturalmente se voltou para quem seria a próxima governanta, e uma das fortes candidatas era Belle Maia. É uma conclusão óbvia.
— Lady Yenika.
De fato, Belle já é tratada como alguém de status superior entre as empregadas do edifício Ophelis, mas, apesar disso, ela não faz distinção entre trabalhos nobres e tarefas inferiores.
Começando pelas tarefas sujas e mundanas, ela está na linha de frente e cuida de tudo, desde as tarefas das empregadas subalternas até as dos atendentes em tempo integral.
O mesmo acontece quando ajuda os estudantes a se arrumarem. Tradicionalmente, empregadas sêniores raramente se envolvem diretamente, mas Belle arregaça as mangas sem hesitar.
Enquanto penteava o cabelo de Yenika em frente ao espelho, Belle levantou um assunto de maneira casual.
— Da última vez que estive na floresta, visitei o acampamento do Mestre Ed e vi algo surpreendente.
— Hã? Ah... Você quer dizer a cabana?
— Como você sabe disso?
Ao ouvir essas palavras, Yenika deu um pequeno sobressalto, depois balançou a cabeça enquanto enrolava as pontas do cabelo.
— Eu a vi enquanto passava por lá.
— Entendo. De qualquer forma... Dizem que ele mesmo a construiu, e fiquei bastante surpresa que fosse melhor e mais bem estruturada do que eu esperava. Não sabia que ele tinha talento para isso.
— É mesmo?
— Fiquei com vontade de entrar lá, mas me contive para não parecer inadequada. Ainda assim, gostaria de dar uma olhada e verificar se é resistente.
— Belle também pensa assim?
— É claro, afinal, também sou humana. Isso é "natural".
Belle é impecável como empregada. Ela realmente sabe como servir e não se contenta apenas em limpar ou realizar tarefas com eficiência.
A verdadeira qualidade de um bom funcionário é saber fazer o máximo pelo empregador sem ultrapassar limites.
— Se alguém passasse por uma cabana como aquela, não ficaria curioso para saber quem a construiu, como foi feita e como é por dentro? Isso é um fenômeno muito natural.
Curiosamente, o tom de Belle, ao enfatizar as palavras "óbvio" e "natural", claramente carrega intenções ocultas. Ela está incentivando Yenika a ir ao acampamento, conversar com Ed e discutir a cabana.
É claro que às vezes pode-se suspeitar da bondade dos outros ou tentar adivinhar suas reais intenções... Mas não há como esse tipo de pensamento sombrio ter espaço na mente de Yenika. Ela apenas acenou com a cabeça.
— Sim, entendo. Está certo. É natural. Qualquer um que veja algo assim ficaria curioso.
Com uma expressão séria, ela simplesmente aceitou.
Belle suspirou internamente enquanto trançava o cabelo de Yenika. Nutrir um amor é um fenômeno muito natural para uma garota da idade dela, mas Yenika é tão desajeitada que até as coisas que não dão certo ficam ainda mais complicadas.
É claro que se intrometer mais do que isso seria desviar do assunto, então tudo o que Belle podia fazer agora era aparar o cabelo de Yenika da maneira mais caprichada possível.
Colocando mais cuidado em seus movimentos naquele dia, Belle penteava silenciosamente a parte de trás da cabeça de Yenika.
A entrada para a floresta do norte permanecia igual. As plantas verdes, que acolhem todas as pessoas de maneira igual, estendiam suas copas como se estivessem convidando para entrar.
Mesmo com o sol se pondo, a cena na entrada não era sombria, mas acolhedora. Isso porque esse lugar era como um quintal para Yenika.
A floresta do norte é um refúgio para onde Yenika vai sempre que precisa respirar um pouco.
Ela adora, especialmente, sentar-se encostada na árvore guardiã de Merilda, ler um livro, sentir o ar fresco e ouvir o farfalhar das folhas. Isso a faz lembrar de quando se sentava em uma colina perto de sua cidade natal, sentindo o vento.
Por isso, Yenika visitava essa floresta sempre que sentia saudade de casa.
No entanto, ultimamente, ela não tem ido tanto à floresta do norte.
Era constrangedor admitir o motivo diretamente, mas era porque havia uma grande chance de encontrar alguém que vivia naquela floresta.
No início, era provavelmente apenas curiosidade.
Merilda, o espírito do vento da floresta, frequentemente assume a forma de um pequeno lobo e, sempre que pode, sai da floresta para visitar Yenika e conversar.
Tarde da noite, sentadas junto à janela sob o luar, Yenika e Merilda conversavam. Terminar o dia assim havia se tornado uma rotina natural para Yenika.
Ed Rothstaylor, de quem Merilda falava, era muito diferente dos rumores. Segundo ela, era como observar um animal selvagem na floresta, tentando desesperadamente sobreviver, mesmo em situações difíceis.
Quando Merilda descrevia situações como Ed ficando com dor de estômago ao comer casca de árvore, tentando construir um abrigo de madeira que acabava desabando, ou derrubando toda a lenha ao tentar cortá-la, Yenika não conseguia segurar o riso.
Ainda assim, quando ouvia histórias sobre como Ed, pela primeira vez, pescou e cozinhou um peixe com uma vara que ele mesmo fabricou, construiu um varal robusto e útil ou caçou com sucesso usando um arco que ele havia feito, Yenika não conseguia deixar de sorrir com orgulho.
Yenika gostava de sentar-se junto à janela e ouvir as histórias de Merilda.
Isso a fazia lembrar de seus pais acariciando sua cabeça enquanto liam contos de fadas para ela quando era pequena. Depois de crescer, sentiu vergonha de pedir algo assim.
Então, sem perceber, ela sempre terminava seu dia ouvindo as histórias de Ed.
— Uhm...
Yenika batia os pés enquanto perambulava pela entrada da floresta do norte. Ela sabia o quão lamentável sua situação parecia.
O incidente com Glaskan foi o gatilho direto? Talvez, mas parecia que os sinais já estavam lá antes disso.
Não era nada de especial.
O amor é como uma chuva leve: quando você se dá conta, já está completamente molhado.
Para começar, a descrição de Merilda era exageradamente detalhada.
Enquanto ela explicava em detalhes como eram os músculos sem camisa de Ed, o formato de seus bíceps e o contorno dos seus abdominais que começavam a se definir, a inocente Yenika não conseguia evitar sentir o sangue subir à cabeça.
Quando o encontrou por acaso na sala de estar, seus olhos ficavam presos nos tendões perto da clavícula e nas veias no dorso de sua mão. Ela nem conseguia olhá-lo direito.
Depois de sair correndo como se fugisse, acabou com o nariz sangrando, o que preocupou até sua melhor amiga, Anise. Clara também ficou tão preocupada que começou a suar frio, embora o sangramento não fosse tão grave. Foi uma reação exagerada para alguém como Clara.
— O que eu estou fazendo, afinal...?
Quando percebe, Yenika se vê pensando em Ed sempre que tem um momento livre e se pergunta se existe alguém mais tolo que ela no mundo. Ela batia os pés, frustrada com sua própria aparência frívola.
Ed Rothstaylor foi excomungado por sua família. Apesar de ainda ser chamado de Ed Rothstaylor por hábito, ele já havia sido rebaixado ao status de plebeu, vivendo apenas com o nome "Ed".
Em outras palavras, já não havia uma diferença significativa de status entre ele e Yenika. Embora isso possa parecer algo relevante, Yenika acabava tendo devaneios estranhos sem motivo.
Por exemplo, ela se imaginava trabalhando com Ed na fazenda de sua cidade natal, que estava com poucos trabalhadores, ou fazendo pesquisas juntos em algum lugar como a Sociedade de Magia da Região Leste, ou ainda ficando na escola e completando trabalhos como professores. Esses pensamentos a faziam chutar o cobertor de tanta vergonha.
Ela nunca tinha percebido que era uma pessoa tão iludida. O sentimento de autodestruição que vinha com o tempo era um bônus.
— Até quando vou continuar assim? Ed pode achar que sou estranha também...
Embora a reputação de Ed tivesse melhorado um pouco, ainda não era das melhores.
Ed estava ciente disso, então não achava o comportamento de Yenika estranho quando ela o evitava. Mas, do ponto de vista dela, era um problema à parte.
Olhando objetivamente, era rude evitar alguém tão abertamente. Independentemente de sentimentos românticos, isso era uma questão de etiqueta, e ela não podia continuar agindo assim.
Determinada, Yenika assentiu e foi em direção ao acampamento onde Ed deveria estar.
✧✦✧
[Nome: Ed Rothstaylor]
Gênero: Masculino Idade: 17Ano: 2º Raça: Humano Conquistas: Nenhuma
VIT: 8 INT: 7 DEX: 10 STR: 9 LCK: 6
Detalhes de habilidades de combate >>
Detalhes de habilidades mágicas >>
Detalhes de habilidades de vida >>
Detalhes de alquimia >>
Finalmente, minha habilidade de talento atingiu 10.
A partir deste ponto, minhas habilidades se tornaram completamente especializadas em destreza.
Quando o atributo de talento chega a 10, a maestria em habilidades de produção aumenta, e, se certas condições forem atendidas, habilidades avançadas de produção podem ser adquiridas:
"Infusão Espiritual", que permite incorporar o poder dos espíritos em produtos fabricados.
"Engenharia Mágica", que permite criar vários itens mágicos.
"Encantamento", que adiciona diversos efeitos a produtos comuns.
"Alma do Artesão", que dá maior poder ao lutar usando produtos próprios.
"Olho do Farmacêutico", que combina habilmente reagentes e ervas.
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Se as condições forem atendidas, essas habilidades podem ser usadas de várias formas, combinando-as com habilidades de combate, magia ou alquimia.
Por enquanto, a única habilidade avançada de produção que eu poderia realisticamente adquirir era "Infusão Espiritual", mas, com esforço, eu poderia utilizar diversas outras habilidades avançadas no futuro.
À medida que meu progresso ganhava ritmo e a construção da cabana avançava, o senso de realização aumentava, tornando mais coisas possíveis e dando-me mais energia.
Isso é um ciclo virtuoso e eu estava pensando em maneiras de preencher a cabana com mais itens.
O mais urgente era a porta. Eu havia comprado dobradiças e as prendido em uma tábua improvisada, mas a estrutura não era muito resistente. Para começar, as especificações não eram ideais, e o vento entrava pelas frestas. Enquanto pensava em como resolver esse problema, eu estava cortando madeira no terreno em frente à cabana.
— A-Ah! Oi! Ed!
Uma voz meio desafinada chamou minha atenção. Ao me virar, era Yenika. Por algum motivo, ela havia vindo ao acampamento.
Diferente do uniforme impecável que usava durante o semestre, ela estava de férias e vestia uma saia azul-marinho confortável e uma blusa branca larga.
O chapéu e o xale pareciam bem quentes, provavelmente usados para evitar que sua pele fosse queimada pelo sol. Foi uma escolha sensata. Mesmo à primeira vista, a pele pura e alva de Yenika parecia muito sensível à luz solar. Embora o pôr do sol já estivesse em curso e a luz não fosse tão forte, não havia motivo para baixar a guarda.
Por outro lado, eu estava serrando madeira na bancada com braços e pernas cobertos de pó, e essa aparência envolvente criava um contraste curioso com Yenika.
— Ah, olá, Yenika. O que te traz por aqui? — cumprimentei naturalmente. Fiquei um pouco surpreso, afinal, ela vinha me evitando ultimamente. Só podia imaginar que tivesse algum motivo específico para vir ao acampamento por conta própria.
— Não é nada demais! — respondeu Yenika, iniciando a conversa com um tom curiosamente acelerado.
— Eu estava passando! Só indo ver a Merilda! E tem a cabana! Eu vi ela! — explicou, como se estivesse com pressa, embora não houvesse motivo aparente.
— Quando você vê uma cabana assim, não fica curioso para saber quem a construiu, como foi feita e como é por dentro? Não é natural, né? É natural, né? hm?
— Bem... É natural, sim, eu acho.
— Então eu pensei que era óbvio e natural vir aqui, sabe? É, totalmente natural. A cabana está incrível, Ed.
Deixei a serra de lado na bancada e limpei as mãos.
— Hum. Eu a construí recentemente. Mas os espíritos não te contaram?
Yenika levou um susto com minha pergunta e, com um soluço, balbuciou enquanto balançava a cabeça.
— Eles contaram, mas só por alto? Tipo, só o suficiente para pensar que havia algo assim? Bem superficial? Quase nada? Foi só uma pista...? Além disso, eu não falo tanto assim com os espíritos. Sabe? Só ocasionalmente. Trocamos informações...? Por isso eu realmente não sei muito sobre como você vive. De verdade. Hm.
— Entendi. Bem, você pode entrar. Está bem resistente, então não é ruim. — Apontei para a cabana com orgulho. — Estou bem satisfeito com ela.
Yenika entrou na cabana com certa hesitação, tocando e observando cada detalhe.
Era uma construção simples de madeira, mas o fato de tê-la feito com minhas próprias mãos me deixava orgulhoso.
A noite começou a cair.
O som dos insetos era uma melodia tranquila. A lua aparecia lentamente no céu, seguida pelas estrelas que surgiam como pequenos grãos de sal.
Preparei um chá usando a caneca de madeira que comprei no centro de convivência e ervas que Belle havia me dado. Yenika aceitou a xícara com ambas as mãos, sentando-se em silêncio diante das chamas crepitantes.
Embora a cabana já estivesse construída, a lareira ainda não estava pronta. Acender uma fogueira dentro poderia ser um desastre; se a cabana pegasse fogo, todo meu esforço seria em vão.
Até que o interior fosse finalizado, ainda estávamos acampando ao ar livre. Mesmo assim, olhar para minha quase concluída cabana tornava a situação romântica.
— Você é incrível, Ed. A maioria das pessoas desistiria diante de uma situação dessas.
— Não acho que seja algo tão digno de elogios.
— Não, é mais do que suficiente para admirar.
O sentimento de estranheza entre nós desapareceu de repente. A paz de uma floresta tranquila à noite tinha uma energia misteriosa, que acalmava o espírito. E, com uma xícara de chá nas mãos, tudo ficava ainda melhor.
— Eu não acho que conseguiria fazer nada se estivesse na sua situação, Ed.
— Bem, você também... Não vai precisar sair do Salão Ophelis em breve...?
— Hum. Acho que vou acabar ficando no prédio Dex.
Os três principais dormitórios de Sylvanian: Ophelis, Loreil e Dex.
O prédio Dex era o mais antiquado, abrigando a maioria dos estudantes comuns. Suas instalações tinham quartos para 4, 8 ou até 10 pessoas, o que tornava difícil se adaptar após viver no Ophelis.
No entanto, como Yenika não vinha de uma família rica, talvez não fosse tão complicado para ela.
— E as mensalidades? Sua família pode pagar?
Yenika balançou a cabeça.
— Febry disse que me emprestaria. Vou pagar devagar depois que me formar.
Cloel era o nome da segunda filha do chanceler imperial.
No fim das contas, Yenika certamente conseguiria se formar e pagar sua dívida. Para Febry, era um investimento seguro. Ainda assim, parecia ser teimosia de Yenika escolher morar no prédio Dex. Embora os dormitórios do prédio Loreil fossem melhores, ela provavelmente achava injusto viver tão confortavelmente após ter causado um incidente tão grave.
— Eu devo muito a eles. Não sabia que todos fariam tanto por mim no comitê disciplinar, que até ajudariam com as mensalidades, e que até a princesa Penia e Lortel se envolveriam. Mesmo depois do meu erro, todos me consolaram. Eles... foram tão gentis. Eu não consigo expressar o quanto sou grata.
A maioria não entendia que o peso que Yenika carregava vinha de sua própria sinceridade avassaladora. No fim, os problemas de fundo ainda estavam longe de serem resolvidos.
O ciclo vicioso ainda não havia sido quebrado.
— Como... eu posso retribuir tudo isso?
— Se você não puder pagar, apenas deixe para lá.
Mesmo recebendo tantas expectativas e apoio, Yenika, no final, falhou.
O choque ainda não havia passado, mas novas dívidas continuavam a se acumular.
— Não é um pensamento antiquado achar que é obrigatório pagar todas as dívidas? Preciso realmente pagar só porque peguei emprestado?
— Uau, uau. Nunca tinha pensado por esse lado.
Há tantas formas de sair de dívidas no mundo. Quantas pessoas não vivem a vida inteira fugindo de cobranças?
Mas, para Yenika, esse tipo de pensamento era algo inimaginável, pertencente a um mundo totalmente desconhecido. Afinal, ela é esse tipo de pessoa.
— De qualquer forma, deve ser muito complicado. Logo você também precisará mudar de dormitório.
— Se eu for para o Salão Dex... As instalações não são tão boas, mas acho que vai ser divertido. Poder passar o dia inteiro com amigos tão legais. Estar no mesmo quarto desde cedo até a hora de dormir, contar piadas engraçadas, abraçar travesseiros antes de dormir, comer lanches noturnos juntos e conversar sobre várias coisas. Certo?
O Salão Ophelis tem um quarto por pessoa.
É um santuário mental onde você pode descansar em paz no seu próprio espaço após um dia cansativo e difícil.
Lá, não há colegas ou calouros olhando para Yenika com olhos cheios de inveja. Sentar-se calmamente na sua cama e observar a lua pela janela alivia o peso dos seus ombros.
Portanto, para Yenika, o espaço do Salão Dex evoca um medo profundo.
Para ela, viver comunitariamente desde o momento em que acorda até a hora de dormir não é muito diferente de uma prisão onde se vive acorrentada o dia todo.
Yenika desviou o olhar do fogo crepitante e olhou para o céu.
Além do ar tranquilo da floresta, o céu noturno de Aken Island estava límpido. O ambiente melancólico da escuridão da noite se transformou em uma sensação de aconchego.
Ela parecia perigosamente perdida, a ponto de ser desconfortável deixá-la sozinha.
— Se você quiser ficar sozinha, pode vir aqui quando quiser. Não me importo.
Eu falei de forma casual. Se eu demonstrar muita consideração ou sinceridade para essa garota, isso pode acabar sendo prejudicial.
— Hã? Sério? Que bom. Hehehe.
Só então Yenika deixou de lado o semblante estranho que tinha mostrado ultimamente e exibiu um sorriso tolo, mas sincero, pela primeira vez em muito tempo.
— Sabe, Ed. Se algum dia algo for difícil para você lidar sozinho, eu quero que me diga.
Yenika olhou para o céu límpido e falou calmamente.
— Eu vou te ajudar, com certeza.
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— O Salão Ophelis anda um pouco caótico ultimamente.
A caneca que continha o chá de ervas estava vazia. Yenika vestiu seu xale, arrumou suas roupas e levantou-se para sair do acampamento.
— Acho que é porque tem um boato de que a empregada vai se demitir em breve. Ouvi dizer que a Ellis está muito estressada ultimamente.
Enquanto sacudia as roupas, Yenika continuou a falar.
— Não é estranho? Ellis, aquela pessoa, mesmo eu não a vendo com frequência, ela parecia ser dedicada e alegre. Bem, como logo sairei do Salão Ophelis, não vai ser um grande problema, mas... Estou preocupada, de qualquer forma.
Yenika disse isso e sorriu novamente aquele sorriso inocente.
— De qualquer forma, obrigada por me mostrar a cabana, Ed. Vou aparecer mais vezes. Se eu vier todos os dias... hmm... Não seria incômodo demais?
— Faça como quiser.
— Hehehe. Foi bom ter vindo ver o Ed hoje. Até amanhã então... Não, melhor, até a próxima.
Enquanto me despedia de Yenika, prestei atenção na informação que ela deixou escapar como se fosse algo trivial. Pensando bem, o segundo semestre está se aproximando.
A "Ocupação do Salão Ophelis" sinaliza o início do segundo ato.
Originalmente, isso deveria ter sido apenas um incidente envolvendo alunos insatisfeitos com o tratamento injusto, aproveitando a oportunidade para expressar suas frustrações. Já que são alunos inferiores, não deveriam causar grande impacto.
No entanto, com a participação da empregada subornada por Lortel, a escala do incidente cresceu exponencialmente... Transformando-se no grande evento do Ato 2.
No fim, a luta entre a Câmara de Comércio Elte e a Academia pelo "Sage’s Seal" escalou para uma guerra comercial, sendo um ponto de partida para todos os eventos subsequentes.
Você terá dificuldades em breve, Taylee.
Enquanto acenava para Yenika, que desaparecia pela floresta noturna, enviei uma oração silenciosa para Taylee no meu coração.
Sinceramente... Vai ser tão difícil quanto o inferno... Taylee...
Força...