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CAPÍTULO 27: YENICA FAILOVER (2)

UMA SUAVE BRISA AGITAVA AS FOLHAS.

Aninhado profundamente na floresta esmeralda, havia um jardim secreto de flores, banhado pelo sol, conhecido por poucos e que oferecia uma carícia sensorial encantadora.

Entre as flores vibrantes, Yenika criava uma coroa de flores. Deixando de lado o uniforme escolar, símbolo de rigor e formalidade, ela escolheu uma saia bege confortável, que lembrava seu lar. A melodia que ela cantarolava flutuava pelo ar enquanto montava cuidadosamente a coroa com as flores recolhidas.

Das profundezas da floresta, um homem surgiu, montado em um suntuoso cavalo branco. A passada elegante do animal reverberava entre as árvores. Ao se aproximar do jardim, os passos do magnífico cavalo foram suavizando.

O cavaleiro, Ed Rosetail, desceu do cavalo com uma graça natural.

Ao vê-lo, o rosto de Yenika iluminou-se de alegria. Ed retribuiu com um sorriso radiante ao entrar no jardim. Yenika o coroou com sua tiara de flores, pegou sua mão, e juntos dançaram, compartilhando risos e felicidade.

— Ahahaha~.

Pétalas giravam ao redor deles, borboletas se juntavam à dança leve, e as árvores pareciam abrir caminho, como se abençoassem o encantador par.

— Ahahahahaha~.

Os movimentos dos dois estavam sincronizados, como se coreografados. Um alaúde tocava e uma harpa cantava, suas origens envoltas em mistério, enquanto a melodia preenchia o ar, criando uma cena hipnotizante, digna de um conto de fadas.

— Hahahahaha~ Ahahahaha~ Hahaha~.

 

✧✦✧

 

Chirp-Chirp-

O alegre canto dos pardais atravessou as janelas do Salão Ophelis, anunciando o amanhecer.

Yenika despertou de seu sono profundo, com o cabelo desalinhado e o rosto ainda mostrando sinais de sono. Abraçando o travesseiro, pressionou o rosto contra ele, se perguntando por que sonharia com algo assim em sua idade.

Sentimentos de auto-ironia e embaraço gradualmente a inundaram.

Na tarde seguinte, teve uma conversa inesperada.

— Clara, qual é a diferença entre gostar de alguém e amar essa pessoa?

No meio de uma garfada em sua salada de tomate, Clara congelou, e Anise, a colega de almoço habitual, teve uma reação semelhante. As duas amigas mais próximas de Yenika pararam, com os garfos a meio caminho da boca, questionando se tinham ouvido direito.

Era hora do almoço no refeitório dos alunos.

Apesar das refeições requintadas disponíveis no Salão Ophelis, Yenika preferia comer com suas melhores amigas, o que fazia daquele apenas mais um dia comum para ela.

Dez dias haviam se passado desde a audiência disciplinar de Yenika.

A audiência, conduzida pelo comitê disciplinar, composto pelos três reitores e pelo diretor Obel, ocorreu em um clima solene. Os incidentes que levaram à audiência foram numerosos e graves, exigindo tempo considerável até mesmo para um resumo.

Yenika demonstrou remorso, admitindo seus erros e aceitando voluntariamente as medidas disciplinares. Isso gerou uma onda de apoio por parte dos alunos do segundo ano e dos professores responsáveis, preparando o cenário para um julgamento significativo.

Uma enxurrada de petições inundou a caixa de sugestões acadêmicas, totalizando 1.417, necessitando de uma caixa separada para elas.

Contra as objeções do Capitão dos Cavaleiros, a Princesa Penia declarou durante a segunda audiência que não apresentaria queixa pela tentativa de agressão à família real, influenciada pela avalanche de petições estudantis. Essa decisão desempenhou um papel crucial para conquistar apoio em massa para Penia na eleição do Conselho Estudantil.

No entanto, esta é uma história que diverge da trama principal.

Considerando que Yenika estava sob a manipulação de Velosper na época, a academia revogou sua expulsão. No entanto, ela ainda precisava lidar com as perdas financeiras e os ferimentos resultantes dos incidentes, e foi aí que Lortel entrou em cena.

Lortel obteve fundos a baixo juros do Comércio Elte para a reconstrução dos salões de Ferro e Gloct, e negociou doações não reembolsáveis para cobrir os feridos. Em troca, as tarifas de importação de suprimentos escolares do Comércio Elte nas instalações dos dormitórios foram reduzidas pela metade. Como um bônus, a situação de Yenika foi resolvida, e o Comércio Elte solidificou sua presença na academia.

Apesar da carranca do Reitor McDowell durante a assinatura do acordo, a habilidade inata de Lortel para exibir um sorriso inocente permaneceu.

Enquanto a agitação girava em torno de Penia e Lortel, os estudantes defenderam Yenika incansavelmente, e o resultado foi uma vitória em si.

Yenika recebeu um toque de recolher de dez dias e uma suspensão de vinte dias. Ela perdeu a elegibilidade para a bolsa da Fundação Gloct, sua residência no Salão Ophelis a partir do próximo semestre, seus benefícios de melhor aluna do ano, e teve que devolver todos os prêmios acadêmicos. Nenhuma multa foi imposta.

Ao ouvir o veredicto, os alunos do segundo ano explodiram de alegria. Parecia que uma comovente história de amadurecimento estava se desenrolando diante deles.

Contudo, os ombros de Yenika caíram, e a razão para seu desalento permaneceu um mistério para aqueles ao seu redor.

— O que você acabou de dizer...?

Contudo, o passado era passado, e remoer-se sobre ele não tinha propósito. Clara esperava que Yenika não permanecesse tão abatida após o toque de recolher.

Na noite anterior, Clara e Anise planejaram meticulosamente o que discutiriam com Yenika quando se encontrassem novamente após tanto tempo.

O incidente Glaskan deveria ser evitado como tema de conversa. A simpatia era proibida, e sondar seus sentimentos estava estritamente fora dos limites. Elas deveriam convidá-la para almoçar simplesmente porque não se viam há algum tempo. A conversa deveria ser leve e trivial.

Munidas de assuntos triviais para conversar, sentiam-se bem preparadas.

— Então... o que realmente significa dizer que você ama alguém? Não é muito mais pesado do que dizer que você gosta de alguém? Tanto no dicionário quanto na vida real. Mas esse peso... ele se origina da gravidade da emoção... e esse peso emocional... varia para cada pessoa…

— Yenika, espera. Vamos comer primeiro.

— Hã? Ahahaha. Minhas desculpas.

Clara ofereceu um sorriso radiante e deu uma mordida no tomate. Ela lançou um rápido olhar para Yenika, que já tinha gotas de suor surgindo no pescoço e na testa. Anise parecia estar na mesma situação. Fazendo o máximo para manter uma fachada composta, a situação estava se tornando crítica.

Yenika mergulhou em um discurso filosófico saído direto de um livro, ponderando sinceramente sobre a distinção entre amar e gostar.

Os sentimentos dela eram motivo de preocupação. Muitas vezes imaginavam-na sentada sozinha em seu quarto no Salão Ophelis, perdida em pensamentos. Preocupavam-se com o que ela poderia estar passando naquele espaço solitário, imaginando se ela se sobrecarregava com culpa e autopiedade desnecessárias.

Felizmente, Yenika parecia ter superado parcialmente sua culpa nos últimos dez dias. No entanto, a conversa subsequente trouxe preocupações inesperadas. Esse debate improvisado sobre a definição de amor parecia ser o prelúdio de um evento potencialmente impactante.

— Crá!

Yenika acidentalmente derrubou o garfo, causando um leve susto. Clara, sentindo uma tensão crescente, levantou-se ligeiramente para observar o ambiente ao redor. O refeitório estudantil estava quase vazio, já que o horário de almoço estava chegando ao fim, o que foi um alívio.

Não havia ninguém por perto para ouvir a conversa delas. Como Yenika não interagiu propriamente com ninguém durante sua recuperação, apenas Clara e Anise conheciam o teor de seus pensamentos.

Sentando-se novamente com uma expressão séria, Clara trocou um olhar com Anise. Parecia que uma conversa inteira havia ocorrido entre elas nesse breve momento.

— Então...?

Proteger a inocência dessa garota era fundamental. Clara e Anise haviam perseverado, protegendo Yenika de qualquer mal e guiando-a através dos desafios da vida sem cometer um único erro.

Elas a protegeram das provocações constantes de colegas mais velhos invejosos e repeliram as investidas de assistentes de professores excessivamente carinhosos, inexplicavelmente apegados a ela, já que ela era uma das alunas favoritas. Até mesmo mantiveram-na afastada do detestável Ed Rosetail.

Rumores recentes entre os alunos do primeiro ano sugeriam que Ed talvez fosse mais capaz do que aparentava, mas sua personalidade continuava arrogante e maliciosa, tornando-o uma presença perigosa perto de Yenika.

— Por que Yenika traria esse assunto à tona...?

Clara ponderou em voz alta, com o coração carregado de preocupação. Anise, parecendo sobrecarregada, precisou de um momento para se recompor.

Qualquer dano ao delicado coração de Yenika tinha que ser evitado, e a conversa precisava ser conduzida com o máximo cuidado.

Era sobre a vida amorosa de Yenika Faelover, e não apenas um rumor infundado. Se tal boato colossal se espalhasse entre os alunos, se tornaria conhecimento comum na reunião matinal.

Que tipo de impacto isso teria no coração de uma jovem? Clara cerrou os dentes, sua determinação solidificando-se para evitar tal cenário a qualquer custo.

Yenika continuou, hesitante.

— Isso é... uma história que ouvi de uma amiga há um tempo...

Não, Yenika! Você ficou reclusa no seu quarto nos últimos dez dias e não falou com ninguém direito! Quem acreditaria nisso...!

Clara conteve o impulso de exclamar.

— Ah, sim. O que essa amiga disse?

— Quando ela está sozinha no quarto, olhando para o vazio, o rosto de alguém de repente vem à mente...

— Nossa, olha a hora! Eu tinha completamente esquecido que prometi ajudar a Assistente Professor Anna esta tarde! Desculpem, mas preciso ir agora! Até a próxima!

Talvez incapaz de conter mais sua compostura, Anise decidiu fazer uma saída rápida.

Uma companheira havia caído, deixando Clara para carregar o peso sozinha.

Com uma expressão pesarosa, Clara olhou para Anise e viu suas bochechas coradas, deixando claro que ela não podia continuar. Anise estava claramente sobrecarregada.

As ações inocentes de Yenika eram como veneno para o coração de uma garota.

Clara estava completamente aflita, sua mente cheia de perguntas sobre os misteriosos sentimentos românticos de Yenika. Ela queria muito saber a origem, o gatilho e os planos futuros conectados a essas emoções, mas evitou perguntar, segurando sua curiosidade.

Sua determinação em proteger o primeiro amor da amiga era como a de uma general valente enfrentando uma saraivada de flechas sozinha.

Clara acreditava que o primeiro amor de uma garota deveria permanecer uma memória preciosa e não se tornar uma parte embaraçosa de seu passado.

— Ela continua... Ela continua tendo sonhos com ele...

— Mesmo?

— Sim. Sonhos onde eles estão dançando ou brincando em um campo... O que você acha...?

Incapaz de conter sua diversão, Clara lutou contra o impulso de cravar o garfo na própria perna para recuperar a compostura.

— Isso é algo para você... Não, para sua amiga refletir...

— Sim, provavelmente... Mas o que é peculiar é que... Ela não parece ter um motivo... Sabe? Normalmente, você tem um motivo para gostar ou desgostar de alguém.

— É, hum...

As palavras que ela ansiava dizer ficaram na ponta da língua.

Naquele momento, ela se sentiu como uma mãe preparando-se para o casamento da filha. Um melodrama de terceira categoria rapidamente se formou em sua mente, mas Clara estava bem ciente de que tudo aquilo estava além de seu controle.

Yenika estava tentando esconder sua história de amor, e questioná-la prematuramente poderia causar-lhe desconforto.

Uma luta interna se desenrolou dentro de Clara, dividida entre seu papel de melhor amiga de Yenika e sua curiosidade juvenil sobre o romance da amiga.

Essa agitação emocional era decididamente mais intensa do que lidar com as exigências da comissão disciplinar.

Mas o bem-estar de Yenika tinha prioridade.

Era um fato bem conhecido, mas a inocência de Yenika precisava ser protegida a todo custo. Clara respirou fundo, exalou e mal conseguiu recuperar a compostura.

Um sorriso genuíno.

— Yenika, você não acha que talvez esteja pensando demais nisso? Sentimentos de afeição ou aversão geralmente são mais misteriosos do que damos crédito.

— Sério?

— Sim. Às vezes, você pode desprezar alguém só pelo jeito sutil como ele se comporta, e pode se afeiçoar a alguém simplesmente porque ele esteve ao seu lado nos altos e baixos. As emoções humanas são incrivelmente imprevisíveis. Acho que você não precisa se preocupar tanto com isso.

Desvendar as razões fundamentais para gostar ou não de alguém certamente era algo para psicólogos ou filósofos.

— Tais complexidades podem ser resolvidas mais tarde. Acredito que seja melhor ser sincera com seus sentimentos atuais... pelo seu próprio bem... Não, pelo bem de sua amiga.

— Hmm... certo. Isso faz sentido. Clara, você sempre tem conselhos tão sábios.

Vê-la sorrir com aquele brilho radiante foi como uma punhalada no meu coração.

— Mas Yenika, do ponto de vista dela, talvez ela não aprecie que suas preocupações íntimas se tornem tema de fofocas entre amigos. Então, em vez de compartilhar essas preocupações com os outros, talvez seja melhor refletir sobre elas pessoalmente.

Ela também tomou precauções para evitar que os rumores se espalhassem. Clara era, de fato, uma pessoa conscienciosa.

— Você acha? Mas ela... hum... talvez não se importe...

— Não, Yenika. Mesmo que ela não se importe, divulgar preocupações sensíveis entre amigos... Não é bom para sua imagem também.

— Uau! Você está absolutamente certa, Clara! Você não está chateada comigo, né, Clara...?

Clara teve que se recompor mais uma vez, dando leves tapinhas em seu rosto corado. Ela era realmente uma garota encantadora.

— Está... está tudo bem, Yenika...

— Obrigada, Clara. Realmente agradeço por ter tirado um tempo para conversar comigo. Acho que devo voltar para o Salão Ophelis agora, para reportar o fim da minha suspensão.

— Claro... Vou ficar aqui um pouco... Preciso de um tempo para pensar…

— Isso é ótimo! Mesmo que não nos vejamos há um tempo, você parece estar bem! Vamos nos encontrar de novo depois do período de suspensão, Clara!

Com essa despedida alegre, Yenika saiu do refeitório estudantil.

Depois de um momento, Clara encostou o rosto na mesa, exausta.

Consegui, Anise.

Parecia que toda a energia havia drenado de seu corpo. Clara permaneceu deitada sobre a mesa por algum tempo, tentando se recompor.

 

✧✦✧

 


[Nome: Ed Rosetail]

Gênero: Masculino Idade: 17 anos 
Ano escolar: 2º ano Raça: Humano Conquistas: Nenhuma  

Vitalidade: 7 Inteligência: 7 Destreza: 9 Força de Vontade: 8 Sorte: 6  

Detalhes de Habilidade de Combate >>  

Detalhes de Habilidade Mágica >>  

Detalhes de Habilidade de Vida >>  

Detalhes de Habilidade em Alquimia >>


Empunhando uma serra reluzente, um martelo e um conjunto de pregos resistentes, eu me dirigi à floresta ao norte. Tinha adquirido os suprimentos com as moedas de ouro que recebi e agora estava pronto para construir um abrigo.

Com o trabalho preliminar concluído, era hora de começar o trabalho real.

O dia da exterminação de Glaskan trouxe resultados surpreendentes; minha inteligência subiu dois níveis de uma noite para outra.

Apesar de meses de estudo dedicado à magia, o atributo que mal havia se movido fez um avanço significativo. Era uma melhoria que poderia levar um homem às lágrimas.

Além disso, consegui avançar Compreensão e Sentido Espiritual ao nível 10 simultaneamente.

Ainda mais, com a abertura do slot de Espírito, ganhei a habilidade de usar Magia Espiritual e até tive a chance de formar um contrato com um Espírito Superior do Vento.

Certamente, neste ponto, firmar um pacto com um espírito superior talvez fosse um exagero considerando minhas habilidades atuais, mas Merilda não vai a lugar algum. Então, se eu aprimorar minhas habilidades mágicas, deveria ser capaz de comandar o Espírito Superior do Vento.

Mas isso não era o fim.

— Recebemos a carta de recomendação da Princesa Penia. A Fundação Gloct oferece uma vasta gama de benefícios. Procuramos atender às necessidades dos alunos tanto quanto possível...

— Bolsa de estudos.

— Certamente, a assistência financeira é crucial, mas vamos discutir os benefícios primeiro…

— Bolsa de estudos.

— Nossa fundação promove atividades acadêmicas, proporciona uso preferencial das instalações, pontos de serviço acadêmico adicionais e até auxilia na qualificação para os dormitórios de alto nível...

— País neutro… Não, bolsa de estudos.

Independente dos benefícios que ofereçam, é irrelevante se meu nome não constar nos registros escolares.

A Princesa Penia reconheceu minha contribuição e cumpriu sua promessa ao me recomendar ao conselho acadêmico e à Fundação de Bolsas Gloct.

Aproveitei a oportunidade com afinco para garantir uma isenção de mensalidade para o próximo semestre.

Dessa forma, consegui obter tempo extra para treinar. Foi uma reviravolta verdadeiramente afortunada. Assim, uma noite desastrosa chegou ao fim, marcando o início do segundo ato do drama.

Empunhando ferramentas de marcenaria, caminhei para a floresta ao norte.

A narrativa do segundo ato já estava traçada em minha mente.

A luta pelo poder entre o consórcio de negócios de Elte e a facção acadêmica, a disputa pela "Escritura do Sábio". Esses conceitos estavam no centro dos meus pensamentos.

A parte interessante do segundo ato era que o "Rei Dourado Elte", que sempre emanava uma aura de boss final, revelava-se um engodo.

Mais tarde no ato, Elte era traído por sua filha adotiva Lortel, levando à sua saída de cena. O foco então se voltava para o verdadeiro vilão, o "Pesquisador Glast".

O professor Glast, responsável pelos alunos do primeiro ano, era um adversário intimidante. No entanto, antes de chegar até ele, Taylee enfrentava vários vilões menores.

Em contraste com o primeiro ato, o segundo apresentava até três sub-bosses.

Totet, o Apanhador de Ventos, Elris, a Chefe das Criadas, e Lortel, a Filha Dourada.

Cada um desses personagens desempenhava papéis distintos conforme a história avançava, mas, se eu tivesse que escolher, as ações de Lortel eram as mais notáveis.

Sua atuação como a heroína oculta é uma história para outra ocasião. Por ora, no segundo ato, Lortel era uma força formidável, incorporando a persona de uma verdadeira vilã.

Lortel era habilidosa em reconhecer e aproveitar oportunidades, manipulando as circunstâncias a seu favor. Ela demonstrava uma ganância mercenária, calculando os possíveis ganhos em cada situação.

No fim, ela até usou seu pai adotivo, o homem que a adotou e a usou, revelando as cicatrizes dolorosas de uma vida vivida na dura realidade.

Independentemente disso, a batalha para subjugar Glaskan serviu de lição. Eu precisava avaliar constantemente se a narrativa estava se desenrolando conforme o planejado.

Dadas as variáveis imprevisíveis, eu tinha que assegurar minha própria segurança e evitar perdas desnecessárias. Afinal, minha principal preocupação era a autopreservação.

— Hmm?

Ao me aproximar do grande Salão Ophelis, imerso em pensamentos, meus olhos atentos captaram Yenika ao longe.

Foi então que percebi que seu período de isolamento estava chegando ao fim. Embora provavelmente continuasse em licença acadêmica, um pouco de ar fresco devia fazer-lhe bem.

Ao perceber que não tinha planos específicos em relação a Yenika, ponderava sobre a situação com um pensativo "Hmm..."

Fingir familiaridade agora seria estranho, especialmente considerando a distância que mantive dela.

No entanto, neste ponto, o papel de Yenika estava cumprido, e ela havia saído de cena. Sua influência no cenário agora era tão insignificante quanto a da criada sênior, Bell Meiya.

Meu mundo possuía inúmeras ambições: crescimento pessoal, conquistar um diploma de prestígio, melhorar minhas condições de vida e muito mais.

Entretanto, entre todos os ativos que eu poderia acumular, o valor das conexões permanecia distinto e insubstituível.

Contemplando isso, via Yenika como uma pessoa promissora que já havia quitado suas dívidas dentro da aliança de negócios de Elte, antes mesmo de se formar em Sylvanian e obter seu diploma. Ela tinha potencial para causar um impacto significativo.

Além disso, tendo já saído da trama principal, talvez fosse hora de fortalecer essa conexão?

Minha preocupação, no entanto, girava em torno de como eu, Ed Rosetail, estava atualmente sendo visto.

Alguns dos personagens principais pareciam superestimar minhas habilidades, enquanto os rumores entre os alunos do primeiro ano evoluíam, transformando-me de vilão a um personagem rude com algumas qualidades redentoras.

Se os alunos do segundo ano compartilhavam essa visão, ainda era incerto, e Yenika devia ter ouvido coisas desfavoráveis sobre mim também.

Eu me encontrava numa posição precária, onde minha reputação poderia virar a qualquer momento.

No entanto, Yenika parecia indiferente a esses rumores, mantendo uma postura geralmente cordial.

Considerando a perspectiva a longo prazo, talvez fosse aceitável cumprimentá-la e cultivar uma relação mais próxima? Oportunidades como as de Yenika eram raras e valiosas na construção de conexões.

Com um aceno resoluto, avancei em direção a Yenika, que se dirigia com cautela ao Salão Ophelis.

— Saudações, Yenika. Parece que seu treinamento acabou de ser concluído — iniciei a conversa com tranquilidade.

Yenika parecia acostumada com saudações inesperadas, pois era adorada por todos os alunos do segundo ano.

Respondendo alegremente, ela entrou em uma conversa leve antes de se despedir com entusiasmo e retornar aos seus afazeres. Esse era o fluxo esperado enquanto aguardava sua resposta.

— Ah, hum! Ah!

No entanto, assim que nossos olhos se encontraram, ela segurou firme seu cajado e deu alguns passos para trás.

— Si-Sim, Ed! Si-Sim!

Sua postura tornou-se difícil de lidar, evitando contato visual e olhando nervosamente ao redor. Logo, ela parecia sobrecarregada e confusa.

— Eu-eu preciso ir ao Salão Ophelis! Nos vemos depois! Tchau!

Temendo prolongar a conversa, ela rapidamente se afastou.

Ser evitado pela angelical Yenika era, de certa forma, um feito.

Os rumores realmente podem ser poderosos, e eu entendia bem isso.

Mesmo a pessoa mais firme pode ser influenciada por rumores persistentes e boatos. A força da opinião pública é imensa.

Não me sentia constrangido ou desanimado, mas havia uma sensação de oportunidade perdida ao ver uma aliada em potencial escapar. Mas, o que podia ser feito?

Com um aceno, desejei silenciosamente o melhor para Yenika, agora uma chance perdida de criar uma conexão.

Não deixe isso te abalar, Yenika. Viva bem, coma bem...

Seguindo com os materiais para a construção da cabana, vi essa como a oportunidade perfeita para aprimorar minhas habilidades, agora que o design básico estava definido.

Com tempo extra em mãos, mais treinamento era necessário.

 


Este capítulo foi traduzido pela Mahou Scan. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



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