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CAPÍTULO 5: 6 DIAS ANTES DO INÍCIO DAS AULAS
[NOVO PRODUTO FABRICADO]
Descrição: Vara de Pesca de Baixa Qualidade. Feita a partir de um galho de árvore polido por um punhal, fios de seda reutilizados de tecido e um pequeno prego como substituto do anzol. Possui baixa durabilidade. É difícil determinar se o peixe mordeu ou não devido à falta de uma bóia de pesca.
Nível de Dificuldade de Produção: 1/5
《Produção concluída. As habilidades de produção aumentaram.》
Percebi que a maior desvantagem da pesca com arpão era o fato de usar energia demais.
Então pensei em usar uma vara de pesca e fiz uma. Havia muitos galhos para eu usar, então escolhi o que estava mais próximo do tamanho certo.
Em seguida, encontrei um tecido entre minhas coisas feito de seda. Puxei alguns fios e os enrolei para usar como linha de pesca.
Também tive que pegar um dos pequenos pregos que prendiam a dobradiça de uma das minhas malas de madeira. Acabei quebrando uma das malas, pois não tinha um martelo para tirá-lo.
No final, tive uma vara de pesca, por mais simples que fosse. Para a isca, consegui obter minhocas debaixo das pedras perto do riacho.
Com tudo pronto, joguei a linha na água.
Sentei-me ao lado do riacho e esperei um peixe morder.
— Hmm…
Não era tão ruim ficar sentado esperando, com o queixo na mão. Comparado a correr pela água e ficar encharcado, isso me fazia sentir como se eu fosse algum tipo de deus.
— Seria ótimo se isso funcionasse.
Lembrei-me de quando era jovem, correndo pelas montanhas e riachos na minha infância. Naquela época, eu não tinha preocupações, não tinha medo de morrer de fome. Eu conseguia apenas ser feliz. Pensar nessas épocas me deixava emocionado por algum motivo.
— Hmm… Acho que não fiz nada de errado.
Pensava em coisas sem sentido enquanto segurava minha vara de pesca, pensando se tomei a decisão certa em contar à Princesa Penia sobre o mármore dourado.
— Devo ser mais cuidadoso da próxima vez.
Minha maior vantagem era saber tudo o que aconteceria na Academia Sylvanian no futuro.
Mas se eu fizesse algo inútil e acabasse mudando o futuro... então eu não teria apenas desperdiçado minha própria vantagem?
De acordo com o que eu sabia, a Princesa Penia não deveria encontrar o mármore dourado.
Se fosse seguir a história, a pessoa que deveria encontrar a localização desse mármore era alguém chamado Lazy Lucy.
Ela era uma pessoa talentosa que sempre ficava em primeiro lugar no Departamento de Magia, desde o exame de atribuição de classe até a formatura.
— Bem, em minha defesa, esse era o único plano que eu poderia pensar naquela situação desesperadora.
Não podia ser evitado, o assunto mais urgente era garantir que a Princesa Penia não me expulsasse da escola.
Eu sabia que implorar desesperadamente e apelar para suas emoções seria a pior coisa que eu poderia fazer.
Enquanto a melhor coisa era fazê-la estranhamente suspeitar de mim para que ela sentisse que não deveria me expulsar da academia.
Não era a escolha mais conveniente, mas pensei que não seria tão perigoso. Embora fosse uma posição incomum de se tomar.
Se alguém me perguntasse que tipo de desculpa furada eu estava dizendo... Bem, eu não teria mais nada a dizer. Não é tão difícil falar bobagem, para ser honesto.
✧✦✧
O Professor Glast era conhecido como o bastardo de cara de caveira rude entre os alunos.
Não era incomum os alunos darem apelidos maldosos aos professores. No entanto, até mesmo o apelido do Professor Glast poderia ser considerado um pouco duro demais. Embora o motivo fosse bastante preciso, o professor era rude e se assemelhava a um esqueleto.
— Vou anunciar os resultados do Exame de Atribuição de Classe de ontem.
A área mais movimentada e bem mantida era Phillis Hall, localizada na parte sudeste da ilha. Todos os alunos calouros do Departamento de Magia estavam sentados esperando enquanto o Professor Glast estava no pódio.
Ele tinha uma aparência magra e pálida. E devido ao seu cabelo verde claro cuidadosamente penteado para trás, suas características faciais ossudas eram mais proeminentes.
— Primeiro, todos vocês moleques que voltaram dentro da primeira hora começarão na Classe F.
Toda a sala ficou barulhenta com suas palavras.
— Em seguida, todos vocês moleques que pensaram um pouco e trouxeram muitos mármores, ainda têm espaço para melhorar, pelo menos. Dependendo do tipo de mármores que vocês trouxeram, serão designados para uma classe que varia da Classe E à Classe D.
Desprezar os alunos e continuar chamando-os de moleques já era bastante rude. Entre esses alunos estão aristocratas famosos, pessoas poderosas e ricas, e até mesmo realeza — e ainda assim, ele não se importava.
Era lei na Academia Sylvanian. Quando se tratava de educação, a hierarquia não deveria ser importante.
Era considerado separado do estilo de vida e dos relacionamentos pessoais dos alunos. A aprendizagem era um campo de jogo igual.
— São apenas três alunos aceitos na Classe A, onde receberão o tratamento e a educação de mais alto nível — Lortel, Lucy e Ziggs. Entre eles está Lucy, que ficou no topo da classe. Quanto ao resto de vocês, podem verificar sua posição na lista que distribuí. Não aceito reclamações. Isso será tudo.
Após seu discurso, o caos caiu mais uma vez. O Professor Glast tentou descer do pódio, sacudindo o tecido de sua túnica.
— Qual o significado disso? Eu não posso aceitar isso!
— Os critérios nem estavam claros. Você apenas atribuiu nossas classes aleatoriamente?
— Por favor, explique-se! Quais eram as intenções deste teste e que habilidades você queria ver?!
✧✦✧
Alguns alunos reclamavam alto em meio ao tumulto. O Professor Glast voltou ao pódio, como se já esperasse essa reação, e lançou Amplificação de Voz em si mesmo.
— As intenções... por que eu deveria ter que explicar isso?
Todos ficaram chocados com suas palavras. A própria Princesa Penia ficou chocada.
A princesa olhou para a lista emitida e ficou sem palavras.
Os calouros foram divididos em seis níveis: Classe F até Classe A.
Apenas três alunos chegaram à Classe A e nenhum aluno chegou à Classe B ou C. Os alunos restantes foram todos divididos em Classe D, E e F.
O nome da Princesa Penia estava listado na Classe D. E mesmo assim, ela não conseguia acreditar que sua classificação já estava entre os 10% melhores.
— Se você quer entrar em uma classe mais alta, então prove sua capacidade. Isso é o que você precisa fazer.
A situação era mais ridícula do que a princesa pensava.
Ela se sentiu humilhada, mas logo balançou a cabeça.
Antes da cerimônia de entrada, o diretor já havia falado sobre isso. Assim que ela entrasse na Academia Sylvanian, haveria muitos casos em que ela não seria tratada comparavelmente à sua autoridade como princesa.
Foi a própria Princesa Penia quem decidiu escapar de sua sala de treinamento grandiosa mas impraticável para aprender magia na Academia Sylvanian em pé de igualdade com todos os outros.
Ela estava pronta para aceitar essa humilhação.
Mas ela ainda precisava entender.
— Mesmo assim, pelo menos, você pode explicar um pouco mais a situação, Senhor Glast.
As palavras saíram de seus lábios.
Ela não levantou a voz, mas os sussurros cessaram de uma vez. Todos já estavam cientes.
Que aqui com eles estava uma princesa do reino.
Como estudante, temporariamente ela colocou a importância de seu status de lado, mas ela não podia apagar completamente sua natureza nobre inerente.
— Princesa Penia, sinto muito dizer isso, mas esta é a minha política educacional.
Um olhar frio.
Ela sentiu esse mesmo olhar dos muitos vassalos que sentavam ao lado do rei, vassalos que eram conhecedores em suas habilidades e maneiras. Os olhos do Professor Glast continham a mesma frieza específica.
Usando seus Olhos Perspicazes, ela definitivamente podia ver, um sentimento que ela sentia com tanta frequência que já estava cansada disso.
— Mas... Se a Princesa Penia diz, vou abrir uma exceção apenas desta vez.
E aquela atitude de ignorar voluntariamente suas próprias regras também era semelhante.
— No entanto, mesmo que eu explique, sei que todos vocês mal-entender e dizer que inventei a razão. Para evitar isso, deixarei o melhor aluno explicar em vez disso. Lucy Mayreel? Lucy?
O professor chamou o nome de Lucy, mas não houve resposta.
— Srta. Lucy? Ela deveria estar aqui agora. Srta. Lucy?
Outro tumulto estourou enquanto os alunos olhavam ao redor, tentando encontrar onde Lucy estava.
— Ugh… Keugh…
Foi então que a garota sentada duas fileiras à frente da Princesa Penia reagiu.
Ela parecia um pouco desorientada. O chapéu de bruxa que cobria seu rosto era muito maior do que sua cabeça, tanto que até seus ombros estavam cobertos. Seu corpo era tão pequeno que até as mangas de suas vestes estavam penduradas em seus braços.
— Você cochilou?
— Ah… sim… cochilei…
Sua voz soava sonolenta, junto com seus olhos caídos que a faziam parecer cansada.
Ela até admitiu que cochilou. Ela era claramente uma daquelas... excêntricas.
— Gostaria de subir ao pódio por um momento e discutir as intenções e métodos que usou para resolver o teste?
Os olhos de Lucy tremeram diante das sugestões do professor.
Era óbvio que ela estava irritada.
— Tenho que fazer isso... agora?
A tensão tomou conta do ar com suas palavras. Ela acabara de dizer abertamente, 'É chato', na frente do Professor Glass, alguém conhecido por ser extremamente rude.
No entanto, alguns alunos que ouviram certos rumores sobre o Professor Glast não ficaram muito surpresos com sua resposta.
— Isso mesmo.
— Uuek…
O professor era extremamente severo com os não talentosos, mas era misericordioso com os talentosos.
O Professor Glast era esse tipo de pessoa.
— Kgghh… Ackk…! Kyaaak!
Lucy jogou seu chapéu de bruxa de abas largas para o assento vazio ao lado dela. Ela esticou ambos os braços e pernas largamente como um gato bebê que acabou de acordar de um sono profundo.
Ela se levantou como uma lagarta. Embora fosse mais apropriado dizer que ela parecia um bicho-preguiça.
— Você pode responder daí se não quiser vir até aqui. Apenas explique como encontrou o mármore dourado na Árvore Guardiã de Merilda.
— Ah, sério? Uhm… isso deve ser rápido então.
Meio sentada em sua cadeira, Lucy começou a explicar como se não fosse nada.
— É o que Glockt, o arquimago, definiu… As três qualidades de um arquimago que busca a verdade. Ressonância mágica, julgamento rápido e preciso e a vontade de explorar. Você queria verificar se tínhamos essas qualidades, não é?
O nome que estava escrito em letras grandes em todos os livros de história da magia era o do arquimago Glockt. As qualidades de um arquimago que ele definiu eram bastante conhecidas.
— Uhmm… eu estava apenas tirando uma soneca por perto e quando acordei, o sol já estava se pondo… Então apenas reuni os mármores mágicos que podia sentir ao meu redor.
Os alunos começaram a perder o interesse enquanto Lucy murmurava. No entanto, o Professor Glast ainda estava esperando pacientemente que ela terminasse.
— É claro que mais ninguém poderia ter localizado aquele mármore, exceto eu.
Suas palavras soavam arrogantes, mas a maneira como ela as dizia não poderia ser considerada como tal.
O tom que ela usava para explicar era nada além de recitar um fato óbvio, como o sol nascendo no leste ou um copo de vidro se quebrando se caísse no chão. Ela declarava suas palavras como se não fosse nada especial.
Enquanto ela continuava a se alongar em sua sonolência, os outros alunos sentiam um senso de incompatibilidade.
Um gênio.
Alguém que não pode ser explicado logicamente.
Lucy Mayreel era alguém que nasceu com talento inato.
E aqueles como ela certamente manifestariam sua habilidade única.
✧✦✧
A Academia Sylvanian ostentava acomodações reais situadas na parte ocidental da Ilha Acken. Entre elas, uma residência particular ficava à beira de um penhasco, mais próxima da costa. Esta localização era bastante distante do distrito comercial no sudoeste, onde várias comodidades e pequenos estabelecimentos comerciais podiam ser encontrados.
Embora a família real fosse tratada como igual em termos acadêmicos, seu estilo de vida e residências estavam longe de serem comuns. Portanto, uma acomodação real especial foi construída exclusivamente para a Princesa Penia.
A grande mansão era incrivelmente espaçosa, com estudantes regulares proibidos de entrar em seu jardim luxuoso. Isso exemplificou o tratamento excepcional concedido à família real dentro da academia.
— É um contraste gritante com o distrito acadêmico — observou a Princesa Penia.
Enquanto o sol começava a se pôr, ela olhava pela janela, admirando a vasta vista do oceano. O suave som das ondas pairava pela janela, preenchendo os amplos aposentos privativos da princesa. Sentada em sua escrivaninha, a Princesa Penia observava o pôr do sol.
A escrivaninha, feita de madeira de alta qualidade adornada com padrões intricados, superava até mesmo a do Diretor Obel em tamanho. Todo aspecto da vida da família real precisava exalar opulência ao extremo, diferenciando-os dos estudantes regulares no distrito acadêmico.
A Princesa Penia escovou elegantemente seus cabelos loiros platinados, arrumados sobre o ombro esquerdo. Ela abriu seus livros sobre história da magia e estudos elementais, mas sua caneta logo encontrou seu lugar na escrivaninha, intocada.
......
A princesa mergulhou em profundos pensamentos.
O mármore dourado apresentado por Lucy Mayreel durante o anúncio do Exame de Atribuição de Classe era, sem dúvida, o mármore que ela encontrara dentro da Árvore Guardiã de Merilda. Uma realização a atingiu.
Embora o mármore possuísse uma aparência distinta, não havia nada de particularmente notável nele, exceto por sua fraca essência mágica, quase imperceptível aos sentidos. O julgamento inicial da Princesa Penia estava correto. O mármore não passava de uma pedra comum com uma aparência única e uma quantidade mínima de poder mágico.
No entanto, a chave residia no fato de que ele continha poder mágico fraco.
— Nada mal, Srta. Lucy — lembrou a Princesa Penia das três qualidades de um arquimago conforme definido pelo Arquimago Glockt: 1. Ressonância mágica 2. Julgamento rápido e preciso 3.
Disposição para explorar. Os alunos que concluíram precipitadamente que o teste era baseado em quem chegasse primeiro, ganhava receberam deduções no aspecto de julgamento rápido e preciso. Os melhores desempenhos foram determinados por sua aptidão em ressonância de poder mágico, avaliada pela quantidade de poder mágico dentro de cada mármore. Quanto menor a quantidade, mais desafiador era detectá-la.
Recordando o exame, a Princesa Penia percebeu que os mármores tinham quantidades variadas de poder mágico dispersas por eles. No entanto, a diferença era tão minúscula que seria difícil perceber sem sua atenção focada. Quanto mais mármores descobertos com menos poder mágico, maior a pontuação na categoria ressonância de poder mágico. E o mármore dourado casualmente encontrado por Lucy Mayreel após sua soneca...
— A Árvore Guardiã de Merilda, a árvore mais antiga da floresta do norte. É protegida por Merilda, um espírito do vento de alto escalão, e é perpetuamente cercada por abundante magia — explicara o Professor Glast do pódio, seu rosto semelhante a um crânio exibindo suas características únicas.
— Em uma pequena área repleta de poder mágico, coloquei um mármore infundido com a menor quantidade possível de essência mágica. Até mesmo a localização era uma ilha rochosa no meio de um lago, tornando quase impossível tropeçar a menos que você possuísse a capacidade de sentir esse poder mágico minúsculo.
A ressonância de poder mágico continha inúmeras complexidades. Assim como seria difícil distinguir o próprio cheiro em um espaço lotado, era igualmente desafiador discernir a essência mágica única quando intercalada ou oculta entre outras. Lucy Mayreel possuía um talento inato para levar sua ressonância de poder mágico aos limites.
Não apenas isso, mas ela também fingia ser ignorante e adormecia durante a explicação do Professor Glast, ocultando sua compreensão das intenções dele. Isso ficou evidente no fato de ela ter retornado ao distrito acadêmico com apenas aquele mármore dourado. Indicava que Lucy Mayreel já estava um passo à frente de todos os outros.
— Está bem, agora eu entendo...
Embora fosse a primeira vez que a Princesa Penia ouvia o nome de Lucy Mayreel, ela rapidamente percebeu que ela já era bem conhecida entre seus colegas. Lucy preguiçosa. Lucy podia ser vista frequentemente enrolada em bancos, troncos de árvores ou até mesmo no campo de grama, cochilando.
Suas origens permaneciam um mistério, mas circulavam rumores de que ela era um gênio extraordinário com uma habilidade excepcional para levar sua ressonância de poder mágico aos limites. Era um talento a ser invejado, mas também podia ser aceito como uma vantagem inata. No entanto, havia mais uma pessoa que sabia a localização do mármore.
— Essa árvore é a Árvore Guardiã de Merilda. Uma colheita abundante é garantida se alguém adentrar — Ed Rothstaylor havia comentado.
A Princesa Penia se sentiu profundamente perturbada. Isso significava que ele, também, sabia a localização do mármore — uma descoberta que não podia ser explicada como mera coincidência.
Considerando que o mármore continha apenas uma quantidade mínima de poder mágico, situado no meio do poderoso poder mágico emanado da Árvore Guardiã de Merilda e localizado em uma ilha rochosa no meio de um lago, não era um lugar onde alguém tropeçaria acidentalmente.
Portanto, apenas uma conclusão poderia ser tirada: Ed Rothstaylor possuía o mesmo nível de sensibilidade mágica que Lucy Mayreel.
"Me solte! Você sabe quem eu sou? Eu sou Ed Rothstaylor, o segundo filho da família Rothstaylor! Tire suas mãos sujas de mim, seu suíno! Onde você pensa que está me tocando?"
"Você acha que eu me rebaixaria ao ponto de me envolver com um fracasso sem valor como Taylee? Me solte! Vocês, plebeus desprezíveis e ignorantes! Vocês sequer compreendem sobre o que estão falando?"
"O quê? P-Princesa? A Benevolente Princesa Penia? M-Me desculpe, eu falhei em notá-la!"
"Me desculpe! Princesa! Eu me castigarei, batendo com a cabeça assim! Por favor! Por favor, me mostre misericórdia!"
"Princesa! Ao defender pragas como Taylee, você mancha sua nobre e respeitável reputação. Por favor, o condene!"
— Não pode ser.
A Princesa Penia balançou a cabeça. Desde que ela se lembrava, ela estava julgando os outros. A exibição vergonhosa que Ed Rothstaylor havia demonstrado durante o exame de entrada era algo que qualquer um reconheceria como um ato desesperado de alguém encurralado. Ela ouvira dizer que suas habilidades mágicas não eram nada excepcionais. Na verdade, era um mistério por que ele exibia tamanha arrogância quando não tinha nada do que se gabar. Talvez fosse devido aos métodos de treinamento únicos da família Rothstaylor.
Mas além disso, se ele possuísse tal talento extraordinário, o Professor Glast não o teria deixado de lado. O professor estava obcecado em descobrir talentos, procurando incansavelmente por potenciais escondidos entre seus alunos e ajudando-os em seu desenvolvimento.
Era inconcebível que o professor não tivesse percebido a habilidade de Ed Rothstaylor. No entanto, um sentimento desconfortável persistia dentro da Princesa Penia.
— Ele realmente era a mesma pessoa?
Não havia sensação de alívio ou convicção. Além disso, havia algo sobre a postura composta de Ed Rothstaylor na floresta... Sua atitude abominável, tremendo de medo e falhando em esconder seu senso de admiração diante do poder, de exibir fraqueza diante daqueles mais poderosos — nada disso estava presente.
Inicialmente, ela havia acreditado que ele estava blefando, mas suas ações mudaram sua percepção. Ed Rothstaylor parecia estar mais preocupado com o fogo da fogueira se extinguindo do que com a Princesa Penia irada diante dele.
Sentado junto à fogueira, ele falava casualmente, cuidando da lenha com seu poker. Ele não lançou um único olhar na direção da princesa. Um senso de desconforto a envolveu. O desconforto vinha da possibilidade de que esta não fosse a mesma pessoa. No entanto, a aparência e o comportamento que ele havia exibido como um aristocrata arrogante durante o exame de entrada — esses eram indiscutivelmente reais.
— Ele poderia ter passado por uma transformação?
A oportunidade mais provável para ele mudar teria sido depois de ser deserdado. No entanto, mesmo quando ela contemplava o assunto, parecia improvável. Afinal, a Princesa Penia era a razão pela qual Ed Rothstaylor havia sido deserdado. Ele deveria ter ressentimento dela ou implorado por seu perdão. Se ele tivesse feito qualquer um dos dois, a princesa não estaria lutando com esse desconforto perturbador.
No entanto, essa nova versão dos olhos de Ed Rothstaylor não abrigava tal ressentimento. Os olhos que ela havia testemunhado... Indiferença. Apatia. Uma impressão favorável. Ele parecia notavelmente à vontade. Perceber tais sentimentos nos olhos de alguém recentemente excluído da aristocracia... a princesa achou isso irreal.
— Não... Ele realmente poderia estar indiferente às suas circunstâncias?
Não, a Princesa Penia balançou a cabeça. Ed Rothstaylor havia vivido toda a sua vida como membro da família Rothstaylor. Não importa o quão composto e recolhido ele possa ser, era inconcebível que ser deserdado da vida de conforto que ele sempre conheceu não seria um choque.
— Hmm...
Fechando seu livro de magia, a Princesa Penia mergulhou profundamente na contemplação.
Que tipo de família eram os Rothstaylor?
A primeira pessoa que veio à mente foi Krepin Rothstaylor, a quem a princesa havia encontrado inicialmente em um banquete real. Ele era um nobre esplêndido com um sorriso caloroso, impecavelmente vestido e exalando elegância. No entanto, isso era meramente a perspectiva da jovem Princesa Penia. Seus Olhos Perspicazes, um dom dado por Deus semelhante a um sexto sentido, permitiam que ela avaliasse a essência de uma pessoa, e eles revelavam algo diferente.
Através desses olhos, a aparentemente benevolente e nobre exterior de Krepin Rothstaylor escondia algo inexplicável — uma serpente negra e desagradável rastejando nas profundezas de seu ser.
Ocasionalmente, a princesa percebia seu semblante escurecer enquanto ele saía da sala de conferências reais. Ele era um vilão se disfarçando como um nobre inocente. A Princesa Penia estava convencida disso há muito tempo.
Havia até mesmo tropas privadas enviadas secretamente para investigar a família, um indício de uma escuridão oculta desconhecida pelos outros. Rumores circulavam sobre itens ocasionalmente desaparecendo durante a reunião anual do Tesouro Real, apenas para aparecerem misteriosamente depois.
Também havia rumores de um membro da equipe da mansão da família que desapareceu. Além disso, havia um boato de que Krepin Rothstaylor mergulhara em livros sobre o 'Deus da Destruição'. Algo suspeito estava indubitavelmente em andamento. No entanto, a base para essas especulações permanecia insuficiente.
......
A Princesa Penia subitamente parou o movimento de sua caneta.
Seus Olhos Perspicazes nunca a enganaram ao longo de sua vida.
Não importava o quão peculiar pudesse parecer, se seu sexto sentido estivesse perturbado, algo estava errado. No entanto, isso era apenas uma suposição hipotética. Mesmo que seu sexto sentido o percebesse, as más ações da família Rothstaylor ainda não tinham sido expostas.
E se Ed Rothstaylor estivesse tentando se libertar dessa escuridão?
Isso explicaria sua compostura apesar de ser deserdado por sua própria família.
Talvez ele estivesse deliberadamente cortando os laços com essa escuridão.
No entanto, não era tarefa fácil romper com a linhagem aristocrática. Ser naturalmente deserdado inevitavelmente mancharia a reputação de alguém.
A face da Princesa Penia se contraiu quando a realização a atingiu.
Além disso, se essa suposição fosse verdadeira...
"Me soltem! Vocês sabem quem eu sou? Eu sou Ed Rothstaylor, o segundo filho da família Rothstaylor! Tirem suas mãos sujas de mim, seus porcos! Onde vocês pensam que estão me tocando?"
"Vocês acham que eu me rebaixaria a ponto de me envolver com um fracasso sem valor como Taylee? Me larguem! Vocês, plebeus desprezíveis e ignorantes! Vocês sequer compreendem do que estão falando?"
Então, até mesmo aquele comportamento repugnante que ele exibia, os aspectos mais sombrios da natureza humana... tudo era uma atuação.
Isso significava que ele possuía um tipo diferente de força interior, uma que até mesmo seus Olhos Perspicazes falharam em perceber.
Em outras palavras, ele era um mestre manipulador, usando a princesa do reino para seus próprios propósitos.
— Aquilo tudo... foi uma atuação...?
A princesa abanou vigorosamente a cabeça. Essa noção não poderia ser verdadeira.
No entanto, a mudança em Ed Rothstaylor continuava a perturbar a Princesa Penia. Se o que ela testemunhara realmente fosse uma performance. Se ele soubesse algo sobre a escuridão dentro da família Rothstaylor.
Se ele usasse a princesa como um meio de cortar os laços com essa escuridão. Se tudo isso tivesse sido orquestrado, orquestrado na palma de sua mão. Se isso fosse verdade...
Ploft!
— Tudo isso é muito exaustivo.
A princesa se afastou da mesa.
Ela se aproximou da janela e foi recebida pela brisa fresca do mar, seus cabelos loiros platinados tremulando suavemente ao vento.
A sensação trouxe uma frescura revigorante à sua mente.
— Devo me concentrar na programação de admissões e nos meus estudos. Não posso me preocupar com assuntos do estado.
Seu pai, o rei, a encorajara a saborear as alegrias do aprendizado antes de qualquer outra coisa. Ela havia buscado refúgio em Sylvanian para se livrar de fardos e protocolos rigorosos da realeza, permitindo-se a indulgência na busca pelo conhecimento.
Ela deveria liberar esses pensamentos agora.
Uma vida mergulhada em política, lutas de poder entre aristocratas, bem-estar público e diplomacia internacional...
A Princesa Penia estava ficando cansada de tudo isso.
Talvez ela já estivesse cansada.
Fisicamente, ela era apenas uma jovem tola que ainda não havia passado por sua cerimônia de maioridade. No entanto, seu espírito estava cansado como se tivesse envelhecido prematuramente.
Além disso, ela não estava em uma idade para estar escrutinando os outros, mas sim em uma fase em que deveria estar focada em si mesma.
A princesa suspirou enquanto o vento assobiava ao seu redor.
— Será que amadureci rápido demais para minha idade?
Ela olhou para o espelho ao lado da janela.
Refletida estava uma bela princesa loira platinada, cuidadosamente nutrida, vestida com roupas leves de dormir.
Ela juntou os cabelos, experimentando diferentes estilos — dividindo-os no meio e amarrando-os em tranças, enrolando-os e prendendo-os de lado. No entanto, com cada tentativa, ela soltava um profundo suspiro e soltava seus cabelos.
— Não é que eu não tenha interesse na aparência pessoal... É só que não consigo me livrar desse sentimento de constrangimento.
A autoridade às vezes podia sufocar um indivíduo. Dada sua posição de poder, o cansaço era indescritível. Mas não podia ser evitado. Para alguns, a posição da princesa parecia uma bênção.
— Sempre me pego pensando demais e indo fundo demais em tudo... Isso pode ter se tornado um hábito prejudicial.
A princesa Penia continuou a ponderar, parada junto à janela, permitindo que o vento a acariciasse.
Seus pensamentos voltaram para Ed Rothstaylor.
Sabendo do segredo sombrio da família Rothstaylor, ele usara intencionalmente a princesa para engenhar sua própria deserção e cortar laços com sua linhagem?
A conjectura parecia muito absurda.
Embora fizesse sentido ao juntar várias pistas... era um enorme salto na lógica.
Mas seu comportamento havia mudado indiscutivelmente, uma mudança completa de 180 graus.
— Vamos supor que ele tenha simplesmente perdido a cabeça após ser deserdado.
Ele também havia descoberto a localização do mármore dourado antes de Lucy Mayreel e compartilhado isso com a Princesa Penia...
— Isso deve ter sido um encontro fortuito.
Pelo contrário, tudo parecia muito conveniente. A Princesa Penia estava ciente disso, mas raciocinar isso por si mesma trouxe um senso de alívio.
— Quando conversamos anteriormente, não senti nenhuma escuridão emanando dele...
O rosto da Princesa Penia congelou.
A conversa que compartilharam na floresta do norte.
Ela havia esquecido o quão facilmente o diálogo havia fluído.
Assim que o viu, ela havia atacado.
"Saia desta escola! As pessoas aqui te desprezam. Você também não despreza esta escola? Você não me odeia por te fazer ser deserdado?"
Como Ed Rothstaylor havia respondido?
Com surpresa, ele havia olhado para a Princesa Penia e pronunciado palavras que ninguém acreditaria—
— A verdade é, princesa, eu sou realmente grato a você.
Presa nessa situação desconcertante, ela não conseguiu indagar mais sobre o significado por trás de suas palavras.
Pelo que ele poderia ser grato?
A Princesa Penia era a pessoa que mais influenciara sua deserção.
Por que alguém expressaria gratidão a um inimigo?
......
Devagar, a Princesa Penia parou.
Frrrrr!
Ela podia ouvir vagamente o crepitar da fogueira, como se estivesse experimentando uma alucinação auditiva.
Não havia muito que a princesa testemunhara naquele dia.
Tudo o que ela vira foi as costas largas de um garoto cuidando da lenha com seu poker, aparentemente desfrutando da tarefa.
✧✦✧
Fwoosh!
— Consegui!!!
Esta foi a minha sétima captura.
A vara de pesca improvisada que eu havia criado às pressas estava se saindo melhor do que o esperado. O peixe de água doce que eu acabara de pegar se assemelhava a um bluegill, e marcou minha sétima captura bem-sucedida.
Com isso, eu não só afastaria a fome, mas também teria o suficiente para comer até ficar satisfeito.
Eu sempre estava com fome, mas desde que cheguei a este mundo maldito pela primeira vez, parecia que finalmente poderia experimentar a sensação de ficar 'cheio'.
Não pude deixar de dar um polegar para cima em satisfação.
— Que captura incrível!!!