Volume 1: Esquadrão Promissor. – Arco 1: Introdução.

Capítulo 3: Resgate dos Capturados.

Todos ainda estavam juntos no local onde se uniram para derrotar um grupo de minotauros, salvando um grupo de sentinelas do ataque.

— Vamos fazer o seguinte: Que tal espalharmos para cobrir uma quantidade maior de área? Eu irei para o norte e Dusk irá para o sul da floresta, se fizermos isso, com certeza encontraremos todos que estão espalhados por aqui até mesmo encontrar os capturados — sugeriu Gwen.

— Com licença, acabei de escutar que vocês vão ajudar na busca? — O homem que fazia parte do esquadrão salvo entrou no meio da conversa. — Queria avisar, aqui está infestado de minotauros carnívoros e sedentos por sangue, fiquem atentos, se eles embarcarem vocês, vai ser difícil escapar.

— Muito obrigada pela sua preocupação, no entanto, sinta-se à vontade para relaxar um pouco e ficar tranquilo. A gente aqui dá um jeito, Minotauro, Dragão, Elfo, até mesmo um Slime, nada vai impedir deles perderem para nós — disse Dusk.

Gwen ouviu atentamente cada palavra que ele disse. Era possível ver que ele estava mega animado, por isso ela foi até ele.

— Quero deixar bem claro que vamos eliminar os Etéreos, também salvar as pessoas raptadas e os grupos espalhados por aqui.

O rapaz, ao ouvir sua amiga repetindo o mesmo tópico, olhou para ela com dúvida, pois parecia que ela queria destacar um ponto específico com suas palavras.

— Sim, concordo, mas não acabamos de falar disso? — ele apontou.

— Eu sei, só quero deixar bem claro na sua cabecinha — ela respondeu.

Após o acordo, Dusk fez um movimento quase mágico. Sua espada, antes sólida, começou a desaparecer. Parecia se dissolver no ar, ficando invisível. Ele juntou a mão aberta e o punho fechado num gesto suave.

— Bora nessa? Para vocês verem quanto sou brabo, vou até sem espada. — brincou Dusk.

— O garoto. Acabei de falar que os monstros vão atacar em horda, eles são perigosos, não dá para subestimá-los — alertou o moço.

— Eu sei disso. Por isso tive que desmaterializar aquela espada fraca, pois ela puxa muita energia minha.

Harry, até aquele momento, manteve-se silencioso, no entanto, sentiu a necessidade de expressar sua voz. Ele também tinha o desejo de fazer parte dessa busca.

— Eu vou ficar fazendo o quê?

— Ficar aqui, aguardando nosso retorno junto com sua androide. Você deverá proteger esse lugar, pois aqui será nosso ponto de encontro — disse Gwen.

Observando sua companheira androide, que gestualizava um sinal de confirmação com sua mão, Harry concordou com o plano proposto por ela.

 

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No norte da floresta, uma figura feminina se movia silenciosamente entre as árvores. Sua presença, quase imperceptível, lembrava um fantasma.

Ela observava atentamente cada parte do ambiente, usando seus sentidos afiados para notar qualquer movimento suspeito. Ela podia ouvir até os menores ruídos que poderiam indicar algo estranho. Seu olfato agia como um radar, capaz de identificar a presença de monstros, animais e humanos por seus cheiros distintos.

“Onde será que estão? Já estou procurando a uns vinte muitos e até agora, encontrei ninguém.” pensou Gwen.

Sons bestiais surgiram do nada no meio da floresta. Se tornaram notáveis quando toda atenção foi voltada para eles. Em resposta, Gwen tentou encontrar de onde vinham os sons.

Ela se moveu agilmente, pulando de galho em galho. Vendo à frente, notou uma cena curiosa. Dez grandes minotauros marchavam em linha reta, cada um carregando um humano desmaiado em seus ombros largos e grandes.

— Por que o lorde que esses sacos de carne? Seria mais proveitoso se os comesse aqui, pois só para isso que servem, serem aperitivos — falou um deles.

— Mostre respeito ao Letos. Se nosso líder, Thorak, tem medo dele, por que não teríamos?

Os minotauros carregavam pessoas feridas. Sangue escorria de suas bocas, mostrando suas recentes lutas. Alguns estavam mutilados, sem mãos ou pés, provavelmente devido a batalhas violentas. Todos estavam desacordados, vencidos pelo cansaço e dor.

“Faz um tempo que não entro em ação. Por mais que eu seja uma assassina, não ando praticando minhas técnicas com frequência. Se bem me lembro, a última coisa que fiz foi eliminar aquelas escórias.”

A moça usava uma saia preta elegante com uma camisa branca, que destacava suas curvas de forma surpreendente. Apesar de ter cruzado toda a floresta, ela não parecia suada.

Ela tinha uma lâmina afiada presa à coxa com um cinto discreto. O cabo era simples, mas a parte cortante era de um vermelho vívido, lembrando sangue.

Finalidade dos Deuses. A faca é uma arma especial, poucos sabem de sua existência e de como funciona. É um objeto que Gwen tem guardado há muito tempo como um tesouro.

— Se a Sarah me visse agora? Será que ela sentiria orgulho do que me tornei? — Essa dúvida passou por ela.

Enquanto a fila de minotauros passava sob a árvore onde ela estava, ela se posicionou com precisão, mantendo o olhar firme em seu alvo.

— Hora de comer!

A garota caiu de uma altura de cinco metros, focada em pegar o último da fila que parecia mais distraído.

Um corte súbita apareceu na barriga grande do monstro, que ficou chocado, sem entender o que causou tal ferida.

No entanto, algo semelhante a uma sombra deslizou rapidamente diante de seus olhos.

Segurou seu braço forte e grande que tinha caído e estava parado no chão.

Ele sentiu um leve toque de saltos no ombro e ao se virar, viu Gwen.

— Quem é você?

Ela rapidamente cravou sua faca na criatura antes que mais palavras fossem ditas. O monstro caiu e se desintegrou, virando apenas poeira que sumiu no ar.

— Atenção! — alertou um dos minotauros.

Quando souberam da morte do parceiro, os Etéreos se prepararam rapidamente para a batalha. Com agilidade, pegaram suas armas e largaram os corpos humanos que carregavam, prontos para o confronto.

— Saco de Carne! Vai pagar pelo que fez com meu amigo — ameaçou um deles.

Gwen, calma e cautelosa, avançava silenciosamente. Seu rosto, sujo com o sangue do monstro que eliminou, fazia dela uma visão assustadora. Ela suspirou e balançou a cabeça, mostrando desaprovação.

— Odeio quando essa personalidade toma conta de mim! — disse Gwen.

Fios surgiram das pontas dos seus dedos. Seus olhos, antes de um rosa claro, começaram a assumir uma tonalidade mais escura.

 

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Logo se adaptou à claridade e sentiu um forte cheiro de sangue. Cuidadosamente, virou-se e viu seus amigos inconscientes, espalhados ao redor.

Olhou ao redor. Árvores caídas e raízes expostas estavam por toda parte. O chão estava manchado de sangue, mostrando sinais de batalhas.

O que mais lhe chamou a atenção foram as cabeças de minotauros que estavam desaparecendo.

— Oi! — Alguém a chamou.

Ela observou silenciosamente uma mulher de cabelos curtos com olhos rosados fixos nela. A grama ao redor era vermelha viva, mas a mulher em si, estava limpa.

— Quem é você? — perguntou para aquela a frente.

— Sou Gwen Deacki. Deve conhecer meu sobrenome, sou irmã do capitão Nathan Deacki. Mas no momento isso não importa. consegue dizer o que aconteceu?

Uma vez mais, ela direcionou o olhar para seus companheiros. No entanto, de repente, seu rosto ficou sério e irritado.

— Estávamos juntos, éramos 17 no total, éramos quatro esquadrões e um tenente para essa missão. Mas quando chegamos, fomos emboscados pelos minotauros e alguns de nossos aliados foram mortos e outros foram raptados. Tentamos ir atrás daqueles capturados, mas novamente fomos pegos de surpresa.

Depois de ouvir a história, Gwen pensou profundamente e olhou para uma trilha específica. Nela, os minotauros iam para algum lugar.

— Tem ideia para onde foram levados?

— Enquanto lutávamos, escutei sobre um acampamento. Pode ser uma espécie de base onde se reúnem.

— Faz sentido. Obrigada. — Gwen apontou para os desacordados. — Faz um favor? Quando todos acordarem, voltem para o início da floresta, lá vocês encontrarão, uma androide e um rapaz usando um jaleco branco. Peça para ele curar e regenerar os membros perdidos.

— Ok! — concordou a moça.

Depois de dizer isso, Gwen começou a caminhar pela trilha. Ela possivelmente queria encontrar o acampamento e os prisioneiros.

 

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Um acampamento estava cercado por grandes árvores robustas, com várias tendas espalhadas. Escudos, machados e espadas estavam encostados nos troncos. Apesar de parecer deserto à primeira vista o local, risadas bestiais distantes indicavam uma festa ocorrendo.

Devido ao barulho e à fumaça de uma fogueira, onde restos humanos eram preparados de forma chocante como churrasco, Gwen conseguiu encontrar essa área perturbadora.

Ela se movia habilmente de árvore em árvore, explorando o grande acampamento que se estendia em uma boa área.

Durante a investigação, ela chegou a um ponto importante. Surpreendentemente, ela viu dois minotauros saindo de uma gaiola, trazendo com eles uma jovem.

— Para onde levaram os outros? O que estão fazendo com a gente? — ela perguntou desesperada.

— Cala essa boca. Se você cooperar, talvez sejamos gentis.

Agarrando-a firmemente pelo braço, os dois indivíduos conduziram a jovem a um local. A moça parecia impotente, suas mãos estavam presas por algemas.

“Tenho que libertar ela, lá se sabe o que vai acontecer.”

Gwen queria lutar, mas foi parada de repente. Uma energia muito forte começou a preencher o local, fazendo com que ela parasse imediatamente.

“Que energia é essa? É de um Etéreo. Primeira vez que sinto algo desse tamanho.”

Observando de longe, ela notou que os minotauros, apesar da aparência intimidadora, não eram a fonte daquele poder avassalador. Ela ficou alerta, procurando por qualquer brecha ou falha que pudesse explorar.

A mulher, claramente arrastada e chorando muito, tinha medo nos olhos. Ela estava certa, ser pega por essas criaturas significava a morte.

— Pare de chorar! — exigiu um dos monstros.

— Você deve ficar grata. Mais tarde você será servida como nosso banquete, porém antes se vai ser bateria de energia para, Letos.

Eles logo se encontraram no centro do acampamento. Sete minotauros grandes estavam ajoelhados diante de um trono imponente. Ao redor, corpos humanos estavam espalhados pelo chão, não mortos, mas parecendo estar em um sono profundo.

Os dois enormes seres levaram a jovem até o trono, onde repousava uma esfera azulada de textura gelatinosa.

— Que demora dessa de vocês. Sou ocupado. Vocês têm sorte, estão trazendo boas fontes de consumo, se fosse em outra ocasião, acabaria com todos — ameaçou o Slime.

Era evidente o espanto em seus rostos. Uma gota de suor deslizou por pelo rosto, enquanto humildemente abaixavam a cabeça.

— Mil perdões, senhor!!!

Embora estivesse a uma certa distância, Gwen podia sentir que a energia emitida por aquele Slime. A energia emitida por ele era alto, e apesar de pequeno, o Slime mostrava uma força incrível.

Ela foi jogada aos pés da entidade e ambos se olharam. A mulher parecia desesperada.

Gwen pegou sua faca. Mas antes que pudesse agir, o Slime se moveu. Em alta velocidade, o corpo pequeno do Slime cresceu, engolindo a jovem.

“Que agiu!”

Por algum motivo, o Slime começou a brilhar. A moça dentro dele desmaiou. Gwen sentiu, de forma exponencial, a energia da esfera aumentar.

Quando o brilho diminuiu, o Slime diminuiu e deixou o corpo desmaiado cair. Movendo-se suavemente como uma cobra, o Slime rastejou em direção aos monstros que esperavam por ele.

— Para mim, está ótimo, foi uma boa refeição. Transmita meus agradecimentos para Thorak — pediu ele.

— Sim, senhor!

Com um pouco de magia, uma rachadura apareceu na frente do Slime, mostrando um espaço vazio e escuro dentro dele. A criatura gelatinosa pulou para dentro do abismo misterioso, que sumiu tão rápido quanto apareceu, sem deixar rastros.

A presença marcante daquela figura parecia ter sumido e todos os minotauros soltaram suspiros de alívio.

— Lorde Letos dá muito medo.

— Concordo, fiquei tão tenso que me deu fome. Que tal pegarmos e preparar esses humanos aqui? Ao invés de comê-los crus, vamos assá-los, cozinhá-los ou fritá-los. Não dariam um ótimo lanche?

— Eu discordo — disse uma voz feminina.

Quando o Minotauro se virou, viu seus companheiros brutalmente assassinados, inclusive o que acabara de conversar com ele. Naquela cena horrível, ele viu a imagem de uma mulher.

— O quê? — ele disse por instinto.

Antes que pudesse dizer algo, ela fez um rápido gesto com a mão. Como um relâmpago, um traço quase invisível cortou o ar, rasgando ferozmente o tronco do monstro.

 

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Gwen, com as seis pessoas que antes estavam desmaiadas no acampamento, guiava-os por uma trilha para a entrada da floresta.

— Obrigada, novamente por nos resgatar. Foi bastante estranho quando me vi jogada e desmaiada perto daquela cadeira — disse a moça, que Gwen viu ser engolida. Ela era a Sarah, a irmã que foi raptada.

— Não foi nada! — ela agradeceu.

A visão dela foi para todos os outros atrás dela que conversavam entre si. Ela parecia confusa, como se houvesse um grande ponto de interrogação sobre sua cabeça.

“Ninguém se lembra do Slime. Por que? Estranho! Mas pelo menos salvei a moça, Sarah. Não é meio triste pensar que salvou alguém com esse mesmo nome? Cala boca. Deu tudo certo dessa vez. Me responde, o que vai fazer, já que é única que sabe sobre aquele Slime? Não é óbvio, vou falar para Nathan e Evelyn, quando tiver oportunidade.”



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