Volume 1 – Arco 3
Capítulo 34: Lamento pelo Tempo Perdido
Após a elfa Shael remover do campo de batalha Asta e incapacitar os movimentos de Maurice, ela de forma firme e convicta caminhava em direção de Cristina e Emma.
— Eliminá-las vai ser mais fácil do que pensei. É nada pessoal, mas minha família recebeu a missão de acabar com esse lugar, não podemos ignorar a ordem de nossos superiores — disse Shael para elas.
Emma estava apreensiva quando percebeu a situação, os dois sentinelas que as protegeriam foram derrotados facilmente, ela não tinha muito o que fazer, o jeito agora seria, lutar?
— Mãe, deixe o resto comigo. Não prometo grande coisa, pois meu controle de mana não é perfeito, mas nunca deixarei uma intrusa atacar minha família e ameaçar essa cidade!
De forma corajosa Cristina deu um passo adiante, ela parecia que estar pronta para lutar e seu foco era um, acabar com essa ameaça.
— Não faça isso. Pode ser perigoso! — falou preocupada Emma. — Como vai enfrentar ela sem ter uma arma?
— Desculpa, por não ter revelado antes, mas agora você é a segunda pessoa que vai saber do meu segredo.
Levantando suas mãos, pequenos poros de luz começaram a emergir de Cristina, qualquer um que olhasse, saberia o que era.
— Magia? — perguntou Emma surpresa.
— Perdão por não ter dito isso para você antes, estava encontrando a oportunidade perfeita para revelar, mas agora não posso esconder isso, vou ter que usar tudo que tenho contra esse monstro.
Cristina, agora de frente com perigo, ficou com pouco de receio ao ver a elfa combate que presenciou, viu ela enfrentar Maurice e Asta, ela já tinha uma noção de que eles eram fortes, mas Shael estava m outro nível.
“Consigo segurá-la até os reforços chegarem? Para falar a verdade nem sei se vou durar muito contra essa elfa , a maioria dos nossos soldados estão na linha de frente.”
Antes, poucos poros saíam de suas mãos, mas após ela concentrar bastante energia, , uma enxurrada dessa magia começou a emanar do corpo dela a cobrindo como uma aura luminosa.
— Você vai se arrepender por ameaçar minha mãe!.
A elfa que viu sua nova oponente apresentar, apenas demonstrou sua surpresa erguendo as sobrancelhas, mas após isso, a elfa apenas estreitou os olhos e se preparou.
Mas antes que o Etéreo pudesse fazer algo, Cristina foi mais rápido, com dedo indicador, ela apontou e gritou.
— Vou acabar com você, sua piranha!!!
Como uma chuva de flechas disparadas no mesmo instante, vários daqueles poros voaram na direção de Shael, que só teve tempo de pular para trás como se esquivando, mas por algum motivo ela tinha uma expressão de dúvida no rosto.
— Piranha? Por que me chamou assim?
A elfa que mais parecia uma raposa astuta e Shael, com uma arrancada veloz, começou a correr em torno de Cristina. Os poros além de servir como aura, pareciam também uma barreira que bloqueava os golpes de espada, Mas sem perder a motivação, a elfa tentava encontrar uma brecha para um ataque direto.
— Multiplique!!! — gritou Cristina.
Vários daqueles poros mágicos em torno dela, começaram a surgir do nada, era tanto daquelas coisas que chegou um ponto onde não dava para ver Emma e a própria Cristina.
Mais rajadas daquela magia voavam em todos as direções como uma metralhadora, na tentativa desesperada dela de atingir um ataque sequer.
— Se eu tiver que usar toda a minha mana, então assim será. Vou extrair todo poder de meu núcleo e vou transcender minhas habilidades, nem que para isso eu me sacrifique, darei minha vida para proteger Emma!!!
Na ponta dos dedos de Cristina uma grande massa de energia comprimida se acumulou gerada pelo poros, Shael percebeu que havia muito poder naquele ponto.
— O que pretende fazer com isso?.
A elfa não parava de correr, mas Cristina, mirando nela, tentou prever sua rota disparando num ponto futuro numa área aproximada onde a elfa estaria.
A magia viajou, mas emitiu nenhum barulhos, porém, Shael que estava atenta conseguiu parar, mas aquela bola de energia caiu bem na sua frente.
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Cristina, desde pequena já sabia que sua mãe era alguém importante na cidade, por elas passarem pouco tempo juntas, ele demorou um tempão para descobrir que sua mãe era governante local, isso se deve também, pois ela nessa época tinha 5 anos de idade.
Ela sempre foi uma criança esperta, em sua vida, nada faltava, tudo o que ela queria estava às suas mãos, porém com passar do tempo ela percebeu o que faltava de real na sua vida, era Emma.
Certo dia, enquanto caminhava pelo jardim do palácio presidencial, ela avistou sua mãe à distância, rodeada de senhoras e senhores importantes. Cristina naquele momento queria ir até ela, porém se fizesse, certamente sua mãe ficaria brava.
Era sempre assim, ela quase nunca passava um tempo satisfatório com Emma, pois sempre estava ocupada e esse dia não foi diferente, e sua mãe saiu de sua visão quando entrou numa sala de reuniões.
Meio chateada, por quase nunca ver Emma, Cristina caminhava à toa pelo palácio até que chegou num canteiro de rosas, que ficava no imenso jardim, em meio aquelas lindas flores, uma se destacava, não por sua beleza, mas sim porque estava murcha e morta, se passasse mais algum tempo, aquela flor cairia e seria removida.
— Não quero que a senhorita flor se vá!!!
Com intuito de ajudar a pobre planta, ela estendeu a mão para flor, não soube como, e nesse gesto de pôr a mão na vontade de ajudar, pequenos pontos de luz saíram da sua palma e penetrou.
O que aconteceu a seguir encheram os olhos da Cristina de orgulho, flor, antes morta, voltava ao seu estado bonito e elegante, se tornando mais chamativa que as demais flores.
— Como isso aconteceu? Fui eu quem fez isso? — disse toda contente enquanto olhava para sua mãos — Será que consigo usar isso para ajudar minha mãe. Tomara que ela fique orgulhosa quando descobrir.
Não se importa como seria a reação de Emma, ela iria revelar, decidiu esconder esse segredo por enquanto, mas ao mesmo tempo ela se dedicou nos estudos e se empenhou bastante para ser a nova sucessora da cidade. Com passar dos anos, com muita experiência e dedicação, ela virou a vice governante, agora estando ao lado de sua
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Após ter usado tanta energia no ataque, Cristina havia causado uma enorme explosão que destruiu grande parte do salão. A sua volta havia pilhas de destroços e poeira espalhadas.
Ela tinha confiança de que seu ataque foi efetivo, com o pensamento de seu plano ter dado certo, ela baixou um pouco a guarda e respirou fundo.
— Filha, cuidado!!! — gritou Emma desesperada.
Cristina não conseguiu acompanhar a alta velocidade da elfa e quando percebeu, Shael já estava do seu lado, pronta para cortá-la com sua lâmina.
— Como está viva depois disso? Usei muita energia nesse ataque, era para não ter sobrado nada de você.
Mais poros luminosos surgiram de Cristina e como munições de metralhadora, foram disparadas com brutalidade contra Shael, que na cabeça dela não teria como escapar.
Porém, o Etéreo nem ao menos tentou sair dessa chuva de ataques que receberia de frente, mas antes que a magia fosse eficaz e a atingisse, o grimório que a elfa portava já estava aberta, tanto Emma e Cristina notaram os poros não atingirem a inimiga, pois foram bloqueados por uma barreira.
— Tenho que dar parabéns. Que coisa impressionante! Impressionante, pena que não tem muita força, senão faria estrago. Não sei qual é o problema de vocês humanos, pois não usam seus feitiços e liberação total. Hahaha! Para mim, isso é ótimo, pois me dá tempo de me adaptar.
A elfa como um vulto foi para frente em busca de esfaquear Cristina. Seu ataque seria certeiro e não deixaria formas dela sair viva.
Porém, uma nova presença se pôs à frente desse ataque, essa pessoa foi atingida nas costas, mas a ponta da arma apareceu do outro lado, na região do peito, ela foi empalada completamente e ponta da espada atravessando o peito.
— Por que entrou na frente? Não tinha como esperar, não? Sua vez já ia chegar! — reclamou Shael para ela.
Cristina foi empurrada para trás porque alguém que se jogou em cima. Foi difícil processar o que aconteceu, mas a imagem da Emma com a espada cravada em suas costas, era perturbadora, pois litros de sangue escorria. Cristina ficou estática pela cena reação veio em sua face.
— Ma… Mamãe??!
Era difícil sua voz escapar, pois dessa imagem brutal, ela não conseguia desviar o olhar e as duas se encararam, era como se o tempo parasse, enquanto no rosto de Cristina emoções de desespero, raiva e tristeza ficaram evidentes.
Já na em Emma, era refletido seu amor pela filha, alívio por ela ter escapado, admiração por ter lutado bravamente e um toque de tristeza, por não conseguir mais tempo com ela.
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Emma Paison sempre foi uma pessoa dedicada a ajudar aqueles à sua volta, dando 100% para qualquer problema.
Ela se apaixonou por um homem, sendo mais específico, um caçador de Etéreos. Os dois viraram um grande casal de apaixonados, mas da mesma forma que ela o conheceu, ele se foi, mas não porque ele a abandonou, mas sim porque acabou perecendo num combate contra monstros de níveis altos.
Emma ficou sozinha e triste, mas ficou feliz tempo depois, pois daquela amor, foi gerado uma vida, uma criança, na qual ela batizou de Cristina.
Infelizmente à medida que o tempo passava, agora sendo governante de Fortune Diamond, com 25 anos, após seu pai morrer de velhice e passar o bastão para ela e assim trabalhou se acumulou
Agora que ela possuía tal cargo, muito tempo do seu dia foi perdido, mal conseguia passar um momento com sua filha, sempre que tinha oportunidade era coisa rápida, uma ou meia hora.
Não importa o quão bem ela fosse no trabalho, o vazio que a mesma sentia por não conseguir estar com sua filha era imenso. Em dias de reuniões de pais e mestres na escola da Cristina, não era ela quem ia, mas sim alguém de confiança que a própria Emma escolhia.
O tempo passou e Cristina completou a maioridade, ela não soube dizer o porquê, mas sua filha dedicou tudo de si para apoiá-la e fornecer toda ajuda necessária.
Emma agora estando mais próximo com sua filha, trabalhando e vivendo com ela, percebeu um fogo interno que a mesma tinha e seus olhos demonstravam muita paixão ardente, tanto para a mãe e um homem, que naquele ano entrou como recruta nas forças de defesa em Fortune Diamond.
A governante por ter uma boa percepção e intuição pressentiu que sua filha e aquele sujeito já estavam numa relação amorosa por algum tempo, mas os dois nunca chegaram a revelar nada.
“Fico feliz dela receber amor, coisa que não pude oferecer!”, esses tipos de pensamentos autodepreciativos eram constantes em sua cabeça.
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Perdendo suas forças, caindo no chão, uma poça vermelha de sangue transbordava do peito de Emma, sua visão estava meio perdida e não conseguia encontrar mais os olhos de Cristina que estavam cheios de lágrimas e com uma expressão contorcida de raiva.
— Desculpa filha. Falhei em ser uma mãe presente Queria ter estado com você quando perdeu seu primeiro dentinho ou quando conseguiu seu primeiro namorado. Não pude aproveitar esses momentos, mas ao contrário de mim, tenta viver aquilo que não pude. Você e Afonso, um casal incrível. Filhinha, só quero que seja feliz. Não queria que fosse assim, mas tenho que dizer uma vez… Eu te amo!
No rosto de Emma a imagem de um sorriso sincero e olhos cheios de lágrimas, fizeram lágrimas escorrerem dos olhos de Cristina.
Removendo de forma brutal e seca, Shael retirou sua espada cravada em Emma e o sangue em sua lâmina respingou um pouco na face da Cristina.
— M… Ma… Mamãe!!! — gritou Cristina, vendo Emma perder a consciência.
Perdendo as forças nas pernas, ela caiu de joelhos diante sua mãe, agora não tendo mais vida. Ela ficou completamente desolada, por saber que Emma queria ter passado mais tempo.
Nesse instante, uma nova presença adentrou a sala, era um menino de 17 anos de cabelos grisalho e liso de tendo a cor dos olhos roxos, ele observou e entendeu a cena em choque.
Continua no Capítulo 29: Consequências da Falha
Data de Lançamento: 22/07/2024, 06:00:00