Volume 1
Capítulo 46 - A Verdade Sobre as Masmorras.
Enquanto ainda estavam curvados diante do fantasma Sigurd Rokuto, Ryusaki e Lina não sabiam ao certo os motivos de tudo aquilo, mas seguiram as orientações de Sankay.
— Gosto de ver meus súditos agindo assim em minha presença. — disse Sigurd com ar de satisfação.
— Será sempre um prazer nós curvarmos para a verdadeira família real. — disse Sankay querendo entreter o fantasma em suas explicações.
Sigurd olhou intrigado para Sankay e imediatamente disse — O que vocês querem dizer com verdadeira família Real? Estão me dizendo que a família Rokuto não toma de conta do Reino no mundo de Raenus?
Sankay cutuca Ryusaki para ficar atento e saia assim que o Fantasma se distrair e assim ir cuidar de Dadb.
— Me desculpe meu rei, mas posso me levantar para lhe explicar melhor sobre essa questão? — disse Sankay se mostrando solicito.
— Claro. Levante-se e me explique o que aconteceu no mundo de Raenus. — ordenou Sigurd.
Ele se levantou e começou a caminhar na direção contrária a Ryusaki e Lina.
— Bom meu rei, primeiramente no calendário em que estamos aqui no ano de 809, nem mesmo sabemos qual é o nome do mundo em que vivemos. — explicou Sankay.
Sigurd arregalou os olhos e ficou espantado por ser o ano 809.
— Como pode ser o ano 809? Faz pouco tempo que recobrei a consciência como um fantasma. Não pode ser. — exclamou Sigurd demonstrando confusão para compreender aquilo.
— Meu rei nos estamos nesse ano e a família real nessa parte do continente é Raijin e eles cuidam de tudo por aqui, mas temos mais dois continentes que são: Hanz e Kerraton. — explicava Sankay para Sigurd.
Assim que ouviu falar que a família real era Raijin o fantasma demonstrou um espanto que nunca havia demonstrado antes.
— Não pode ser. Aqueles Raijin? — exclamou Sigurd ainda incrédulo com o que escutará.
Agora que Sigurd estava envolvido na conversa, Ryusaki poderia sumir e levar Dadb para um lugar seguro e cuidar dela.
Imediatamente ele agiu e foi levá-la ao seu ambiente e assim cuidar dela.
Enquanto Ryusaki fazia isso, Lina observava Sankay conversar com aquele ser como se ele realmente fosse da realeza, mas de uma forma como ele nunca tratara nem mesmo o príncipe.
Ela ficou pensativa:
O que esse garoto sabe? Por que tem tantas informações que nem mesmo eu sabia? Do que ele será capaz com essas informações? Precisarei observá-lo. Sua família é um pouco diferente e agora estou percebendo uma realidade que não tinha visto antes.
Assim, Lina ficou olhando para eles, mas, ao mesmo tempo, ficava perdida em seus pensamentos e nem sabia o que estava ocorrendo na sua frente.
Ao mesmo tempo, Sankay continuava explicando para Sigurd o que tinha ocorrido nesse período e quem estava no controle.
Sankay explicava que a família real de Raijin havia transformado o processo de nomeação uma forma de controle, pois aqueles mais pobres não recebiam o direito de serem nomeados, mas caso tivessem certa quantia de dinheiro poderiam receber.
Explicou também que os detentores de poder são os reis de Hanz, Kerraton, Severus e Raijin.
Ao escutar essa confirmação, Sigurd mostrou indignação com a família de Raijin ter conquistado um lugar e a família Rokuto ter sido esquecida.
— A Família Rokuto, Severus, Hanz e Kerraton sempre estiveram a frente de tudo, mas como aqueles malditos Raijins adoradores dos demônios conseguiram ascender a realeza. As coisas estão mais complicadas do que pensei. — exclamava Sigurd ainda confuso.
— Me desculpe, meu rei. Poderia me dizer como era em seu tempo, já que as coisas mudaram tanto assim. — disse Sankay demonstrando humildade.
Sigurd então começou a explicar com clareza o que acontecia na época em que ele estava vivo ainda.
— Desde o ano 59 quem estava no controle do reino de Raenus eram 5 famílias que eram consideradas o centro de todas as outras.
— As famílias principais se dividiram em: Rokuto, Severus, Kerraton, Hanz e Vandelord.
— O controle era dividido pelas 5 famílias, mas houve uma mudança. Essa mudança acabou com a família Vandelord. Mas essa mudança ocorreu por um Jovem da família Hanz e da família Vandelord que havia nascido com uma predominância élfica e tinha o nome de Torkus.
— Por ser diferente de todos da família era fora deserdado e assim adotou o nome de Torkus Rakerhan. Começou buscando um reconhecimento através de suas ações altruístas e combatendo a maldade e a injustiça de forma independente.
— Todos os líderes não tinham problemas com ele, afinal ele evitava alguns problemas com outras pessoas.
— Nessa mesma época uma pessoa do templo descobriu uma qualidade elevada em seus poderes mágico e se chamava Sartre, mas ele e Torkus tinham visões diferentes.
— Algumas pessoas adoravam Sartre a ponto de cultuá-lo como um Deus, pois ele recebeu uma benção da Deusa que o tornaria um escolhido dos Deuses e poderia realizar determinações perante os seres na terra.
— A briga entre eles era evidente, mas todos no poder tentaram evitar o confronto deles, mas parecia inevitável.
— Tudo que pudemos fazer foi afastá-los.
— Mas tudo mudou quando Sartre amaldiçoou a filha de Torkus a ter chifres e ter impulsos carnívoros.
Sankay e Lina prestaram atenção as palavras de Sigurd e arregalaram os olhos, pois a história contada é diferente dessa.
Então Sigurd continuou contando a história.
— Houve uma separação e os Raijins se uniram a Sartre em sua caminhada e descobriram que com um excesso de poder mágico poderiam causar uma maldição sobre o reino que permitiria um isolamento de monstros.
— Junto a isso começou uma guerra entre Sartre e seus aliados e seguidores e Torkus que ia com seus 12 seguidores. Todos mestiços e rejeitados.
— As famílias reais começaram a apoiar o lado de Sartre, pois ele os ganhara com suas influências e suas habilidades de convencimento.
— Quando chegou o momento da batalha entre ambos, com os Raijin e maioria da família Vandelord foram sacrificadas para fazer com que a maldição lançada na filha de Torkus os atingisse e junto a isso suas energias se tornassem amaldiçoadas e permitissem a criação de torres cheias de monstros criados a partir dessa energia sombria.
Sankay e Lina arregalaram os olhos descobrindo como foi que os demônios e as masmorras surgiram verdadeiramente. Aconteceu ao custo de diversas vidas que se sacrificaram por uma causa que nem mesmo sabiam se era a correta.
— Nesse período aqueles que se tornaram amaldiçoados começaram a causar grandes problemas no reino, mas também descobrimos que na realidade Sartre havia enganado os Vandelord com a família Raijin.
— Assim que começamos a descobrir as mentiras de Sartre, o mesmo sumiu e seus fiéis diziam que ele transcendia a matéria e se tornara um Deus e não seria mais um servo de Deuses.
— Com isso as famílias reais ficaram responsáveis por buscar formas de acabar com as torres e com os demônios criados. Afinal eles comiam pessoas inocentes.
Ouvindo a finalização das explicações, Sankay pensou:
Então quer dizer que os demônios são um aglomerado de mestiços que querem vingança contra um Deus que os enganou com a família Raijin? Mas o que é essa mudança na família real e o que houve com a família Vandelord? As coisas não são tão parecidas com o conto de Fanheamadem.
A medida que Sigurd foi contando a história, ele percebeu que nem mesmo sabia quem eram aquelas pessoas que estavam em sua casa.
— Quem são vocês? — disse Sigurd curioso.
— Eu me chamo Lina Severus. — disse ela se apresentando e se curvando.
— Então você é da realeza também. — disse Sigurd.
— Não sou da realeza. Sou apenas uma pessoa nobre, mas não tenho poder algum. — explica Lina.
Sankay percebeu que Sigurd iria insistir nesse ponto e disse — Sou Sankay, um plebeu.
— Um plebeu com essa energia e esse conhecimento? — disse Sigurd intrigado.
— Ele sempre aprendeu muito rápido desde que era muito novo, mesmo antes de saber até mesmo o que era magia. — disse Lina interrompendo os dois.
Enquanto Sankay Lina e Sigurd se conheciam e conversavam de forma amigável agora, Ryusaki estava se sentindo aliviado por estar longe daquele fantasma.
Assim que ele chegou aquele ambiente, ele colocou Dadb deitada e sentou-se ao lado dela.
Logo após se sentar, sentiu um grande alívio, pois aquele maldito fantasma agora estava longe.
Dadb estava mais calma e sem se debater ou sem gritar como antes.
Ryusaki começou a observar ela e percebeu algo diferente em seu rosto.
— O que é isso? Essa marca não estava aqui antes. — disse Ryusaki intrigado com a marca que aparecera no rosto de Dadb.
Tentou observar novamente aquele detalhe que se parecia muito com uma tatuagem tribal, mas estava envolto em símbolos que ele nem saberia identificar.
Enquanto ele observava as marcas que apareceram no rosto, identificou um símbolo que ele conhecia.
— Esse símbolo eu já vi em um livro, mas não me lembro qual. — disse Ryusaki em voz alta.
Ele permaneceu olhando por alguns momentos, mas por mais que tentasse não se lembrava de nada.
Em sua cabeça só aparecia o vazio.
Antes que se afastasse dela, Dadb ergueu os braços e abraçou Ryusaki.
Ryusaki tentou sair de perto, mas ela o agarrou com tanta força que ele mal conseguiu reagir.
Ele foi levado para um abraço onde seu rosto ia de encontro com os seios de Dadb, mas naquele momento ele só pensava que se seu irmão visse aquilo ficaria muito bravo e que precisava dar um jeito de sair.
Quanto mais tentava sair, mais apertado ficava.
Ele começou a se debater tentando sair do abraço de Dadb, mas inesperadamente ele sentiu uma mordida em sua orelha.
— Meu Deuss… Eu vou ser comido por um demônio…. Ahhhhh… Socorro…. — gritava Ryusaki desesperadamente.
Mesmo que seus gritos fossem bem altos, ninguém viria até lá, pois somente ele poderia adentrar aquele local.
Quando se lembrou disso, percebeu que Dadb não estava mordendo sua orelha para comê-la, mas para ter algo próximo.
Assim ele parou de gritar como se estivesse sendo atacado por um monstro poderoso.
Por mais que tentasse sair do abraço e do aconchego de Dadb ele não conseguia.
Mas o principal motivo era por que Dadb estava pressionando o corpo dele sempre que tentava sair.
Isso enquanto ainda continuava dormindo.
Eles permaneceram assim até que Ryusaki se acalmou e os braços de Dadb se soltaram dele.
Assim que sentiu os braços saírem dele, deu um pulo para trás e ficou distante observando Dadb.
Enquanto isso ocorria, Kuros apresentava inquietação com o que aconteceria a ele a partir daquele momento.
Principalmente por que ouviu alguns guardas falando sobre uma possível preparação para a guerra.
Tentou prestar atenção naquela conversa e ele não estava compreendendo bem.
Mas o que escutou deu para perceber que Chedipé havia retornado para mentir sobre ele e assim condená-lo e também que uma guerra estava se aproximando.
Ele estava ficando aflito com a situação em que o rei e sua secretária real o tinham colocado.
Kuros já percebia que o plano de Chedipé e do Rei poderia ser apoiar o Rei demônio e assim poder derrotar os níveis santos e ser o segundo em poder.
Enquanto estava preso aquela cela que não serve de nada para ele, criava estrategias e perdia seu tempo pensando em formas de ser forte e sair dali para alertar sua neta de suas descobertas.
Tramava formas de utilizar sua pouca magia para sair daquela cela que reprimia magias.
Mas seus olhos funcionam bem e ele conseguia utilizar a magia interna de seu corpo para isso.
Quando percebeu que a cela na realidade não bloqueava o sol e sim causava uma diminuição da concentração de poder mágico no ambiente.
Ele pensou e se lembrou que a única forma de evitar pessoas assim ou artefatos com esses dons seria utilizar a energia mágica das coisas e sua assimilação precisava de atenção.
Logo que percebeu isso, ele começou a testar isso.
Enquanto Kuros se ocupara com seus testes enquanto era sentenciado, algumas pessoas continuavam com suas tramas.
Alguns queria auxiliar mais as pessoas e assim queria muito que as coisas se resolvesse logo.
Mas as coisas estavam se desenrolando de uma forma muito diferente e estranha para a maioria das sociedades.
Exércitos se preparando, atraso em reuniões e pessoas de confiança perdendo as considerações e a credibilidade.