A Garota Pet do Sakurasou Japonesa

Tradução: NiquelDBM

Revisão: NiquelDBM


Volume 4

Capítulo 1: O Festival Cultural do Sakurasou!

Com a luz do pôr do sol sobre eles, Sorata Kanda estava cara a cara com Mashiro Shiina no deck de observação do aeroporto de Narita.

— Essa parte aqui está estranha...

Mashiro apertou as duas mãos com força em frente ao peito, como se estivesse tentando suprimir algo.

— Ei, Sorata.

A voz dela estava fraca.

— Oi?

— Isso é...

Mashiro começou a corar quando fechou os olhos. Sorata percebeu que ela não estava vermelha por causa do pôr do sol.

— S-Shiina?

Ele tentou dizer mais alguma coisa, mas já era difícil só para falar o nome dela.

Mashiro olhou diretamente para Sorata.

O cérebro de Sorata parou com aquele olhar.

— ...

Sorata engoliu seco. No entanto, isso não ajudou em nada. Seu coração estava batendo ainda mais forte, mas Mashiro não iria parar.

— Isso é...

— ... Shiina...

— Será que isso é...

— ...

O coração dele estava gritando, implorando para Mashiro parar, mas ela continuou e disse:

— ...Amor?

Ela disse calmamente. A voz dela estava calma, ele tinha certeza.

O coração de Sorata estava batendo ainda mais rápido e cada célula de seu corpo estava agitada.

Ele deixou transparecer as emoções dele.

— E-Eu... eu...

Uma voz dentro dele ecoou dizendo "Fala, você tem que falar!"

— ... Sorata?

— Eu g-gost...

Fala, você tem que falar!

— E-Eu gosto de você!

— Eu sei.

— Hein?

Como assim?

— Eu sei como você se sente, Sorata.

— Shiina...

Shiina tinha um sorriso no rosto que tirou toda a força que tinha no corpo de Sorata.

Ela olhou para ele com um olhar amoroso.

O coração de Sorata batia descontroladamente.

— E-Eu...

Mas, quando Sorata criou coragem para falar, Mashiro o parou levantando a mão para ele.

— Eu não posso aceitar esses sentimentos, Sorata...

— Hein?

O que Mashiro acabou de dizer?

— C-Como assim? Por que?! Nós dois sentimos a mesma coisa, não?

— Sim.

— E-Então... Por que?

— É necessário um passado doloroso para pilotar o Nyaboron.

— ... É o que?

Sobre o que ela estava falando?

— Está tudo bem.

— Não, não. Sua cabeça não está nada bem.

— Você é precioso para mim, Sorata. Então, quando eu te perder, terei sentimentos tristes o bastante para pilotar o Nyaboron.

— É, você não tá nada bem!

— Eu irei derrotar todos os Nyangoronianos.

— Fala sério, por favor!

— Então, adeus...

— Não, espera...!

Mashiro virou de costas e correu.

Perseguindo Mashiro, Sorata agarrou seus ombros e a virou.

— Hein?!

Como um truque de mágica, a pessoa que Sorata alcançou não era Mashiro. Ela se transformou na sua veterana que está no último ano: Misaki Kamiigusa.

— O-O que aconteceu?!

— Você não está sendo homem, Kouhai-kun! Apenas me deixe ir, é pelo bem da humanidade!

Misaki se virou para correr novamente.

— Ah, espera, Senpai!

— Não!

Respondendo isso, Misaki deu um tapa na cara de Sorata.

— Como assim?!

Gritando isso, Sorata retomou seus sentidos.

Até então, ele estava no aeroporto, mas ao abrir os olhos, ele viu um quarto familiar.

Sakurasou, um dormitório da Escola de Artes da Suimei. E este era o quarto 101. As paredes do quarto estavam cobertas de desenhos do "Gato Galáctico Nyaboron", e os sete gatos de rua que ele adotou estavam dormindo na cama.

Era um quarto que Sorata conhecia muito bem.

— Então... Quer dizer que foi tudo um sonho, e essa agora é a realidade?

Ele estava feliz, mas também estava se sentindo decepcionado ao mesmo tempo.

— Pera aí, eu dormi em pé...?

Quando Sorata olhou para baixo, ele estava de pé dentro de seu quarto por algum motivo. Mas ele nem estranhou tanto, já que ele quase não teve tempo para dormir na semana passada graças ao prazo extremamente apertado do projeto "Gato Galáctico Nyaboron".

Quando ele bocejou, seus olhos lacrimejaram.

Ele voltou à realidade, mas queria era voltar a dormir.

— E que tipo de sonho era aquele...

Mesmo que ele estivesse totalmente focado na produção, ele não esperava que o Nyaboron fosse aparecer até nos sonhos dele.

E por que ele estava sonhando com Mashiro? As coisas entre eles dois ficaram estranhas desde que Rita, a ex-colega de quarto de Mashiro, tentou levá-la de volta para a Inglaterra...

Só de lembrar do dia que ele gritou "Não vá!" enquanto abraçava Mashiro, ele ficava completamente vermelho de vergonha. E, agora, depois desse sonho maluco, vai ficar ainda mais difícil olhar para ela...

— Kouhai-kun, cê tá acordado?

Ele esfregou os olhos. Quem falou foi a alienígena do quarto 201: Misaki Kamiigusa.

Agora que ele parou pra pensar, Misaki deu um tapa nele no sonho. Não, ele ainda conseguia sentir a bochecha dele ardendo de dor.

— Pode parecer uma pergunta estranha, mas como você me acordou, Misaki-senpai?

— Eu te acordei de acordo com os costumes da Terra.

— Acordar alguém com um tapa não é costume na Terra! E nem em nenhum outro planeta!

— Ué, mas eu não te dei um tapa... Eu tava praticando minha assinatura.

Misaki estava falando coisas bobas, como de costume.

— Assinatura?

— É, olha aqui no espelho.

Sorata pegou o espelho de mão que Misaki entregou a ele.

— Tá vendo? Na frente ficou assim... O que cê achou?

Sorata decidiu ignorar a cabeleireira.

Em sua bochecha esquerda, tinha uma marca de mão com tinta vermelha. Óbvio, a mão direita de Misaki também estava coberta de tinta vermelha.

— Que tipo de assinatura é essa, primeiramente?! Você não tá indo longe demais, não?!

— Eba, que bom que cê gostou, Kouhai-kun.

— Eu não gostei! Eu odiei! Quem iria gostar de levar um tapa?!

— É só parar de dormir em pé. Tem que ser muito idiota pra fazer algo assim.

— As girafas dormem em pé! Não fala assim da natureza!

— Errado! As girafas que eu vi no zoológico dormiam deitadas! Elas até enrolavam o pescoço!

— Elas só estão sendo preguiçosas! Não são mais as mesmas que ficavam na natureza!

— Eu já entendi que você gosta de girafas, mas eu não tô afim de ouvir isso, então cala a boca.

Quem disse isso foi Jin Mitaka, que estava checando a TV no quarto. Ele é o lindo veterano do terceiro ano que morava no quarto 103, e era amigo de infância de Misaki.

Ele estava revisando as "Partes dramáticas do Gato Galático Nyaboron".

— E vá logo para a escola, Misaki. Você precisa promover nossa apresentação e terminar os preparativos.

— Sim! Eu venho buscar vocês no almoço, então terminem tudo!

Misaki saiu correndo assim que terminou de dizer isso. Como ela consegue ter tanta energia assim? Sorata estava cansado o suficiente para dormir em pé, e Jin estava bocejando a cada 3 segundos, mas Misaki não parecia estar nem um pouco cansada igual eles, e ela também não dormiu. Ela tinha uma energia ilimitada. Seria bom se ela usasse essa energia para o bem da humanidade...

Enquanto Sorata olhava para a porta que Misaki havia saído, Jin falou:

— Nunca pensei que a gente fosse terminar isso no dia da apresentação...

— Nem eu...

Sorata concordou com Jin e se deitou no chão, ao lado dele.

Hoje era 7 de novembro.

Era o 5º dia do Festival Cultural, que começou no dia 3 de novembro.

O "Gato Galáctico Nyaboron" deveria ter sido concluído há quase 10 dias...

No entanto, Misaki ordenou que os modelos 3D fossem remodelados, porque ela não estava satisfeita com a qualidade. Isso fez Mashiro ter que aumentar a quantidade de cenas que tinha que fazer.

Quando Ryuunosuke, que deveria ser quem negaria as ordens de Misaki, disse que também tinha uma coisa que ele queria testar no projeto, o prazo se estendeu mais ainda...

Graças a isso, os moradores do Sakurasou praticamente não tiveram tempo para dormir. Nem é preciso dizer que eles não tiveram tempo de participar de nada do Festival Cultural, né?

No entanto, todo o trabalho duro deles valerá a pena no final. Dentro de algumas horas, o "Gato Galáctico Nyaboron" finalmente estará pronto e eles poderão apresentá lo.

Mesmo assim, eles estavam completamente cansados, e poderiam largar tudo para dormir ali mesmo.

— Jin-senpai.

— Que foi...?

— Acho que dá tempo de dormir em pé mais um pouquinho, hein...

— Vá lavar o rosto na pia para despertar um pouco. Aproveita e tira essa tinta da cara, também.

— Eita, é mesmo. Tinha esquecido disso...

Sorata não podia dormir ainda. Quando Jin terminasse de revisar a parte do drama, seria a vez de Sorata revisar e testar as partes de luta. Logo depois disso, ele teria que enviar essas partes para que Ryuunosuke possa fazer os ajustes finais.

Se, depois de tudo isso, eles chegarem em um bom resultado, o "Gato Galáctico Nyaboron" estaria finalmente completo depois de 2 longos meses de esforço e perca de sono.

Parando para pensar nisso, foi um período bem longo, mas, ao mesmo tempo, curto. Muitas coisas aconteceram, especialmente durante o mês de outubro.

Um dia, Sorata entrou em uma discussão acalorada com Ryuunosuke sobre as partes da batalha.

"— Kanda, sua ideia de colocar mais movimentos não está levando em conta a multidão de pessoas que vão estar controlando ao mesmo tempo. Você é o diretor, preste mais atenção nisso. Ideia recusada."

Sorata foi completamente desprezado por Ryuunosuke, então decidiu ir dar suas ideias para Misaki, mas...

"— Seria ótimo se a gente conseguisse fazer algo assim, mas não estamos com tempo~!"

...também foi recusado.

Uma vez, eles tiveram que refazer todo o gráfico de prazos e ideias por falta de coordenação, e teve uma vez que algumas cenas importantes não foram finalizadas no prazo certo.

Lembrando desses dias, Sorata suspirou.

Ele andou pelo corredor em frente ao seu quarto.

Andando igual a um zumbi, ele se apoiou na parede e entrou no banheiro. A porta estava destrancada e sem aviso de ocupado, então ele abriu normalmente.

— Kyaa!!

Ouvindo esse pequeno grito, Sorata olhou para a frente e fez contato visual com a moradora do quarto 203, Nanami Aoyama.

De costas para ele, Nanami abraçou os ombros com as mãos e cobriu os peitos. Seu uniforme escolar estava no chão. Como o normal é tirar a roupa íntima por último, uma calcinha e um sutiã azul claro estavam em cima do uiforme no chão.

— K-Kanda?

Falando com seu sotaque, Nanami olhou para Sorata, surpresa.

— E-E aí...

Sorata tentou manter a calma para a situação continuar sob controle.

— …

Mas, infelizmente, Nanami não respondeu. Em vez disso, o corpo dela, que tinha belas curvas, começou a tremer.

— E-Ei! Espera aí, Aoyama!

Sorata tentou acalmar ela, mas já era tarde de mais.

Nanami gritou ainda mais alto que a primeira vez.

— Kyaaaaaaaa!!

Como esperado de uma estudante de dublagem, o grito parecia ter vindo do fundo de sua alma.

Ele tampou os ouvidos, apenas por instinto. Ele sente que, se não tivesse feito isso, seus ouvidos estariam sangrando.

— O-O que você tá olhando~?!

Ficando com o rosto completamente vermelho, Nanami pegou uma cesta de roupa suja e jogou nele.

Por reflexo, Sorata rapidamente segurou a cesta com as duas mãos.

— Peguei.

— N-Não é pra pegar!

— Ué!

O que ele deveria ter feito desde o começo era sair dali, né?

— D-Desculpe!

Com raiva e vergonha crescendo dentro dela, Nanami gritou novamente.

— Kyaaaaa!

— Me desculpa! É sério!

Sorata rapidamente fechou a porta do banheiro e pediu desculpas a Nanami novamente.

— Desculpa... Não foi de propósito!

— S-Se desculpas fosse o suficiente, a gente não precisaria mais da polícia!

— Bom, você tem razão, mas... Calma aí, a placa de ocupado não tá aqui!

— Não pode ser... Espera... é que... é que eu não planejava tirar as roupas...

—Huh? Então por que você estava sem roupa?

Sorata se lembrou que Nanami estava na balança, então ele já conseguiu concluir o porquê dela estar sem roupa.

— I-Isso não é da sua conta...

— E aí, você perdeu 1 quilo depois que tirou a roupa?

— E-Eu ganhei um pouco de peso porque eu não tenho tido tempo de fazer exercícios... E não é como se eu acreditasse que tirar a roupa me deixaria mais leve... E-Eu nem engordei, na verdade! É tudo psicológico...

Nanami estava bastante desesperada. Parecia que ela ainda não estava no peso que gostaria, mesmo depois de tirar a roupa.

— Dizem por aí que você fica ainda mais leve se ficar numa perna só.

— ...

Sorata disse isso brincando, obviamente. Afinal, quem iria acreditar numa besteira dessa?

Porém, passou um tempo, e Nanami não havia falado mais nada.

— ...Aoyama?

— S-Seu mentiroso! Eu fiz isso e só aumentou o peso!

— Claro, né! Você tá numa perna só, afinal!

Imaginando Nanami tentando se equilibrar em uma perna enquanto estava na balança completamente nua... Sorata riu alto.

— N-Não ria!

Nanami parecia se importar bastante com os números na balança.

Depois de esperar um pouco, a porta do banheiro se abriu.

Nanami saiu, já vestida com seu uniforme. Ela parecia estar bem envergonhada.

— O que foi isso no seu rosto?

Nanami disse, enquanto apontava para a marca de mão no rosto de Sorata.

— Uma alienígena me atacou...

Nanami não perguntou mais nada depois disso, ela parece ter entendido a situação.

— Uh... desculpa por antes...

— Tá tudo bem... Não, não tá tudo bem... Foi minha culpa por não colocar a placa... Tipo, não tá tudo bem... mas a culpa foi minha, então...

Ela olhou para Sorata de baixo para cima enquanto fazia beicinho.

— Aliás, o que você vai fazer pra tirar essa coisa do rosto?

— Eu nasci assim, não dá pra "tirar" nada do meu rosto.

Por que ela se preocupava com o rosto dele, afinal?

— A Aoyama tá chateada com você, Sorata. Cê viu ela sem roupa e não fez nada... ela esperava que você fizesse algo, pô...

Jin falou isso enquanto bocejava e chegava perto deles. Ele também devia estar com sono, pois ele passou pelos dois sem dizer mais nada, e foi até a pia para lavar o rosto. Dava para ouvir o som da água da pia.

Quando terminou de lavar o rosto, ele saiu do banheiro e

— ...Mas acho que é pedir demais para um jovem de 16 anos fazer algo assim, né?

disse isso.

— O-O que você quer dizer com "algo assim"?! Mitaka-senpai, por favor, não diga essas coisas!!

— Tô falando de sexo.

— I-Isso deixa ainda pior!

Nanami respondeu. Ela estava até com os ouvidos corados, mas Jin parecia não se importar muito, pois ele continuou:

— Um cara da idade do Sorata é simples o suficiente pra se apaixonar por alguém só segurando a mão dessa pessoa...

Jin ajeitou os óculos, que ele havia tirado antes.

— O que você tá dizendo?! Além disso, eu não sou tão simples assim!

— Até parece. Aoyama, eu deixo o resto com você.

Terminando de arruinar o clima, Jin bocejou novamente e voltou para o quarto de Sorata, onde eles estavam trabalhando antes.

— Nossa, esse cara... Ele não muda, né, Aoyama...?

— …

Nanami estava olhando para a mão dela com um rosto sério.

— Ei, Aoyama~.

— O-O que foi?

Mesmo depois de voltar a si, Nanami evitou o olhar de Sorata.

— Você tá bem?

— S-Sim... eu tô bem.

Algo não estava certo.

— A-Aliás, tá na hora de acordar a Mashiro!

— Ah, sim. Tem razão.

— Vai! Rápido, rápido!

Mesmo depois de tudo isso, Sorata não conseguiu ir ao banheiro, que era o que ele queria fazer desde o começo, e subiu as escadas para acordar Mashiro. Ele teve que ir com "aquilo" marcado no rosto dele...

Ele andou até o quarto que ficava no meio dos outros dois quartos.

O quarto 202... ali ficava Mashiro Shiina.

Sorata bateu na porta normalmente.

Ele esperou um pouco, mas, como sempre, ela não respondeu.

— Pra variar...

Ela, provavelmente, estava dormindo confortavelmente.

— Tô entrando.

Ela ainda não respondeu, mesmo depois disso, então ele resolveu entrar.

Como já era de costume, o quarto estava completamente bagunçado. Pilhas de roupas sujas e lavadas também. Roupas íntimas também estavam jogadas pelo quarto, algumas até formavam conjuntos...

Andando pelo quarto com cuidado para não pisar em nada, ele foi até a pessoa que estava dormindo debaixo da mesa, e balançou ela, cuidadosamente, pelos ombros.

— Shiina, acorda.

— Você pode acordar primeiro, Sorata.

— Eu já tô acordado há umas 48 horas!

O rosto de Mashiro estava inchado de tanto dormir.

Ela se arrastou para fora do espaço debaixo da mesa.

— É manhã. Bom dia.

— ...

Mashiro encarou Sorata, silenciosamente.

—O-O que foi?

Quando Mashiro olhou para ele assim, o coração de Sorata começou a bater mais rápido.

Afinal, aquilo aconteceu há apenas um mês... ele ainda estava pensando no que Mashiro disse no deck de observação.

Embora ele não tenha sido capaz de ouvir o que ela disse graças ao som dos aviões, e nem perguntou o que ela tinha dito, ele sabia, com toda certeza, que Mashiro disse "Amor"... ele não conseguia se acalmar por dentro sabendo disso.

Como ele já estava ocupado o suficiente com os preparativos do Festival Cultural, ele conseguiu se distrair do problema, mas, em situações como as de agora, ele não conseguia nem olhar para o rosto de Mashiro por muito tempo.

Ainda sonolenta, Mashiro se aproximou e tocou o rosto de Sorata.

— É a assinatura da Misaki.

— É... Hein?! Como você sabia?!

Mashiro apontou para um pedaço de papel na mesa.

No papel, havia uma pequena marca de mão, e o nome "Misaki Kamiigusa" estava escrito em baixo. Aquilo realmente era a assinatura dela?

— Quando ela fez isso?

— Não sei. Ela veio aqui e me deu.

— Tá...

Bem, não vamos perguntar o motivo.

— Shiina, não temos tempo, então se apresse e se troque.

Ele entregou o uniforme para Mashiro.

Ela ainda estava com sono, mas Mashiro começou a desabotoar os botões do pijama... na frente de Sorata.

— Não é pra fazer isso agora! Bom, eu não acho que você vá me ouvir, de qualquer forma...!

Sorata tentou fingir que não se importava, e saiu do quarto rapidamente, fechando a porta atrás dele.

Ele se apoiou na porta.

— Haaahh... Isso é... estranho.

Ele suspirou profundamente.

Ignorando o sono que estava sentindo, ele tentou se lembrar de tudo que tinha para fazer hoje.

Hoje era o quinto dia do Festival Cultural, um domingo. Eles escolheram esse dia de propósito, pois teria mais gente, já que era final de semana.

E, também, eles iriam apresentar apenas hoje, pois não conseguiram permissão da escola.

— Bom, a gente não pode mais fazer nada sobre isso agora...

Eles tiveram a chance de receber permissão da escola. Afinal, Nanami conseguiu uma reunião com o Conselho Estudantil tanto da escola, quanto da universidade, porém, devido a algumas circunstâncias, eles perderam sua única chance e Sorata não pôde apresentar sua proposta.

Logo depois disso, Sorata foi até eles pedir outra chance, mas eles não aceitaram... Ele até se curvou para eles...

— Eu acho que eu realmente não deveria ter dito "Cala a boca!" para o Presidente do Conselho...

Enquanto pensava isso, a porta do quarto de Mashiro se abriu por dentro.

— Opa.

Sorata rapidamente se distanciou da porta e se virou.

Mashiro saiu do quarto, usando o uniforme escolar, normalmente. Ela parecia estar com algo nas mãos...

— Pra que é isso aí, hein?

— São calcinhas.

— Eu sei o que são! Quero saber o por que você tá segurando elas!

— Qual delas você prefere, Sorata?

A da mão direita era branca com lacinhos, que dava um ar misterioso, porém sexy. A da esquerda era rosa, o que fazia parecer fofa, porém o modelo dela era bem erótico.

Ele já tinha visto várias calcinhas de Mashiro durante os últimos meses, mas essas duas eram novas...

— Então, pra que é isso aí, hein?

— São calcinhas de batalha.

Ele congelou.

— ...

— ...

— Quê?

— São calcinhas de batalha, Sorata.

E ela tinha que repetir?!

— E por que você tá me mostrando suas calcinhas de batalha?!

— Porque hoje é um dia importante.

— O que você vai tentar fazer?!

— ...

Mashiro olhou para Sorata.

— N-Não me diga que...

— Sim, é isso mesmo.

— V-Você vai se confessar pra alguém!?

Sorata desviou o olhar de Mashiro. Ele lembrou do sonho que teve com Mashiro no aeroporto.

— Hoje é o dia da apresentação do Nyaboron.

No entanto, o que Mashiro disse era um pouco diferente do que ele esperava.

— Huh...? Então isso que era a coisa importante do dia?

— Nyaboron é importante.

— Bom, sim, tem razão.

— Agora, por favor, escolha.

— Eu sei que a gente tem que estar preparado pra apresentação, mas acho que você entendeu errado o que são calcinhas de batalha!

— São calcinhas usadas em dias importantes.

— Já chega disso... Onde você conseguiu isso, afinal?

Elas pareciam novas, provavelmente nunca foram usadas.

— A Rita me deu.

Mashiro virou a cabeça e olhou para um pequeno pacote no chão do quarto. Agora que Sorata lembrou, realmente havia chegado um pacote para Mashiro. O pacote vinha da Inglaterra, e o remetente era Rita, a antiga colega de quarto de Mashiro, que havia ficado no Sakurasou no último mês.

Então o que tinha dentro do pacote eram as calcinhas...

E pensar que até Rita faria essas coisas...

— A Rita me ensinou sobre elas.

— ...Sobre as calcinhas de batalha?

— Sim. Ela me disse para usar em dias importantes.

— Tendi...

Embora ele soubesse apenas um pouco do que Rita queria dizer com isso, Mashiro nunca iria entender algo assim.

— Sorata, qual você prefere?

Mashiro empurrou as duas calcinhas no rosto de Sorata. Ela estava com a mesma cara de sempre.

— Espera, mas você já não tá usando uma? Vai com a que você já tá, então!

— Não estou.

— E por que não?! Você deveria estar usando uma desde ontem depois do banho! Elas sumiram enquanto você dormia, por acaso?! Que tipo de mistério é esse?!

— Elas saíram quando eu fui vestir o pijama.

— Você tirou elas! Você!

— Acho que foi algo assim.

— É claro que foi!

— Rápido, qual eu uso?

— C-Como eu posso escolher sua calcinha de batalha?! E por que você tá pedido para mim?!

— Porque é você que sempre escolhe elas para mim, Sorata.

— Para! Você faz eu parecer um tarado!

— Vou usar a que você escolher.

— Ainda não entendi o motivo!

— É importante.

— Você vai me mostrar depois que colocar?

— O que você vai fazer se eu mostrar?

— Eu vou ficar envergonhado, talvez!

— Você já está com vergonha, Sorata.

— E de quem cê acha que é a culpa, hein?!

— De quem?

Sua! A culpa é sua!

Como se ela não entendesse o que Sorata estava dizendo, Mashiro inclinou a cabeça para o lado.

— De qualquer forma, escolha uma você mesma.

Mashiro olhou para a calcinha à direita por um tempo e virou a cabeça para olhar a outra em sua mão esquerda. Sorata esperava que ela escolhesse uma, mas ela simplesmente jogou as duas para dentro do quarto.

— Não consigo escolher, então não preciso delas.

— Eu sabia que você faria isso! A rosa! Vai com a rosa!

Sorata entrou no quarto de Mashiro, pegou a calcinha rosa do chão e entregou para Mashiro.

Ele pensou:

— Será que não dá azar um cara escolher a calcinha de batalha de uma garota?

— Se você gostou da rosa, deveria ter dito desde o começo.

— S-Shhh!

— Sorata, seu rosto está vermelho. Você está resfriado?

Assim que ela terminou de falar isso, ela se aproximou de Sorata e encostou a testa dela com a dele.

Como ela fez isso sem avisar antes, Sorata pulou para trás na mesma hora.

— Sorata, você está quente.

— E a culpa é sua!

— Por que?

— Porque, e-eu sou... Eu sou um garoto! E você é uma garota! S-Shiina, você é muito indefesa! Imagina aí se eu não conseguisse me controlar e fizesse algo com você?!

Ele disse mais do que deveria.

— Tipo o que?

Mashiro perguntou, inexpressivamente.

— V-Você não precisa saber!

— Sorata, você é estranho.

— É claro que eu ficaria assim numa situação como essa...

Sorata sussurrou isso para si mesmo.

— O Sorata é...

— S-Sim...?

De costas para ela, Sorata respondeu.

— ... O Sorata é um garoto.

— ...

— E eu sou uma garota?

— C-Claro, né?

— ...Sim.

No final, Sorata não conseguiu ver que expressão Mashiro estava ao dizer isso.

— Mashiro! Estamos atrasadas para a escola!

Eles ouviram a voz de Nanami do andar de baixo.

— Vamos.

— S-Sim.

 

Parte 2

 

Depois de ver que Mashiro e Nanami já estavam saindo na frente, Sorata foi ao banheiro lavar o rosto. Até que foi fácil para limpar a "assinatura" de Misaki com um pouco de água, mas o cansaço em seu corpo seria difícil passar apenas com isso.

Depois disso, ele voltou para o quarto, que estava sendo usado por Jin como sala de revisão.

Sentado ao lado de Jin, Sorata olhou para a tela, apenas vendo as cenas de drama passando. As imagens estavam passando de uma forma que fazia parecer, realmente, com um anime. Agora, com os efeitos dos slides, trilha sonora e sons, estava parecendo, mesmo, um anime real.

— Ô, Sorata.

— Oi?

— Hoje é o quinto dia do Festival Cultural.

— É, pois é.

— A gente não conseguiu ir nem um dia...

— É...

— Cê ficou sabendo? Teve um concurso de beleza ontem, e foi na piscina... E, óbvio, elas estavam de maiô.

— Fiquei sabendo também que uma banda de idols fez um show no dia de abertura.

— O clube de teatro da universidade até tinha um restaurante que as atendentes fingiam ser sua namorada... A Asami tinha me chamado para ir ver...

— As lojas de comida estavam incríveis também, pelo que parece. Ouvi dizer que a Padaria Hashimoto também estreou o novo "Pão de Melão ainda mais de Luxo"...

— Eu queria ter andado pelo festival enquanto comia tudo que pudesse... Yakisoba, okonomiyaki, takoyaki e até oden... Aparentemente, esses foram os pratos principais vendidos por lá.

— Aah~, eu realmente queria ter ido ao seminário ontem... Quem estava lá era o Kazuki Fujisawa, um ex-aluno da Suimei. Parece que o Festival Cultural foi ainda mais animado esse ano...

— É... Enfim, não tem nada que a gente possa fazer quanto a isso.

— Tem razão, né... Precisamos terminar o Nyaboron... Ô, Jin-senpai, para de falar sobre isso! Tá dando vontade de chorar!

— Belê, não vamos mais falar sobre isso.

Sorata e Jin continuaram revisando as cenas de drama enquanto conversavam.

— Então, rolou algo entre você e a Mashiro?

Com a pergunta inesperada, Sorata se engasgou com saliva.

— Sabe, parece que tem algo errado com você.

— A Shiina sempre foi assim, pô...

— Eu tô falando de você.

— S-Sério?

— Ah, sei lá, parece ter algo errado.

— Algo errado?

— Isso mesmo.

Até Ryuunosuke, que estava apenas digitando no computador, calado, concordou.

— Parece que você tá tentando, desesperadamente, entender os seus sentimentos pela Mashiro.

Jin acertou em cheio.

— Se você mesmo já sabe que é isso, então para de falar sobre!

— Não consigo.

— Por que?!

— Ué, você não acha que é divertido provocar alguém que tá preocupado com esses assuntos bobos?

— Ei! "Assuntos bobos"?!

— Aí, tipo, sempre que eu vejo você desse jeito, eu sinto vontade de te ajudar com algo. Então, eu, imediatamente, te provoco, pra passar. Tendeu?

— E-E você? Não fica tímido perto da Misaki-senpai?

— Já passei da fase de ficar com vergonha perto dela, isso passou há muito tempo. Teve até uma época que eu parei de falar com ela... Acho que foi lá pelo primeiro ano do ensino médio... eu fiquei quase um ano evitando de falar com ela.

Sorata pensou que Jin fosse mudar de assunto, mas ele falou até mais que o esperado.

— Quando eu finalmente parei de evitar ela, percebi que ela sempre esteve lá comigo, mesmo durante esse tempo todo. Desde esse dia, eu comecei a pensar nela de outra forma... mais ou menos isso...

— O que você sente sendo amigo de infância dela?

— Isso aproxima muito a gente, e, por isso, nos torna muito distantes.

— Que exagero.

— Cê acha?

Jin riu baixinho, como se ele estivesse tentando esconder os sentimentos reais dele.

— Eu não sei o que eu sou para a Misaki. A gente tá junto desde... sempre. Eu tenho ela nas minhas memórias mais antigas. Sempre que vou ver um álbum de fotos, não importa qual foto seja, a Misaki sempre tá lá, também... é isso que ela é pra mim.

— Mas ela é diferente de alguém da família.

Jin via Misaki de forma romântica.

— É isso que deixa ainda mais complicado.

— A gente tá conversando muito hoje, hein.

— Só porque, se a gente não fizer isso, eu vou dormir na mesma hora. Aliás, já posso ir dormir?

Jin se levantou e esticou o corpo.

— Claro que você não. O que cê acha que tá dizendo?

No entanto, assim que Sorata disse isso, Jin fechou os olhos. Pouco tempo depois, eles conseguiram ouvir a respiração de Jin.

— Senpai, não durma de pé!

Jin abriu os olhos imediatamente.

— Hmm? Ah, desculpa. Vou me deitar para dormir, se é isso que você quer.

— Para com isso! Não pode! Se você se deitar, não vai mais conseguir levantar!

Jin pareceu não se importar e deitou na cama.

— Deixo o resto com você, Sorata.

— Que "resto"?! A gente não tá nem na metade!

— Não se preocupa. A parte divertida do festival é, justamente, a parte de se preparar para ele. Então eu já aproveitei ao máximo. E, Sorata, foi você quem me disse para não dormir em pé.

— Mas eu não disse para dormir deitado, também!

— Ei, ei. Não grite com seu veterano.

— Eu também tô muito cansado, mas a gente precisa de força para ir até o final!

— Por que você não usa essa mesma força para se declarar para a Mashiro?

— Eu poderia dizer o mesmo para você, Senpai.

— Ué? Cê tá me dizendo para me declarar para a Mashiro?

— Eu tô falando da Misaki-senpai!

— Quanto tempo mais vocês dois pretendem perder falando sobre garotas?

Ryuunosuke falou.

— É um assunto bem importante pra gente.

Jin se levantou.

— E você, Ryuunosuke. Como tá indo com a Rita?

— Senpai, por favor, me escuta...

— Sorata, faz silêncio. Eu tô falando com o Ryuunosuke agora.

— O Akasaka fez a Maid-chan responder os e-mails que a Rita envia. Então ela vem reclamar comigo no final!

Os e-mails de Rita eram extremamente formais, mas ao ler com cuidado, dava para ver que ela estava deixando ameaças escondidas entre as palavras. Sorata conseguia, facilmente, imaginar Rita digitando aquilo no teclado com um sorriso maligno no rosto.

— Diga a ela para me agradecer por não a ter bloqueado ainda.

— Por que não?

— Porque preciso que ela me envie as partes dela para o projeto. Estou sendo generoso.

Como combinado, Rita ajudou com o Nyaboron. Aliás, as partes do drama que Sorata e Jin estavam revisando agora foram feitas por Rita.

— É, isso é bem a sua cara, mesmo.

— Ei, Ryuunosuke, você não tá gostando de ninguém agora?

— Não.

— Então por que você não sai com a Rita? É difícil encontrar uma garota bonita como ela. E ela ainda tem uns peitões...

Até que Sorata podia concordar com isso.

— Isso não me interessa. Mulheres são aproveitadoras.

— Eu sempre quis saber isso, mas por que você tem tanta raiva assim de mulheres, Akasaka?

Sorata não achava que existia "alergia a mulheres", então era bem estranho Ryuunosuke não conseguir nem chegar perto de uma mulher. Ele pode chegar a desmaiar caso alguma encoste nele...

— Não é da sua conta, Kanda.

— Tendi...

— Então você não quer namorar um dia?

— Nunca.

— Incrível. Sorata, você quer, né?

— Bom, eu sou um estudante normal e saudável do ensino médio, então, sim.

— Boa. É isso que significa ser um homem. Você não sente nem atração sexual pelas mulheres, Ryuunosuke?

— Eu consigo suprimir esses sentimentos com tomates.

— Ei, não dá pra fazer algo assim com tomates!

— Chega de conversa fiada. Está tudo pronto.

— O que?

— Kanda, essa é a última cena que precisa de revisão.

— Beleza, deixa comigo!

 

Parte 3

 

Os ponteiros do relógio marcavam doze horas.

A TV no quarto de Sorata mostrava a palavra "Fim".

Aquela era a última cena.

— Kanda, acabou?

Ryuunosuke perguntou, parecendo extremamente cansado pela falta de sono. Jin olhou para Sorata também.

— Ah, sim, acho que está bom. Finalmente terminamos...

Naquela hora,

— Humph~, então está pronto... Ah~ tô tão cansado~.

Jin bocejou e se deitou na cama.

— Uau... isso foi cansativo.

Ryuunosuke suspirou de alívio.

Enquanto Sorata parecia feliz por ter finalizado tudo, ele ouviu um barulho repentino de um carro freando ali na frente.

— A Misaki deve ter vindo nos buscar. A gente não vai ter tempo de descansar, mesmo, hein...

Jin disse, sorrindo amargamente.

Ryuunosuke já estava dormindo na cadeira.

— Acorda, Akasaka! A gente tem que ir para a escola!

Já era pouco mais de meio-dia.

Eles planejavam usar a sala de cinema, que era uma sala que também era para uso da universidade. Eles teriam que apresentar até 13:30, então só teriam cerca de uma hora para fazer tudo.

O Clube de Teatro tinha uma apresentação marcada depois disso, e o Clube de Cinema também.

Se eles tivessem seguido o protocolo correto, conseguiriam a permissão de usar a sala sem problemas, mas, por causa de algumas coisas que aconteceram, os membros do Sakurasou não conseguiram a permissão.

Eles planejavam usar esse período em que a sala iria ficar vaga, então eles teriam uma hora para montar os equipamentos e se apresentarem.

Eles devem se apressar o máximo que puderem.

Todos do Sakurasou deveriam ter entendido isso, mas Ryuunosuke se recusava a levantar da cadeira.

— ... Me deixem aqui, mesmo. Eu deixo o resto com você, Kanda. Você se lembra de como configurar e usar o hardware, né? Então não tem problema. Confio em você, Kanda.

Realmente, Sorata sabia como usar o hardware perfeitamente, já que ele o usou todos os dias desde que chegou...

Mas Sorata sentia que eles tinham que fazer isso juntos, já que todos chegaram tão longe.

Sorata tirou todos os cabos do hardware que estavam na tomada e os jogou em Ryuunosuke.

— Você precisa vir com a gente.

— Primeiramente, o que eu preciso fazer é dormir. Já perdi muitos componentes importantes do meu corpo por causa disso.

— Para de dar desculpas. Vamos!

Segurando Ryuunosuke pelo braço, Sorata o levou para fora do quarto.

— Me solta, Kanda! O Festival Cultural é um lugar perigoso infestado de mulheres! Você tá querendo me matar, é?

— Não se preocupe, eu te protejo.

— Isso parece uma daquelas frases legais que todo mundo quer falar um dia, mas deixa pra falar pra uma mulher, belê?

Quem disse isso foi Jin, que estava levando o hardware maior num carrinho enquanto saía do quarto.

— Depressa~!!

Eita, ela os chamou de novo.

— Se troquem e venham para o corredor!

Jin entrou em seu próprio quarto.

— Entendido. Akasaka, se você não for se trocar também, eu mesmo troco sua roupa aqui!

Sorata ameaçou Ryuunosuke e começou a tirar a camiseta dele.

— P-Para com isso!

Ficando um pouco corado, Ryuunosuke correu para seu próprio quarto.

Sorata estava trocando de roupa rapidamente no quarto dele. Enquanto vestia o uniforme, ele verificou se tinha esquecido de algo. O hardware, os cabos e o notebook estavam todos prontos.

Misaki buzinou novamente.

— Se vocês não vierem agora, eu vou voltar sozinha pra escola!

— Vamos!

Quando Sorata gritou e correu para o corredor, Jin e Ryuunosuke fizeram o mesmo. Parece que os garotos não demoravam muito para se trocar.

— Vamos lá!

— Sim!

Colocando os sapatos, Sorata empurrou o carrinho e assumiu a liderança.

Ryuunosuke seguiu atrás dele com um rosto infeliz. Jin saiu por último e trancou a porta do dormitório.

Eles conseguiam ouvir Misaki gritando da minivan branca que estava em frente ao Sakurasou.

— Coloquem as coisas na parte de trás!

Sorata dobrou a terceira fileira de assentos e colocou o hardware e as coisas mais importantes na parte de trás, tudo isso com ajuda de Ryuunosuke. Colocando o carrinho em cima dos bancos da terceira fileira, Sorata e Ryuunosuke sentaram na segunda fileira.

Jin sentou no banco da frente, que fica ao lado do motorista.

Assim que sentou e olhou para o lado, Jin soltou um grito fino.

— Que roupa é essa...?

A minivan acelerou em direção à escola.

Misaki, que estava atrás do volante, obviamente estava usando uma roupa ridícula.

— Legal, não é? Eu sou a Mulher Coelho!

Ela estava com um collant, que só marcava ainda mais o corpo dela, com uma meia-calça e um salto alto sexy.

Ela estava vestida, na verdade, de coelhinha.

Soltando um suspiro, Jin tirou sua jaqueta e jogou em cima de Misaki.

Ele tinha que evitar de olhar.

— Senpai... Por que uma coelhinha?

Como Jin estava sentado na frente, ele não tinha como desviar o olhar.

Ele sentia algo sempre que ela pisava no acelerador com aquelas pernas sexy. Se olhasse por tempo demais, chegaria na região dos peitos e perderia o controle.

— Os membros do Departamento de Artes estão fazendo uma exposição com tema de floresta! Eu estou participando!

— Essa é uma fantasia bem provocativa para uma exposição...

— Às vezes eu acho que você ajuda até demais os outros.

— Mas quem liga pra isso? É fofo, afinal.

Misaki não parecia notar as preocupações de Jin.

— Esse que é o problema...

Jin suspirou.

— O que eu faço, Kouhai-kun? O Jin disse que eu tô fofa~!

— Não disse.

— Eiiii~!

Sorata pensou em algo para dizer a Jin depois:

— Parece que você tá indo bem, afinal.

Mas não que isso vá animar Jin, de qualquer forma...

— Ah, sim! A Mashiron também tá participando da exposição, então vai dar uma olhada depois, Kouhai-kun!

— O quê? A Shiina também? Espera... e-ela tá usando isso?!

— A fantasia da Mashiron é de uma mulher-gato.

— Eu já até sei o que você quer dizer. É como se fosse uma fantasia de gata, mas igual a de uma coelhinha, né? Uma "gatinha", mas não sei se esse termo realmente existe...

— Cê vai adorar, Kouhai-kun! Eu vi ela usando no vestiário, e saí com o nariz sangrando!

Bom, é normal ficar com o nariz sangrando apenas com algo assim? Então quer dizer que a fantasia de Mashiro estava no mesmo nível que a de Misaki? Mashiro realmente usaria algo assim sem se importar... Não, ela já estava usando no vestiário...

Sorata queria ver, mas ele não queria que mais ninguém visse. Ele iria avisar para ela não fazer algo assim novamente. Porém, se ela estivesse gostando de usar a fantasia, ela iria responder ele dizendo:

"— Sorata, você é irritante."

Não, não importa o que ela dissesse, não seria bom que outras pessoas vissem ela com aquela roupa.

Nesse ponto, Sorata já estava cansando ainda mais seu cérebro, que já estava no limite pela falta de sono. Foi nesse momento que ele viu Ryuunosuke com os olhos fechados e roncando.

— Eu também tô com muito sono, então me acordem quando a gente chegar.

Quando Sorata bocejou, a van parou no sinal vermelho de repente.

Tanto Sorata quanto Ryuunosuke bateram suas cabeças contra as costas dos assentos na frente deles.

— Ei! Dirige direito! Desse jeito vou acabar dormindo pra sempre!

Sorata reclamou.

Ryuunosuke disse:

— O quê?! O que foi?! Estamos sendo atacados?!

enquanto abria os olhos, assustado.

— A culpa é sua por estar com sono, Kouhai-kun! Agora, beba isso! Jin, Dragon, bebam também!

O que Misaki entregou a Sorata, Jin e Ryuunosuke foi algumas pequenas garrafas. O rótulo dizia "Nutrientes até o talo! Só uma dessa aqui e você supera até a própria morte!".

— O que é isso?

Quando o sinal ficou verde, a van começou a correr novamente.

— É uma poção para recuperar seu HP.

— Tá escrito que "supera até a própria morte"... Parece aqueles produtos genéricos e ruins!

Sorata olhou para ver o que havia dentro da garrafa, mas olhou o preço antes. Era 2500 ienes. [NT]

— Que caro! Hein?! O que é isso?!

— É meu truque final, então só bebe logo!

— Eu não quero morrer ainda, e o que significa esse "truque final"?! Nos trate como seres humanos!

— Só bebe.

Olhando para frente, Jin bebeu tudo em um gole.

— V-Vai ficar tudo bem?

— Da última vez que bebi, meu corpo ficou tão leve que parecia que eu tinha asas. Fiquei assim por umas três horas.

Por que o sorriso de Jin parecia tão amargo?

— ...E o que acontece depois dessas três horas?

— Você vai cair de sono parecendo até que tá morto~!

Ele via pelo espelho que Misaki estava com um sorriso largo no rosto.

— Mas... A gente vai acordar depois, né...?!

Bem, se Jin bebeu antes e ainda está vivo, deve ficar tudo bem.

Ryuunosuke bebeu tranquilamente ao lado de Sorata.

— Então, eu realmente devo tentar superar até mesmo a morte...?

Abrindo a tampa, o cheiro doce da bebida fez cócegas no nariz de Sorata.

Ele encostou a garrafa na boca. O cheiro doce ficou ainda mais forte. Ele se lembrou do gosto dos xaropes que tomava quando criança. O gosto não era tão ruim.

— E aí, Kouhai-kun, já tá mais forte~?

— Duvido que faça efeito na mesma hora...

Espera, o quê? Pode ser só impressão, mas ele sentiu que seu corpo estava esquentando.

— Tô ficando com mais ânimo por algum motivo!

— É isso aí, Kouhai-kun!

— Eu sinto até mesmo que posso responder cada uma das suas frases sem sentido! Eu consigo fazer isso!

— O que me assusta na Misaki é que ela está assim o tempo todo, mesmo sem tomar um desses...

Como já era esperado de uma alienígena. Ela era diferente de todos. O corpo dela estava além da compreensão humana, então não precisava de energéticos para fazer esse tipo de coisa. Sorata finalmente aceitou isso.

Enquanto esperavam chegar, a conversa parou.

Após parar e refletir um pouco, Sorata percebeu que seu corpo todo estava tremendo. A garrafa na mão dele tremia também.

Ele devia estar nervoso.

O "Gato Galático Nyaboron" seria o primeiro trabalho sério de Sorata.

— Será que alguém vai assistir?

Eles não podiam anunciar a apresentação deles, pois tinham que despistar os organizadores do festival e também o Conselho Estudantil.

— Relaxa, Kouhai-kun! Ontem fui fazer compras no distrito comercial, e o dono da Padaria Hashimoto disse que todos ali estavam ansiosos para nos ver! Além disso, eu anunciei escondida para todos da escola. Tá de boa.

— Então nós precisamos é nos preocupar com as pessoas que não irão caber dentro do teatro.

Ryuunosuke soou bastante franco.

— Akasaka... O que você tá imaginando?

— Estou imaginando todas as pessoas umas em cima das outras e embaladas com fita.

O rosto dele parecia dizer "E o que mais seria?"

— Fala sério...

— Não se preocupa. Com certeza iremos lotar aquele local. Sem dúvida alguma.

— Bem, sim, mas...

— Se você está tão preocupado, então quer que eu faça algo?

Tirando o telefone do bolso, Ryuunosuke começou a teclar algo nele.

— O que você tá fazendo?

— Vou vazar algumas coisas vergonhosas do organizador do festival no perfil dele. Aí os outros membros não vão tentar nos atrapalhar também.

— O que me preocupa é o fato de que você sabe a senha das contas deles...

— As senhas deles eram muito prevísiveis. Não levou nem 5 minutos para a Maid-chan hackear tudo.

Então, quer dizer que a IA de respostas automáticas agora pode hackear pessoas... O que mais ela iria aprender? Sorata ficou com medo daquela IA crescer ainda mais e dominar o mundo um dia.

— Então vou colocar algumas cadeiras extras por lá.

Graças aos efeitos imediatos do energético de antes, Jin e Ryuunosuke estavam muito agitados.

— Sou o único que tá preocupado, então?

Sorata era o único dos quatro ali que nunca apresentou algo assim antes, então era normal ele ficar nervoso.

— Ehh~ O que foi~? Kouhai-kun, você não gostou do nosso jogo?

— Não, não é isso.

Se fosse isso, ele nem teria feito todos os preparativos ainda de manhã.

Ele estava bem orgulhoso sobre isso.

— Bom, não é que eu não esteja confiante, mas nada garante que todos vão gostar do nosso jogo também, né...

— É, isso é verdade.

Jin concordou com ele pela primeira vez.

— A história é ótima, e a qualidade da animação e dos visuais é impecável. Tudo é muito bom, mas mesmo assim...

— Eu também penso assim um pouco. Mas, não é isso que torna divertido? O fato de que não sabemos nada sobre o futuro... Nós vamos apresentar o trabalho que todos fizemos juntos durante 2 meses, e várias pessoas vão lá só para nos ver! Se isso não é divertido, o que mais seria?

Certo, então esse nervosismo que Sorata tem sentido até agora era exatamente isso...

— É isso aí, Kouhai-kun! Devemos apenas aproveitar daqui para frente!

O carro entrou pelos fundos da escola... que antes eram as saídas da universidade, e seguiu em direção ao estacionamento.

A sala de cinema ficava no portão oeste, e a entrada principal estava cheia de gente, então eles não tinham onde estacionar a van.

— Eita, quanta gente...

— Eu vazei que o nome da Kamiigusa estaria no meio do projeto, então já era de se esperar...

— Incrível...

— Pois é.

Ao contrário de Jin, que concordou com Sorata, a pessoa em questão não demonstrou nenhuma reação quanto a isso. Misaki estava apenas dirigindo tranquila, e estacionou a van em uma vaga perto dos portões.

Os quatro desceram rapidamente do carro. Ryuunosuke carregou o hardware do jogo no carrinho e entrou no teatro pela sala dos fundos.

Sorata ia junto com Ryuunosuke, mas seus pés pararam ao ver todas as pessoas esperando na entrada principal. A multidão notou o grupo de Sorata na parte de trás e começaram a correr em direção a eles.

— Jin-senpai, o que fazemos agora?!

— Bem... Ah, olha ali, nosso ajudante.

— Hein? Ajudante?

Jin estava olhando para a pessoa que estava tentando controlar a multidão.

— Fala aí, Presidente.

O presidente se virou para olhar para Jin e Sorata.

— Mitaka! Nós não permitimos que os membros do Sakurasou participassem do Festival Cultural! Pare com isso de uma vez! Eu sei que você tá ouvindo também, Sorata Kanda!

— Ehh, por que ele se lembra do meu nome?! E é meu nome completo!

— Bom, claro que ele ia lembrar depois que você gritou mandando ele calar a boca...

— É, né... Até que faz sentido... Mas e aí, o que a gente faz agora?!

— A coisa mais óbvia de se fazer é...

Assim que disse isso, Jin apontou para o presidente, respirou fundo e gritou para a multidão:

— Pessoal, esse aqui é o presidente do Conselho Estudantil, por favor, falem com ele e sigam todas as instruções que ele der!

— Ah! Ei, Mitaka!

O rosto do presidente ficou vermelho na hora e, ao mesmo tempo, a multidão começou a ir para cima dele e perguntar o que fazer.

— Agora tá com você, Presidente~.

Jin acenou para o presidente do conselho estudantil. Mas talvez ele não tenha conseguido ver Jin... Sem ligar para isso, Jin entrou na sala de teatro, e Sorata seguiu atrás.

Quando Sorata trancou as portas, ele se desculpou com seu presidente do Conselho Estudantil em seu coração.

— ...Senpai, você é horrível.

— Hmm? Por que? É trabalho do Conselho cuidar do Festival Cultural, então eu só coloquei ele para cumprir a função dele... Ele devia é me agradecer, na verdade.

— Agora entendo o porquê do Presidente te tratar assim...

— Pois é, né? Eu não gosto de saber que tem um cara apaixonado por mim...

— Ele te odeia!

— Ah, então tá ótimo! Agora vamos.

Na sala de comando de áudio e visual, Ryuunosuke estava montando tudo sozinho.

— Alguma coisa que possamos fazer para ajudar?

— Não precisa.

Ryuunosuke respondeu como sempre.

— Vou verificar as entradas principais.

Sem esperar por uma resposta, Jin foi rapidamente em direção à entrada.

Deixado para trás, Sorata respirou fundo e foi para os bastidores ao lado do palco principal. Sua respiração parecia estar cada vez mais pesada. Ele estava sentindo coisas que nunca sentiu antes.

Tentando se acalmar, Sorata foi ver as pessoas que estavam lá.

No entanto, ele ainda não conseguia ver eles. Ele precisava subir mais três degraus na escada... mais dois... mais um...

Ele olhou lentamente ao redor da sala de teatro.

Tinha um enorme número de pessoas.

Ele podia sentir a presença de cerca de 300 pessoas lá. Dava para ouvir as pessoas conversando por toda a sala. Sorata podia sentir a expectativa deles pelo "Gato Galático Nyaboron".

As pessoas do distrito comercial deixaram alguns alunos da escola primária passar primeiro, então as primeiras filas estavam cheias de crianças com brilhos nos olhos.

Tinha também estudantes com o uniforme da Suimei. Sorata conhecia alguns deles. Tinha também um pai que levou seu filho pequeno para assistir junto.

O lugar estava lotado.

O coração de Sorata disparou ao ver todos os assentos cheios.

Mas ainda não tinha começado, então Sorata mordeu os lábios para segurar a emoção.

— Sorata.

Inalando profundamente, Sorata se virou e viu Mashiro atrás dele.

— ...Quanta gente, hein.

— Sim, está cheio.

— Tô tão feliz que parece que vou enlouquecer.

— Sim.

— Mas estou feliz que conseguimos lotar todos os assentos.

Havia poucas pessoas em pé, quer dizer que todos os 300 assentos estavam lotados.

— A Nanami ajudou.

— Onde ela está?

Mashiro virou a cabeça e olhou para Nanami, que estava sentada, suspirando e inspirando para se concentrar. Sorata conseguia sentir o nervosismo dela. Isso porque Nanami tinha um trabalho importante a fazer hoje.

Já que o “Gato Galático Nyaboron” tinha um jeito único de ser jogado, Nanami iria subir no palco e liderar a platéia.

Misaki ou Sorata iriam fazer isso, mas Nanami se ofereceu para isso três dias atrás, já que se sentia culpada por não contribuir o suficiente para o projeto Nyaboron.

Sorata se aproximou lentamente de Nanami.

— Aoyama.

— Kanda.

Nanami acenou com a cabeça, ela estava suando frio.

— Até você fica assim, então?

— Claro que sim. Já me contaram que até os profissionais ficam nervosos às vezes.

— Então tá tudo bem.

— Não diga como se fosse algo bom.

Nanami sorriu ao dizer isso.

— Você parece mais alegre hoje, Kanda.

— Sério?

— Só não diz que é porque você passou a noite em claro...

Não, sem dúvidas não era isso. Na verdade, até pouco tempo atrás, Sorata estava quase morrendo devido a falta de sono.

— Eu tô "superando até a própria morte", no momento... minha vida vai acabar em umas duas horas.

— Do que você tá falando?

— Nada, esquece.

— Você é tão estranho...

Parecia que Nanami finalmente estava se sentindo um pouco melhor, sua expressão se acalmou.

— Terminei de configurar tudo.

Ryuunosuke entrou nos bastidores enquanto falava isso.

— O palco tá pronto, também!

Misaki também foi até ele. Jin também parece ter voltado depois de ir verificar a entrada.

— Como estão as coisas lá fora?

— O Presidente do Conselho tá cuidando de tudo.

— E te odiando ainda mais...

— Bem, então, vem todo mundo aqui! Todo mundo reunido, meus amigos!

— Já estamos aqui.

Sorata, Mashiro, Nanami, Misaki, Jin e Ryuunosuke estavam formando um círculo.

De repente, Misaki estendeu a mão no meio.

Sem palavras, Jin colocou sua mão em cima da de Misaki. Nanami seguiu o exemplo, e Sorata colocou a mão de Mashiro por cima da dele - ele estava um pouco hesitante com isso -. Por fim, Sorata pegou a mão de Ryuunosuke e o forçou a colocar em cima também.

— E agora, o Kouhai-kun vai fazer um lindo discurso!

— Eh? Eu?!

— Bem, cê é o diretor, né.

Jin riu.

— Bem...

— Tudo que nós fizemos no jogo foi seguindo as suas instruções, Kanda. Então, se for um fracasso, a culpa vai ser toda sua.

O que Ryuunosuke disse agora era bastante real.

— Ei! Não diz isso logo agora...

— Só fala algo, Kanda.

Nanami o encorajou, e Mashiro calmamente esperou que Sorata falasse algo.

Com o olhar de todos fixo nele, Sorata deixou a vergonha de lado e falou aquilo que estava sentido.

— Por favor, vamos aproveitar ao máximo os próximos 30 minutos!

A reação dos moradores do Sakurasou variou muito, mas todos ali torceram do seu próprio jeito.

 

Parte 4

 

— Bem, então vamos lá.

Com as palavras de Nanami, Sorata concordou com a cabeça.

As luzes da sala de teatro se apagaram e as cortinas do palco se ergueram. Assim, as conversas na platéia pararam como se tivessem sido avisados sobre isso antes, e a multidão olhou para o palco.

Nanami pisou no palco.

Quando ela estava em direção ao lugar definido no lado direito da tela, o holofote brilhou sobre ela. Jin estava controlando na sala de comando.

Sorata e Mashiro estavam de prontidão ao lado do palco para ficar de olho nas reações do público.

Nanami estava explicando o jogo e algumas medidas de segurança em uma voz clara enquanto encenava as ações com seu corpo. Ela estava explicando sobre o "Levantar" e o "Aplauso". O resto seria apenas gritar o nome do ataque final do Nyaboron, então foi bastante simples .

Eles decidiram colocar ações simples porque 300 pessoas pulando e balançando os braços por aí poderia ser perigoso, mesmo que os assentos fossem espaçados tanto quanto um teatro normal, ou ainda mais.

Sorata realmente queria adicionar mais algumas ações, mas Ryuunosuke enfatizou a questão da segurança e disse que eles deveriam ser mais atenciosos com os jogadores.

"— E o que você vai fazer se alguém se machucar?

— …Bem… você tem razão. Sim, seria ruim se algo assim acontecesse."

Como resultado, eles escolheram deixar apenas os movimentos de agora.

No final, Nanami alertou para todos tomarem cuidado com as pessoas ao lado.

— Agora, por favor, aproveitem o "Gato Galático Nyaboron''.

Nanami disse com uma voz alegre, e se curvou para a multidão.

O holofote se apagou e um som baixo e profundo que tremia o chão começou a tocar. Na tela, algo grande estava indo do espaço sideral em direção à Terra.

O objeto era apenas um desenho sem fundo, mas graças aos projetores e os efeitos visuais, parecia que estava se mexendo. A trilha sonora ajudou muito a ganhar vida.

Quem ajudou com os sons foi uma pessoa chamada Hauhau, responsável, também, pela trilha sonora do último anime de Misaki. Sorata nunca viu essa pessoa antes, então ele não sabia que tipo de pessoa era...

O objeto em queda do espaço passou pela estratosfera e apareceu novamente ao perfurar as nuvens do céu de Tóquio. Quando as fileiras de arranha-céus altos apareceram, foi possível ter noção do tamanho do objeto.

A altura dele atingia quase 500 metros.

As pessoas olhavam do chão. Assim que viram aquilo, entraram em desespero.

No entanto, isso foi apenas por um momento, pois o objeto rapidamente parou no ar, e pousou em suas quatro patas enormes.

Um efeito sonoro semelhante a um vulcão explodindo cercou o teatro.

A devastadora onda de choque transformou os prédios ao redor em montanhas de escombros.

A onda de choque foi tão poderosa que causou ondas imensas em vários países, e uma nuvem de poeira que bloqueava até mesmo a luz do sol. No meio da nuvem de poeira, um alienígena em forma de gato levantou lentamente seu corpo. Sua pata dianteira bateu na Torre de Tóquio e a destruiu, não deixando vestígios.

— Que patético.

Um dos líderes dos Nyangoronianos, "Ein, o Gato Corcunda", deixou sua marca ali.

Uma câmera de satélite deu zoom em Ein. Dezenas de quilômetros ao redor dele se transformaram em escombros.

Países uniram forças para atacar Ein com mísseis, armas e tudo que fosse possível.

Ein olhou para as centenas de mísseis voando em direção a ele e gritou "Nyaaaaaaaaaa!!"

Ele destruiu todos eles com um único grito.

O que apareceu em seguida foi uma frota de caças. Eles dispararam inúmeras quantidades de mísseis, mas não conseguiram causar danos à figura gigantesca de Ein. A pele de Ein estava levemente queimada, mas se recuperou pouco depois.

Quando Ein gritou novamente, os caças foram destruídos.

O gato gigante tinha um poder imenso.

Os desenhos de Mashiro estavam incríveis como sempre. Eles eram capazes de capturar o coração do espectador. Como prova disso, os espectadores estavam cativados enquanto assistiam ao "Gato Galático Nyaboron".

Um aluno da escola primária na primeira fila até esqueceu de comer a pipoca. As pessoas da fila do meio estavam com os olhos grudados na tela. Os das últimas fileiras estavam inclinados para a frente em seus assentos.

A concentração deles era incrível.

A cena mudou para a introdução da protagonista Nekoko.

Foi em uma cidade que estava sendo destruída por Ein. Pilares de chamas voavam pelos céus. Era como se o mundo estivesse chegando ao fim. Até o céu estava tingido de vermelho.

Nisso, Nekoko segurou Nekosuke, o homem que ela amava, em seus braços. Ele já estava sem vida.

— Nekosuke-san—!

Os ombros, braços e lábios de Nekoko tremiam enquanto ela repetia o nome de Nekosuke várias vezes. Ele não respondia mais nada. Ele não tocava mais nela. Ele não perguntou o motivo dela estar falando assim. Seus olhos... não se abriam mais.

— Nekosuke-san!

Nekoko falou com o nariz entupido. A voz de Nekoko foi interpretada por Nanami. Essa cena teve que ser refeita várias vezes a pedido de Nanami, pois ela não achou boa o suficiente.

Sorata lembrou o quão difícil foi para falar com Nanami quando ela terminou de gravar a cena final, pois ela estava com lágrimas nos olhos e nem conseguia falar nada.

Nos escombros, Nekoko enxugou as lágrimas de suas bochechas sujas e se levantou. E ela olhou para uma montanha distante... A montanha era a corcunda de Ein. Nekoko cerrou o punho trêmulo e gotas de sangue escorreram enquanto suas unhas cravavam em sua mão.

Diante dos olhos de Nekoko, a última esperança da humanidade, o gato robô "Nyaboron" pousou ao lado dela.

— Tudo bem. Se você precisa da minha ira ou tristeza, eu te deixo usar o que quiser. Mas eu juro que vou mandar cada um desses Nyangoronianos para o inferno.

Como se Nyaboron estivesse respondendo à determinação de Nekoko, seus olhos se iluminaram.

E, ao mesmo tempo, o título "Gato Galático Nyaboron" surgiu no centro da tela.

A abertura não foi longa, mas já foi o suficiente para capturar o coração do público, todos engoliram em seco e esperaram a próxima cena começar.

Foi explicado sobre como Nekoko e Nekosuke já foram casados, mas Nekosuke se divorciou de Nekoko depois que seu irmão, Nekochiki, foi morto por um Nyangoroniano, e ele saiu para vingá-lo.

O jogo então explica como a humanidade estava se preparando para o ataque Nyangoroniano, construindo o robô de combate Nyaboron.

Originalmente, Misaki já tinha trama suficiente de Nyaboron para criar um anime de 52 episódios, porém, devido à falta de tempo, Jin resumiu a história para que ela coubesse em um vídeo de 30 minutos até a derrota de um dos 6 líderes: "Ein, o Gato Corcunda".

Enquanto Sorata estava surpreso com a reação da multidão, ele sentiu Nanami olhando para ele do palco.

A primeira cena de batalha estava chegando.

A primeira batalha foi apenas lutar contra os subordinados de Ein.

A tela mudou para uma cena 3D. No entanto, não houve inconsistência nos visuais quando a cena mudou.

Usando da mais nova tecnologia para animar as cenas, Misaki e Ryuunosuke cooperaram juntos para reduzir as texturas e suavizar os modelos. Se esforçando para que as imagens 3D não parecessem diferentes dos desenhos de Mashiro.

A qualidade era extremamente boa. Se você olhasse para o modelo parado, diria, sem dúvidas, de que é um desenho 2D. Isso só foi possível porque eles estenderam o prazo em mais uma semana, mas seu trabalho árduo valeu a pena. Essa era a qualidade que Misaki queria.

Misaki foi capaz de fazer algo que nunca havia sido feito antes.

As habilidades de Misaki eram sem dúvida boas, mas a ideia de tentar algo que ela nunca havia feito antes era incrível.

Nos últimos dois meses, Sorata percebeu que haviam coisas no mundo que uma simples pessoa esforçada nunca iria superar.

Só fazia sentido se fosse Jin ficando animado ao olhar para Misaki, afinal, ele era o mais próximo dela.

Os últimos dois meses provaram ser uma valiosa experiência de aprendizado para Sorata.

Em um campo vazio, uma luta entre Nyaboron e um Nyangoroniano começou.

Isso significava que era hora do jogo começar de verdade. Sorata se perguntou se a multidão participaria corretamente.

Quando Sorata engoliu em seco, a tela mudou para exibir as palavras "Preparem-se para lutar".

— Um, dois, vamos! Fiquem de pé!

Enquanto Nanami gritava em direção aos assentos, 300 pessoas se levantaram ao mesmo tempo. Sorata rapidamente olhou para Nyaboron na tela. Se os sensores da câmera reconhecessem o movimento da platéia, então Nyaboron iria derrotar o oponente.

No entanto, a tela não mostrou nada, mas a platéia fez certo... Sorata começou a se preocupar, pensando que a câmera poderia estar quebrada.

Naquele momento,

— Você é o primeiro a ir para o inferno, maldito!

Com o grito de Nekoko, Nyaboron deu um soco super forte no Nyangoroniano.

Logo em seguida, um texto apareceu dizendo às pessoas para levantar a mão.

Mais uma vez, as pessoas seguiram as ações de Nanami e levantaram ambas as mãos. Quando fizeram isso, Nyaboron agarrou a cauda do Nyangoroniano e começou a girar.

A próxima instrução era bater palmas enquanto eles estavam com as mãos no ar. Na tela, ele exibia um medidor de palmas. Lentamente, o ícone começou a piscar mais rápido. Os sons de palmas trovejantes no teatro ficaram mais rápidos junto com o ícone.

Nyaboron começou a aumentar sua velocidade de rotação junto com o ritmo das palmas.

E quando as pessoas baixaram as mãos ao sinal dado, Nyaboron soltou o Nyangoroniano e o mandou voando.

Agora, era hora do ataque final.

Na tela, o nome do ataque final apareceu. Nyaboron estava reunindo sua energia na tela.

3…. 2…. 1….

— Raio de Almôndega!!!

300 pessoas gritaram ao mesmo tempo.

A atmosfera no teatro tremeu, e Sorata podia sentir a pressão dos gritos do lado do palco.

Nyaboron ergueu as patas dianteiras e disparou um feixe de luz em forma de almôndega. O Nyangoroniano recebeu o ataque no ar e explodiu. Não sobrou nada dele.

Nyaboron derrotou aquele Nyangoroniano de uma maneira incrível.

Sorata tinha ficado preocupado se as pessoas demorariam para entender o jogo, mas parece que ficou tudo bem. A velocidade para capturar os movimentos também era muito boa, então tudo acontecia na hora certa.

Quando Sorata olhou para a sala de comando, os olhos dele e de Ryuunosuke se encontraram.

Quando Nyaboron e Nekoko derrotaram o Nyangoroniano, finalmente chegou a hora de lutar contra Ein, o Gato Corcunda.

Nyaboron media 333 metros de altura, mas Ein era muito mais alto. Como mostrado no início, um soco de Ein foi suficiente para Nyaboron voar até uma cidade vizinha.

O destino da humanidade realmente dependia dessa luta.

Os alunos da escola primária na primeira fila aplaudiram Nyaboron.

— Você se lembra de quantas pessoas matou?!

Nekoko perguntou para Ein com a voz trêmula de raiva.

— Tô tão cansaaado. Tipo, meus ombros doem porque estão sempre curvados como os de um gato. Ah~ que canseira.

Misaki quem fez a voz de Ein, e funcionou bem. É surpreendente como Misaki pode ser boa em qualquer coisa que faz.

— Eu me pergunto se eu vou me sentir melhor se eu bater em você... Ah, por que eu não faço isso?

Ein atacou dois de seus subordinados próximos só porque estava entediado.

Com esse ato cruel, Nekoko explodiu de raiva.

— Você não tem o direito de estar vivo!!

— Eu não preciso que você me entenda. Humanos são desprezíveis e nojentos, não servem nem para limpar meu cocô. Mas, é isso, fique com raiva e venha me atacar. Vê se me entretém um pouco, viu?

Nyaboron bloqueou o soco de Ein, mas um terço de seu corpo afundou no chão.

— Fraco~, fraco~ hahahah! Você acha que pode me enfrentar com algo assim?! Nyaaaaaaa!

Com o grito aterrorizante de Ein, Nyaboron voou para trás.

Algumas pessoas da platéia naturalmente gritaram “Nyaboron!” quando ele foi derrubado ao chão.

Por alguma razão, até Sorata cerrou o punho.

Embora não estivesse respondendo aos barulhos da platéia, Nyaboron ficou de pé.

Assim que aconteceu, a tela mudou para uma cena 3D e a batalha começou. Desta vez, Nanami não precisou mostrar as ações.

Ao sinal na tela, todos se levantaram.

Ein deu um soco.

Na tela, o sinal de mão levantada apareceu.

Quando a multidão levantou as mãos, Nyaboron rapidamente evitou o ataque.

Ein parou e usou seu grito, dessa vez a platéia gritou "Raio de Almôndega!!" e disparou o ataque especial.

— Isso é tudo que você tem?! Entretenha-me!

Ficando mais sério, Ein começou a realizar combos após combos em Nyaboron, inúmeros socos na esquerda, na direita e, no fim, uma cabeçada.

Os socos foram evitados graças aos movimentos da platéia, mas a cabeçada pegou em cheio na cabeça de Nyaboron.

Com esse ataque, o HP de Nyaboron caiu para zero. Isso foi programado para acontecer. Sorata pensou que seria melhor se Nyaboron fosse derrotado pelo menos uma vez.

Na tela, as instruções para reviver Nyaboron surgiram: bater palmas e dizer a palavra secreta.

Como se estivessem torcendo por seu time favorito, a platéia se levantou e começou a enviar suas energias para Nyaboron.

Ein começou a se aproximar de Nyaboron para usar seu ataque final.

Nanami olhou de canto para Sorata.

Era difícil dizer se Nyaboron iria reviver a tempo.

Se eles perdessem agora, então o jogo acabari ali. Se quisessem tentar de novo, eles teriam que voltar desde o começo.

Os membros do Sakurasou debateram sobre isso, mas Sorata sentiu que não teria graça nenhuma em um jogo que você simplesmente vence. Então, ele colocou a tela de Game Over, confiando que não iriam precisar usá-la.

Ele sentia que, se o jogo fosse fácil demais, então não teria graça. O fato de ser difícil torna o jogo ainda mais divertido.

A lição que Sorata buscava mostrar era a de que "você sempre pode vencer, mesmo que tenha falhado antes".

Eles estavam sem saída agora.

Sorata sentiu que a platéia não seria capaz de vencer, levando em consideração as vezes que ele testava o jogo. As palmas estavam fora do ritmo. Eram altas, mas não estavam batendo no ritmo certo.

Assim, o medidor de energia estava se recuperando lentamente.

Ein estava bem na frente de Nyaboron.

Agarrando a cabeça de Nyaboron, ele o pegou facilmente e levantou o braço para dar o golpe final.

Já era, é tarde demais. Assim que esse pensamento passou pela cabeça de Sorata, a recuperação de energia acelerou. A palavra secreta era "Força, Nyaboron!".

A tela congelou.

A música emocionante parou e o silêncio se abateu sobre eles.

Mas, de repente, os olhos de Nyaboron se iluminaram com um efeito sonoro nítido e uma música de batalha em ritmo acelerado começou a tocar.

Era uma música de orquestra impactante gravada com ajuda do clube de música da universidade. Eles tinham talento para se tornarem músicos de uma ópera de verdade. A música fazia seu corpo se animar mesmo se não quisesse.

Cheio da energia da multidão, Nyaboron agarrou a cabeça de Ein com os braços e deu um chute no rosto.

Ein caiu para trás com o nariz sangrando. Aquela era uma chance que nunca mais apareceria, e o texto do comando de voz apareceu na tela. As 300 pessoas respiraram profundamente, e gritaram:

— Raio de Almôndega!!!

O raio atingiu Ein na hora.

— Nyaaaaaaaaaa!

O grito doloroso ecoou pelo teatro, a atuação de Misaki era de invejar.

No chão, Ein olhou para Nyaboron e soltou um raio poderoso pela boca.

Nyaboron entrou em sua posição de combate e disparou outro Raio de Almôndega.

No entanto, o feixe de Ein estava dominando o de Nyaboron e estava empurrando Nyaboron para trás.

Na tela, o comando de palmas e da palavra secreta surgiram novamente.

A multidão se uniu mais uma vez e torceu por Nyaboron.

Nekoko respondeu a seus aplausos.

— Agoraaaaaaaaaaaaa~!!

O Raio de Almôndega ficou mais forte e empurrou o feixe de Ein para trás.

Usando a energia da sala de teatro, Nyaboron dominou Ein.

— Isso é impossíveeeeeeeeeeeeel!!! Nãooo! M-M-Meu corpo está queiman....

E sendo varrido pelo gigante Raio de Almôndega, Ein foi destruído enquanto gritava e berrava.

Apenas Nyaboron permaneceu no caos. A música rápida da batalha desapareceu e uma música calma e sentimental começou a tocar.

A luz do sol brilhou através das nuvens sobre Nyaboron.

— Nekosuke-san, isso foi por você.

Quando Nekoko olhou para o céu e deu um pequeno sorriso, a cena desapareceu e começou a rolar os créditos.

Embora a platéia não precisasse mais aplaudir, pois o jogo já havia acabado, seus aplausos e aplausos continuaram.

Alguém gritou pedindo para repetir, alguns gritaram que queriam uma sequência.

Vendo tudo aquilo acontecendo, Sorata ficou paralisado.

Todos estavam felizes. Eles estavam aplaudindo. Sorata estava muito feliz com isso. Ele percebeu que se saíram muito bem.

As palmas do público não pararam mesmo quando os créditos terminaram e a palavra "Fim" apareceu.

— Sorata, nós conseguimos.

Mashiro colocou a mão no punho cerrado de Sorata.

— Sim... nós somos incríveis... Acho que vou enlouquecer...

— Conseguimos, Kanda!

Nanami correu alegremente pelo palco.

— Sim... Isso foi incrível...

Ainda paralisado por suas emoções, Sorata cumprimenta Nanami.

Mas ele não podia ficar ali assim por muito mais tempo.

— Sorata, se apressa aí e arruma as coisas! O Presidente do Conselho tá vindo com os professores!

A voz de Jin pode ser ouvida por trás da tela.

Olhando para a sala de comando, Sorata viu que Ryuunosuke já havia terminado de arrumar as coisas.

Embora ele não quisesse, Sorata agarrou a mão de Mashiro e começou a correr.

Nanami passou por ele, Jin ajudou Ryuunosuke a levar o hardware do jogo e Misaki já estava lá fora.

Quando todos os membros subiram na van, eles partiram, ignorando os gritos dos professores e do Presidente do Conselho atrás deles.

— Somos os maiores do universo!

Levado pelo entusiasmo de Misaki, Sorata também gritou que eles eram os maiores do universo.

Sorata não conseguia mais se lembrar do que aconteceu depois disso.

Mas parecia que ele teve o sonho mais feliz da vida dele.

 

7 de novembro

O seguinte foi registrado no quadro de reuniões do Sakurasou:

— Tá declarado agora, hein! A partir de hoje, essa data será lembrada como o Dia do Nyaboron. Kouhai-kun, Mashiron, Nanamin, Dragon, Jin, Ritan e Hauhau, a todos vocês, obrigada! Fui capaz de realizar um sonho graças a vocês! Nem consigo dormir!  Registrado por: Misaki Kamiigusa.

— Misaki-senpai, se você não for dormir, tem perigo de você morrer! Vai dormir! — Registrado por: Sorata Kanda.

— Vamos nos apressar para começar logo a Parte 2. — Registrado por: Misaki Kamiigusa

— Não quero morrer nessa idade por trabalhar demais, então me deixa descansar um pouco! — Registrado por: Sorata Kanda.

— Ei, desde quando isso aqui virou uma sala de bate-papo? — Registrado por: Nanami Aoyama.



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