Fios do Destino Brasileira

Autor(a): PMB


Volume 1

Capítulo 24: Espelho quebrado

28 de Janeiro de 4818 - Continente de Origoras, Reino de Yggdrasil, Lua do Dragão

 

— Então… essa garota só caiu na frente de vocês?

Shuyu coletou os relatos de seus colegas antes de tomar alguma decisão quanto à nova colega que encontraram. Porém, estavam igualmente confusos sobre a origem ou intenções da garota, que repousava sobre um amontoado de roupas cedido por Haruhi. Não haviam sentido sua aura desde que a chegaram à ilha e encontraram-na vagando sem quaisquer traços de mana visíveis. Pela expressão exaurida dela, mesmo dormindo, passara por poucas e boas desde o início da segunda fase.

Sob a capa negra com capuz, repousava a aparência de uma donzela com traços andróginos — por conta do cabelo, raspado nas laterais e branco como neve fresca, e roupas masculinas, teria certeza se tratar de um homem se não fosse a mandíbula fina e ombros curtos dela. O fato de sua pele negra brilhar sob a frágil luminosidade tornava-a, na visão do quinteto de Yggdrasil, etérea.

— Ela tava sozinha quando caiu. Pode ter tomado um golpe que deixou ela bem machucada — deduziu Ayame. — Ela também pode saber de algo que nos ajude.

— Eu não vejo nenhuma ferida grave nela, Aya — reforçou Haruhi, analisando-a com o auxílio de suas serpentes. — Essa sua hipótese não faz sentido. Por mim, a gente amarrava ela até ela acordar.

— Concordo contigo. — Heishi encarou a garota deitada com julgamento.

A mente de Tatsuyu estava alheia à conversa rolando entre o restante do grupo desde o momento que uma súbita percepção o acometeu. Moveu os olhos pelo perfil dela, buscando mais indícios para corroborar sua tese, embora preferisse que nunca tivesse notado.

“Foi ela quem me atacou”, atestou por fim ao observar os traços da desconhecida,  em especial sua longa capa e pele escura. Porém, com essa informação, veio também o peso da decisão entre revelar a verdade ou não — independente da escolha, as consequências poderiam ser desastrosas se não conduzisse aquela dança com calma. 

Tamanha pressão teve efeitos imediatos. O suor escorreu por suas palmas devido ao nervosismo, e seu batimento acelerou. “Claro que minha ansiedade vai atacar agora, né?”, amaldiçoou enquanto tentava manter sua respiração sob controle. Seus melhores esforços não eram suficientes para conter as arfadas pesadas e mãos trêmulas do garoto.

A mudança no ar não passou despercebida de Shuyu, que o encarou com as íris esmeralda bem abertas. Farejava, com seus sentidos aguçados de réptil, uma estranha inquietação advinda dos movimentos de seu amigo.

— Está tudo bem, Tatsu? — inquiriu o príncipe, cauteloso. — Parece nervoso.

— Ah, é-é… M-Minha ansiedade tá um pouco forte, vou descansar um pouco para descansar. 

— Trouxe seus remédios? — Todos os olhos estavam sob ele, o que apenas piorou a situação. A aproximação de Haru não lhe fez bem algum. — Você está pálido, sente tontura? Ânsia?

— E-Eu… Relaxa, Ha-haru, eu só preciso deitar. 

Ignorando quaisquer outras perguntas lançadas a ele, o corpo de Tatsuyu acomodou-se na relva confortável da floresta, logo ao lado de uma árvore larga. Seus amigos não tentaram insistir na conversa, e logo teve silêncio para admirar as estrelas por entre as copas amplas da floresta. Apesar da culpa amuar seu coração, queria acreditar que havia algo motivo para aquela garota ter feito aquilo.

Por ter feito a ronda — mesmo que infrutífera — no dia anterior, era sua vez de repousar pela madrugada. Embalado pelo farfalhar dos galhos, sereno como uma canção de ninar, deixou-se livre para ser consumido pelo mar de escuridão que inundou suas pálpebras.

A prece silenciosa que sempre fazia para ter ao menos uma noite sem pesadelos foi a última memória que teve daquela noite.

“Onde estou?”, pensou a garota, atordoada pelo despertar repentino. Pela sensação suave sob sua cabeça, estava apoiada em algo — uma pessoa, talvez? Seu instinto natural a fez manter o corpo imóvel enquanto se permitia sentir a mana do ambiente. Os poderes de detecção de Ártemis eram uma mão na roda em momentos como aquele.

Ainda de olhos fechados, conseguiu “ver”, na falta de uma palavra melhor, os contornos do cenário e os demais presentes neles. Três estavam deitados, próximos a uma estrutura semelhante a uma fogueira, uma estava caída em algum ponto atrás de si e uma última estava sentada, aparentemente de costas. Deveriam estar próximos do nascer do sol, dado o brilho suave que atingia suas pálpebras.

Pelas oscilações quase inexistentes nas auras de todos e pelo silêncio absoluto sem ser pelo crepitar das chamas, concluiu que estavam dormindo, com exceção da silhueta sentada. O cenário perfeito para poder escapar com a técnica de ocultação de sua Bênção, sem deixar rastro algum para que eles a perseguissem. “Dei sorte de ter guardado meus mantimentos”, agradeceu ela aos bons ensinamentos que sua deusa lhe forneceu.

Com o máximo de cautela, sua mana azul-cobalto começou a trespassar sua pele e formar uma camada fina sobre ela. Seu coração e respiração seguiam metodicamente controlados, mesmo sob pressão de ser capturada. Poderia demorar mais um minuto ou dois, mas sairia pronta para continuar em busca de seu objetivo.

O contexto tão favorável não a preparou para a surpresa que foi ter os membros presos ao chão, ao mesmo tempo que presas longas perfuraram-nos. A dor foi tanta que não conseguiu conter a vontade de arregalar os olhos de dor, enfim revelando os cachos dourados de sua carcereira. 

As serpentes, de mesma coloração das íris dela e responsáveis por manterem a desconhecida cativa, saíam de seus cabelos loiros. A distância que cobriram ao se alongarem em tão pouco tempo era impressionante, ainda mais ao considerar que a imobilizaram precisamente — se movesse um centímetro sequer, teria uma hemorragia letal ou sofreria a inoculação impiedosa de algum veneno que não tinha ideia do que poderia causar.

— Eu sabia que estava acordada — debochou Haruhi — e que era uma boa ideia me fingir de sonsa.

— Quem é você?

— Você não tá em posição de fazer perguntas, garotinha.

O estalar de língua da prisioneira foi bem audível. Analisando suas opções — que não eram, de certo, numerosas —, viu-se fadada à posição de ré. E a garota à sua frente era o juiz, o júri e a lei naquele momento. 

Sem saída, optou pelo caminho da diplomacia, a fim de não levantar suspeitas quanto à sua intenção inicial. Antes de começar seu discurso, inspirou fundo para recuperar sua compostura frente ao olhar pesado da inquisidora de Íris esmeraldinas.

— Certo. Sou Kyorai Shikage — revelou a garota de cabelos brancos cacheados. — Me soltaria agora? Essas presas machucam.

— Haruhi Seishin. E não, não solto até todos os outros acordarem — reforçou a Guardiã da Medusa.

— Não seria mais fácil me injetar veneno?

— A maneira que você sugere só me faz ter mais certeza que não. Ei, Heishi, acorda aí, cacete!

O chute bem dado na lateral do garoto mencionado o fez soltar um grunhido de dor. Haruhi percebeu que não fora suficiente para acordá-lo, tendo que apelar para sua carta na manga. Pelo suspiro frustrado, definitivamente não estava com paciência para esperar boa vontade de ninguém.

Assim como em Kyorai, uma das serpentes mordeu a perna do rapaz sem remorso — o sorriso no rosto da loira fez a recém-chegada se perguntar se eram mesmo amigos ou se todos ali eram vítimas de seu sadismo. O grito que veio em seguida acordou os demais companheiros de equipe da garota, cujo estado de alerta durou apenas até notarem a interação em curso.

— O que custa me acordar como uma pessoa normal?!

— Ora, se você fosse uma pessoa normal, eu até tentava — retrucou Haruhi. — Será que eu deveria ter dito “Mayumi Nekoren de biquíni”, tarado de merda?

— Ou, pega leve aí! Te fiz nada ainda hoje, Haru! — Heishi se levantou, já com o ferimento recuperado. Só então notou a existência de Kyorai, presa ao chão pelas cobras. — E não é que a gente tava certo? Mas assim, precisa torturar mantendo suas amiguinhas tão fundo nela?

— Ela provavelmente é imune a veneno. Não adianta gastar minha mana com isso — respondeu a jovem, cutucando Shuyu com o outro pé. — Fora que ela tentou fugir. Não vou deixar ela sair sem se explicar.

“Merda, todos estão atentos agora”. Kyorai mordeu os lábios de frustração — fora descuidada em não imaginar uma detecção mágica como aquela durante um exame de tão alto nível. Para piorar, reconheceu o cabelo azul-gelo esvoaçante de Ayame, que levantou atrasada e ainda um pouco perdida pelo escândalo de Heishi.

Aquele era o grupo que atacou na primeira noite do teste, na ponte para a Lua do Dragão. A infeliz coincidência de encontrar uma de suas vítimas anteriores a fez se sentir terrivelmente azarada diante dos fatos. Pelo que rememorou nos poucos instantes desde sua confirmação, um deles havia visto sua aparência antes, mas não o via em lugar algum. Talvez…

O longo bocejo que ouviu, seguido de um “que cansaço” com a voz embriagada de sono, serviu para fortificar seu receio. Tatsuyu esfregou os olhos com as mãos pálidas, um quê de sonolência a adornar seus movimentos lentos e desorientados.

— Ah… O que tá rolando? 

Sua mente aos poucos voltou a funcionar, passando o foco de colega em colega até seus olhos se encontrarem com as íris âmbar de Kyorai. Ela ouviu — ou ao menos teve a impressão de ouvir — as engrenagens da cabeça dele funcionarem, até, para a confusão dela, o rosto do garoto se contorcer em nervosismo e desespero.

— H-Haru! O que você tá fazendo? — gritou o moreno, correndo para a loira e colocando a mão em seu ombro.

— Prendendo a fugitiva, ué. Nada demais.

— Pode ter sido por medo de que a gente ia fazer algo contra ela! — Fukushu aturdiu tanto sua amiga quanto a novata com aquela fala. — Solta ela.

— Tatsu, você não está falando coisa com coisa — interrompeu Shuyu. — Não podemos soltar ela. Pelo menos, não até ela responder algumas coisas.

— Eu posso falar sobre o que descobri ser a segunda prova do exame. Não preciso da defesa de ninguém. 

Imediatamente, todos os olhos se voltaram para Shikage, cuja expressão rígida não deixava sentimento algum passar através de si. Vê-la disposta a colaborar permitiu que a Guardiã da Medusa a liberasse das presas, embora as mantivesse próximas o suficiente para capturar seu alvo de novo se preciso.

As pernas não tão exuberantes de Kyorai, protegidas por uma calça castanha-escura, ergueram o corpo dela em um único movimento. Haruhi fora gentil em lhe devolver a capa — sem a vestimenta, a Guardiã de Ártemis era preenchida por um sentimento de ansiedade e pavor. Mal sentia o sangue fluir em seus punhos, tamanha era a força que os apertava.

“Parecer menina é desconfortável”, refletiu com simplicidade ao ajustar o capuz sobre sua nuca. Lembrou-se dos comentários de sua melhor amiga que não poderia continuar escondida debaixo de panos e mais panos para sempre, que não deveria viver receosa do que aconteceu. Porém, a repulsa sentida por ela ao ser o alvo de observação de homens nunca lhe deu trégua.

Tais pensamentos não tinham espaço para existir agora. Tinha de provar sua inocência parcial antes que enrijecessem seu julgamento.

— Quem nos espera do outro lado da floresta, guardando a ponte, é uma Guardiã de alto nível. — Shuyu levantou as sobrancelhas. — Saiyami Kyotake foi a maneira que ela se apresentou. Não a conhecia, então fui pega desprevenida.

— Espera, tu não conhece a rainha de Camelot? 

Kyorai chacoalhou a cabeça de um lado para o outro, negando a afirmação de Heishi. O menino apertou as sobrancelhas, tentando lembrar de outras alcunhas famosas.

— “Heléboro da Lâmina Lendária”? A Guardiã de Excalibur? A mulher com o busto mais reto de to…

Reiketsu foi silenciado com um golpe veloz de sua melhor amiga. Como a pouco inocente garota que era, Kyorai deduziu a intenção inicial de Heishi relativamente rápido, o que proporcionou aos demais uma visão privilegiada da única expressão diferente conhecida por ela.

Resumida em uma frase, para quem não pudesse visualizar a forma que afiou os olhos e língua:

— Que nojo.

— Ignora ele. O ponto principal é que Kyotake está no jogo — disse Shuyu, nervoso — se ela está usando a Excalibur… espero que esteja controlando os poderes.

— Sim, ela está suprimindo a própria mana. É uma das regras do exame.

Os próximos 10 minutos foram dedicados à narração da desconhecida sobre as condições para a aprovação, bem como responder às dúvidas de seus novos colegas. Um estranho sentimento nublou seu foco — há muito não conversava com alguém de sua própria idade, quanto mais um grupo agitado como aquele. Discretamente, foi ocultando sua face cada vez mais sob a sombra de sua veste, conforme seu peito foi preenchido pela desconfiança.

A roda de conversa tomou um rumo mais casual quando não mais houveram questionamentos, deixando uma calada Kyorai sentada próxima ao reconfortante calor da fogueira. As vozes deles, próximas mas tão distantes, tornaram-se um súbito desconforto ao seus ouvidos. Conhecia bem a sensação para saber o que viria a seguir.

“Eles só querem abusar da sua gentileza, Kyorai.”

“Você não precisa deles, não precisa de ninguém.”

“Você é só um espelho quebrado, um reflexo de quem já foi. Ninguém liga para você.”

Era, claro, uma intrusa ali. Com a mão firmemente agarrada à barra de sua capa, levantou-se com passos rápidos em direção à floresta, já conjurando seu feitiço de ocultação. Os dedos de Tatsuyu agarraram o pulso dela, cuja única reação foi desfazer o contato com brutalidade excessiva. Os demais notaram a oscilação da aura da garota, erguendo suas armas contra ela em resposta à agressividade em sua mana.

— Não me toque! — urrou ela, desestabilizada. — Não. Me. Toque!

O garoto que sofreu a agressão foi o único que manteve a calma. Um gesto suave de suas mãos fez seus amigos recuarem, ao passo que se aproximou de Kyorai com cautela. O corpo dela recuou sem demora.

— Onde está indo?

— Continuar a prova. Não tenho mais nada a contar, e provei que não farei nada contra vocês. — O tom de voz dela havia voltado ao normal, ainda que estivesse visivelmente perturbada.

— Qual é, você ficou bem ferrada com o ataque da senhorita Kyotake! — alfinetou Ayame. — Você nem sabe como perdeu, imagina entender como vencer!

— E ainda assim, eu não sou obrigada a ficar com vocês — salientou — ou de explicar para onde estou indo. Não somos mais do que concorrentes aqui.

— Se existe opção, por qual razão não poderíamos ser companheiros?

O silêncio preencheu o espaço formado entre ela e o grupo. Tatsuyu estava mais do que certo — todos ali, inclusive Shikage, tinham o mesmo objetivo e não seriam prejudicados de se unir em prol da aprovação. Do ponto de vista da meta que lhe fora imposta, era também o melhor caminho para assegurar os interesses e o bom andamento dos planos que dela dependiam. Independente do argumento que tomasse, não faria sentido reprovar, racionalmente, a sugestão.

O impasse de Kyorai, contudo, era muito além da superfície de “certo e errado”. A ideia de trabalhar em grupo já não lhe apetecia, quanto mais atuar com três homens. Tatsuyu foi o primeiro a notar a profundidade do quanto aquilo era aflitante para ela, o que o fez dar um passo adiante.

— Olha, sei que começamos com o pé esquerdo por aqui… — Os olhos dele alternaram entre ela e o grupo. — mas sou Tatsuyu Fukushu.

“O nome dele não me é estranho…”, comentou para si mesma. Vasculhou por entre suas memórias, sem sucesso em sua busca pela familiaridade que sentiu ao ouvir o nome. A mão estendida por ele continuou pendurada no aguardo de alguma reação dela por alguns segundos antes de recolhê-la.

— Certo, entendi que não gosta de contato — murmurou o rapaz. — Você recusou antes seguirmos como um único time, mas concordo contigo que podemos fazer diferente.

— O que quer dizer?

Não podia negar que ele capturou seu interesse com aquelas palavras. Em seu tempo nas ruas de Dracone, aprendera como lidar com “bichos do mato” como ela — a constatação certeira de que ela enfim o ouvia com clareza deixou-o confiante para guiar a conversa seguindo sua vontade.

— Exatamente o que eu disse. Você não precisa lutar com a gente, mas pode fazer todos nós passarem.

— Ainda me vejo incapaz de compreender sua linha de raciocínio.

— Nós vamos ser a linha de frente e estudar o padrão de ataque da senhorita Kyotake. E, quando for a hora… — Apontou para ela com um sorriso estampado no rosto. — Você quem vai pegar ela.

— Você endoidou, Tatsuyu? — indagou Heishi, cujo rosto delatava sua aversão à ideia. — Nós vamos confiar numa completa desconhecida para dar o golpe final?

— Ela é a única que consegue se esgueirar pelo campo de batalha. A chance mais plausível é ela mesmo. — Haruhi saiu em defesa do amigo. — Eu discordo da ideia de deixarmos ela sem ninguém vigiando, mas se for a única maneira de passar…

Heishi e Ayame, ironicamente, concordaram em discordar de Tatsuyu, certos de suas convicções pessoais. Kyorai também desvencilhava-se da insistência deles em seguir com a ideia. Com muita luta e infinitos apelos de Haruhi, foram convencidos de que uma emboscada poderia funcionar, embora a contragosto de ambas as partes.

Observando de longe, Shuyu era assombrado por uma péssima sensação, irradiada pela mana de Kyorai. Embora não soubesse explicar a conexão direta dela ao seu mal-estar, a certeza de que ela era a fonte dele não podia ser mais firme — antes mesmo de acordar, foi como se sua garganta fosse envolvida por uma mão invisível tentando estrangulá-lo.

Era o único tomado pela náusea que a mana dela carregava? Um sentimento horrível, como se algo podre houvesse tocado o interior dela e estivesse se espalhando vagarosamente por cada um dos poros da pobre garota. O misto de pena e nojo deixava o príncipe em cheque quanto à identidade da desconhecida, visto que nenhum de seus colegas demonstrava o mesmo. Manteria distância e, com a maldita frieza analítica herdada de Shihan, avaliaria até onde era interessante mantê-la por perto.

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