Fenrir Brasileira

Autor(a): Marcus Antônio S. S. Gomes

Revisão: Heaven, Ana Paula e Bczeulli


Volume 1

Capítulo 10: O poderoso Laruk (1)

Em sua viagem para fora da floresta que foi por alguns meses sua morada temporária, Ferus finalmente encontrou uma estrada que o levaria a civilização, depois de tanto tempo, sua única companhia desde que renasceu neste mundo foram os lobos de chifre que conheceu na floresta, apesar de tornar-se amigo das criaturas, Ferus ansiava por calor “humano” ou pelo menos algo que se assemelhe a um humano.

No longo caminhar dessa estrada que parecia não ter fim, Ferus foi abordado por duas criaturas estranhas, que mesclavam na forma de homem e animal, eram dois seres que no lugar de rostos humanos possuíam cabeças de hienas, tendo visto de tudo a cena não surpreendeu Ferus, contudo o combate com esses dois foi inevitável.

Em resumo a vitória de Ferus foi esmagadora.

 


 

Eu que passei os últimos dias viajando sem rumo, finalmente encontro uma estrada na esperança de localizar pela primeira vez a civilização desse mundo, fui abordado por dois homens hienas e tivemos um combate no qual venci por ser superior em status.

Foi uma surpresa para mim, mas aprendi que os combates com os seres humanoides não podem ser subestimados, no final das contas foi uma experiência valiosa.

Em uma parte calma da floresta eu montei acampamento e para passar o tempo comecei a talhar um longo galho de árvore para distrair.

Na minha frente havia dois homens hienas recuperando-se de seus ferimentos, ele se propôs a me dar informações devido sua derrota.

O companheiro do homem hiena ainda permanecia desacordado, eu devo ter o acertado com muita força.

Arrependido por exagerar com ele, eu tento fazer algo:

— [Espaço Dimensional]

Eu invoco minha magia espacial e aparece um portal pequeno de cor azul índigo, eu coloco a mão dentro do portal e retiro um pequeno frasco de barro, esse frasco contém um pouco da água da fonte sagrada da floresta, onde foi minha morada temporária, antes de ir é claro, armazenei uma boa quantidade desses frascos comigo.

O homem hiena fez um rosto impressionado, eu jogo o frasco e o instruo:

— Dê para o seu amigo, com isso ele vai melhorar.

O homem hiena verificou o frasco, provavelmente o estava avaliando, em seguida ele derrama o líquido na boca de seu companheiro e o ajuda a beber, a face de seu amigo desmaiado melhora no mesmo momento.

Curioso o homem hiena pergunta:

— Me diga, você vai mesmo nos deixar viver?

— Sim!

— Nós tentamos roubá-lo esqueceu?

— Eu me lembro bem disso… Contudo não consigo odiar uma pessoa que em um momento de desespero pede pela vida de seu amigo em vez da própria.

— Guh!

O homem hiena pareceu ficar encabulado com meu apontamento e tentou mudar de assunto.

— O que quer saber de mim? Como eu perdi vergonhosamente farei o que pedir.

— Eu já disse, eu só quero informações! Por exemplo que país é esse? Como ele funciona? Com o que devo tomar cuidado? E se possível todas as dicas que tiver.

O homem hiena pareceu surpreso e pergunta:

— Você não é daqui?

— Não.

— Mas você não é um bestial?

Uma outra coisa que percebi na pergunta do homem hiena é que não sei nada sobre as raças desse mundo eu nem sei o que sou na verdade, no meu status minha raça é definida como Bestial Lobo Divino.

Eu tento arranjar uma desculpa:

— Eh! Hun! Sabe? É que apesar de ser um bestial eu não sou daqui eu venho de outro país e meus semelhantes também são de lá sabe, ahahahahahaha!

Eu dei essa desculpa esfarrapada com a mão por traz da cabeça enquanto dava uma risada fraca.

— Hou! ENTENDO!

— EH? Serio?… Hun! quer dizer… é claro né?

— Sim, eu ouvi dizer que alguns clãs bestiais se estabeleceram em outros continentes fora de Argritia, fiquei surpreso em saber que existiam bestiais fora de Lemur o país das bestas!

— É… isso mesmo né!

Eu aponto concordando com a conclusão estranha que o homem hiena chegou e ele pergunta novamente:

— E então de que país você veio?

— Urgh!

Eu tentei inventar uma desculpa qualquer e respondi sem pensar:

—Do… Do país dos demônios, eu acho! Ahahahaha!

— O QUÊ? DO PAÍS DOS DEMÔNIOS?

O homem hiena saltou assustado na minha declaração e antes de tentar corrigir a merda que falei ele concluiu:

— Isso explica sua força…

O homem hiena pondera com a mão em seu queixo e eu suspiro aliviado.

Parecendo satisfeito o homem hiena expressa:

— Meu nome é Hiekf e faço parte do clã gnoll, o meu amigo se chama Gruvus. E então, o que deseja saber jovem viajante?

— Obrigado! Meu nome é Ferus, como percebeu apesar de ser um bestial sou um forasteiro e não sei nada desse país por favor me informe!

Eu abaixo a cabeça como gesto de educação, Hiekf coçou o rosto e sorriu em seguida.

— É um prazer conhecê-lo.

— Primeiro o jovem Ferus deve saber como funciona nossa forma de governo, para os de fora vai parecer como uma monarquia, contudo isso é uma completa ilusão.

— Hã? Então não é uma monarquia?

— Pode até ser em um ponto de vista, todavia para aqueles que vivem aqui isso é apenas uma desculpa, o governo desse país não é diferente da lei da selva, onde o mais forte sobrevive.

— Você poderia ser mais claro Hiekf?

— Me diga Ferus você pode imaginar um rato dando ordens para um leão?

— …!…

Na mesma hora eu comecei a entender a explicação de Hiekf que continuou:

— É da mesma forma aqui, as subespécies bestiais predadoras e mais fortes vão oprimir aquelas que consideram presas inferiores, os clãs mais fracos como os dos homens ratos ou homens coelhos que geralmente são numerosos, sempre serão oprimidos pelos demais, para quem é de fora a cena pode ser um espetáculo doloroso para os olhos.

Algo em meu estômago revirou com a declaração de Hiekf, eu não imaginava que um país tivesse uma forma de governo tão brutal, de fato animais! O pior é que sou um deles.

— Outra coisa são as cidades restritas!

— Cidades restritas?

— Sim nessas cidades existem regras que permitem só determinados tipos de bestiais adentrarem seus domínios e de nenhuma forma esse acordo deve ser quebrado, ousar fazê-lo será punível com pena de morte!

— QUE EXAGERADO!!

— Pode até parecer exagerado, mas foi necessário para manter a ordem, raças que se intitulam superiores adentravam a cidades de raças mais fracas só para se divertir fazendo um festival de sangue com aqueles que não podiam se defender, meu clã é um exemplo! Como resultado não temos mais cidade e vivemos na floresta como animais.

Eu me senti pesado com o desabafo de Hiekf, que percebe meu desgosto e se desculpou:

— Eu sinto muito! Não era sobre esses assuntos que não dizem respeito a você que queria conversar, desculpe-me por quebrar o clima.

Eu só podia sorrir amargamente para Hiekf que continuou a me informar:

— Hun! Bem você é registrado como aventureiro?

— Infelizmente não! Sabe! Eu vivia meio isolado do mundo.

— Entendo! Se possível é melhor fazer um registro.

— É mesmo necessário?

— Não! no entanto será como uma identificação e você não parece ter nenhuma, chegará o momento que isso será um saco, com o registro de aventureiro também haveriam algumas vantagens, como por exemplo entrar em um local onde só aventureiros podem frequentar, dentre outras regalias.

— Eu entendo!

Esse Hiekf entende mesmo das coisas, suas informações são bastante úteis, até mesmo dicas para facilitar minha mobilidade dentro do país me foram dadas, esse cara é bem experiente.

— Jovem Ferus!

— O quê?

— Posso lhe fazer uma pergunta?

— … Sim? …

— Eu nunca ouvir falar de um clã de lobos de pelagem negra como a sua, você é mesmo de um clã desgarrado do país?

Como pensei, esse cara é mesmo afiado, uma intuição bem forte.

Ele sorriu e disse:

— Esqueça minha pergunta, o único que deveria fazê-las aqui é você, no entanto isso poderá lhe causar algum incomodo.

— Incomodo? De que forma?

— Podem achar que é um mestiço!

— Eh?

Hiekf suspirou e explica:

— Quando bestiais misturam seu sangue com humanos ou elfos existe uma pequena possibilidade da cria nascer com todos os traços bestiais, porém sempre existem diferenças óbvias, como por exemplo a cor da pelagem. Há também o caso de bestiais de clãs diferentes se unirem e terem filhos, mas os filhos não nascem como mestiços, eles na maioria das vezes tomam a raça da mãe, apesar de mostrarem traços diferentes, raramente os filhotes mestiços nascem com a raça do pai.

— Entendo!

— Eu só conheço o clã dos lobos cinzentos, o clã dos lobos brancos e o clã dos lobos azulados e acho que nunca existiu um clã de lobos negros, pelo menos não em Lemur.

— Como eu disse antes não sou daqui!

Hiekf deu seus ombros para minha afirmação.

O companheiro de Hiekf, começa a despertar pouco a pouco e Hiekf o explica a situação para evitar desentendimentos, depois disso Gruvus também se junta a conversa.

Gruvus que se atenta a conversa observa todas as dicas que Hiekf deu para mim, em um momento ele interrompe dizendo:

— Seu nome é Ferus se não me engano?

— Está correto!

— Tudo que meu amigo lhe falou foi certo, no entanto você deve evitar conflito de todas as formas com três clãs, mesmo que matem alguém na sua frente você deve ignorá-los para seu bem!

— Quem são eles?

— O clã dos tigres, o clã dos lobos cinzentos e o mais perigoso o clã dos leões que são a família real de Lemur.

— Obrigado pelo aviso!

Desde o começo eu estava talhando galhos de madeira e as transformei em longos bastões, eu os encostei em uma das árvores e tirei algumas escamas da Dragon Turtle de meu espaço dimensional, Hiekf e Gruvus observam atentamente meus movimentos.

— Estou substituindo as lanças de vocês me deem algum tempo!

— ….!…

Horas depois:

*Você obteve novos equipamentos:

  • Lança selvagem +3: uma lança feita com material de alto nível, concede + 10 de ATK e + 3 de AGI, habilidade Pele de ferro.
  • Lança selvagem +3: uma lança feita com material de alto nível, concede + 10 de ATK e + 3 de AGI, habilidade Pele de ferro.

— Pronto! Aqui!

Eu joguei para cada um uma das lanças, Hiekf pareceu avaliar sua lança e suas mãos começam a tremer.

— Jovem Ferus, quem diabos é você?

— Hum?

Hiekf me encarou com curiosidade e apreensão em sua face, ele pareceu hesitar por um momento, mesmo assim ele perguntou:

— Meu jovem, você criou uma arma com uma habilidade especial em poucas horas como se não fosse nada! Me desculpe, no entanto eu não acredito que seja alguém comum!

Nesse momento percebo que me falta senso comum que tenho desse mundo, eu nem sequer sabia que fazer uma arma com habilidade especial fosse algo tão surpreendente.

Eu sorrio e digo:

— Elas são um belo pagamento por sua descrição não são?

— …!…

Hiekf arregalou os olhos e pôs a mão em sua testa e com um sorriso vazio ele afirma:

— De fato! São sim!

Hiekf é um bestial bem esperto, ele entendeu que as lanças foram uma forma de comprar seu silêncio e não tinha motivos para recusar a oferta, Gruvus também pareceu concordar.

Tudo ia muito bem até que minha percepção captou que estávamos sendo cercados por todos os lados, a minhas perícias de sentir presença e intenção assassina eram no nível máximo por isso foi fácil perceber.

— VOCÊS DOIS TEM ALGO A VER COM ISSO?

Eu gritei minha pergunta aos dois homens hienas que pareciam não entender.

— ESTAMOS SENDO CERCADOS!

Com meu aviso, os dois preparam sua posição ofensiva, o que mostrou que não eram os culpados, até que Gruvus comentou:

— Hiekf é hoje o dia não é?

Hiekf mostra um rosto de quem acabou de lembrar de algo e clicou a língua:

— Tsk! Eu me esqueci! Não temos nada para pagar o tributo de Laruk hoje é nosso fim, sinto muito por isso Gruvus!

— Tudo bem amigo estaremos juntos até o fim!

Os dois parecem estar cientes do que se tratava essa perseguição e Hiekf grita:

— FERUS! DEIXE ESSE LOCAL AGORA! NÃO É DE VOCÊ QUE ELES ESTÃO ATRÁS E SIM DE NÓS, FOI UM PRAZER CONHECÊ-LO, PARECE QUE SEU PAGAMENTO VIRÁ A CALHAR DEPOIS DE TUDO.

Eu sabia muito bem que esse não era um problema meu e que os dois são bandidos que mais cedo tentaram me assaltar, mas vê-los enfrentar a morte juntos sem temê-la me fez simpatizar com eles.

Eu então proponho aos dois:

— Vamos nos entregar!

Gruvus grita:

— FICOU LOUCO SENHOR FERUS? LARUK NÃO TEM PIEDADE COM AQUELES QUE NÃO PAGAM SEU TRIBUTO!

— Por isso mesmo!

— O quê?

— Hã?

— O lobo aqui quer ter uma conversa com esse tal de Laruk.

Eu chamei meu espaço dimensional e guardei minhas correntes Gleipnir dentro dele e esperei aqueles que nos cercavam, só para descobrir que se tratava de uma dezena de homens tigre, de um jeito cínico levantei minhas mãos, Gruvus e Hiekf olham um para o outro e chegam a uma decisão, assim eles soltam suas armas e se rendem também.

— Nós vamos confiar em você jovem Ferus!

Acorrentados como animais Hiekf, Gruvus e eu fomos escoltados a base de seu chefe chamado de Laruk.

— Anda logo cão imundo!

Um homem tigre me espeta com sua lança, se não possuísse a habilidade pele de titânio provavelmente seria ferido.

Eu mostrei um sorriso cínico para o homem tigre que se irritou.

— Ora! Seu cão sujo!

Ao levantar sua lança, um dos homens tigre o parou.

— Chega! O julgamento destes cabe somente ao mestre Laruk.

— Tsk!

O homem tigre desiste e se afasta, esse Laruk deve ser um grande tiro, para ter tantos mostrando respeito a ele assim.

Os homens tigres têm em seus corpos tatuagens semelhantes, graças as informações que o finado bispo Sillas enfiou em minha cabeça eu consegui lê-los, o nome “Predatory” está escrito nessas tatuagens.

Os homens tigres são pelo menos duas vezes maiores que os Gnolls Gruvus e Hiekf e têm cabeças de tigre no lugar de faces humanas, eu começo a me perguntar se existem bestiais como eu, apenas com alguns aspectos animalescos como a calda e as orelhas.

A base desses caras era bem simples, mas isso não quer dizer que seria fácil invadi-la, seus muros são simples troncos de árvores e dentro as casas são bem arcaicas.

Gruvus murmurou cabisbaixo:

— Nossa antiga vila!

Hiekf fez um rosto de pesar, juntando peça por peça eu começo a entender o que se passou com esses dois e com seu povo.

Um pouco mais à frente sentado em um trono feito de ossos e chifres de animais um homem tigre bem maior que os outros, não apenas em tamanho, seu corpo era tomado por poderosos músculos tinha um tapa olho na direita do rosto que escondia uma grande cicatriz que alcançou sua boca.

Gruvus e Hiekf são atirados à frente e um lacaio anuncia ajoelhando-se perante ao corpulento tigre:

— Como o senhor Laruk ordenou, os inferiores Gruvus e Hiekf, foram capturados no vencimento do prazo.

Laruk ergue seu braço e seu lacaio deixa o local em seguida.

Laruk levanta-se de seu trono e sua figura ficou ainda maior e mais ameaçadora, Gruvus tremeu de medo na presença do imponente tigre, no entanto Hiekf permaneceu sem reação.

Descendo até Hiekf e se aproximando o suficiente até o reflexo dos olhos de um refletir o outro, Laruk expressa:

— Hunf! Como sempre não mostra nenhum respeito para aqueles que nasceram acima de você não é Hiekf?

Hiekf permaneceu calado.

— Sabe Hiekf, eu comecei a entender um pouco como você funciona, como foi o antigo líder dessa aldeia você ficou para trás e permitiu que o resto dos sobreviventes fugisse, como castigo eu o mantenho como meu escravo, monitorando cada atividade sua por meio do selo escravo.

Laruk rasga a camisa de Hiekf revelando uma marca estranha composta por símbolos mágicos em seu peito.

— A única coisa que peço a você é um tributo diário e em troca, eu gentilmente o permito respirar mais um dia e é assim que me agradece?

Os soldados de Laruk riem do desdém de seu mestre para Hiekf, isso me deixa irritado.

Hiekf não abriu a boca para se defender em nenhum momento me enfurecendo por dentro.

— Bom uma raça lixo é lixo depois de tudo!

Irritado ao extremo eu bufei:

— Affs! Que monólogo babaca!

Todos os lacaios prendem a respiração e o olhar de Laruk focou em mim, apertando os olhos em minha direção e mostrando suas presas de desgosto, declarou:

— Hunf! Pensei ter ouvido um insulto, mas foi apenas o ladrar de um cão sarnento.

— Você tem sorte! Em vez de ouvir sua voz irritante eu preferiria o miado de um gatinho, por que não se esforça e tenta?

Incontáveis veias de sangue tomaram o rosto enfurecido de Laruk, seus homens engoliam seco com medo da ira de seu mestre, Gruvus se encolheu de pavor em um canto e Hiekf ficou pasmo com os meus atos.

Laruk no seu limite urrou enquanto proferiu:

— MALDITO! COMO OUSA?
Ofegando de raiva os olhos de Laruk estavam vermelhos de fúria.

Eu quebrei facilmente as amarras que me prendiam livrando minha mobilidade, os homens de Laruk ficam espantados com meu ato.

Minha armadura e braçadeira tinham sido tiradas de mim pelos guardas de Laruk, contudo eu já havia previsto essa situação por isso guardei a Gleipnir no espaço dimensional.

Eu chamo meu espaço dimensional e recupero minha Gleipnir.

Armando-me novamente com minhas correntes eu desafio Laruk:

— LARUK, EU FERUS O DESAFIO PARA UM COMBATE! EU VOU ENTENDER SE ESTIVER COM MEDO!

Com minhas provocações Laruk inesperadamente recompôs sua sanidade.

— Huhuhuhuhu! Então você pode usar magia dimensional, não é? Vejo que não é um oponente comum, no entanto você é apenas um cachorro, na cadeia alimentar os tigres fazem parte daqueles que estão no topo.

Eu ri de seu comentário e argumentei:

— Não somos animais, somos seres bestiais!

Algo em minhas palavras parece ter ofendido profundamente Laruk que rebate:

— Maldito! As mesmas palavras da pessoa que mais desprezo no mundo, você às disse para mim, hoje não sairá daqui vivo!

STATUS
Nome: Laruk Raça: Bestial Tigre Gênero: Masculino
Idade: 58 anos Classe: Lanceiro Imperial Nivel: 68
Força: 673   Resistência 813  
Agilidade 495   Destreza 502  
Sabedoria 157   Inteligência 83  
Carisma 78   Poder Mágico 639  
Ataque 534   Defesa 742 +35

Equipamentos:

Arma Bônus Propriedades Material
       
Proteção Bônus Propriedades Material
Armadura de Batalha +35 DEF Obra prima Aço Negro

 

Graças a evolução da minha habilidade [Avaliação] dessa vez consigo ver mais informações, como o nível, a classe e idade do oponente.

Os status de Laruk são bem altos para alguém que nem é um monstro, graças a luta que tive mais cedo com Hiekf e Gruvus, eu entendi que existem formas de oponentes mais fracos sobrepujarem os fortes, por esse motivo nunca mais vou subestimar o adversário em combate.

Eu solto minhas correntes e tomo minha pose de luta.

Laruk grita a seus lacaios:

— Traga-me o tormento dos céus!

Um nome bem perigoso foi proferido, em poucos instantes sete homens tigre carregam uma grande caixa com dificuldades.

Hiekf se aproxima de mim e fala:

— Jovem Ferus! Laruk é um poderoso usuário de lança, o tormento dos céus é sua arma mais poderosa, eu sei que você é forte, mas tenha cuidado, você não parece ter muita experiência batalhando contra seres humanoides.

Como esperado de Hiekf, apenas lutando uma vez comigo ele já descobriu uma de minhas fraquezas, eu tinha que dar um pouco de conforto para ele que parecia bastante preocupado.

Com confiança eu falei:

— Eu aprendo rápido! E também vou vencer, confie um pouco nesse lobo OK.

Hiekf fez uma face complicada e forçando um sorriso respondeu:

— Fique bem jovem Ferus.

— Pode deixar.

Laruk interrompe nossa conversa:

— Eu já escutei de tudo nesse mundo, entretanto eu nunca presenciei tanto desrespeito com uma raça superior! um mero cão que…

Eu gritei em fúria:

— EU SOU UM LOBO SEU TIGRE DE MERDA, UM OLHO A MENOS FAZ TANTA FALTA ASSIM?

Laruk em dúvida pergunta:

— Um lobo de pelagem negra?

— Sim e daí?

— Tsk! … que perda de tempo.

Os servos de Laruk finalmente entregam a grade caixa para ele, ao abri-la Laruk tirou de lá uma gigantesca lança, tão grande que seria mais viável chamá-la de arpão, incrustada em sua superfície haviam ornamentos ridiculamente decorados.

Eu uso avaliação na lança:

Arma Bônus Propriedades Material
Lança Tormento dos Céus +50 ATQ Arma Mágica Torianita

Ele move sua lança que corta o vento em fúria, o atrito de seu balanço apavora seus servos que murmuram admirados:

— O perfurador dos céus Laruk!

Eu pensei que o nome foi bem exagerado, no entanto eu não sei nada de meu adversário.

Eu preparo minha pose ofensiva mais uma vez e Laruk toma sua pose com a sua lança, sua postura implicou um ar de imponência só de vê-la eu entendi que seu nível era bem acima do de Hiekf que também usa uma lança.

O tigre sorriu confiante:

— Então autointitulado lobo, não vai me atacar?

Eu não enxerguei nenhuma abertura na pose de ataque de Laruk.

— Se não vai atacar… ENTÃO EU IREI!

Laruk chutou o chão e se aproximou de mim com fugacidade, a velocidade foi tanta que meus olhos não perceberam sua investida, a ponta de sua lança foi sem oscilar mirando em meu coração, eu cruzei os braços para defender meu peito e o impacto eminente me atingiu.

Um estrondoso golpe me arremessou em direção a uma das casas rústicas, meu corpo se chocou com a estrutura tão fortemente que abalou seus alicerces e a derrubou em cima de mim.

O tigre que executou o feroz ataque riu de mim que fui lançado:

— AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! PARA ALGUÉM DE BOCA TÃO GRANDE VOCÊ NÃO É MUITA COISA, NÃO É? AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

— CHROSH!

Eu saio dos destroços da casa limpando a sujeira de minha roupa, o tigre que ria alto cessou sua ação, eu observo a área de meus braços atingida e vejo uma fumaça sair do ponto de impacto, sinceramente se não fosse pela Gleipnir envolvida em meus braços eu tenho certeza que seria perfurado.

O tigre que também observou expôs:

— Entendo! Você usou essa forte corrente para defender-se de meu golpe, nada mal!

Eu finto meu olhar no tigre e dessa vez eu decido não dar espaço a ele, com toda minha velocidade eu parto para cima.

O homem tigre murmura:

— Hou! Rápido!

Enrolando a Gleipnir em meu punho eu desferi um golpe visando sua face, contudo Laruk interrompe facilmente meu golpe usando a haste de sua lança, eu virei meu corpo no ar para desferir um chute giratório e continuar o ataque, entretanto o homem tigre apenas arqueia o corpo e o evita.

Sem desistir eu continuei golpeando sem parar Laruk, porém ele desviava e defendia com sua lança ataque por ataque, mesmo aumentando minha velocidade Laruk mostrou sua superioridade em combate.

Irritado ele me desfere um chute no tórax me jogando para trás, perco fôlego com seu golpe.

Laruk gritou irritado:

— Que diabos é isso? Seus golpes são demasiadamente poderosos, sua velocidade é de outro mundo, no entanto se move como um amador? Garoto quantos combates você já teve em sua vida?

Ele percebeu minha falta de experiência, até agora eu só havia lutado com monstros, as criaturas inteligentes que manuseiam armas estão de fato em outro patamar.

Eu respondi à pergunta de Laruk sem temer:

— Essa é minha segunda luta sem ser com monstros, a minha primeira foi hoje de manhã.

A face do tigre ficou perplexa com minha declaração, Hiekf no entanto deu os ombros como se dissesse “eu já sabia”.

Laruk tem um olhar obscuro em seu rosto, ele mais uma me vez me foca com um ódio que não era normal em seu olhar.

— Eu entendo! Você é como aqueles chamados de gênios, não é? Sempre fazendo pouco dos que dão duro, transformando nossas expectativas em cinzas! Agora eu entendi o porquê das suas palavras se parecerem tanto com as daquela maldita!

Laruk começou a falar frases que para mim não tinham sentido algum, meus instintos sabiam que estava em perigo mortal diante desse ódio sem explicação de Laruk, seus lacaios pareciam sentir o seu pesar.

— Lobo maldito me diga seu nome!

— Eu me chamo Ferus.

— Ferus não é? Um nome bem pretensioso, mas não se preocupe pelo menos sua lápide não estará em branco!

Mas uma vez Laruk investe perigosamente, porém eu faço o mesmo e fecho a distância entre nós, o homem tigre se surpreende, contudo ele muda rapidamente sua posição e me ataca com a lateral da lança, eu abaixo e desvio de seu ataque, Laruk sem dar folga tenta me chutar e eu executo uma acrobacia terrestre desviando de seu chute.

Eu rapidamente tento me colocar próximo de Laruk novamente, mas escuto um ruído esquisito:

— Click!

Fui golpeado inesperadamente no ombro direito e arremessado longe.

— Urgh!

Ao me levantar o sangue escorreu de uma ferida feita em meu ombro, eu não entendia como Laruk conseguiu me atingir daquele modo, mas a resposta estava bem na minha frente.

Laruk de alguma forma dividiu sua lança em duas, tornando-as duas lanças menores, com uma em cada mão ele podia lutar em uma distância menor de forma eficaz.

Laruk uniu as duas lanças.

— Click!

O ruído foi escutado novamente e a lança de Laruk tomou a forma original de uma única grande lança.

Laruk então declarou:

— Foi uma boa estratégia fechar a distância entre nós, tendo em conta que minha arma não funciona bem a curta distância, sobretudo pirralho, eu já passei por inúmeras batalhas, achou mesmo que não sabia um jeito de fortalecer minhas fraquezas?

— Tsk!

Eu clico minha língua para o homem tigre em minha frente, de fato sua experiência está me fazendo comer pó.

Em minha mente:

— Como eu posso vencer? Seu conhecimento, sua experiência e seus movimentos superam os meus em tudo, apesar de meus status serem superiores eu sinto uma diferença esmagadora entre nós, seu alcance de ataque é bem amplo e pode mudar sua posição dependendo da situação para um combate mais curto, de fato esse homem é um voraz predador.

Meus pensamentos não são nada animadores em relação a essa batalha.

— Alcance? ….! …

Eu miro a Gleipnir em meus braços, nesse momento eu entendo o quanto sou idiota.

— Como eu sou tolo, eu também tenho uma arma assim!

Eu sou mesmo um ridículo, só agora entendi que tenho uma das armas mais versáteis do mundo à minha disposição, até agora a forma que usei a Gleipnir para lutar não foi a forma correta, para começar eu posso usá-la em um combate de longa, média e curta distância mudando a forma de conduzi-la como Laruk demonstrou com sua lança.

Eu cerro meu punho convicto e mais uma vez retomo a confiança.

— Ei Laruk! Encontrá-lo aqui foi muito bom para minha evolução, desde agora eu te agradeço!

Em frente a meu sorriso destemido Laruk dá os ombros como se confrontasse alguém sofrendo em delírios.

A partir de agora começa o desenvolvimento do meu estilo de combate.



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