Volume 4 – Arco 4
Capítulo 78: Marcas da Escuridão
Naquela hora, Lilith retornou ao Submundo.
Esgueirou-se pelas passagens da “área de habitação” no intuito de passar despercebida.
Constantemente verificava se ferimentos menores não residiam pelo corpo. E sempre respirava com alívio quando constatava a inexistência deles.
Já que das marcas remanescentes jamais poderia se livrar.
O plano funcionou até a chegada ao salão principal do templo próximo à entrada e saída do mundo esmarrido.
Quando abriu a porta com cautela, foi recebida pelo crepitar da fogueira de chamas escarlates, responsável por iluminar a figura que mais desejava encontrar no momento.
Depois de ouvir o som do metal rangendo em movimento, a Rainha do Submundo virou o rosto, sentada no sofá.
— Bem-vinda de volta — saudou sua filha, que tinha olhos rubis quase marejados.
A voz da genitora soou como um poderoso alento a favor da apóstola.
Suspirou com leveza perante tal recepção, preenchendo o rosto com um leve sorriso. Ainda que forçado, foi capaz de mascarar parte da frustração acumulada no peito.
— Estou de vol...
— Olha só quem voltou. — Uma segunda voz, de timbre um pouco mais grave, a cortou. — Uau. Você ‘tá um trapo, hein?
O enunciado apagou toda a sensação recebida pelo contato com sua mãe, lhe trazendo um calafrio singular.
De repente, sentiu os ombros serem envoltos pelo braço rígido da terceira mulher.
Através de uma feição risonha, exalante de uma malícia particular, não permitiu que a recém-chegada se movesse de onde estava.
Envolveu-a por toda a nuca, dando a volta no outro lado do pescoço.
Embora já conhecesse a identidade dela, Lilith retraiu as sobrancelhas.
Teve a confirmação definitiva ao mirar os profundos globos de íris roxa, que faziam um leve contraste com o curto cabelo ruivo-escuro, que trazia um moicano ondulado sobre a testa.
Sem poder de reação, nem percebeu o quanto contraía os lábios estremecidos.
Da parte de Melinoe, a postura erguida fazia a amedrontada abaixar a cabeça.
Torcendo um dos supercílios, em elevação à aparência venenosa, fitou-a de canto, quase tocando os lábios em sua bochecha.
— E aí, Li. Anda patética como sempre!? — cuspiu a indagação em sua cara, a deixando ainda mais deslocada.
— Isso são modos de falar com sua irmã, Melinoe?
Ao ser chamada a atenção, o rosto se voltou à Perséfone.
O sorriso característico se desfez de forma gradativa.
Todo o regozijo pela situação armada por si própria foi embora de repente. Isso a fez retirar o braço envolto da irmã, junto a um lamento descontente.
A feição da deidade não era distinta; porém, resolveu não oferecer atenção àquilo no átimo em que avançou com passos pesados.
— E é assim que recebe sua primeira filha? — Devolveu ao estalar a língua, realizando uma rápida pausa em frente à porta. — Ah, tanto faz. Vou fazer meu relatório sobre a missão que terminei.
Retomou a caminhada até passar pela porta e desaparecer da frente das duas.
Mais uma vez solitária com a caçula, encontrou sua ansiedade aflorar pelo corpo inteiro.
— Parece que vocês chegaram juntas dessa vez. — Procurou tranquilizá-la ao repousar a palma sobre seu ombro direito. — Pode ir trocar suas roupas, antes de irmos.
Ao dizer, fez a garota recuperar a atenção à capa que usava para cobrir o corpo semidesnudo por conta da roupa rasgada.
Assentiu com a colocação da mulher e, sem pressa alguma, foi até seu quarto e fez o que ela recomendou.
Depois de amarrar o cabelo de novo nas características caudas gêmeas, pôs um novo vestido e se olhou no espelho.
“Eu...”, cerrou os punhos e encontrou forças para seguir com sua mãe até a inédita provação.
As duas tomaram o caminho até o segundo santuário mais próximo, onde se encontrava o próprio Rei dos Mortos em seu trono isolado.
Quando as portas foram abertas, Lilith estreitou o olhar estático à irmã mais velha, de pé no centro do salão encíclico.
E lá estava o homem imponente, repousado no assento enegrecido com o rosto descansado no punho em riste.
Engoliu em seco e andou com passadas curtas até se juntar à irmã, que lhe acompanhou ao olhar sobre o ombro.
Quando se postou ao lado dela, pôde ouvir um resmungo de jocosidade. Tentou ignorar, manter o foco absoluto na imagem do deus adiante.
Esse que abriu os olhos e fitou ambas e suas ligeiras diferenças de altura.
Quanto a postura, Melinoe era a mesma confiante de sempre. Já Lilith, de alguma forma, conseguia sustentar algo que despertou a curiosidade do homem.
Perséfone se juntou ao marido, contente com o esforço demonstrado pela garota em se equiparar à mais velha.
Com todos devidamente posicionados, as duas entoaram:
— Estou de volta, meu pai!
— Estou de volta, pa... pai...
Os tons foram totalmente opostos.
Hades ignorou no geral, porém ratificava o quanto as coisas não tinham mudado.
E, além disso...
— Primeiramente, Lilith. — Ele entoou com sua voz frígida. — Tive conhecimento de que fora designada a uma segunda tarefa, assim que voltou de Delos.
— S-sim... — Tentava comedir a inquietude, perder a oscilação vocal. — Acabei sendo enviada para o Deserto da Perdição de imediato. Mas as duas missões foram completadas com sucesso, e...!
— Não minta para mim. — A seca interrupção de Hades a fez paralisar. — O grupo pode ter completado a tarefa que julga ter sido um sucesso. Mas você falhou.
Lilith perdeu toda a compostura que tentava manter.
— M-mas, pap...
— Seu tom de voz. Sua postura. Respiração. Pulsação... Não adianta tentar esconder nada disso. — Seu timbre impetuoso soava como apunhaladas em seu peito. — Posso sentir em você. Essa energia amaldiçoada com cada vez maior presença em seu corpo.
A garota esgazeou as vistas, completamente incrédula.
A boca aberta tremulava, na tentativa de emitir qualquer réplica. O choque provocado pela declaração opressiva de seu pai arrancou todas as suas possibilidades.
Melinoe escutava tudo em silêncio, empenhada a demonstrar o máximo possível de seriedade defronte a situação.
Conquanto os olhos reviravam, com claro asco de compartilhar da mesma posição que ela.
— Acredito que sua parte já tenha sido finalizada. Pode sair.
Determinando o relatório da menina, o deus moveu a mão livre num gesto de expulsão.
Todo o abalo se aglomerou em seu corpo, a impedindo de se mover por conta. A cabeça baixa encarava a obscuridade do solo abaixo das sandálias.
Mas para a surpresa do homem e da filha mais velha, Perséfone avançou até a enfraquecida e a abraçou sobre os ombros.
— Irei levá-la. — Encarou o Deus do Submundo, sem medo algum no olhar.
E ele soltou um fraco suspiro, como se tentasse ignorar.
“Que patético”, Melinoe acompanhou a deixa de mãe e caçula do salão encíclico, mas logo voltou a atenção para o Rei dos Mortos.
A Rainha do Submundo fechou a porta, deixando-os solitários novamente.
Depois de percorrerem alguns metros, Lilith voltou a caminhar por si mesma.
As partes altas do braço se remexiam para cima e para baixo por conta dos soluços, que podiam ser ouvidos bem baixinhos.
Lágrimas caladas vertiam pela face contorcida.
— Desculpa... mamãe... — A voz soou embargada, como se não reconhecesse o pranto. — Eu...
— Levante a cabeça.
Perséfone não remediou seu tom, como costumava fazer. E isso fez com que a garota erguesse o rosto corado.
— Eu perdi o controle... de novo... — Enfim reconheceu as lágrimas, as secando com os braços. — Você vai embora... Depois de hoje, não vai poder voltar tão cedo... Eu não consigo aguentar...!
Recebendo todas as fortes lamúrias da garota, a genetriz levou algumas mechas rebeldes do cabelo, com os dedos, para cima da orelha.
— Lilith. Você não tem somente a mim. — A declaração definitiva da rainha trouxe o olhar da filha ao alto. — Eu sei que você mesma já sabe disso. Então, acredite neste caminho. Pois ele será somente seu...
O abalo emocional de Lilith sofreu uma leve recaída.
Com suas vistas fundas por conta do choro, encontrou o sorriso afável oferecido pela genitora.
Ela acreditava mais do que qualquer um. Se tratava de seu grande — e, até então, único — porto-seguro.
Como se uma forte luz despertasse em sua mente, cerrou os punhos e assentiu com a cabeça, terminando de limpar o choro do rosto.
“Demora até que possamos compreender”, a deusa guardou consigo. “Você precisa encontrar a resposta sozinha, filha. Eu já ajudei mais do que posso. Agora, é com você. Não desista.”
Mesmo que não pudesse escutar a voz do pensamento dela, a apóstola aceitou todos os sentimentos que aquelas simples frases lhe transmitiam.
Estapeou as bochechas de repente.
O rosto tornou-se ainda mais avermelhado.
“Eu...!”, ligada àquilo que ainda a dava forças para seguir em frente, a jovem de caudas gêmeas encontrou um provável caminho para sua resposta.
Repousada perante o templo que carregava a marca da Lua, Elaine observava as nuvens provenientes da cidade de Argos.
O céu estrelado era preenchido pelos aglomerados acinzentados, assim como o próprio satélite natural.
Envolta pelo bosque, local de vivência para muitos dos animais silvestres de toda Hélade, recebia a fresca brisa da noite.
Seu cabelo, solto até quase tocar os ombros, dançava pelo espaço. Com as vistas entrefechadas, não largava os pensamentos acerca do episódio vivenciado mais cedo naquele dia.
Um desconforto corriqueiro dominava seu peito.
— Não vai jantar? — A voz de Ártemis a alcançou, pelas costas.
Os fios azul-escuros, que caíam quase como uma franja sobre sua vista direita, foram levados por seus dedos acima da orelha quando se virou para observar a chegada da genitora.
À vontade na área particular, deixou a passagem principal e juntou-se à garota nos pequenos degraus, onde ela estava sentada.
No mesmo instante de sua chegada, os céus lhe presentearam com a revelação do luar, iluminando um pouco da região e as duas anfitriãs.
Ao passo que essa claridade crescia, a menina exalou um lamento.
Tentava, de alguma forma, tomar coragem no intuito de tocar naquele assunto.
— Mãe... Sobre a missão de hoje... — Virava os olhos marrons para os dois lados.
Buscava as melhores palavras em prol de enunciar os sentimentos confusos dentro de si.
Contornada pelo momento propício quanto a abordagem do assunto, pois estava a sós com a única que poderia entendê-la, direcionou o olhar até ela.
A Deusa da Lua, por sua vez, logo proferiu:
— Quer falar sobre a batalha contra aquela menina, certo?
A apóstola não se espantou com a indagação da deusa, portanto assentiu com a cabeça e voltou a desviar a atenção ocular.
Estava ciente de que ela já tinha os observado pela Piscina da Vidência, até o ponto onde foram salvos por um outro rapaz da corporação.
— Pude notar suas expressões durante o encontro. Então, passei a acreditar que você já tinha descoberto na hora. — Terminou de descer a pequena escadaria. — Aquela garota, de fato, é a Bluebell.
Elaine ergueu um pouco as sobrancelhas.
Por mais que soubesse dentro de si... Por mais que ela respondesse quando chamada pelo apelido, fazendo o mesmo em retorno, ainda queria renegar a verdade dentro de si.
E, agora, a confirmação vinda de sua mãe acabava de determinar tal realidade.
Já estar ciente daquilo a ajudou a controlar a contorção facial rapidamente.
De todo modo, restava algo a mais sobre o qual não conseguia crer. O fato de ter a encontrado daquele jeito.
Afinal...
— Eu pensei... que ela tinha morrido...
Cruzou os braços acima dos joelhos dobrados, apertando os próprios braços envolvidos pelas mãos.
— Não há dúvidas. Aquela magia certamente era a mesma que minha irmã, Hebe, dominava. — Com um semblante fechado, a deusa remeteu a certas memórias. — Eu jamais poderia crer, também. Fiquei tão incrédula quanto você, que viveu tudo isso na pele.
— Mas... por quê...? — Começou a estremecer de leve. — Por que ela... estava tentando...?
— Eu também me pergunto isso.
Ártemis lhe antecipou, abraçando-a enquanto se agachava frente ao templo.
Experimentar o toque gélido da genetriz a fez retomar o instante em que tinha desmaiado após finalizar a Hidra de Lerna, no Mar Egeu.
— Agora, não podemos fazer muita coisa. Mas precisamos nos preparar para o que virá no futuro...
Elaine assentiu com o rosto afogado no peito da mãe.
Sem perceber, uma lágrima se acumulou da vista direita, até escorrer pelo rosto corado.
“Bellzinha...”, não fazia ideia sobre como tudo aquilo terminaria.
Mas desejava que ocorresse o quanto antes fosse.
Bluebell observava a falésia distante de onde tinha vindo.
Os coques característicos tinham sido soltos, deixando o cabelo ondulado cair naturalmente até a altura das costas.
Após a fuga improvisada pelo mar, tinha alcançado uma pequena ilha isolada, próxima o suficiente para que pudesse conferir o real tamanho do Colosso de Rodes.
Na melhor das hipóteses, a chuva tinha parado.
Livre de quaisquer fontes de fluidos, despiu-se sem hesitar e deixou as roupas ao vento, para que se tornassem secas de novo.
Sentou-se sobre uma coluna antiga derrubada e ficou lá, encarando a enorme figura confeccionada pelo que parecia ser bronze metálico.
Durante tal período de solidão, memórias vetustas a preencheram sem permissão.
Invadiam a mente pesada e despertavam uma forte agitação dentro de si, capaz de obrigá-la a fechar os olhos para tentar remediar uma respiração ofegante.
Quando um tempo se passou e os sentimentos diversos foram equilibrados, exalou uma profunda lamentação.
Nesse mesmo ínterim, um fluxo de energia díspar a envolveu. O sinal de que o tempo de descanso chegara ao fim.
Virou o rosto à esquerda e conferiu o vórtice negro se abrir no próprio espaço.
Sem delongas, levantou-se de onde repousava e caminhou às roupas esticadas em um grande galho de árvore.
Ainda estavam úmidas quando as tocou, mas de todo modo decidiu as vestir.
Pôs a saia e começou a torcer o vestido claro, para se livrar dos resquícios de água.
Nesse processo, dois rapazes saltaram da passagem espacial. O primeiro, sem o capuz cobrindo sua cabeleira verde-escura, a conferiu seminua.
— Enfim te encontramos. — E nenhuma das duas partes se importou. — Conseguiu terminar o que queria? Temos que voltar agora.
— Não estou com pressa.
Diante da retruca indiferente da rósea, que virou o corpo de curvas em amadurecimento, Keith voltou a atenção à falésia.
Apesar da distância entre as localidades, percebeu que uma destruição tinha sido causada.
Provavelmente pela autoridade da garota.
— E vocês? — Terminou de colocar o vestido.
— Me pararam quando as coisas estavam ficando interessantes.
Com a resposta do cicatrizado, a garota olhou de soslaio por um rápido segundo.
Sentiu-se compadecida por ele.
— O mortal que recrutamos foi capturado. — O segundo, de capuz a cobrir metade da face, enfim se pronunciou. — O Titã que ele trazia consigo foi morto por aqueles garotos.
Bluebell terminou de passar o cinto de couro.
— E agora nos descobriram de vez — completou sem muita emoção na voz.
— Uma hora isso iria acontecer — rebateu Keith, com um sorriso vil no rosto.
— Portanto, informaremos nossos superiores. — O encapuzado mantinha a conduta soturna. — Imagino que eles devam antecipar os próximos objetivos.
A garota, que ainda sentia a roupa grudar um pouco contra o corpo, arrumou o cabelo da maneira que lhe era característica.
Usou um espelho quebradiço a fim de ajeitar com perfeição e simetria os coques laterais em sua cabeça.
— Eu não me importo nem um pouco com o que vocês querem. — Terminou os afazeres com morosidade. — Desde que eu consiga o que quero, vou acompanhá-los.
— Sim, claro. — O esverdeado riu com escárnio.
— Então, vamos. — O misterioso originou um novo vórtice no ar. — O próximo recrutamento continuará em andamento, apesar destes percalços.
Com uma risada de diafragma, Keith saltou pela abertura espacial e desapareceu.
Em seguida, Bluebell caminhou até próxima dela. Antes de pular, ofereceu uma última olhadela para trás, em despedida ao episódio recente.
“Da próxima vez que nos encontrarmos, Eli...”
Cerrou os punhos e, por fim, perseguiu o trajeto encíclico.
O dono daquela habilidade foi por último, ao que a abertura se fechou segundos depois.
Sem deixar rastros.
Alguns dias se passaram desde as missões sequenciais de Delos, Argos e no Deserto da Perdição.
O clima seco do verão começava a ganhar maior intensidade por todo o continente.
Enquanto o sol dominava todo o céu, desprovido de nuvens, um dos momentos mais importantes de toda a história daquela Era chegava.
Damon e Daisy despertaram cedo naquela manhã.
Uma pressão diferenciada passou a envolver toda aquela extensão superior do Monte Olimpo, o que os levou até o saguão antes mesmo de se aprontarem.
Sonolenta, a menina segurava no braço do irmão, que tinha os olhos entrefechados.
Como se fosse por acaso, se depararam com a Deusa da Sabedoria, trajada com suas costumeiras peças de armadura acima do vestido branco.
O semblante circunspecto enquanto caminhava escadarias acima sequer foi direcionado aos jovens.
Tal que uma pontada de aflição dominou não só a garotinha, como também o rapaz que a afagava por meio de um delicado toque sobre seu ombro.
“Então é hoje o dia...”, encarou a vista aberta de todo o continente.
Atena seguiu o itinerário até o andar final.
Desprezava quaisquer distrações. Nem mesmo se atentou ao horizonte que tanto amava contemplar.
O foco estava em um único lugar: o salão dos Doze Tronos.
O silêncio era engolido pelos batimentos cardíacos, cada vez mais poderosos em contrapartida aos passos inaudíveis.
Findou o avanço defronte às grandes portas alabastrinas.
Foi ali onde realizou a ação derradeira, respirando fundo até empurrar as alas equivalentes com ambas as mãos.
Como se recebida por uma luz incandescente, fez a própria entrada à região destinada a decidir aquele futuro.
Todos os assentos em volta da piscina encontravam-se devidamente ocupados, por todos aqueles que detinham tamanho direito.
Somente um deles estava vago. À espera da proprietária responsável por tomar seu lugar, situava-se no centro da escadaria que subia para onde repousava o Rei dos Deuses.
Ao receber o olhar de todos os convidados, Atena deixou as portas voltarem a se trancar.
O reverbero da colisão final, seguido do ruído da trinca girada pelo vento, declamou o estopim que precedeu a voz altiva do homem no maior dos tronos.
— Que a reunião dos Doze Tronos tenha seu início.
As cartas começavam a ser distribuídas.
Estava em jogo o destino da Era dos Deuses.
Agradecimentos:
Gostaria de agradecer imensamente ao jovem Mortal:
Taldo Excamosh
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