Em Outro Universo Angolana

Autor(a): Tayuri


Volume 2

Capítulo 9: Jase, Astrid, Aiyden e Mais Alguém, São Levados Por Um Disco Voador

Logan estava diante do espelho do banheiro, escovando seus dentes, enquanto que dois pares de olhos o inspecionavam, ou melhor olhavam para a cicatriz que estava em seu abdômen. Ela começava em seu ombro esquerdo, descia por seu peito e quase ia até sua cintura. Era bem perceptível e chamativa demais para Aiyden e Jase conseguirem realmente desviar o olhar.

Logan terminou, arrumou os itens e pelo espelho passou a encarar seus companheiros, os quais olhavam o seu peito nú. As mãos de Logan foram para camiseta enquanto Aiyden assistia sua expressão ir para desconfortável. 

— Por que...por que estão me encarando? Tem...— Parou e somente vestiu a camisa.

— Você está bem? — Jase perguntou. 

— Estou! A ferida se cicatrizou complementamente — Vestiu a parte de cima do fato azul. — Não precisa...não precisam se preocupar, eu estou bem. —  Seus olhos estavam no chão, antes de Aiyden decidir olhar para o seu próprio reflexo. 

— Você se lembra de algo...— Aiyden pausou, pensou em ficar calado, porém optou por continuar, afinal já havia começado mesmo. —  Quando estavas lutando contra o monstro, lembras quando ele...— Seus olhos se encontraram, e como sempre os olhos castanhos de Logan, não lhe encaravam de forma intimidante, como se ele fosse um inimigo. —  Quando ele fez esse corte no seu peito? 

Logan negou.

— Eu não tenho nenhuma memória quando ele fica no controle. —  Seus olhos tornaram a ir para baixo, enquanto suas mãos trabalhavam em amarrar o cinto em volta de sua cintura. —  Não lembro de nada, após perder o controle. 

Aiyden somente assentiu e em silêncio os três prosseguiram terminando de se arrumar, e quando o anúncio da abertura das celas chegou, eles saíram. Deixaram sua cela e junto das meninas partiram para fora da sala do grupo. 

Como sempre Aiyden ficou atrás, enquanto seus companheiros caminhavam em frente, em que os únicos que falavam era Astrid, Logan e Lucky, todo o resto e surpreendentemente Jase, andavam em silêncio, até que chegaram perto da sala de equipamentos e se viram obrigados a parar, por conta da fila de soldados que encontraram. 

— Jase! —  Apenas Jase e Aiyden, se voltaram para quem o chamara. Era Arlo, o menino que via fantasmas. —  Já podemos falar? — Sua voz era baixa, seu olhar era calmo enquanto esperava por Jase se aproximar dele, e se agachar a sua frente. 

— Nós iremos para guerra, em alguns instantes. Que tal conversarmos quando eu voltar? 

O menino negou. Jase olhou para trás, para as filas, que se moviam e voltou-se para o menino.

— Se não for nada relacionado a mortos então...

—  É uma mensagem do Leo. 

Os olhos de Aiyden ficaram mais atentos, tão atentos que ele não pareceu preocupado que outros notassem que estava ouvindo a conversa alheia.

Jase passou a mão pela nuca e depois pelos cabelo.

—  Como eu disse...se for sobre os mo...

—  Jase!! 

—  Estou ocupado! —  Começou a se levantar. —  Falamos outra hor...

—  Não!! Vamos falar agora!!

Jase caiu de joelhos, diante de Arlo. Os olhos completamente arregalados e assustados, ele não parecia estar aí, enquanto o mais novo falava sem produzir qualquer tipo de som e quando por fim terminou tocou no ombro de Jase que ainda não o encarava. 

— Sei que odeia quando falo sobre mortos, mas, essas são realmente as palavras de Leonard. Boa sorte! 

Arlo foi embora. Jase continuou ajoelhado, até que Lucky e Chloe, se agacharam perto dele e assim que tocaram em seu ombro, os olhos dele piscaram e piscaram até que ele disse um estranho: Vamos!

.

.

— Vamos! — Ian avisou, e sem dizer mais nada, ele deu as costas para Aiyden e partiu. 

Para onde você vai? Chloe perguntou, enquanto Aiyden saia de atrás de Logan e ia atrás de Ian Moore.

Guerra.

Por que não vai conosco? 

Não sei. Não sei porquê continuam me colocando para lutar sozinho contr...Boa sorte! Espero que...voltem vivos.

Eu...também. 

A ligação terminou e Aiyden continuou seguindo as costas de Ian Moore. Passaram por algumas naves de soldados, até chegarem na última e mais pequena, onde tinha apenas alguns poucos guardas. Ian parou perto da entrada e Aiyden parou ao seu lado. 

— Se...se eu te dissesse que Yoslin ainda está viva. O que você faria? — perguntou em um tom muito baixo.

—  Yoslin está viva? 

— O que falei sobre responder uma pergunta com outra? — Seus olhos se encontraram. — Responde a minha primeiro. Você faria tudo para permanecer vivo, certo? 

Em silêncio, Aiyden estudou os olhos do mais velho. Ele estava mais estranho que o normal, Aiyden percebeu e isso o deixou terrivelmente desconfortável. 

— Pensar nela, pensar nela viva ainda te faz ter determinação para permanecer vivo? 

Abanando a cabeça, Aiyden negou. 

— Então o que te fez querer continuar vivo? —  Seus olhos, já não encaravam os de Aiyden. 

— O medo. — Pareceu pensar. — Morrer parece muito assustador, então...por isso ainda estou vivo. Eu...—  Ian o encarou novamente, os olhos parecendo ter ganhado uma tonalidade mais escura. —  Eu vou morrer? Ou melhor...vão tentar me matar? 

Russell, vai tentar me matar? 

— Yoslin está viva? 

— Achei que isso já não era importante.

— Eu não disse que não era importante, apenas...— parou, respirou fundo.

— Tenta voltar vivo. — As mãos foram para o bolso da calça. —  Adeus pequeno G. 

Doutor Ian Moore foi embora e Aiyden ficou apenas olhando para a entrada da nave, fixou os olhos nas luzes que estavam espalhadas pelo teto. 

Eu estou com medo? Fechou e abriu as mãos. Não é como se fosse minha primeira vez indo sem garantia de volta. Não é a primeira vez que fico com medo. Os olhos iam de um lado para o outro. Não é nada demais. É apenas o habitual. Ou eu sobrevivo...ou eu… morro.

Com os punhos cerrados, Aiyden se moveu para dentro da nave.

.

.

A primeira barreira de ciborgues caiu, sendo derrubados por seus próprios companheiros.

Aiyden colocou munições em sua arma, enquanto a última barreira ao redor de si, se mantinha firme, o protegendo, provocando mais dores em sua cabeça e em seus olhos.

Eles eram muitos, mais soldados inimigos que já havia enfrentado. Fortes e extremamente cruéis, mesmo quando estivessem diante de um dos seus. Eles não hesitavam quando Aiyden colocava algum ciborgue em seu controle para lutar. Sem misericórdia, eles matavam e diminuíam as chances de Aiyden sair vivo dali. 

Com as mãos trêmulas e lutando para não fechar os olhos, o soldado colocou a última munição. Um ciborgue se colocou à sua frente para o proteger e quando o homem caiu, Aiyden levantou sua arma, ao mesmo tempo que a mulher ciborgue, no entanto, ele estava em vantagem. Seis deles ainda estavam em pé, e do lado de Aiyden só havia ele mesmo. Talvez pudesse controlar um mas, só de pensar, sentia mais de sua energia ir embora, seus olhos doíam, seu corpo doía, e queria muito dormir, tirar apenas um cochilo, e acordar apenas daqui a dois anos. 

Aiyden respirou fundo e quando pensou em atirar, alguém apareceu em sua frente. Eram duas pessoas. Estavam de mãos dadas, antes de um deles quebrar o contacto, e soltar raios, para vários lados. 

Alguns ciborgues recuaram, e outros que tentaram avançar foram atacados por uma menina, que mesmo não sendo muito habilidosa, conseguia atacá-los de surpresa enquanto ia de um lado para o outro, desaparecendo e aparecendo em qualquer lugar. 

Aiyden caiu com um joelho no chão, enquanto assistia. Astrid e Jase, lutarem contra os ciborgues. Onde Astrid enfraquecia e Jase finalizava. Nenhum parecia realmente com a intenção de matar, porém Jase atravessava a linha, quando  era necessário, até que por fim eles terminaram e finalmente olharam para ele. 

Os dois se aproximaram, porém Jase parou a alguns metros e Astrid se agachou ao seu lado.

—  Ei! Consegue levantar? 

— Como...—  Seus olhos foram de Astrid para Jase, o qual o encarava com os braços cruzados. Voltou a olhar para Astrid. —  Se enganou de novo?

— Eh! —  Admitiu. —  Achei que já estava no controle... —  Olhou para Jase. — Não sei como viemos para cá. —  Seus olhos continuaram olhando para Jase, quase como se pedissem desculpa. 

—  Acredito que não saibas nos levar de volta não é? — Astrid não respondeu e Jase olhou a volta. 

— Eles...—  Astrid falou, baixo. —  Te colocaram aqui sozinho, de novo? 

— Acho que Russell queria me matar —  desabafou, antes de cuspir um pouco de sangue. —  Estou morrendo de sono. 

— Você está ferido gravemente? —  Astrid perguntou, olhando-o de forma estranha, ou talvez era só pena. 

— Estou com sono — foi tudo que Aiyden disse antes de prestar sua atenção em Jase, que começou a caminhar em direção a uma ciborgue. 

— Jase —  Astrid o chamou, no entanto ele não lhe deu atenção e apenas continuou, até que parou e se agachou. 

— Eliz? —  Aiyden ouviu Jase dizer, enquanto olhava para o rosto da ciborgue, que parecia jovem. —  E...—  Jase parou. Gritou e saltou para trás enquanto olhava horrorizado, para a inimiga, que alguns segundos depois começou a levantar, tão abruptamente que Jase correu para perto deles, caindo sentado perto de Astrid. — E-ela não...estava morta? E mais...ela...parece muito familiar.

— Está vindo! 

Astrid cogitou em se levantar, entretanto parou quando a outra também parou. Alguns segundos passaram e todos permaneceram estáticos. A ciborgue de rosto bastante jovial, piscou algumas vezes, até que jogou algo em direção ao céu, bem acima de suas cabeças. Era um dispositivo, um pequeno disco com uma luz verde saindo do centro. 

Os três soldados olharam para o disco, olharam para ciborgue, que não tardou a cair, e o disco antes pequeno tornou-se maior, a luz ficou mais forte e a gravidade os deixou. 

—  Ooooh!! O...que...— Jase se debateu e Astrid por sua vez segurou sua perna  enquanto  que com a outra, segurava a mão de Aiyden, acção que não impediu nenhum dos três de serem sugados por aquele estranho disco. 



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