Volume 8

Capítulo 153: Rei Demônio

Em pé em um ponto alto do forte, Rudel viu Sakuya partir para o horizonte.

Cortando um ogro subindo a parede em direção a ele, ele murmurou:

— Viva, Chlust.

Sakuya estava carregada com os cavaleiros e soldados do forte, ao lado dos civis que haviam se refugiado.

Eles estavam relutantes em deixar o lado de Rudel. Mas ele usou Sakuya à força para tirá-los de lá.

Graças a isso, o forte estava em processo de destruição. Monstros se espremiam na parede externa, enquanto wyverns circulavam o céu acima.

Enquanto três wyverns se dirigiam para Sakuya, Rudel deu uma guinada para a frente seguida de um grande salto. Subindo para o céu, Rudel estendeu a mão esquerda em direção aos wyverns.

— Que frieza. Seu oponente está bem aqui... se vocês entenderam isso, venham até mim!

Rudel emitiu uma série de luzes ao redor, ele as fez na forma de espadas. Aquelas espadas de luz com um brilho dourado começaram a girar no local.

Olhando seus arredores, Rudel enviou suas espadas voando em todas as direções. Para os wyverns perseguindo Sakuya, para os monstros circulando no céu. Para os monstros e para o exército imperial em terra.

Com uma espada voando em seu caminho, os wyverns mudaram de direção para evitá-la.

— Ah, não, vocês não vão!

Quando Rudel apertou sua mão esquerda, a espada disparada perseguiu seu alvo e o atravessou. Onde ela empalou, explodiu, e no céu e em terra, explosões ocorreram em todas as direções.

Caindo em direção ao chão, Rudel evitou o sopro de um wyvern, e magia e flechas enquanto o rapaz pousava fora do terreno do forte.

Ao seu redor, ogros mais altos do que ele poderia sonhar estavam armados e prontos. Um cavaleiro imperial que parecia ser um oficial comandante dirigiu sua mão direita para Rudel.

— Idiota! Quando arrastado para a terra, um dragoon não é mais do que um cavaleiro comum! Cerquem-no e acabem com ele!

Quando o comandante disse isso, os monstros atacaram Rudel ao mesmo tempo.

Preparando sua espada e fluindo mana para ela, Rudel balançou sua espada em uma rotação.

— Quê!?

Os ogros ao redor foram jogados para trás e partidos ao meio.

Segurando espadas próprias, os monstros que não conheciam medo... não, os monstros que simplesmente seguiam ordens avançaram na direção do rapaz um após o outro.

Cada um deles foi enviado para o descanso eterno pela espada na mão direita de Rudel.

— Suas palavras me enojam. Bem, é verdade que um dragoon está incompleto sem seu parceiro ao seu lado.

Assim que Rudel disse que com um sorriso, o comandante inimigo pulou em um cavalo e fugiu.

— Continuem indo para cima dele! Temos que derrubá-lo enquanto seu dragão não está aqui!

O fato de o dragão protegendo o forte, Sakuya, ter partido fez o inimigo baixar a guarda.

Eles nunca imaginaram que Rudel permaneceria sozinho.

O rapaz riu diante dos inimigos se aproximando dele de todos os lados.

— Desculpe, mas não planejo deixar os comandantes escaparem.

Ele disse, desaparecendo do local com seu movimento baseado na magia do vento. Os monstros ao redor foram retalhados em um instante.

Um jarro de sangue girou no ar, às vezes os monstros voavam junto com ele.

O comandante gritou:

— O que é isto? Que diabos é você!?!?

Os monstros eram simples corpos para acatar ordens. Nesse caso, atacar comandantes inimigos e se fazer de alvo para monstros era o meio mais simples de mantê-los aqui.

O comandante exclamou em voz alta com esta força excedendo suas expectativas. Logo depois disso, seu corpo foi aberto pela mão de Rudel.


No campo principal do Império Gaia, Askewell confirmou a situação da guerra com seus ajudantes.

Com seus braços cruzados, Askewell deu uma risada seca.

— Hmm, então ele persiste mesmo sem seu dragão. Ele usou aquela fortaleza como isca para convidar o inimigo... parece que as coisas não estão indo do meu jeito.

Uma de suas ajudantes, Mies ofereceu alguns conselhos a Askewell:

— Bahn Rhoshwas e Leor já assumiram suas posições... devemos chamá-los de volta?

Ouvindo esses nomes, Askewell pensou um pouco, antes de dizer: — Não, está tudo bem.—, e se levantou de seu assento.

— Ele é como os rumores dizem... não, ele vai além disso. O cavaleiro branco de Courtois. Mas até quando ele pode aguentar em menor número e sobrecarregado?

Um de seus ajudantes suou frio.

— Não posso pensar que ele é humano como eu. Para o exército de monstros que trabalhamos tanto para reunir ser perdido com tanta facilidade... Askewell-sama, não devemos implorar ao General Rhoshwas ou Leor-dono para derrotar o Cavaleiro Branco?

A expressão de Askewell tornou-se séria.

— Isso é desnecessário. Tínhamos monstros demais... o plano era reduzir seus números. Essas perdas estão todas dentro das expectativas.

Mies deu um leve aceno às palavras de Askewell.

"Certo. Dentro das expectativas. Seja qual for o caso, é impossível para o império manter esses números. Se eles não forem esmagados aqui, mesmo que obtivermos solo fértil, não terá sentido mantê-los."

Manter esta enorme legião de monstros era um fardo muito grande para o império. Eles eram um exército reunido para ser esmagado desde o início. Se não fossem humanos, não machucaria o coração de ninguém.

"... mas aquele cavaleiro branco está fazendo um bom trabalho os segurando."

Embora estivesse dentro das expectativas, essas perdas eram muito grandes para vir de um único combatente. Eles tinham caído consideravelmente em apenas alguns dias.

Contudo...

— Não importa os danos, as perdas do nosso corpo principal são insignificantes. Não há qualquer problema.

Com as palavras de Askewell, os ajudantes acenaram.

Correto. Seu corpo principal de humanos estava mantido atrás das legiões de monstros.

Além disso, era um exército que sofreu muito pouca perda.

Askewell tocou uma mão em seu queixo.

— Mas talvez seja hora dos reforços de Courtois chegarem. Não seria ruim tomar a cabeça do cavaleiro branco antes disso.

Mies inclinou a cabeça.

— Não tínhamos um acordo com Courtois?

Askewell riu:

— Se essas coisas se sustentassem, teríamos a paz mundial. Bem, se eles não vierem, então isso não é problema para nós... continuem enviando monstros para ele por um tempo. Depois disso, eu pessoalmente vou tomar a cabeça dele.

Um guerreiro do Império Gaia e seu herói, enquanto os ajudantes tinham alguns problemas com as palavras de Askewell, eles concordaram.

Mies pensou:

"Bem, acho que não há nenhuma maneira de Askewell-sama perder. Mesmo com o cavaleiro branco como seu inimigo, ele precisa apenas cansá-lo até o limite. Isso também aumentará a moral."


Quantas centenas, ou melhor, quantos milhares de monstros ele tinha massacrado?

Seus movimentos eram muito simples, muito lineares. Quando todos seguiam até ele, era mais rápido de derrubá-los do que quando tinham como alvo outras pessoas ou o próprio forte.

Rudel respirou com dificuldade enquanto enfiava a espada na mão direita no chão, inspecionando seus arredores.

Cadáveres de monstros se espalharam e estreitaram o chão, havia lugares onde os corpos se amontoavam. Pisoteando os cadáveres, mais monstros vieram para ele.

Seus ombros subindo com a respiração, Rudel olhou para o céu.

Nuvens pesadas interromperam o sol, e ele não tinha ideia de que horas poderia ser.

“... parece que vai chover.”

Para receber os monstros que se aproximavam, ele forçou seu corpo a ficar de pé e tirou sua espada do chão.

— Um dragoon sem parceiro é apenas um cavaleiro... hum.

Recordando as palavras do comandante inimigo, Rudel deu uma risada autodepreciativa. Isso com certeza não foi um erro.

Ele teria gostado de lutar com Sakuya.

Mas se os cavaleiros e soldados do forte, e os civis evacuados permanecessem no local, ele não seria capaz de lutar com o melhor de suas habilidades.

Talvez ele pudesse ter conseguido se os abandonasse... mas se fizesse isso, Rudel sabia que nunca seria capaz de olhar todos que o salvaram nos olhos.

Movendo seu corpo entorpecido, ele cortou através de inimigos enquanto caminhava.

Seus movimentos sem qualquer poder desnecessário, neste momento, era quase como se os movimentos martelados em seu corpo estavam aparecendo de forma arbitrária.

Sem desperdícios, ele caminhou para a frente enquanto esculpia seus inimigos.

Os comandantes emitindo ordens para os monstros na retaguarda com medo olharam para Rudel.

— Mon-mostro...

— Sem chances.

— Só uma pessoa... os dragoon realmente são monstros.

Ouvindo isso, Rudel mostrou um sorriso.

Vendo-o rir, o medo dos soldados do Império Gaia aumentou.

— Qual o problema... parem de se esconder e venham até mim. Vocês não vieram aqui para a guerra? Sinto muito por estar sozinho, mas eu, Rudel Arses, serei seu inimigo. Eu não pretendo deixar um único de vocês passar.

Com essas palavras, os cavaleiros imperiais conduzidos pelo medo levantaram seus gritos de guerra. Em vozes semelhantes a gritos, eles ordenaram que os monstros avançassem.

— Peguem ele!

— Matem aquele homem. Vocês têm que matá-lo!

— Os reforços ainda não estão aqui?

O número de inimigos diminuiu muito desde o início.

Um exército que enterrou toda a paisagem era agora escasso e dividido. Tinha diminuído em densidade... isso mostrava a quantidade que Rudel tinha assassinado.

"Com sorte, um último empurrão."

Forçando seu corpo já com dor apenas por se mover, Rudel preparou sua espada e cortou todos os monstros que vinham até ele.

Sua forma, apesar da armadura branca que ele usava, estava começando a parecer algo totalmente diferente.

A forma dele derrotando seus inimigos com alegria tinha até mesmo feito cavaleiros fugirem do campo de batalha.

Chegou naquele momento...

— Se isso continuar afetará a moral. Parece que não posso negligenciá-lo por mais tempo.

Uma voz com um senso de presença cresceu através do campo de batalha. Ouvindo aquela voz forte e reconfortante, os cavaleiros encolhidos recuperaram a compostura.

Quando Rudel olhou na direção da voz, a visão desanimadora de um inimigo liderando uma série de tropas apareceu. Os números que ele tinha reduzido com grande sacrifício estavam de volta ao seu valor original.

O inimigo olhou para o chão, e ele virou o olhar para Rudel.

— Você fez bem, para derrotar tantos. Permita-me dar-lhe o meu elogio honesto, cavaleiro branco.

Rudel inclinou sua espada em seu ombro.

— Me chame de dragoon, ou Dragoon Branco. É um nome que um querido amigo me concedeu. Eu gostei bastante dele.

Com seu cabelo dourado penteado para trás, o homem alto de armadura parecia um pouco surpreso antes de dar uma grande risada.

— Dragoon Branco! Entendi, um cavaleiro branco e um dragoon forma um Dragoon Branco. Faz todo o sentido para mim.

Um comandante inimigo rindo...

"Sua presença é diferente dos outros. Ele é um general?"

Assim que Rudel levantou a guarda, seu inimigo se apresentou:

— Meu nome é Askewell Gaia, e estou no comando deste exército. Dragoon Branco... se bem me lembro, você se chama Rudel Arses, não é? Vou mostrar sua cabeça para os exércitos de Courtois em breve.

Quando seu sorriso desapareceu, o rosto de Askewell estava sem expressão. Um frio sem igual, ele falou que não teria misericórdia para mostrar a Rudel.

Pelo contrário, Rudel riu.

— E daí? Para dois inimigos, isso é natural. Claro, eu acho que um certo nível de respeito é necessário para um guerreiro honrado. Não posso dizer que gosto de seus meios.

Mostrar cadáveres inimigos não era do feitio de Rudel.

Claro, ele sabia que isso era eficaz. No sentido de enfraquecer o espírito de luta de um inimigo, era a ação adequada.

— ... guerreiros honrados, hein. No campo de batalha, tal nobreza não tem sentido.

Rudel concordou com esse ponto também.

— Você tem razão. Então não pretendo corrigi-lo. Uma vez que você pegar esta cabeça, pode fazer o que quiser com ela. Se você puder, é claro.

Para as provocações de Rudel, Askewell assumiu que esse era seu show final de coragem; ele não parecia muito comovido.

— Então você não conhece o medo. Que coragem bruta.

— Coragem bruta? Se eu tenho coragem bruta, então você é apenas um bruto. Nem vergonha nem honra. Um monstro em forma humana.

Com uma legião de monstros como vanguarda, eles entrariam em fúria no território de Courtois.

Talvez ele tivesse algo a pensar sobre os meios de Askewell para diminuir sua população, mesmo usando monstros como ferramentas.

— ... tenho certeza que você nunca entenderá com sua prosperidade. Como o império sofreu, e como ele passa fome.

Rudel tinha uma noção de que Askewell estava tentando fazer algo sobre o estado atual do Império. A razão pela qual eles visavam o Reino de Courtois era porque, ao contrário do império, o território do reino era abundante em solo fértil.

Se eles estivessem vivendo tão desamparados, com terras prósperas nas proximidades, é claro que eles iriam almejá-las.

— Não importa o quanto me despreze. Não importa como você me desdenhe, há algo que eu devo...

Uma vez que Askewell tinha dito isso, Rudel baixou sua espada de seus ombros.

Ele apontou seu olhar para Askewell... para o exército atrás dele.

— Pare de tagarelar. Você veio invadir, não foi? Dizendo que há algo que você tem que fazer agora, você planeja entrar em penitência? Você está tentando me dizer que há essa grande razão para você estar nos invadindo, assim, teremos que te perdoar?

Enquanto as palavras de Rudel invocavam a raiva do exército imperial...

— No momento em que você cruzou a fronteira, a guerra começou. Chore na diplomacia se quiser nossa simpatia... mas isso já é um campo de batalha. É apenas cortesia para nós falarmos de vida ou morte com as armas em nossas mãos. Agora... devemos matar uns aos outros?

Com a atmosfera sorridente de Rudel, todos engoliram em seco.

Quase um espírito vingativo ou um demônio... não, ele transmitia a aura de um rei demônio.


Bennet embarcou Izumi, Aleist e seus membros do harém nas costas de seu próprio dragão, Heleene, partindo para o campo de batalha.

— Estamos quase lá. Mas, para ser honesta, com esses números, não podemos nos chamar de reforços.

Enquanto ela era uma dragoon que protegia Courtois, um cavaleiro e dez combatentes terrestres eram motivo de inquietação.

Izumi lançou um semblante pensativo.

— ... mesmo assim, se conseguirmos, podemos dar assistência, mesmo que seja a menor possível.

Bennet assentiu.

— Bem, a situação é consideravelmente terrível, mas tenho certeza que o Capitão Oldart enviará reforços. E se as Casas dos Arquiduque estão se movendo, contanto que possamos aguentar...

O grito de Aleist a cortou:

— Bennet-san! À frente!

À frente deles, um dragão gigante branco, Sakuya, voava com uma grande carga de pessoas nas costas.

Izumi se levantou.

— Sakuya!

Sem dúvidas, Rudel estava com ela. Ela sabia que tinha que ser verdade, mas Sakuya estava agindo de modo estranho. Bennet olhou para as pessoas que estavam nas costas de Sakuya...

"Além de cavaleiros e soldados, civis também? Não me diga que eles se atrasaram para fugir?"

Então, Sakuya rugiu tristemente. Ouvindo sua voz, Izumi cobriu a boca com as duas mãos.

— Não pode ser…

— Qual-qual o problema? Você pode ouvi-la, certo? O que aconteceu!?

Dragoons podiam se comunicar telepaticamente com aqueles a quem tinham concedido seus corações. Por essa razão, havia uma grande probabilidade de Izumi ouvir a voz de Sakuya.

O que significava que era possível para ela descobrir o que estava acontecendo na fronteira.

Bennet ouviu a história de Sakuya através de Heleene.

"Isto é ruim. Parece que Rudel permaneceu no forte sozinho. Ele fez Sakuya carregar os atrasados para fugir para levá-los para a segurança."

A expressão de Bennet se distorceu.

— Aquele tolo!

Mas para Rudel, que não poderia fugir, esta era com certeza a única maneira de deixar os outros sobreviverem.

— Deveria haver uma maneira mais inteligente de fazer isso.

Bennet murmurou, e inferindo dessas palavras e da situação, a pele de Aleist ficou pálida.

— … Rudel.



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