Volume 7.5
Capítulo 143: A trovadora (Parte 12)
Chegando a Sakuya, Izumi embarcou em suas costas.
Ao redor havia fragmentos de bonecos de barro e soldados achatados da unidade mecanizada.
Depois que todos subiram em suas costas, Sakuya foi para o céu.
— O que devemos fazer depois que estivermos no ar?
Para essa pergunta, Izumi:
— Seguiremos até Rudel. Mas eu recomendo não ajudarmos...
Onde Sakuya estava se tornara uma montanha de escombros. Cada movimento minúsculo do dragão destruiria os edifícios circundantes e, se ela se enfurecesse de verdade, o Castelo de Celestia seria trazido para o chão sem demora.
Izumi pensou:
"Então nem mesmo um dragão poderia derrotar a arma milenar?"
Afastando o cabelo despenteado pelo vento, Izumi olhou para o castelo nas costas de Sakuya.
Uma fumaça ardente subia de vários lugares.
O preto da noite estava iluminado com uma luz ameaçadora, quando a gigantesca arma milenar quadrúpede colidiu com o muro defensivo de Celestia.
E…
— Que diabos é aquilo…
Quando Aleist inclinou o corpo, o único olho da arma milenar jorrou fogo, derretendo as paredes e os edifícios circundantes.
Todo o seu corpo foi iluminado pelo inferno que ela vomitava, ela parecia muito com os ornamentos vendidos nas lojas de lembranças.
Contudo, ao contrário daqueles artigos fáceis de quebrar, a arma milenar não mostrava sinais de parar, pois foi direto para o palácio.
Seus movimentos eram imprecisos, os cidadãos evacuados fugiram na direção oposta da arma.
Vendo a cena do ar, Cleo:
— ... por favor, levem-me até a divindade guardiã.
Quando ela disse isso com uma cara séria, Millia devolveu o fogo:
— Por quê!? Se você for a um lugar desses, sua vida...
— Mesmo assim! Se você não puder chegar muito perto, então que seja o mais perto possível! Esta é uma ordem de uma princesa de Celestia! Não posso causar mais problemas.
Para Cleo, que soltou um soluço com essas palavras, Aleist falou:
— Você está dizendo isso de novo... você não acha que está traindo Emilio!?
— Eu estou consciente disso! Mas não há o que fazer. Isso é tudo que eu sou capaz de fazer. Eu nasci e fui criada por esse motivo. Dizendo-me para viver uma vida diferente neste momento... leve-me à divindade guardiã neste instante!
Com um rosto de pura sinceridade, ela derramou lágrimas enquanto falava.
Então, não da direção do voo de Sakuya, uma rajada diferente soprou.
Rudel pousou habilmente nas costas de Sakuya, removendo o capacete para falar:
— De forma lamentável, as ordens que recebi foram para "proteger você até o altar cerimonial" amanhã de manhã. Não posso seguir suas ordens.
"Ah, Rudel."
— Rudel, estou feliz que você esteja bem.
Sakuya se alegrou, Izumi ficou aliviada. Izumi olhou para a arma antiga das costas do dragão.
Cleo falou:
— Isso é uma ordem. Eu te imploro.
— Eu recuso. Afinal, eu sou um cavaleiro de Courtois. Ah, certo, talvez eu devesse dizer isso? Sou um membro dos Dragoons, os cavaleiros mais fortes de Courtois. É um insulto para o mundo pensar que permanecemos em uma sequência de derrotas com essa arma para sempre. Eu acertarei as contas.
Rudel olhou para a arma milenar e riu.
Izumi tocou a mão direita no rosto enquanto falava:
— Rudel, mostre um pouco de prudência.
— Minhas desculpas. Mas contanto que derrotemos isso, tudo terminará. Minha missão era, do começo ao fim, entregar Cleo com segurança; nunca me disseram para não destruir quaisquer divindades guardiãs ou armas milenares ou o que quer que seja.
Millia estava impressionada.
— Eles nunca disseram isso! Com certeza, eles nunca disseram isso, mas...!!
Nate olhou para Rudel e balançou a cabeça para o lado.
— Você não mudou desde os dias de estudante, pelo que posso ver. Para melhor ou para pior.
Aleist estava olhando para a terra.
— ... as pequenas armas milenares estão se movendo. Eu vou lidar com isso.
Quando Aleist mostrou motivação, Rudel sorriu. O rosto do cavaleiro negro ficou um pouco triste.
— Rudel, eu era amigo de Emilio... talvez não, mas estou triste por ele ter morrido. Embora não vá me vingar, eu poderia pelo menos me esforçar até isso acabar.
Entendendo o fato de que o homem não estava lá, Rudel manteve sua resposta curta.
— Entendo.
Ele murmurou. E ele largou o capacete e virou-se para Aleist.
— Vou parar essa arma milenar com Sakuya. Vou tentar levar a luta para o lado de fora o máximo possível, mas haverá danos colaterais. Você também pode cuidar da evacuação?
Aleist, do mesmo modo:
— É claro.
Vendo os dois batendo os punhos, Cleo falou:
— Por que ir tão longe... se eu apenas me tornar um sacrifício, ninguém terá que se machucar.
Para essa opinião, Izumi:
— Está tudo bem.
— Eh?
Rudel é um pouco atrapalhado, mas ele é um homem fiel à sua palavra. Até agora, e daqui em diante... esse é o tipo de homem que ele é.
Millia resmungou enquanto acrescentava:
— Eu também estarei no chão. Aleist, é melhor você dar algumas ordens decentes.
Aleist, um pouco nervoso:
— Con-conte comigo!
Ele se atrapalhou em suas palavras.
Nate murmurou de forma desinteressada:
— Millia-senpai de novo? Só para você saber, todas vão ouvir sobre isso quando voltarmos. Bem, é em parte para me proteger, mas... compartilhar informações é a regra de ferro do harém.
Izumi pensou:
"Ele tem uma vida difícil, aquele Aleist."
Rudel se dirigiu a Sakuya.
— Sakuya, aterrisse em um local adequado. Depois disso... nós vamos acertar as contas com aquela arma.
Ele parecia estar se divertindo.
"Se ele não tivesse esse lado dele... se ele estivesse um pouco mais resolvido..."
Izumi resmungou em leve deleite.
Cleo olhou para o dragoon tentando desafiar o impossível.
Depois de pousar no chão e se separar do grupo de Aleist, Sakuya subiu ao céu mais uma vez.
Enquanto os arredores recebiam uma rajada forte o suficiente para apagar as chamas, Aleist olhou em volta.
— Vou pedir para Millia transmitir ordens de um ponto elevado. Izumi-san estará lutando, então... Nate, você protege a princesa.
Nate deu um suspiro.
— Bem, com essa formação, isso parece adequado. Agora vamos partir.
Cleo entregou o pingente de prata para Aleist.
— Ó? E isso é?
— De Emilio para você. Talvez ele tenha pensado em você como um amigo também.
— Entendo... então eu perdi um amigo.
Quando Aleist soltou uma voz triste, Cleo falou:
— Não, Emilio... meu irmão estava feliz. Eu não pude fazer nada, então você também tem minha gratidão. Isso foi feito de um minério chamado pedra de conversão. Ouvi dizer que algo semelhante foi usado no núcleo da arma milenar.
A mão que Aleist usava para segurar o pingente tremeu.
"Então é algo tão perigoso?"
Cleo contou a ele sobre a pedra.
— Como o nome indica, você pode trocar algo por um desejo. Um preço pequeno para um pequeno desejo, um grande para um maior... embora seja melhor você não usar algo assim.
Com a risada impotente de Cleo, Aleist enfiou o pingente no bolso do peito.
— ... eu aceito com cortesia.
— Obrigada.
Nate levou Cleo pela mão e a evacuou do local.
Aleist sacou uma espada.
Nas proximidades, bonecas parecidas com a arma antiga, embora menores, estavam começando a se reunir.
Izumi assumiu sua postura, oferecendo alguns conselhos a Aleist:
— Cortá-los é inútil. A menos que você os quebre em pedaços, eles apenas se regeneram.
— Esmagar… huh.
Aleist projetou uma lança de sua sombra, transformando a ponta em algo parecido com um martelo, enquanto ele despedaçava o alvo.
— Isso é engenhoso.
Apesar da surpresa de Izumi, Aleist suspirou.
— Se eu não pudesse fazer pelo menos isso, ficaria para trás. Agora vamos.
Correndo, Aleist e Izumi saíram esmagando armas antigas pelo local.
No alto do céu, Rudel desafiou a arma milenar para batalhar com Sakuya ao seu lado.
"Boooobããão!!"
Quando Sakuya deu um soco frontal, sua superfície se partiu com facilidade.
Mas seu interior não estava vazio...
"Queeenteee!!"
Sakuya imediatamente recuou a mão, acompanhada por um jorro de magma fervente.
Com a regeneração da superfície de sua armadura, o conteúdo da arma desapareceu depressa.
Rudel:
— O que você acha que está fazendo com a minha Sakuya!?
Produzindo um grande escudo, ele o projetou na frente do único olho que começara a acumular luz enquanto falavam.
Assim que o escudo apareceu, uma labareda explodiu, iluminando tudo em vermelho.
A mão de Sakuya não estava gravemente ferida.
Um dragão que pudesse sair apenas reclamando que o magma era quente era algo a se temer. Mas se eles atacassem seu inimigo aqui, o magma se espalharia pelo ambiente.
"Se continuarmos o estourando até ficar sem suas entranhas, ele parará de se mover? Não, se fosse só isso, então sem dúvidas os dragoons não teriam recuado…"
Para Sakuya, que estava esfregando a mão direita com a esquerda, Rudel falou:
— Sakuya, vá para o céu.
"Eu odeio esta coisa!"
Sakuya expressou suas queixas na voz de uma criança enquanto se erguia no céu.
Pensando que seria problemático se causassem muitos danos, Rudel considerou suas opções:
"Se bloquearmos as estradas, destruirmos a superfície e controlarmos o fluxo do magma..."
Depois de ter pensado nisso, os movimentos da arma ficaram estranhos.
— O que foi agora?
"Essa coisa, alguma coisa está..."
Antes que Sakuya pudesse dizer que algo estava se contorcendo em seu interior, a superfície da arma milenar começou a rachar.
Jorrando magma, a blindagem se desfez pouco a pouco.
— O que isso significa? Ela está quebrada?
"Não, está vindo."
Quando Sakuya subiu, o fogo do torso redondo da arma disparou em sua direção. Não foi por coincidência, eles podiam sentir a intenção do ataque.
— Kuh! Sakuya, direita!
Sakuya virou à direita, mas as chamas a perseguiram.
— O que é isto?
Como antes, Rudel manifestou um grande escudo. Mas quando as chamas colidiram, o escudo quebrou e, de dentro das chamas, uma massa de magma se contorceu.
O magma continuou a queimar em vermelho escuro à medida que tomava forma.
Uma forma humanoide com asas brotando em suas costas, o magma assumiu uma forma bastante sinistra.
— ... não parece uma divindade guardiã para mim.
"De modo algum."
Movendo seu grande e único olho, abrindo a boca, o monstro que emergiu da arma milenar voou direto para Sakuya.
Rudel acumulou algumas centenas de espadas de luz e as atirou no inimigo.
Aquelas espadas pequenas explodiram quando se agarraram ao inimigo maciço em rápida sucessão, mas apenas espalharam magma, elas não pareciam ser muito eficazes.
— Portanto, devemos tentar destruir tudo de uma vez com enorme poder de fogo... mas essa coisa é surpreendentemente rápida.
Quando o monstro que perseguia Sakuya abriu a boca, ele disparou várias bolas de fogo. Os ataques que se seguiram de perto, como se cada tiro tivesse sua própria vontade, Rudel os esmagou preparando escudos. Olhando para baixo, eles estavam se distanciando da cidade do castelo de Celestia.
— Muito bem, se quisermos lutar com seriedade, precisaremos ir um pouco mais longe.
Procurando um local adequado para a batalha enquanto fugia, Rudel virou-se para a fera soltando um rugido inquietante.
— Não seja tão impaciente. Eliminaremos você de forma correta.
Por alguma razão, ele se viu dizendo isso.
O rapaz achou um pouco desconcertante o motivo de ele ter dito isso.
"Rudel?"
— Não, só pareceu que ele estava clamando ser eliminado. Sakuya, você está pronta para isso?
"Sim!"
Sakuya parecia feliz com a confiança e Rudel enviou um sorriso caloroso.
Virando-se para olhar para o monstro, ele estava mais uma vez prestes a disparar contra eles.
Uma massa de fogo maior que a anterior surgiu, parecia quase como se uma grande pedra estivesse em chamas.
— ... isso não vai acabar bem.
Assim que disse isso, Rudel levantou a mão direita.
Manifestando uma grande lança de luz, ele atravessou a pedra antes que ela pudesse ser disparada, provocando uma grande explosão.
Magma se espalhou, caindo no chão.
A parte superior do corpo do monstro foi explodida, mas o magma logo surgiu da metade inferior, regenerando-o num piscar de olhos.
"Uwah!"
Sakuya recuou.
— Uma arma milenar... parece que encontramos um inimigo digno!
Rudel parecia encantado.
Mas, seja como for, ele também pensou sobre isso com a cabeça lúcida.
"Muito bem, para preparar um grande ataque, precisaremos de alguma distância e tempo, mas não parece que isso nos permitirá fugir. Se nos aproximarmos, Sakuya irá…"
Observando o inimigo os perseguindo, Rudel simulou como ele lutaria com a fera.
Mesmo que Sakuya conseguisse derrubá-lo em um ataque, se o ataque fosse feito sem pensar, alguma vila ou cidade poderia sofrer baixas.
Teria que ser algo grande o suficiente para mudar a geografia da área.
E seria necessário um tempo considerável para armazenar energia suficiente.
Eles poderiam se aproximar e espancar o inimigo até não sobrar nada, mas o calor era forte demais para Sakuya.
— Que perturbador. Estou começando a ver por que meus superiores chamaram isso de empate. Mas, se vencermos aqui…
"Sakuya será elogiada?"
Para a criança desesperada por elogios, Rudel assentiu:
— Sem dúvidas você será elogiada. Mystith-sama ficará encantada!
"Darei o meu melhor."
Depois de dizer isso, Rudel pensou.
— Sakuya, você pode produzir água?
"Não!"
— Como imaginei. Duvido que consiga fazer o suficiente para impedir aquilo.
Rudel pensou em usar a água para diminuir o calor do magma e endurecê-lo.
Mas não havia sentido usar pequenas quantidades.
"Tenho certeza de que um dragão da água teria uma vantagem."
Pensando que ele nunca poderia dizer isso na frente de Sakuya, Rudel chegou a essa conclusão.