Volume 1

Capítulo 9: O garoto e a garota elfo

Em um lugar dentro de uma viela mal iluminada, um homem velho especializado em materiais dirigia seus negócios. Indo para lá, Basyle levou a [Presa do Javali] que ela conseguiu em seu último trabalho. O velho avaliou a presa com entusiasmo assim que ela declarou se tratar de um material de primeira qualidade.

(Velho): “Onde foi que você conseguiu isto? É a primeira vez que vejo algo assim”

(Basyle): “É um segredo... quanto por ela?”

Sem perguntar mais nada, o velho simplesmente suspirou. Ele era um conhecido de Basyle há alguns anos e, mesmo ela sendo muito habilidosa, era normal suspeitar se ela tinha ou não capacidade para trazer um material desse calibre por conta própria.

(Velho): “Em questão de resistência e magia... é tudo muito acima do normal. ‘Quem quer’ que tenha cortado isso, era muito habilidoso”

Lançando um pouco de cinismo, ele colocou um pouco de dinheiro no balcão. Vendo isso, Basyle tentou barganhar por um preço maior... no fim, ela desistiu no “exato preço que o velho estava esperando”.

(Basyle): “Isso é mesmo tão incrível?”

(Velho): “Como material, sim. Se você o conseguir em grande quantidade, eu te recompensarei”

Basyle se lembrou de Rudel. Ele tinha habilidade e dinheiro e, acima de tudo, ele tinha um futuro como Arquiduque... “eu deveria mesmo tentar seduzi-lo?”, ela refletiu com seriedade sobre isso.

(Velho): “E é melhor você tomar cuidado. Eu não sei o que você fez para aqueles informantes, mas eles estão farejando você agora”

(Basyle): “Hah? Eles me venderam algumas informações falsas, então eu só os fiz devolver meu dinheiro”

O velho suspirou mais uma vez. Ele continuou explicando algumas coisas para ela. Sobre o estilo de luta e as preferências de Basyle... eles começaram a vender as informações dela por poucas moedas, até mesmo de graça... em seguida eles vazaram alguns rumores ruins sobre ela, assim, ninguém iria querer trabalhar com ela de novo... depois que ele disse tudo isso, Basyle sabia que devia fazer algo.

Foi sua culpa subestimar os vendedores de informação.

(Velho): “Você exagerou. Se você os irritar demais e eles decidirem te investigar de verdade, será difícil para você conseguir trabalho nas redondezas. Você ainda não entendeu? Você irá se arrepender se os subestimar... não direi mais nada, mas é melhor se ajoelhar e pedir perdão. Você ainda tem tempo... em vários sentidos diferentes”

Basyle pôde sentir o ar ao seu redor ficar mais pesado. Ela decidiu que era perigoso continuar com este trabalho.


(Rudel): “Meu corpo está doendo”

Alguns dias se passaram desde os eventos na floresta e Rudel estava deitado em uma cama na enfermaria da academia... mesmo se fosse chamado desse jeito, era um prédio na escala de um pequeno hospital. Dor atravessava todo o seu corpo, e mesmo com a ‖Magia de Cura‖ funcionando, esta dor mostrava que a magia não era onipotente.

(Izumi): “É porque você exagerou. Se nós não tivéssemos ‖Magia de Cura‖, você não seria capaz de se mexer por um mês”

Izumi ficou ao lado de Rudel, descascando uma fruta na cadeira ao lado da cama. Ela não era tão habilidosa nesta tarefa, mas também não era tão ruim. E assim, ela ofereceu a fruta para Rudel.

(Rudel): “Eu vou receber alta em dois ou três dias. E então vou precisar pegar leve até me recuperar totalmente”

(Izumi): “Esse é o espírito. Mas coma um pouco agora”

Enquanto eles conversavam, a porta da enfermaria se abriu de repente.

(???): “Já faz algum tempo Rudel-sama”

A pessoa que entrou com essas palavras era Basyle. Um presente de melhoras em suas mãos... “que atenciosa”, Rudel pensou.

Mas Izumi ficou em guarda. Ela não confiava muito em Basyle se aproximando de Rudel.

(Izumi): “Eu achei que só o pessoal autorizado poderia entrar da academia”

Com essas palavras, o clima se fechou, mas...

(Basyle): “Eu vim reportar isso e aquilo sobre minhas tarefas como guarda, mocinha. E você está bem Rudel-sama? Se eu tivesse te ajudado um pouco antes...”

Basyle inventou uma desculpa qualquer. Ela não mostrou nenhuma reação a ironia de Izumi. Izumi ficou ainda mais atenta... mas Rudel...

(Rudel): “E-Eu entendo...”

Seus olhos foram atraídos pelas roupas de Basyle que eram ainda mais reveladoras do que as que ela costumava usar quando estava de guarda. Izumi só pode suspirar... e intrigada pela reação dele, Basyle aproximou seu rosto do dele.

(Rudel): “Wha!”

(Izumi): “O-Oy...”

Os olhos de Rudel acabaram percorrendo todos os lugares possíveis. E Basyle...

(Basyle): “Se este corpo te agrada... você pode fazer o que quiser”

Após essas palavras, Rudel reagiu de uma forma além do que ele mesmo poderia imaginar. Seu corpo tentou alcançar Basyle por conta própria... mas ele ainda estava sentindo muita dor. Qualquer movimento repentino nesse estado...

(Rudel): “GYAAAAH!!!”

É claro que isso machucou... e se contorcer por causa da dor também foi doloroso. Basyle ficou surpresa por essa reação e acabou se afastando de Rudel. Vendo ele, Izumi falou...

(Izumi): “Você é o culpado disso”

Ela massageou o corpo dele em seu lugar.


(Rudel): “Contratar você? Mesmo se você me pedir para te contratar enquanto estou na academia... bem... quando falamos sobre guardas... os Cavaleiros e Soldados do campus são o suficiente”

Depois que a dor de Rudel diminuiu, Basyle começou seu plano para se vender. Rudel viu a força dela como uma aventureira e ela sabia de seu próprio charme... mas Rudel mostrou sua desaprovação.

Para Rudel, ele não queria ter nenhum servo enquanto estava na academia. Esses sentimentos acabaram aparecendo... era muito em parte pelo fato de ele não ter boas memórias com servos, e mais que isso, ele já podia se virar sozinho.

(Basyle): “Ne-Nesse caso... isso... magia! Eu vou te ensinar usos práticos para a magia!”

Enquanto ela tentava desesperadamente pensar em várias coisas, essas palavras que saíram aleatoriamente de seus lábios deram a Izumi um mau pressentimento. Como Izumi conhecia a personalidade de Rudel, ela tinha certeza que ele iria contratar Basyle.

(Rudel): “Sério!? A magia que queimou o Javali na floresta realmente me surpreendeu. Eu não consigo pensar nisso como as mesmas magias que eu tenho usado... é mesmo possível para mim?”

Encontrando seu porto seguro, Basyle começou a trabalhar em promover suas capacidades. Corrigindo sua postura e curvando sua cabeça...

(Basyle): “Deixe isso comigo. Magia, especialmente as ofensivas, são minha especialidade. Eu vou fazer suas habilidades melhorarem ao ponto de você poder usa-las em combates reais”

(Rudel): “Então eu vou contratar você! Não... ao invés disso... eu sou aquele que está te pedindo para me ensinar. Baseado na recuperação do meu corpo, você poderia me visitar todos os dias, de manhã e à tarde?”

(Basyle): “... eh? To-Todos os dias? De manhã e à tarde? De manhã... você quer dizer por volta da sétima badalada?”

Basyle repentinamente fez uma cara insegura... ela não se dava bem com as manhãs. Mais do que uma pessoa da noite, ela adorava passear por aí até o amanhecer...

(Rudel): “A quinta badalada, talvez? Pensando na estação, talvez seja melhor a quarta... isso não está bom? Então infelizmente eu não terei tempo para...”

Para Basyle, a academia era uma zona segura. Em uma situação onde os vendedores de informação sempre sabiam de sua localização... no lugar de receber pagamentos que incluíam as taxas que os guardas precisam pagar... ser uma suposta serva da casa de um Arquiduque permitiria que ela vivesse na academia sem nenhum inconveniente... ela imediatamente deixou os detalhes do trabalho de lado e tomou sua decisão.

(Basyle): “Não. Se é o desejo de Rudel-sama, eu vou ensina-lo a qualquer hora”

(Rudel): “Obrigado!”

(Izumi): “...”

Rudel estava encantado, mas Izumi não estava com a melhor de suas caras. Basyle conseguiu ser contratada como serva de Rudel. Bagagens para empregados foram preparadas para ela e ela acabou vivendo por lá.


Em seu quarto, Aleist pensava no que estava por vir. Olhando as notas que ele escreveu em japonês quando ainda era um garotinho, ele sorriu quando pensou em seu próprio futuro.

(Aleist): “Depois disto, tem a competição entre as salas do terceiro bimestre. Lá, terá um evento onde Izumi se apaixonará por mim... e no próximo ano, a ‘Segunda Princesa Fina’ e ‘Chlust’ irão entrar na academia. Chlust irá se tornar Arquiduque em breve, então eu preciso causar uma boa impressão nele enquanto posso! Será muito útil na futura guerra”

Ele escreveu muitas coisas diferentes sobre o arco da guerra no capítulo final. Nesse contexto, Rudel para de aparecer... não, no fim, o final de Rudel é vagamente comentado.

[ “Desesperado para fugir da guerra, Rudel causa várias mortes entre seus próprios aliados enquanto tenta fugir... ele tenta pedir ajuda ao general inimigo, mas é morto, pondo um fim a esse assunto” ]

Isto estava escrito sob o título: “Evento de Amizade com Chlust”.

(Aleist): “Mas Millia... nós já tivemos várias oportunidades para nos conhecer, mas ela nem olha na minha cara”

Pensando que ele falhou no evento de Millia, Aleist riscou a linha escrita “Evento de Amor da Millia” em suas notas e apagou isso.

(Aleist): “Tanto faz...”


A garota Elfo em questão estava ocupada pensando em Rudel, quem ela conheceu logo na entrada da escola. Daí em diante, uma considerável quantidade de tempo se passou, mas mesmo agora, ela não conseguia tirar ele da cabeça. Mesmo tendo causado um grande número de problemas na academia, Rudel era um tipo de celebridade.

E toda vez que ela escutava um rumor sobre Rudel, Millia ficava desesperada tentando controlar seus sentimentos. Rudel era impopular com os plebeus e as raças não-humanas... você poderia até dizer que ele era odiado. O motivo era ser o filho mais velho da notória Casa Arses.

Olhando para os demi-humanos com desprezo e tomando muito... ou melhor, tomando tudo de seu povo.

Mas Millia não conseguia pensar que Rudel era a mesma pessoa dos rumores. Os rumores de Rudel... ele tentou agarrar uma garota Elfo em seu primeiro dia e, ainda no mesmo dia, ele tentou entrar no dormitório feminino. Depois disso, ele obrigou todas as estudantes do campus a saírem com ele... quando ela pensou nesse último, isso veio a sua cabeça...

(Millia): “E mesmo assim ele nem tentou me chamar para sair...”

Havia outros rumores se espalhando e todos diziam que Rudel era uma pessoa terrível. Mas se você perguntasse às pessoas que o conheciam sobre ele, conseguiria uma opinião totalmente diferente.

A classe de Rudel nunca falava mal dele. Talvez por causa de seu status, mas mesmo assim, eles falariam algo quando ele não estivesse por perto. Rudel estava trabalhando duro, ele nunca desprezava ninguém... isso era tudo o que ela tinha escutado.

(Millia): “Qual deles é o seu verdadeiro eu...”

Millia suspirou... vendo ela assim, sua colega de quarto pensou.

(“Millia... essa garota está apaixonada”)



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