Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 218: Primeira batalha contra o norte(1)

Mythro e Mits viajavam com seus generais em sua embarcação. A ossada da baleia coberta de fios, passava rapidamente pelos olhos daqueles no caminho — Que ficavam para trás maravilhados.

No final, o Secto continua sendo expandido. E o grande espaço, capaz de ser casa para Clãs e Sectos do Oeste profundo por centenas de anos começa a parecer até mesmo um tanto pequeno. Muitas áreas privativas foram sendo criadas. Áreas para cultivo, testes, combate de treino e torneios internos e externos.

Um Secto digno de sobreviver diversas intempéries e reinar sobre a região cada vez mais se solidificava.

Esta viagem para fins militares acabaria se tornando também para resolver assuntos domésticos.

Fora o reporte de quantidade de membros. Incríveis 200 mil cultivadores se tornaram membros da Gruta do Paraíso. Atualmente mais de 70% eram pessoas normais ou no primeiro reino. O restante estava no máximo no segundo estágio do segundo reino.

Além destes, mais de 60 mil pessoas que eram infelizmente incapazes de cultivar conseguiram empregos como funcionários para o Secto para tarefas diárias. Um local tão grande e com tantos cultivadores precisaria de muita ajuda.

Anciões sem secto ou clã também vieram as portas da Gruta do Paraíso. 7 mulheres e 4 homens, onde 11 destes tinham feridas no Semblante Espiritual. Sacrifícios de outrora em nome do Oeste. Eventualmente foram abandonados pelo seu clã ou secto devido a isso.

Mythro, para não correr riscos, os fez assinar um contrato concebido por magia e assinado com sangue. Tentar vazar qualquer coisa comprometedora do Secto os mataria. E não sendo isso o bastante, selou acesso à força a memória deles. Caso alguém forçasse, o cérebro deles morreria. Inutilizando qualquer tipo de varredura espiritual.

Todos entenderam o porquê de tantas precauções e aceitaram de bom grado. Neste momento estavam protegendo o Secto enquanto Mythro estava longe.

Como um presente, o jovem Hipernova os ajudou a recuperar as partes perdidas de seus Semblantes.

Isso claro, seria um segredo dentro do próprio contrato.

Mythro queria também investir na aquisição de escravos que eram considerados Markhos. Muitos provavelmente deviam pertencer as miríades raças que existiam e foram aprisionadas no Ventre das Fadas.

Após avançar por dias em direção ao Clã da Lua. Finalmente a comitiva chega, atravessando as camadas do Clã Anfitrião e indo até a camada da Lua Cheia.

Marsha o aguardava, ao lado de Munica. Elas posavam um rosto sombrio, como se estivessem sentindo que algo não era justo.

— Tudo bem com vocês?

Mythro se aproxima delas, de mãos dadas com Mits.

— Patriarca da Gruta do Paraíso. Senhora da Gruta do Paraíso. Bem-vindos. Podem me acompanhar, por favor?

Marsha sem oferecer qualquer resposta ao Jovem Hipernova. Toma a mão de Munica e eles flutuam para dentro da Casa Maior.

Logo em seguida a comitiva da Gruta do Paraíso as segue.

A Casa Maior do Clã Anfitrião era simplesmente enorme. Com mais de 15 andares, e cada andar com mais de 420m2.

Na sala onde a conferência ocorria. Já havia diversos líderes discutindo, e a chegada da comitiva de Mythro os silenciava brevemente.

Kaano, atual líder do clã olhava o mapa no centro da mesa. Seus olhos fixos em um lugar em específico.

— Se não é o “Lorde Mythro”.

Marcus Drak, que é um dos líderes no recinto. Alfineta Mythro. Ele e diversos outros costuram olhares vorazes em Mits, Alura e Zara.

Alguns são olhares de desejo, outros com ambição de posse.

— Você quer lutar Marcus Drak? Saiba que é bem-vindo.

O Patriarca do clã Dragão Flamejante, cerra seu olhar. Do seu lado, o Patriarca da Pira Anímica, Pairo Flamor, comenta em tom ríspido.

—Só animais tentam resolver tudo com os punhos.

— Fiquei sabendo que muitos já ganharam em argumento com você, mas no final você sempre quis os sobrepujar com o que foi construído pelos seus ancestrais e regredido nas suas mãos.

— Regredido? Seu fedelho. Meu Clã cresce e se fortalece a cada ano que passa. Nós somos Deuses se comparado ao circo que você está construindo entre o Meio-Oeste e o Oeste de Fora.

Caluf Uin, Patriarca do clã Ondas Barbáricas também um dos líderes na região da um passo a frente, obviamente prestes a dizer algo.

Suoro Pakin, Patriarca do Sol Dourado da um passo e fica mais próximo de Mythro, mostrando de que lado estava, e surpreende a Caluf e os outros.

— Mais alguém aqui vai ficar do lado deste—

Kaano bate na mesa. E todos ficam quietos.

— Seu anfitrião está na sala, e vocês ousam debater como se eu não existisse?

Uma aura pervasiva vaza dele. Alguns anciões na sala não conseguem ficar sem tremer.

— Bem-vindo a sua primeira conferência de guerra, Patriarca da Gruta do Paraíso. Mas após deliberações realizadas entre todos aqui, infelizmente sua primeira expedição será um tanto...

O Patriarca do Clã da Lua explica as circunstâncias. Uma cidade de média sociedade do norte estava enviando mais de 80% de sua capacidade militar a uma das cidades de baixa sociedade. Esta cidade não estava a mais de 3 dias de marcha direta do próprio Clã Haokon. Que era localizado ali para ser a vanguarda daquela região em impedir avanços do norte.

Raico do Major de Fogo, se pronuncia após Kaano explicar a situação.

— Eles estão começando a sitiar a região. E estão preparando armas pesadas no centro da cidade para irromper as fortalezas naturais do clã Haokon, e conseguir diminuir seus números antes da infantaria deles marcharem para o coração do clã e acabar com eles. Um dos sobrinhos do atual Patriarca dos Mor está liderando a investida.

Mythro, ao ouvir falar o sobrenome Mor, não consegue segurar sua aura. Um mar de sangue assombra a sala. A Aura Primal Mortal explode, e diversos guardas se armam e apontam suas lâminas para o jovem Hipernova.

— Um Mor?

Uma risada maníaca soa. Dando calafrios a todos. Muitos levantam suas próprias auras e começam a usar suas cultivações para combater a ilusão sangrenta.

— Mythro, geralmente nós não damos uma missão tão perigosa a um clã. Ainda mais o seu que mal tem experts... — Kaano se levanta, tentando explicar.

— Meu Lorde Anfitrião, para que tentar se explicar? Ele não é o Grande Sábio do Oeste? Tenho certeza de que ele consegue triunfar dessa situação. — Pairo comenta, com tom sarcástico. Mas seus olhos traem certo medo.

— Teremos o apoio do clã Haokon? — Mits pergunta, olhando para o fundo da sala.

Monica Haokon, com seu rosto inchado e cortado, a olha de volta. Isabol, sua filha, se levanta do assento que estava, e diz:

—Sim, por favor... Nos ajude. Ninguém mais quer. Esse Mor, Ziork Mor, é um Rei. E por ser dos anfitriões do Norte ele é acompanhado por outros dois. Minha mãe está sozinha no momento pois nosso outro Rei está em um momento crítico da cultivação e se ousar parar pode ter deviação de Qi. Ele so pode sair em último caso.

A Matriarca Haokon, segura no braço de sua filha. E simplesmente continua olhando para a direção da comitiva da Gruta do Paraíso, em particular, para Mythro.

— Um Mor... Se você bater em um, outros devem vir... Nós aceitamos. Já não seria um problema, mas com um Mor envolvido, isso só se torna ainda mais irresistível.

Kaano se surpreende. Levanta as mãos para que os guardas recuem, e começa a explicar como funcionaria referente a espólios, pontos de contribuição e o que aconteceria na falha da missão.

Aproveitando, Mythro fala de suas necessidades, e atualiza sua dívida com o Clã Anfitrião.

Isso, claro, foi feito em particular.

Após resolver tudo, eles voltam a embarcação. Lá dentro, Monica começa a recontar a história das feridas em seu rosto.

Um dia, ao patrulhar juntamente a 3 anciões a região alocada a eles pelo Clã da Lua. Ela e seus membros foram atacados por 8 Anciãos e 3 Reis.

Vendo de imediato a desvantagem numérica. Eles imediatamente usaram seus métodos mais desesperados de fuga. Mas ainda assim, naquele dia, ela perdeu seus 3 anciãos. E foi ferida.

Só escapou com vida pois carregava consigo uma placa que ao ser quebrada, avisava aqueles nas torres dos portões do clã que deviam se preparar para investida inimiga.

—Fique tranquila, o Lorde chefe vai matar todos eles.

Arkab dá leves tapinhas no ombro de Isabol. Que em troca, sorri forçado.

— Como vamos lidar com eles?

Monica se levanta, sua voz alta. Seu semblante, escuro. Seu coração batendo tão rápido que todos o podiam ouvir.

— Estou terminando um equipamento rúnico importante. Assim que terminarmos, farei uma formação ao redor da cidade. E vamos acabar com eles de uma única vez.

Mythro a responde, usando a runa em seu dedo para energizar e criar um canal em uma esfera de vidro.

Isabol se levanta, e ajuda a mãe a ficar em pé. Com a voz fraca, ela murmura:

— Mythro. Faz tempo que não nos vemos, e eu sei que você ficou muito mais forte. Mas as tropas do norte não podem ser subestimadas. Um momento de descuido pode custar as nossas vidas.

Mits, se levanta e pega na mão de Monica. Olhando fundo em seus olhos, ela diz:

— Não se preocupem. E vamos falar sobre uma aliança.



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