Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Heaven


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 197: Preparativos para ir ao Leste(1)

Depois que o Alto Ancião deixou a sala para resolver o assunto dos recursos e materiais, Mythro volta para a embarcação.

Muitos experts olham a embarcação e ficam maravilhados. Alguns cultivadores mais jovens passam pela maravilhosa forma de transporte e bufando o peito, dizem que um dia teriam uma igual, ou até mais imponente.

— Tudo acertado, Lorde? — Odyel estava acariciando Taurus, quando ele vê Mythro chegar.

— Sim, Odyel. Eu irei buscar Mits e enquanto isso vocês supervisionarão a construção da cidade e da fortaleza.

— Sim, senhor.

— Arkab e Zara irão comigo, como meus guardas. Alura, você ficará com Odyel, com seus poderes você poderá ajudar muito nas construções e formações.

— Sim, Lorde. — Os três dizem juntos.

**

Uma poderosa águia cruza residências e estabelecimentos rapidamente. Cultivadores a olham como se tivessem visto o ser mais belo existente.

Alguns jovens gênios do Clã da Lua reconhecem e exclamam quando ela passa:

— A Águia Sagrada do Templo!

— Ela foi libertada agora que não entoa mais cânticos místicos?

— Nosso clã realmente vai deixar um ser deste ir embora!?

— Meu bisavô é um Alto Ancião, pelo que eu pude ouvir escondido, este ser já foi prometido ao Jovem Sábio. A águia é um dos três seres negros sagrados encontrados nas Ruinas Sagradas.

(OBS: Cap 80 se quiserem lembrar, os Jade Negra Celestes estavam em um Castelo de Lei)

A enorme ave observa o céu e a terra como se este fosse seu dever desde a criação primal. Suas asas alcançam uma envergadura de 5,5 metros, e seu corpo facilmente supera um ser humano considerado alto: 236cm.

Suas penas negras ao longe mal podem ser diferenciadas, seu corpo parece estar envolto em uma cortina de veludo negra.

Seu bico negro reluzia no sol, como uma armadura divina. Seus olhos completamente negros pareciam jamais se mexer, apenas suas pálpebras diziam que ali realmente haviam olhos, e não buracos vazios.

Até mesmo os mais experientes cultivadores ficaram amedrontados com a criatura. Principalmente sua aura — Majestosa e profunda — Algo que muitos anciões jamais poderiam imaginar em um ser no Terceiro Reino.

Do alto, a Águia Jade Negra Celeste avista um grupo com uma aura que inundava o material. Um ser em especial, invadia seus sentidos e a chamava.

Sua velocidade aumenta, o vento é rasgado e poeira e alguns telhados são levantados pela força de seu voo.

O Alto Ancião que estava indo visitar a guilda de construção vê a ave de rapina indo diretamente a Mythro e se assusta.

— Patriarca Paraíso, cuidado!

O jovem Hipernova se vira, obviamente ele já sabia há muito tempo que a águia estava próxima e não precisa do Alto Ancião gritando para ele sobre a sua chegada. Seu olhar se levanta e um ser feita da beleza dos céus levanta suas poderosas garras contra ele.

Muitos Anciões e alguns Reis na região imaginam o pior no momento. Mas ao contrário do que eles pensam...

Mythro levanta o braço e de maneira quase incompreensível a enorme águia pousa, usando até mesmo o antebraço do Jovem Hipernova para colocar suas patas.

Humano e águia se encaram. A Águia Jade Negra Celeste olha profundamente nos olhos dourados de Mythro, e se banha em sua aura divina.

Tomando outro voo, ela plana devagar até alcançar mais ou menos a altura do Jovem Hipernova, e se curva.

Um furor acontece entre todos. Principalmente com aqueles do Clã da Lua que conheciam a Águia. Ela desprezava tudo e a todos, olhavam para eles todos com pena e desgosto. Mas na primeira vez encontrando Mythro, ela se curvou!?

  — Ele não pode ser humano, ele deve ser uma encarnação divina para aquela águia não olhar para ele como olhou até para os nossos Alto Anciões!

— Será que ele é amado pelos céus?

— Se nessa vida eu tiver metade da sorte que o Jovem Sábio tem, com certeza viro um grande Rei!

Comentários estranhamente certeiros saem da boca de alguns jovens do Clã da Lua.

— Vamos embora? Yrvik.

Yrvik solta um poderoso guincho. Muitos na região não entendem, mas uma felicidade brota em seus corações. Como se suas almas estivessem vendo um dos maiores eventos cósmicos.

De maneira incrível isso era cosmicidade para eles, e ajudaria na sua futura cultivação.

Alura manipula os fios e os ossos rangem, e dão mais espaço para que todos entrem. O touro bufa, e martela seus cascos contra o ar e voa rapidamente pelas alturas.

A cosmicidade de Mythro estava alcançando uma junção grandíssima com a adição de Yrvik ao seu grupo. Com isso ele juntou o último ser acompanhante de Weh e seu último cavaleiro do apocalipse!

Com isso os poderes do apocalipse finalmente poderiam ser utilizados. Sem os quatro cavaleiros, Mythro não poderia invocar “Apocalipse”.

Yrvik seria “Peste”, Grásio “Morte”, Núbia “Fome” e Suife “Guerra”.

Para completar esse grande passo eles teriam de ir para a Gruta do paraíso e montar um Arranjo de Camuflagem. Assim não seriam divinados pelos outros divinos. Claro, um evento dessa magnitude é tão importante quanto o nascimento de um Deus numa escala geral, Apocalipse é o Ser Supremo que traz o Fim dos Tempos!

**

— Lorde, então você vendeu o caminho para a Astralidade?

Arkab pergunta para Mythro, enquanto eles viajam.

— Sim. Mas não foi completo de qualquer forma. Eles não possuem as informações mais necessárias. Nós de linhagem celestial não precisamos de pílulas, arranjos e formações entre outros suplementos externos, mas eles precisam. Minhas informações irão ajudar eles em 1 estágio no máximo, alguém de maior talento ou com uma grande chance fortuita poderá até 2. Dos sete estágios de Sangue Espiritual: Sujo, Turvo, Limpo, Puro, Perfeito, Ars, e Sangue Espiritual Cósmico, que é fora de questão até para mortais de grandes sectos de planetas prósperos... Eles chegarão no máximo no Sangue Espiritual Puro. Não é muita coisa lá fora, abaixo da média. Para eles pode ser até mesmo o escancarar de novas portas, para nós não é nem a fundação mínima para a afirmação pessoal.

— Nossos cidadãos terão essas informações, certo?

— Sim. Embora infelizmente eu terei que usar o Comando de Cima para selar essas informações em segredo em suas almas. A população aumentará muito, e filtrar um por um será extremamente difícil. Mas com Magia de Controle Mental embutida em nossas Torres Internas poderei tornar fiel até mesmo espiões inimigos.

Arkab balança a cabeça. Mas se recordando de algo, ele volta a abrir a boca, mas Mythro o surpreende falando antes:

— Obviamente também não falei nada sobre a “Própria Benção”.

Todos na carruagem ouviam atentamente a tudo que era falado, com expressões normais. Mas quando a “Própria Benção” é citada, todos se tornam um pouco mais solenes.

Esse termo foi criado para invocar Tribulação Celeste — ou Teste Celestial — Como os Celestes e Divinos chamam — e é uma importante fase intra-reinal.

Fases Intra-Reinais são exclusivas de um reino, e que jamais poderiam ser recuperadas em outros reinos.

Como exemplo uma cultivação sólida. Durante o mesmo reino, ou rompendo um gargalo para atingir o próximo reino poderiam haver situações que deixariam a fundação não tão firme, e em busca de aumentos rápidos de força a solidez da fundação poderia ser deixada de lado por um tempo, para então ser compensada no futuro. Mas fases intra-reinais são diferentes — Ou agora, ou nunca!

A Própria Benção é o termo reduzido da frase na Língua Ancestral “Motivo do qual o Castelo será erguido”.

A distância das duas é grande, mas o cerne das duas é o entendimento sobre o efeito dessa fase.

Nos ossos de Terceiro Plano — Os ossos que constituem a coroa — Serão escritos palavras que trariam uma benção particular para o seu castelo, decidida pelo próprio cultivador.

Por isso é uma “Benção Própria”. Pessoas do mesmo clã tinham muitas vezes uma única arte principal, que era repetidamente praticada por todos, tornando suas cultivações quase iguais. Mas nesta fase intra-reinal, muitos tomavam rumos diferentes na questão de especialidade.

Por ser uma fase exclusivamente dependente do cultivador, ela não teria “níveis de qualidade ou categoria”, já que é uma verdade unicamente sua. Mas como alguns tem vontades mais enérgicas que outros, níveis de “Benção Própria” acabaram sendo criados.

Seguia quatro ângulos:

Uma, duas, três palavras ou mais palavras.

Até que nível de Sangue Espiritual a(s) palavra(as) foram lavadas.

Quantas vezes as palavras foram lavadas em cada estágio da Purificação de Sangue Espiritual.

Relevância de Efeito.

Um cultivador poderia escrever algo simples como: Defesa ou ataque. Então seria algo exclusivo de sua cultivação possuir uma defesa ou ataque maior.

Os efeitos simbióticos dessa fase funcionavam porque no Quarto Reino, a alma se unia a cultivação, e dessa união a carne se beneficiava se tornando mais forte. Esse é um aspecto especial de cada terço, quando se alcançava o quarto, oitavo e décimo segundo reino, todos os três aspectos melhoravam juntos de maneiras maiores do que os outros três reinos anteriores.

Por isso é tão impressionante Mythro poder ferir um ser no quarto reino. O Quarto Reino não traz simplesmente mais força na questão de energia ou Artes Marciais mais refinadas e poderosas porque a alma se integrou a cultivação, mas também porque o próprio corpo fica vezes mais forte.

Em particular Carlos Tigre, que era alguém que tinha a cultivação focada no corpo, outros Reis comuns não conseguiriam cortar o braço dele nem com 5 ataques.

Mas claro, “Ataque” e “Defesa” eram muito comuns e rasos em significado. A não ser que o ser em questão tivesse uma cosmicidade muito grande que transformava uma palavra comum em um efeito mais relevante.

Para criar essas palavras, primeiro se enchia completamente o Semblante Espiritual de Sangue. 

Assim que se atravessa o Terceiro Reino, você já possui um único Osso de Terceiro Plano, e embora o volume de sangue pareça estar completo, ele está longe de estar.

Então primeiro se compacta o Sangue, e depois começa a gerar mais. Quando não pudesse mais se acumular Sangue Espiritual, usando as próprias mãos carnais, com seu Semblante Espiritual na sua frente, o cultivador pega o Osso de Terceiro Plano e escreve rasgando o peito do Semblante Espiritual as palavras desejadas.

Assim que as palavras fossem escritas, elas devem ser lavadas com todo o Sangue Espiritual guardado. Isso refinava as palavras e traziam à tona sua permanência ao corpo do Semblante.

Se em algum estágio isso não fosse feito, a Benção Própria tinha chances de sumir, assim inutilizando seus esforços até então.

Dependendo do efeito, em cada estágio da Purificação do Sangue Espiritual as palavras deveriam ser lavadas e refinadas mais de uma vez.

Por exemplo, as palavras: Deus da Morte

Para gravar essas palavras como “Benção Própria”, se teria que lavar e refinar 4-7 vezes em cada estágio da Purificação de Sangue.

A Purificação de Sangue é apenas metade do caminho dos estágios do Terceiro Reino, e se referia aos estágios até o Sangue Espiritual Puro, depois do Sangue Espiritual Puro tinha o Perfeito, Ars e o Cósmico.

O Sangue Espiritual Perfeito e Ars eram chamados por sua vez de “Elevação do Sangue”. O Sangue Espiritual Cósmico também tinha seu próprio título, “Santificação do Sangue”.

Devido a essa complexidade que muitos reconheciam o Terceiro Reino até mesmo como Reino Duplo, pois se cultivava ele mais de uma vez.

Isso ainda era eufemismo, pois suas regras poderiam fazer um cultivador ficar no terceiro reino por muito mais tempo que outros.

Alguns escreviam coisas simples, para não se sentirem estagnados na Sobreposição de Anima. Pois uma das três desvantagens de criar uma Benção Própria, é que ela só é ativada no Quarto Reino!



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