Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 193: Quando ouvir falar, corra com medo

Ao longe, aura de cultivadores do clã da lua podem ser sentidas. Mas isso não impede Mythro de falar.

— Eu fui tratado como monstro no Abismo, e fui espancado por um bando de homens hipnotizadas por Mor Fumin! Me diz, quem era o monstro? Quando cheguei aqui, quase fui roubado por comerciantes do leste, há mais de seis anos atrás. Me diz, quem é o monstro?

Os olhos de Mythro pareciam alfinetar a cultivação de todos. Os mais fracos estavam quase soltando suas pregas.

— Quando eu representava uma vila, derrotei um moleque do meio-oeste, e fui tratado como monstro. Fui sentenciado a ficar quatro anos sem poder cultivar... No final, vocês acham que os monstros são aqueles que afetam a sua supremacia barata, e não medem custos para impedir que aqueles de baixo se levantem! Vocês são os monstros de verdade na história das crianças do oeste de fora, quantas meninas de vilas pobres não foram estupradas e mortas por filhos da casa maior dos grandes clãs e sectos? O que separa vocês do norte, é a direção cardeal.

— Chega!

Finalmente dois reis do clã da lua aparecem. Eles escutaram tudo desde o começo, e seus rostos se distorcem de raiva, e de vergonha.

Pois tudo que foi dito era a mais pura verdade. No oeste, eles se diziam ser o ponto cardeal que menos tinha desigualdade, mas isso era balela.

O próprio clã da lua sofria com meninos da jovem geração se aproveitando de aldeãs fracas das vilas e pequenas cidades.

— Maldito seja o dia em que eu ensinei a Pentaformas de Predação para vocês. Se um dia alguém do seu clã usar isso contra alguém das vilas e cidades... Eu destruo o clã de vocês eu mesmo!

— Tente!

Carlos Tigre não se segura, seu corpo morfa e ele se torna um Tigre Branco. Mythro coloca sua armadura e sua Perdição do Egito substitui sua comum constituição.

Não obstante, ele entra em Hipernova Statum. Algo que antes ele não conseguia fazer, por não compreender inteiramente o que sua nova linhagem significava.

Mas depois de ascender ao Terceiro Reino, tudo tinha ficado muito mais claro. Seu blazar aumenta, engolindo a energia da região.

Sua transformação se torna dourada, com apenas suas pernas e braços azuis. Seu cabelo sobe por três frestas no elmo, e em vez de usar a lança, ele usa as adagas.

Yin e Yang se apresentam, e se harmonizando como a chegada da noite após o dia, um corte que não poderia ser efetuado por qualquer ancião mortal é feito.

Sangue mancha o ar. Com ele um braço coberto de pelos brancos cai ao rio...

Mythro arrancou o braço de Carlos Tigre!

— Meu deus!

Os reis do clã da lua ficam imóveis. Na verdade, todos ficam.

— Filho!

O Alto Ancião corre para o lado de seu filho. Usando sua energia cósmica, ele tampa o sangramento.

— Dâmaria, o que você está fazendo? Vá pegar o braço de Carlos antes que seja tarde.

— Si— Sim...

A mulher dá passos para trás e se curva para Alura antes de ir buscar o braço do marido.

Utilizando o momentum que ele criou, o jovem Hipernova vira para Deusdete.

— Talvez eu faça seu filho ir buscar o seu braço.

— Mythro, por favor, pare.

Uma voz conhecida soa. Oprita vem voando no fundo da floresta. Ela viu tudo que trespassará e seu coração treme em urgência.

Com um último olhar assassino no Alto Ancião da Avalanche Tortuosa, Mythro desativa seu poderoso Statum e recolhe suas magias e armadura.

O Touro puxa a embarcação, e todos entram nela. Mythro e os outros três são os únicos que ficam para trás, para dar um último aviso.

— Eu logo formarei meu próprio Secto. Quando ouvir falar da minha Gruta do Paraíso, tremam!

Suas palavras rimbombam como o mais poderoso trovão. Rochas se soltam no precipício e caem no rio.

Animais sem cultivação morrem, e os que tinham simplesmente correram para longe ou desmaiaram de medo.

— Nós seremos os monstros de seus pesadelos.

Com isso, Mythro entra na embarcação. O touro puxa novamente até Oprita, que é convidada a entrar.

Alura, dentro da embarcação bate as palmas. As frestas nos ossos são cobertas completamente por fios e a visão do que acontece lá dentro é perdida.

Todos ficam calados por muito tempo, com exceção de Carlos, que suspira forte, tentando lidar com a dor.

**

— Por que você fez aquilo?

— Para estabelecer meu prestígio.

— Prestígio?

— Seremos um secto de menos de 20. Como você acha que seremos tratados?

Oprita fica em silêncio. A partir do Terceiro Reino, você realmente tinha direto de criar um secto e um clã.

Não existia um numero de pessoas para se ter, apenas que houvesse no mínimo dois cultivadores na Sobreposição de Anima.

Claro, no grupo de Mythro havia 4 cultivadores deste patamar. Mas quando alguém falava sobre sectos e clãs, pensavam em famílias com gerações de poderosos cultivadores. Com seus lares em terras auspiciosas onde treinavam o marcial ao limite, com seus milhares de cultivadores.

Se alguém falasse que um secto de 20 pessoas foi criado... quem acreditaria numa merda dessas?

Mesmo que houvesse cultivadores de Terceiro Reino, outros clãs e sectos humilhariam um secto pequeno deste, talvez até o atacassem para mostrar que um clã de verdade não era composto de tão poucos.

Mas agora, sabendo que um cultivador ali no meio podia cortar o braço de um rei, quem se atreveria a tocar nesse pequeno clã? Por não terem um rei, eles teriam que comprar um lugar no oeste de fora, onde nenhum clã ou secto com exceção do Haokon tinha rei.

Isso já era deterrente o suficiente para ninguém ter ideia errada.

— Carlos vai poder colocar o braço dele de volta. No máximo vai ficar inútil por uns meses.

— Mas você, você cortou o braço de um rei!

— Ele me atacou primeiro.

— Depois que você os ameaçou de destruição de clã.

— Depois que a mulher dele chamou minha Líder de Casta de monstro! Eu devo aceitar ofensas aos meus porque ele era um rei?

— Meu deus, Mythro, isso não é brincadeira. Você também ameaçou a Avalanche Tortuosa!

— Meu sonho de destruir o norte está na ponta dos dedos, eu não vou deixar que ninguém se intrometa, nem se for o oeste!

Oprita afunda suas mãos em seu rosto.

— Chega dessa conversa. Me diga, você veio acompanhar aqueles dois reis?

— Sim... A barreira parecia valer a pena ser estudada, por isso eles chamaram um artesão.

— Eu posso te ensinar depois. Não é uma formação tão difícil.

— Foi você que a criou? O que tinha dentro daquele buraco?

— Eram Ruínas Antigas, eu estava treinando com eles quando fomos atacados por muitos monstros. Como última medida, pulamos no rio. Quem diria que iriamos atravessar aquela barreira? Lá encontramos o método de criar barreiras e conseguimos pílulas de ascensão.

— Vocês atravessaram a barreia? Mas na carta que recebi ninguém estava conseguindo entrar.

— Porque ainda não tínhamos completado os testes.

— Ah, era uma Ruína de Fortuna?

— Ruína de Fortuna?

— Sim, existem Ruínas que se fecham até que alguém complete os testes e consiga pegar o tesouro principal deixado pelo clã ou secto. Até mesmo alguns poderosos reis de outrora fazem isso. O que você conseguiu lá?

— Bem, conseguimos isso.

Mythro tira a adaga aqua de seu saco azul. Era um tesouro natural do pico da segunda terra. Um item para anciões!

— Isso deve valer mais de 800 bilhões. Mais um pouco e ele cruza para a Primeira Terra!

— De fato.

— O que você vai fazer com esse item incrível?

— Talvez eu a venda para vocês.

— Você está louco? Algo assim não se vê todo dia, é um tesouro divino!

Mythro gargalha, o que deixa Oprita um tanto envergonhada. Um item desse seria muito cobiçado, até por reis. Não tinha nada para se rir.

Mas como ela poderia saber que Mythro estava literalmente com um tesouro natural realmente divino? Como essa adaga poderia se comparar a Montante Afunda Mundos?

— Sua embarcação também, é muita estranha. Por que você transformou essa baleia em uma...

— Carruagem

— Isso não é uma carruagem de jeito nenhum!

A viagem foi agradável. Mythro conhecia o caminho para o clã da lua, ele era muito conhecido pois era o clã principal do oeste.

Por ser muito grande ele tinha várias camadas. As camadas eram separadas em importância seguindo as fases da Lua.

A camada que podia ser visitada por qualquer um se chamava Lua Nova. A camada para o mais alto escalão era a Lua Cheia.

(Não sei se estou respeitando certinho as fases lunares mas vai ficar assim)

Com Oprita do seu lado, Mythro cortou filas e burocracias. O lugar em que ela tinha que reportar tudo era na camada da Lua Crescente. Onde também seria o lugar onde Mythro compraria seus direitos de abrir seu secto no oeste.



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