Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 164: Matando o que precisa ser morto(2)

Uma pequena tribulação aparece acima de Mythro. O som de trovão ecoa, mas relâmpagos não caem. Eram uma advertência.

— Eu sei o que estou fazendo, obrigado.

A tribulação se esvai. Um vento passa, de morna temperatura. Uma energia reconfortante pousava no corpo de todos ali.

Os três jovens se ajoelham. Eles sabem que isso não foi acaso, foi obra de Mythro falando diretamente com a tribulação.

— Irmã, seres divinos não deviam ter esse tipo de poder na Condensação de Anima, não é?

— Não, não deviam. Estamos servindo um grande Rairashi’rar. Aqueles que têm o potencial de se tornarem o líder da raça nessa era.

A armadura que protegia Mythro já recuou e agora só seu corpo vestido de apenas uma meia-calça(shorts) pode ser vista. Ele retira Arietem de sua face. A máscara flutua até pousar levemente nas mãos de Zara. Ela segura a máscara como um tesouro.

A menina Boor vai despertando aos poucos. Sua boca de move, e dela saiu pequenos ruídos.

— Faça o contrato.

— Seu segundo selo para ser quebrado é “fazer contrato com um ser divino”. Intrigante, não? — Se virando para todos, Mythro exclama, jogando um saco azul ao alto. — Aqui tem mel para vocês, carne de coelho de chifre roxo e roupas lhe serão fornecidas pelo que a menina Boor tecer. Existem bichos da seda na montanha do paraíso que podem ceder roupa tão forte quanto armaduras de quarta terra, eu construirei novos conjuntos rúnicos para vocês, levando suas características mais fortes em questão.

— Faça o contrato.

— Seu nome?

— Alura Boor.

— Você terá todos seus selos quebrados, me diga, quem será seu senhor?

— Meu senhor será o meu contratante.

— Errado. Pois este será seu contratante.

Mythro puxa o ovo de seu saco azul e mostra parte da asa da ave que estava para fora.

— Este é um corvo de três pernas, um ser também mítico, que foi criado dos sonhos de Xihe. Xihe tinha dez destes filhos, mas nove ela mesma matou, quando eles ameaçaram o quadrante, indo contra suas ordens. Ele é a representação contrária de seu karma. Seu segundo selo está pedindo uma criatura divina, mas isso se deve ao fato de uma criatura divina ser o que mais agregaria cosmicidade a você. Mas eu vou repor isso te dando balanço cármico, e ainda mais, fogo é uma das fraquezas de sua raça, agora será uma de suas forças. Você fará um contrato permanente com esta pequena ave, e vai crescer com ela.

Um silêncio se faz. Mythro vai até Zara e recupera sua máscara, a colocando novamente. Eles se sentam para comer, enquanto isso o pequeno NOVA restaura o que pode da ave. A casca era feita de uma proteína que fazia a ave ficar cada vez mais quente, até ter consciência e poder aumentar ela mesma com sua própria energia o calor dentro até que uma chama fosse criada. Essa era a primeira chama de uma criatura mística, e possuía a cor dourada e branca de Yah. Depois de se banhar nessa chama por tempo suficiente a casca viraria alimento para a ave que então cresceria até a fase adulta em até 6 anos.

Essa “proteína” era uma forma de anima. O corvo de três pernas teria de comer a casca para poder formar sua anima, uma casca incompleta o faria morrer mesmo se seu corpo fosse gerado com sucesso. Além disso sua cultivação ia depender do tempo dentro do ovo e do ambiente em que ele fora botado. Os corvos de três pernas nasciam dentro do terceiro ao quarto reino em lugares prósperos.

Mythro restaura o ovo com seu Aurum Verum(Ouro Verdadeiro). Isso o deixa fraco por um momento. Arkab percebe a flutuação na aura dele e se levanta, ficando ao seu lado. Olhando a região como um guarda.

Zara e Odyel seguem o exemplo súbito de Arkab.

Alura permanece no chão, mas seus lábios tremem, incontroláveis.

Com a casca refeita, Mythro deixa o ovo aos cuidados de Yabang, que aquece o ovo em meio suas densas penas brancas.

— Vamos, a viagem vai levar mais um tempo. Muito precisa ser discutido e precisamos da segurança da Gruta.

Odyel pega Alura do chão e a coloca em cima de Grásio.

Cada um vai para sua própria montaria e a viagem continua por mais alguns dias até a Gruta.

**

Munica ao lado de Machist, faz notas no caderno de como foram as vendas e seus lucros. Ela também coloca todos os detalhes de conflitos que ocorreram, era um relatório completo do leilão.

— Senhorita, não fique brava ou decepcionada.

O ancião acaricia a cabeça da menina, tentando tranquilizar seu rosto pálido e franzido.

— Para onde o oeste está indo, Machist? Parece que temos que lutar contra nós mesmos, e a soberba de querer ser melhor uns que os outros. O que Marcus Drak fez hoje... Ele não é o único.

— Você é jovem, deixe isso para seu pai e os altos anciões.

— Marsha já participa do Conselho Minguante.

— Marsha é 5 anos mais velha que você. A mais forte guerreira da Sobreposição de Anima. Você terá sua vez.

**

Ao chegar na montanha do Paraíso, o rico ambiente cheio de pura energia cósmica espanta os jovens místicos.

— Esse lugar é um santuário.

Zara comenta, falando sobre o caso em que seres do terceiro reino morrendo no mesmo lugar criam terras férteis e ricas.

— Não, a terra aqui não é fortalecida pela morte de grandes seres. Ela é... fortalecida...

Odyel tenta explicar que a terra não era um “santuário”. Mas falha em saber a origem da energia que trazia tanta harmonia.

— A terra é santificada. Através da minha cultivação com um tesouro de trazer vida a cultivação.

— Tesouros de trazer vida a cultivação...

Todos eles, embora seres místicos, não tinham suas cultivações vivas.

— Odyel possui um, você se integrará a semente de primeiro véu.

— Meu Lorde, tal tesouro pra mim.

— Você é um ser místico, não é mal uso, é um dos únicos usos para tamanho tesouro. Além disso, existe uma semente de terceiro véu por aí, que é um presente de minha mãe e pai. No momento em que acharmos, se você não tiver resistência a sua atração, tentará roubar mesmo que custe sua vida, e custará se tentar roubar.

Odyel se curva em cima de Grásio. Cada vez mais ele sente que servir a Mythro não é só o acaso de ter sido comprado como escravo, e sim destino.

Ao passar pelo túnel que leva a Gruta, todos sentem a quantidade e pureza de energia cósmica saltando. 

Finalmente atravessando o túnel, os jovens se deparam com talvez um verdadeiro paraíso. Tudo aqui florescia de maneira vívida, as cores eram tão vibrantes que pareciam saltar em encontro a eles. A terra azul, o clima ameno, as estalactites que tinham colmeias de vespas-abelhas.

— Tem umas 70 vespas-abelhas aqui. Todas no primeiro reino, a mais forte delas está no terceiro estágio do primeiro reino(chuva cósmica). — Arkab comenta, ao lado de sua irmã, que está tão surpresa quanto ele.

Odyel se joga ao chão, e até mesmo esfrega seu rosto nele. Para druidas esta terra era simplesmente um sonho consumado.

Os demais vão se ajeitando onde preferem. Yibang e Yabang correm para o mar de algodão-nuvem.

Núbia se coloca ao lado do Trono de Coral, bebendo a Água do Paraíso. Grásio diminui de tamanho após colocar Alura no chão e corre para se enrolar no pescoço do pequeno NOVA, que por sua vez, está coletando ginseng da Árvore Ginseng.

Ele mistura com a Água do Paraíso, em um pote feito do ferro produzido pelas Plantas Tinamon, que absorvem o ferro do solo e coletam o mais puro minério em pequenas pérolas parecidas com algodão. Usando o sol, ele refina o ginseng que vai se soltando com facilidade na água, enquanto ela ferve Mythro joga mais algumas coisas no composto.

— Isso aqui vai ajudar vocês a entrarem em forma mais rapidamente, e ajudará também na cultivação.

Todos bebem sem hesitar. Com exceção de Alura, que tem o composto dado à ela por Odyel, a pedido de Mythro.

— Arkab Camilitiafso, sua cultivação está em 7 Asteroides Ars. Odyel Yammir e Zara Camilitifso tem 9 Asteroides. Alura Boor 5 Asteroides Ars, mas ao quebrar os selos provavelmente você pulará para 10 Asteroides Ars.

— Lorde Mythro. Faça comigo o pacto. Esta ave é realmente um presente dos céus, mas não é o mesmo que um ser divino.

Deitada no chão, a menina Boor fala, protestando contra a decisão de Mythro.

— Alura... Veja, mesmo que eu quisesse te dar meu sangue, você provavelmente não o suportaria. Eu fiz o mesmo com Núbia, ela era um ser místico nascido dos sonhos de Bastet. Quando a dei meu sangue, eu completei o que faltava de sua majestade. Mas além de tudo, só funcionou porque existe parte de Éter nela. Coisa que só vim descobrir tempo depois.

— Quem é Éter?

— Vocês sabem o que é uma armadura divina viva?

— São descendentes do último filho a nascer do criador. São seres que cultivam em batalha, sendo ornados por aqueles que se provarem valorosos. — Zara responde.

— Isso mesmo Zara. Eu tenho uma Ostra Celestial Divina dourada como armadura divina. Caos, filho direto de Urmnmor, é parte de minha armadura, assim como seus dois filhos e dois primeiros netos. Nyx, a noite, Érebo as trevas, irmãos e casal, pais do quadrante grego. Seus filhos são Éter e Hemera.

Os três ficam perplexos com as revelações. Não seria então esta a armadura divina mais poderosa dos cosmos!? 

— Eu, Mythro Zumb’la, não somente sou um Supernova, como sou também Arfoziano. Não obstante, sou um variante de ambos. Um Rairashi’rar, assim como vocês. Além disso, também sou um Sui Generis.

— Sui Generis? Aqueles que mesmo não sendo divinos se igualam em poder porque compreenderam o Dao do criador? — Odyel comenta, seu corpo tremendo.

— Lorde... Você...

— Sou aquele que nasceu para enfrentar uma grande guerra. Vocês serão meus generais, estão dispostos?



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