Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 135: O leilão vai começar(2)

Mythro prova a criatura, e percebe que ele perdeu o controle daquele espaço de Imagem Encarnada.

— O que essa coisa quer? Ela vai me atacar no futuro quando eu me machucar novamente?

“Garoto, eu realmente não sei. Esta energia Yin-corrupta, não é a das técnicas deste planeta, nem as de Kromo. Isso é energia do quadrante Kalziano, em Lornum. Sua real natureza é desconhecida, só sabemos que naquele quadrante há algo que é atraente há demônios sentimentais que asseguram corpos fortes. Sejam eles do coração, mente, alma, amor ou ódio.”

Quadrante Kalziano. Sem poder ainda viajar por galáxias como seres do oitavo reino, isso poderia apenas ser deixado para trás. Se um dia este ser quebrar a tranca que o protege, atacá-lo até ele ser erradicado é o plano.

Núbia estava deitada em cima de um tapete feito de Algodão-Nuvem no chão. Ela levanta sua cabeça e a coloca nos limites do colchão.

 Mythro passa a mão entre seus olhos. Ela cresce novamente, e seus olhos parecem ainda mais espertos, demonstrando muito mais consciência em como se comunicar.

Uma língua toca a bochecha do pequeno NOVA, é Grásio sentindo seu calor. Esta também era uma forma dele de verificar se os níveis enérgicos estavam estáveis. Dando seu aval ao seu mestre, Grásio se desenrola do corpo negro claro e desliza ao lado de dois pequenos... pequenos?

— Yabang e Yibang? 

No canto do quarto, dois avestruzes com seis asas e duas caudas deitados cruzando suas cabeças descansam. Ao serem chamados, seus olhos piscam com lentidão conhecida daqueles que acordam.

Eles grunhem e se levantam. Cada um tinha ao menos 2 metros de altura, e 2,30 de comprimento, contando até as pontas das longas duas caudas.

— Mas o quê? Isso não é rápido demais? Eles estão no segundo reino também!

“Esse universo é construído em dualidade, isto não é tão impressionante assim. Não se esqueça, quando você nasceu, era pra ter pisado no quarto reino.”

— Certo, certo.

Um saco preto acima do criado mudo é a única coisa na região além do grupo do pequeno NOVA. Ele o abre e encontra todas as suas coisas. Até mesmo os espólios do ataque ao Ritual Sangrento.

— Arietem...

A máscara de diamante reluz ao ser chamada. Mythro a coloca e sente que finalmente pode relaxar um pouco.

Colocando uma tanga e uma meio-calça(com certeza eles não chamavam calças curtas de “shorts” na época, vou chamar assim então ‘-‘) ele sai do quarto que se liga há um quintal grande. A luz do sol toca seu corpo e o alimenta. Suife estava correndo com sua longa crista negra voando junto com o vento.

— Meu Relâmpago de Quatro Pernas. Como está o meu firmamento?

Suife relincha. Ele diz que a Gruta do Paraíso estava bem, e que as pedras Yin e Yang foram colocadas perto do lago, e que o Lago do Paraíso estava tornando as pedras em poças de energia branca e negra.

“Você passará rápido pelo segundo reino. Suas bênçãos se acumulam e lhe dão mais sorte.”

Saindo do quintal, uma outra casa se encontra. Longos corredores levam a diversos quartos, e um principal leva a uma sala de estar.

Mythro segue para a sala de estar onde ele é surpreendido por uma garota, uma bela garota, junto com Machist e outros dois anciões da lua.

— Senhor Machist.

— Mythro. Esse seu farol te deu um problemão da última vez que nos vimos.

— Dormi por muito tempo?

— Cinco dias. Mas foi uma recuperação rápida, não sei se outros se curariam do ataque daquele menino de um olho tão rápido.

— Um olho?

“Kromo.”

— Sim, ele não tinha um olho. Mas nossos ataques se provaram fracos contra ele, o corpo dele era como bronze sagrado. Infelizmente, ele fugiu.

— Entendo. Esta senhorita é?

— Sou Kou Munica, filha mais nova do Anfitrião mestre.

— A senhorita que reuniu todos aqui, sou Mythro, Mythro Zumb’la.

— Sei bem quem és. Quero saber o preço para a próxima parte do ritual. — Munica joga um saco preto para Mythro.

— Quero todos os tomos que vocês não podem praticar e 500 bilhões de gradães.

— ?? — Ela fica assustada, parecia não esperar a resposta.

— Não pode pagar? Então o clã da lua deixará de ser o anfitrião em alguns anos.

— Espere, que preço idiota é esse? Diga coisas reais.

— Seja o que for que tiver nesse saco preto, não fará jus. Recursos? Consigo sozinho. Armas? Eu as consigo sozinho. Armaduras? Neste continente armaduras mais fortes que a minha devem estar sendo usadas pelos monarcas. Minhas magias são a única coisa que vocês podem me auxiliar no momento.

— Então pra que dinheiro se pode obter recursos como bem entender?

— Esse universo gira em torno de força e dinheiro é uma das expressões de força. Embora eu possa conseguir coisas para mim, eu cuido de uma vila inteira, e eles precisam dos recursos básicos que podem ser oferecidos. Acabei de me tornar um cultivador do segundo reino, 10 pedras cósmicas de 2 estrelas se tornam 30 de 1 estrela para meus colegas na vila Chamto. O segundo reino é o mínimo de força que um indivíduo deve ter para poder ter o direito de não ser massacrado como animais mortais.

— É pra que você quer uma vila com o poder de um clã? Uma insurreição?

— Não há monarcas nas vilas. A não ser que em seus livros existam histórias de 10.000 cultivadores da Condensação de Anima matando monarcas, creio que uma insurreição é conversa fiada sua para me testar.

Munica morde a boca e cerra seus olhos.

— Acalmem-se, jovens. Jovem sábio, é isso o que realmente deseja? Falarei com nossos superiores.

— Não, não é o que eu quero. Pelo que eu estou dando a vocês, vocês deveriam me prometer o continente, já que no terceiro ritual vocês poderão ter alguém que quebre as correntes do quarto reino.

Os quatro Kou arregalam seus olhos. As mãos de Munica tremem. Depois de alguns minutos em choque, os três anciãos voam o mais rápido possível e a princesa mais jovem prepara cartas.

Mythro sai das Casas-Compêndios para as ruas. Ele começa a ser encarado por todos.

(Casas-compêndios é como chamarei um espaço que há diversas casas interligadas. Sei que em light novels chinesas encontramos este tipo de construções com seus respectivos nomes. O motivo disso é exatidão. Para não ocorrer erros de arquitetura ou aspectos culturais, vou deixar a coisa mais reclusa a minha invenção, então, Casa-compêndio.)

— Alguém sabe onde fica a casa alugada do clã Espada Sob o Sol?

— Pr-pra lá. — Um menino mortal aponta, com suas mãos tremendo.

— Está com medo de mim?

— De-de-desculpa, senhor...

— Não devo ser muito mais velho que você.

Mythro se aproxima e afaga a cabeça do jovem, que começa a tremer mais ainda.

— Esse é o Grásio.

A Serpente Jade Negra lambe levemente os lados da bochecha do menino mortal, que começa a rir.

— O senhor possui os mais belos companheiros que já vi. Sua cobra é a mais inteligente, o seu cavalo, o Relâmpago de Quatro Pernas já possui histórias como lendas, e o seus dois avestruzes nunca antes vistos também já são falados. Não esquecendo de sua gata sem pelo, a Predadora de Cultivadores Malignos.

— Quantos títulos e qual seria o meu?

— Bem... As pessoas já te chamam de jovem sábio, mas agora elas têm te chamado de Mythro Serpente do Abismo. Mortal e cruel como alguém do norte, vicioso como uma serpente.

Algumas meninas colocam as mãos na boca. Um cultivador matar um mortal que o ofendeu raramente levaria o cultivador a levar punições muito grandes. Então se o pequeno NOVA se ofendesse e quisesse tirar a vida do menino, só poderiam reclamar da sorte do garoto.

— Serpente do Abismo... Bem, isso vai dar medo nos nortenhos, não? Sendo morto por algo que nasceu e cresceu na sua casa, isso é duas vezes mais humilhante. Como um filho matando o pai.

Todos suspiram forte.

— Com certeza o norte se arrependerá por suas ações vis.

Um homem desce dos céus e se coloca ao lado de Mythro e o garoto. Do lado dele outro homem aparece como um fantasma.

— Senhores? 

O menino simplesmente demonstra uma posição de respeito e depois se retira.

— Talvez você não se recorde de nós. Eu sou Suta Fuoco, atual líder do clã Major de Fogo. Este é o meu pai, Raico Fuoco.

— Sua força é grande menino. Graças a seus esforços nos livramos de um grande inimigo. Me diga, onde você foi quando pisou no altar?

— Sinceramente, não lembro de muito. Apareci em um lugar escuro e olhei para meu próprio corpo se recuperando de um estado necrótico. Havia um brilho dourado rodeando o meu corpo, e então eu esperei e quando voltei, estava com minha cultivação mais solidificada.

A melhor mentira inclui fragmentos da verdade.

Raico coloca a mão no queixo e entra em estado contemplativo por alguns momentos.

— Nós ficamos sabendo que você queria entrar no Ritual de Fogo, o preço já foi pago. Devido a sua incapacidade física, nós decidimos adiar para quando você acordasse.

— Me levem então.

Suta pega no ombro de Mythro e o lidera pelas ruas cheias de gente.

— Você é bem jovem e já está no segundo reino, quantos anos faz neste 1126?

— Doze.

— :O — Suta duvida de seus ouvidos.

— Doze!? — Raico que estava contemplativo é chutado de volta a realidade.



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