Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 76: Segunda mãe adotiva

— Mythro, onde você conseguiu esse algodão nuvem? — Bijin fica completamente sem palavras.

— Lá na gru—

— Crianças. Este tipo de assunto deve ser tratado em lugares com menos pessoas. Guarde-os! — Ariã se levanta de seu banco e vai colocando tudo que Mythro trouxe para fora de volta ao saco azul. — Já podes parar de andar nessa serpente de energia dentro da vila.

— E vou andar como depois? Minhas pernas estão quebradas!

Ariã para e encara a região da serpente onde estaria as pernas do pequeno NOVA. Ele energiza suas mãos e as enfia na serpente, como se ela nem estivesse o velho toca nas pernas de Mythro e sente elas por toda sua extensão.

— Garoto! — O rosto assustado de Ariã faz o rosto de Bijin cair.

— Precisamos de um curandeiro, ervas especiais... mamãe precisa saber disso, ela vai saber o que fazer... — Os olhos de Bijin ficam sem vida por um momento, embora ela tenha encontrado o pequeno NOVA há pouco tempo, a sensação de que ele é realmente seu pequeno irmão não poderia ser maior.

— Acalmem-se, meu corpo é diferente dos outros, eu irei curar em alguns meses.

— Mas... Isso é realmente sério, quem lhe garantiu que isso poderia realmente ser curado? Suas artérias enérgicas estão furadas Mythro! Isso sempre foi a perdição de qualquer cultivador.

Matcha, Isabol e Ferrilha encaram a cena com medo. Mythro nunca tinha dado muita importância a suas pernas, ele sempre dizia que elas iriam curar, mas por senso comum, artérias enérgicas que foram feridas não voltam!

— Meu mestre disse que tudo ia ficar bem! Então não se preocupem, Bijin, por favor... Só me leve a Baki e Brosch.

— Seu mestre? — Ariã fica menos nervoso e pensativo. A existência do mestre de Mythro era algo que ele não podia mensurar. Um ser competente o suficiente para trazer à tona uma criança dessas... Com certeza ele não era algo que o oeste tinha encontrado antes!

— Tá, vem! — Bijin, ansiosa, pega na mão do pequeno NOVA e ambos seguem em direção a área principal da vila Chamto.

Em uma loja de roupas, Baki estava mostrando belas peças de roupa para uma mulher, que as olhava pensativa. Brosch estava no fundo da loja, bebendo algo quente com Julia e Santiago.

— Será mesmo que ficará bem comigo, Baki? — A mulher diz, colocando a peça sobre si.

— Com certeza, essa peça foi feita exclusivamente por mim, para que pudesse ser o melhor sobre você. Ela trará a beleza natural de seu corpo para fora. — Baki responde com um sorriso, um dolorido sorriso.

— Ainda está preocupada com seu menino?

— Sim... ele saiu há dois meses... eu não tive mais notícias. Devido a ter uma nova mãe coelho, toda a região do oeste de fora, e até mesmo no início do meio-oeste estão comprometidas com hordas desses monstros... Meu menino pode ser ferido.

— Oremos para que tudo fique bem. Ele é uma criança santa, certo? Como sua Bijin. Com certeza ele conseguiria fugir se ele perceber que não tem chances.

— Espero que sim... — Baki cerra os olhos levemente, e se lembra da luta entre Mythro e Santiago. Ela sabe que sair em fuga de uma luta não é bem o que Mythro faria.

— Mãe!

Bijin aparece na porta junto com uma criança montada em uma serpente de energia.

— Bijin?

Claro que a criança montada em uma serpente de energia era Mythro. Ele chega perto de Baki e desfaz a víbora que o carrega. Caindo de joelhos, ele traz para fora o punhal e tufos de algodão nuvem.

— Mãe adotiva... Eu te preocupei por muito tempo saindo de casa sem dar notícias, venho com presentes humildes para poder buscar seu perdão.

Baki se joga no pequeno e junto de seu ombro, lágrimas escorrem da face preocupada da mulher.

— Não preciso de presentes, saber que você está bem é meu maior presente. — Os olhos de Baki encontram os olhos dourados do pequeno NOVA. Seu augúrio explode em uma sensação de angústia sendo sobrepujada por alegria. Ele está lendo o que Baki está sentindo.

Sem ao menos perceber, seus olhos também se enchem de lágrimas.

— Mythro! — Brosch cai de joelhos no chão, junto com Baki abraça o pequeno NOVA.

— Eu voltei...

Bijin assiste tudo do lado da mulher que comprava a roupa. A senhora se vira para ela, coloca gradães na mão da menina e sai com seu pedido em mãos.

— Que família... É preciso uma mãe santa para cuidar de filhos santos afinal...

Julia e Santiago se aproximam e ficam em pé atrás de Baki e Brosch.

Depois de alguns minutos de choro, os três conseguem se soltar. Mas Baki pega Mythro em seu colo e o levanta na frente dos dois convidados.

— Senhor Santiago. Desculpe por aquele dia.

— Eu também estava errado em deixar minha esposa ir tão longe. Você é novo no oeste, como poderia saber o que feriria minha Julia? O que você provou foi que um homem, desde criança, não se importa com as adversidades que a vida possa lhe colocar na frente para proteger, até enfrentar montanhas sendo uma formiga deve ser algo que sua mente não deve fraquejar.

— Não gostei muito dessa história. — Mythro faz um bico e franze o cenho.

Os cinco começam a rir.

— Mãe adoti— Mãe... Eu estou com as pernas machucadas, por isso não poderei andar por algum tempo.

Gornn avisou à Mythro que chamá-la de mãe adotiva seria falta de decoro de sua parte, e por isso ele estaria chamando Baki de mãe a partir de agora.

— Como? — O rosto de Baki vira, ela levanta a calça de Mythro e vê alguns arranhões, mas nada que pareça ser o suficiente para tomar suas pernas.

Ainda nos braços dela, Mythro inclina um pouco e mostra seu dorso e peito.

— Isso são parecidos com chifres de coelho. — Santiago reconhece o ferimento na hora, mas por estarem um tanto fechados e pequenos, ele acredita que pode ter sido uma outra coisa, já que chifres de coelhos são bem maiores e fariam buracos de outras proporções.

— E são, eu lidei com uma pequena horda de uns 40 coelhos e fui ferido na coluna, mão e peito. Certa parte da energia do chifre do coelho retalhou as minhas artérias enérgicas, mas elas vão sarar devido a minha constituição única, meu mestre me deu certeza disso, só vai levar alguns meses.

Os olhos de Santiago, Julia e Brosch arregalam. Machucados nas artérias enérgicas não curam!

— Seu mestre? Por que nunca o vimos? — Baki não entende muito de cultivação, então ela simplesmente acredita na palavra do pequeno.

— Gornn é muito forte. Mas está ferido, até que ele esteja completamente recuperado ele não vai aparecer publicamente para não colocar as pessoas que ele tiver contato em perigo.

— Gornn? Nunca ouvi o nome desse aclamado mestre, ele é do norte? — Santiago coloca para o lado os ferimentos de Mythro e começa a perguntar sobre Gornn, que seria o mestre de uma criança que domina qualquer arte em nível santo no primeiro momento em que a lê!

— Gornn não é desse continente. — Mythro hesita um pouco, mas solta uma pequena mentira.

O fato das meninas do clã Haokon conhecerem o termo imperador é porque há registro de pessoas que superam o quarto reino em outros continentes do planeta ventre das fadas. Então, embora elas conheçam o termo, ele ainda está empregado errado, já que para elas imperadores são seres do quinto reino! Quando na verdade, um imperador é algo no reino dobrado!

— Um ser de outro continente... Bem... não temos muitas informações de fora do octógono, eles são mais fortes que nós? — Santiago pergunta, ansioso. Essa é uma informação valiosa!

— Sim. Bem mais. Mas eles não ligam para a gente, para eles o octógono é terra morta.

!!!

Todos ficam surpresos com essa revelação. Terra morta? O que faz eles pensarem assim deles?

— Vocês sabem sobre a guerra de mais de mil anos atrás certo? Essa guerra dividiu todo o octógono em quatro regiões cardeais. Mas parece que antes não era assim. As meninas do clã Haokon me explicaram um pouco, mas não me disseram tudo porque é um segredo que somente clãs de grande porte de poder e história sabem. Então, peço para que isso não saia daqui, e sei que essas informações não virão a atrapalhar suas vidas já que os outros continentes não vão nos atacar.

Santiago assente sem hesitar. Os outros quatro se entreolham e assentem logo após.



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