Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 73: Treinando as meninas(3)

Na área Jing de Mythro, em seu dantian existe sua árvore da vida, rodeada pela névoa cósmica e pelo rio cósmico. No tronco da árvore existem 5 inscrições em côncavo, são as inscrições rúnicas. Seu sol brilha negro com diversos raios saltando de um lado para o outro, e uma breve imagem de um dragão o rodeando pode ser visto.

Da sua árvore da vida, 10 galhos se suspendem um do lado do outro, segurando 9 esferas e Kether.

Ammit está deitada perto da árvore, seu corpo esbelto parece uma miragem no meio da luz negra que a cultivação de Mythro emite.

Juntando as mãos na frente do seu dantian de baixo, Mythro energiza todo seu corpo, ligando o movimento de sua energia cósmica pelas artérias enérgicas ao máximo. Sua imagem viva se mostra, acima de sua cabeça. Apenas Ammit e o dragão não podem ser vistos.

A energia elétrica negra se desprende de uma palma para outra com saltos. Como um único raio saindo da mão esquerda, para a direita. A runa deificada do relâmpago estava no dedo do meio do pequeno NOVA. Ele estende as mãos para alongar os raios e depois retrai a distância, fazendo o som do relâmpago ficar maior.

Enquanto ele tenta fundir uma semente de raios negros, Mythro pensa sobre o fato dele nunca ter estudado o raio. Os raios nos céus eram azuis, por que então este era negro?

Ele pensa sobre Numroharr e sobre Weh, que era o dividir do nada em vontade, que se transformou em escuridão.

Weh era escuridão e Yah luz. Yahweh era a junção de ambos para a palavra criação. Se luz e trevas eram necessárias para a criação de tudo, por que as trevas eram temidas?

Se um mundo somente com luz pudesse ser imaginado, não seriam os olhos cegados, e jogados na escuridão novamente? E ao dormir, a luz não interromperia a todo momento a desejada calma que só a escuridão possui?

Em um mundo completamente escuro, como podem haver coisas que não temem o que não podem ver? Como podem não sentir a falta de calor?

Luz e trevas nasceram para se complementar. Para tornar real a vida e toda suas misticidades. Como poderia saber no céu a noite, que existem brilhantes estrelas, sem o contorno da escuridão?

Indo cada vez mais fundo nisso, a passagem das horas se passa despercebida. As três meninas terminam suas meditações e percebem leves diferenças em suas flores. Uma sensação antes despercebida agora é reanimada. Cansadas, elas vão a um canto da caverna e dormem juntas sob os couros de coelho de Mythro.

Do teto da gruta do paraíso, é possível ver uma estrela errante passando. As enguias olham o espaço sem fronteiras, e sentindo a magia de algo incompreensível no ar, elas afundam no lago e giram em volta da ostra celestial divina.

Os corais por volta da ostra estão crescendo em um ritmo desmedido. Eles estavam em três pontos diferentes do lago, a pelo menos 80 metros de distância um do outro. Mas eles crescem e vão se direcionando ao centro do lago.

Do chão, próximo ao pequeno NOVA, uma concentração de partículas de energia vai se convergindo em um losango...

Gornn e Ammit estavam lúcidos a este acontecimento.

“Mais uma página do Torá.” — O leão rubro reconhece o losango, que logo toma a forma de uma página, com diversas inscrições rúnicas. — “Ammit, leia desde o último parágrafo da página que já temos, e então continue com esta nova”

Ammit abre sua boca e começa a entoar na língua primordial.

´´Yah e Weh não se conheciam, não existia memória prévia a eles. Yah e Weh não sabiam onde estavam, não havia espaço antes deles. Yah e Weh não sabiam quando nasceram, não havia quem dizer isso a eles. Tudo que eles tinham era o que Nada tinha, vontade.”

Os olhos de Kether, Gornn, Ammit e Mythro começam a brilhar preto e branco. As enguias começam a se contorcer. Como se um poderoso chamado tivesse sido feito, elas pegam a ostra e nadam o mais rápido possível para fora do lago... em direção à Mythro. A ostra brilha com incomparável prata.

O NOVA Statum do pequeno NOVA se ativa, é possível ver novamente a excelência do azul e dourado em seu corpo e uma auréola por volta de sua garganta.

Por todo este tempo, Núbia estava descansando do outro lado do lago, mas seus apressados passos podem ser ouvidos, também indo em direção à Mythro. Seu NOVA Statum também está ligado, e chamas brancas a rodeia.

“E assim permaneceu, por indeterminado tempo. Até que um dia... Yah e Weh decidiram se mover. Antes de se moverem, eles encolheram o máximo que podiam, e se tornaram uma esfera. Onde eles passavam, espaço, tempo e memória eram criados. Ambos seguiam na mesma direção, eles iam direto na parede onde Nada havia se rasgado.”

“Yah e Weh em suas formas esféricas ficaram frente a frente, divididos apenas pela invisível parede. Pela primeira vez em suas existências, eles sentiram que além da parede tinha algo da qual eles pertenciam. Como se tivessem sido separados, apenas para se unirem novamente.”

“As esferas avançaram em direção uma a outra, e quando se encontraram, temeram. O contato criou a primeira explosão que já aconteceu em todo o universo. Pequenas partículas, negras e brancas se desprenderam dos sóis, e os rodearam como névoa, ou, pelo tamanho do evento, o que poderia ser considerado uma nebulosa. Pelas pequenas partículas, um veio a conhecer o outro, e assim, aprofundaram seus sóis, os tornando um.”

“Eles permaneceram unidos por bilhões de anos, estendendo mais e mais suas nebulosas criando ainda mais espaço, tempo e memória, pela qual eles estariam sempre presentes. Quando ambos se sentiram satisfeitos do quanto eles já tinham expandido, Weh decidiu escorrer pela expansão cósmica. Weh, se desprendeu por baixo e criou uma imagem fluente para todos os lados inferiores, como um rio. Yah, fez com que as nebulosas se concentrassem e chovessem sobre Weh, para jamais perdê-lo de vista, ou então se separarem novamente...”

Ammit para de ler. A página em losango agora está completamente formada. A marca na testa de Mythro se move e a suga. Passando de sua área Shen paga a Jing, a página encontra a outra no meio da árvore da vida de Mythro e ambas se conectam.

O rio cósmico aumenta sua corrente, e ainda mais energia pode ser sentida emanando dele. Segundo nível do rio cósmico, Mythro ascendeu um nível em sua cultivação.

Mas o mais importante está na palma da mão do pequeno NOVA... Um raio está completamente parado entre as mãos dele, completamente imóvel, ele flutua. A luz negra que ele emana é ainda mais brilhante do que qualquer outro raio que ele invocou até este dia.

As partículas na gruta do paraíso estão ainda mais abundantes. Mas elas já não ficam voando para fora da terra. Elas ficam na terra, dando uma coloração azul ao terreno.

Núbia está ao lado do pequeno NOVA. Ela está com sua pata estendida e sua cabeça baixa. Como uma vez esteve um lobo branco.

As enguias estão cobertas de terra, com seus olhos fechados. A ostra está no meio das duas, soltando raios pratas.

Mythro se levanta e abre seus olhos. Ele move suas mãos com o raio negro entre elas até sua cabeça... Como se estivesse colocando uma coroa. O pequeno raio expande até ter 10cm e quando Mythro o solta, ele permanece flutuando na área a frente de sua testa. Fogo negro começa a rugir das duas extremidades.

“Parece que não só o relâmpago. Mas também o fogo faz parte de seu poder.” — Gornn comenta.

Os braços azuis de Mythro se enchem com fogo negro. A serpente que o carrega também se ateia em fogo, e seus olhos ficam vermelhos vivos, como rubis. Parece com a primeira vez que ele usou a Aura Primal Mortal

As enguias jogam a ostra para cima e ela se divide, se transformando em partes de armadura. Novamente, a visão do pequeno NOVA em uma armadura prateada pode ser vista. A enguia dourada vira uma lança, imponente, e a prateada vira um escudo que parece poder segurar o ataque de uma montanha.

Núbia toma a frente de Mythro e o leva em direção ao lago, onde agora em seu centro tem... Um trono. Um trono feito de corais fluorescentes. As abelhas pegam pérolas de algodão nuvem e acolchoam todo o trono que tem 3 metros de altura, e é de diversas cores.

Não é mais necessário nadar para alcançar o centro, um caminho feito de corais, também com algodão nuvem em cima faz passagem até o trono.



Comentários