Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 41: Na Vila Chamto

— O quê você vai fazer comigo?

— Vou procurar seus pais, eles me devem dinheiro. Você feriu meu sobrinho.

— Ele tentou me roubar!

— Sim, eu sei. Vou dar um desconto para eles por isso.

— Hmph, meus pais não estão aqui!

— E onde eles estariam?

“Diga que estão mortos, esse mortal não vai entender que seus pais são celestiais.”

— Eles… Eles morreram!

O homem para e derruba Mythro no chão.

— Então você terá que pagar. Que tal… — O homem olha para a adaga que ele tomou de Mythro, e então olha para ele novamente. — Que tal esta adaga e tudo estará pago?

“A adaga que ele tem em mãos é a de ferro de meteoro, troque pela adaga de ouro.”

O pequeno NOVA então pega a adaga de ouro, e a mostra para o homem.

— Se for esta, tudo bem. Esta em suas mãos eu não troco!

O homem olha para a adaga na mão de Mythro, e a adaga em sua mão. Seus cenho franze e ele pergunta ao menino.

— O que esta aqui tem, que você esconde? O feitiço dela é melhor?

— Elas não possuem feitiço. Só são feitas de um ferro melhor, o feitiço delas só podia ser usado uma vez.

O homem não vê mentiras nas palavras de Mythro, ele olha de novo a adaga e joga para ele.

— Uma arma de quarta terra sem feitiço é uma arma normal. Se eu fosse você tentaria enganar alguém e vendê-la.

— Tio, você não vai pegar a adaga?

— O que você quer com uma adaga sem feitiço?

— Não se trata da adaga tio, ele me furou. Se trata do meu orgulho!

— Pelo amor de deus, Fushan. Você tentou roubar uma criança, você já enfiou seu orgulho no rabo.

Os outros quatro caem em risadas.

Um outro menino aparece ao lado do homem no segundo reino. Ele olha Mythro de cima para baixo e então diz.

— Ele deve ser órfão mesmo, que tipo de pais em sua sanidade deixariam seus filhos andarem sem roupas?

— Seu primeiro pensamento está certo filho. Mas me diga, como um órfão sabe usar artes elétricas? — O homem anda até a carruagem.

— Hã? Ele… roubou?

— De onde, não tem clãs elétricos. — O homem então para e se vira para Mythro novamente. — Garoto, onde você achou estas artes elétricas?

“Repita o que eu disser”

— Eu achei em uma caverna, onde tinha um altar no fim. Tinha uma chuvinha caindo em cima do altar, no altar mesmo tinha um pergaminho. Eu peguei e segui as instruções de lá. Mas enquanto viajava acabei perdendo o livro em um penhasco.

— Que menino burro. — O menino começa a rir de Mythro.

— E o que você tem nesse saco cinza? — O homem é mais esperto e direciona seus olhos no saco cinza.

“Eles não podem descobrir a terra santificada. Mesmo que eles não saibam o que é, eles tomarão de você”

Mythro agarra com força no saco cinza. Mas então, Fushan chega por trás dele e desfere um soco em seu rosto, e tira o saco cinza de sua mão.

— Aqui tio!

— Fushan, você bateu numa criança! — A mulher que ia pegar Mythro mais cedo, reclama.

O homem não reclama, ele pega o saco cinza da mão de Fushan, ele está prestes a abri-lo. Mas o som de alguém cantando viaja a seus ouvidos e ele se volta na direção.

Uma menina, de 15 ou 16 anos está passando. Um buquê de flores de diversas flores está em seus braços.

— Garota, saia daqui. Não vê que estamos ocupados. — Fushan grita, balançando os braços em um movimento de ”vaza”.

“Peça ajuda a essa menina, é nossa única chance.”

— Eu ouvi um pouco da discussão, vocês estão roubando uma criança, é isso? — A menina encara os 8. As pessoas afiliadas ao homem no segundo reino e Mythro, que se levanta com a mão no rosto, levemente vermelho.

— E o que você tem a ver? — O homem diz, seu interesse pelo saco não podia estar em maior ápice, mas a pirralha tinha que sumir para ninguém contar o que tinha dentro.

— Moça, socorro. Eles me bateram, tentaram roubar minha adaga. E agora estão tentando roubar meu saco cinza, que tem as cinzas de meus pais que foram queimados pelos nortenhos!

— O quê? — Os 7 se viram para Mythro.

Puta moleque mentiroso!

A aura da menina enlouquece. Ela não está no segundo reino, mas está no terceiro estágio. De todos os nove ali, ela só é segunda ao homem no segundo reino.

— É bom vocês sumirem da vila da Chamto!

— E com que autoridade você pode nos expulsar?

— Com esta! — A menina mostra um pingente que tem o emblema de uma lua. E sob o emblema da lua, tem uma mão segurando uma arma.

— Ela é…

— Uma artesã do clã da lua!

— Senhorita artesã, mil perdões… — Os 7 sossegam o facho na hora.

Eles não seriam loucos de ofender alguém do clã da lua. É o clã mais forte em todo o oeste, o senhor do oeste era o líder do clã da lua! Ofender esta jovem na frente deles seria como ofender o rei do oeste. Este homem no segundo reino não era uma mosca na frente do rei do oeste, era menos que um verme.

Mas não acabava aí. Os artesãos eram pessoas muito distintas, os quatro pontos cardeais viviam em guerra, o leste e o oeste eram aliados, o norte e sul eram aliados entre si. E o que define uma guerra além de soldados… Eram poderosas armas! E quem criava essas armas? Os artesãos! Então ofender uma artesão era como ofender a pessoa que te arma para sobreviver. Um cachorro não morde a mão do dono!

— Saiam daqui. AGORA! — A menina grita, e anda na direção de Mythro.

Ele corre para perto dela e abraça sua perna. Ele olha para ela com lágrimas nos olhos e diz.

— Minha heroína.

A menina olha para Mythro, ela vê os olhos dourados dele e cora. Onde já se viu, alguém com olhos de ouro? Mas então ela percebe que tem algo a mais tocando nela, enquanto o menino a abraçava.

— Meu deus você está pelado!

— Moça meu saco cinza!

A menina então olha para os 7 correndo para a carruagem, e vê que o homem ainda estava com o saco cinza.

— Deixe as cinzas dos pais do menino no chão, ou quando eu chegar na vila, mando eu mesmo uma equipe de pessoas no segundo reino atrás de você!

O homem não pensa duas vezes, ele joga no chão o saco cinza. Ele então pega nas rédeas e some rapidinho.

Uma das mulheres olha para Mythro, é aquela que tinha menos intenção de feri-lo. Ele olha para a menina novamente, e aponta para a carruagem.

— Aquela ali é a menos bosta do grupo, moça.

A menina então grita novamente.

— A menos bosta do grupo de vocês pode entrar na vila!

A mulher da carruagem levanta a mão e aponta para si mesma. Mythro acena para ela.

Ammit ri no dantian de Mythro.

Um sorriso também aparece no rosto do leão rubro. Para ele, embora Ammit seja uma deusa, e um ser completamente em um outro nível em questão de força e cosmicidade. Suas memórias são de aprisionamento no salão das duas verdades, comendo o coração dos criminosos das areias douradas. Ou então, o que seu sangue lhe deixou saber sobre sua criação e outros assuntos cósmicos.

Milhões de anos aprisionada, suprindo apenas a necessidade de outros seres. Seres que a chamava de cadela, ou demônio. Cair no abismo é a perdição para muitos, mas para Ammit, seria a salvação de uma eternidade de confinamento.

Mythro corre até o saco cinza e o pega. Ele então recolhe a adaga no chão e enrola em seu cabelo novamente.

— Qual é o seu nome, o meu é Bijin.

— Eu sou Mythro.

— Mythro? Você não é da vila, eu teria escutado falar de um menino tão bonito.

— Eu sou casado moça, cuidado.

A menina começa a rir. Como que uma criança estaria casada aos 7 anos?

— Do quê você está rindo? É sério, olha o colar!

— É só um colar com presas de lobo, nada demais. Na verdade, você pintou de cinza. — Ela se aproxima e examina o colar.

— De onde eu vim isso sela meu casamento com alguém.

— E de onde você veio?

— Do abismo.

O rosto da menina fica sério.

— Você não pode brincar com isso, okay?

— Não estou.

Bijin então dá a mão para Mythro, ela começa a andar com ele na direção da vila.

— Vocês odeiam as pessoas do abismo?

— Não as do abismo em particular, mas sim as do norte. Eles são assassinos cruéis.

— Eu sei, eu também odeio eles.

— Mas o abismo é no norte.

— Eles mataram muitas pessoas da vila da caça. E eu acabei me separando assim da Mits, se não fosse o feitiço da adaga, eu estaria morto.

— Que bom que você conseguiu sobreviver Mythro. Olha, eu vou ter que relatar isso para os meus superiores na vila.

— Está tudo bem.

A menina sorri para Mythro.

— Bijin.

— Diga?

— Você é uma artesã?

— Sou sim.

— Pode me ensinar a forjar armas?

— Você precisa ter mãos cósmicas para isso.

— Eu tenho.

— Não, você não entende. Mãos cósmicas são raras, muito raras. Elas nascem em menos de 1/10 da população toda.

— Bijin.

— Eu estou explicando My—

Bijin então fica completamente espantada. Mythro está com sua mão estendida na direção dela, e na mão dele… Uma mão cósmica que ela nunca viu antes flutua!

— O que é isso?

— É a minha mão cósmica, ela é especia—

Bijin pega Mythro no colo e deixa o buquê de flores cair. Ela então começa a pular. Cada pulo a leva 15 metros de distância da posição anterior.

Em poucos minutos, os altos portões e paredes da vila Chamto aparecem na frente de Mythro.

 



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