Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 35: Ammit, a Grande Morte.

— O quê, pelos céus? — Não se pode medir o quão perplexo Riolo ficou, ele tem pelo menos 120 anos de vida e nunca tinha visto coisa igual.

“Um pecador dos cosmos, esta é sua oportunidade, use a adaga!”

Mythro pega a adaga que estava no passador de sua cintura e transfere energia cósmica, isso faz com que um brilho se inicie, ele aponta a adaga na direção da ponte e desaparece!

— Não! — Hu Xu grita, e pega em seu ombro.

— Teleporte? — Hu Ping pula e busca na neve algo, como se tentando achar pistas.

— Pai, ele fugiu, temos que matar ele, ele me feriu! — Hu Xu corre para seu pai, que a recebe com um soco na boca do estômago.

— Você me envergonhou ao perder contra um amador do abismo! — Hu Ping olha para sua filha, que cai de joelhos no chão, vomitando o que ela tinha na barriga.

— Temos outras preocupações agora! — Riolo pega Hu Xu, Hu Ming e voa, Hu Ping faz um selo de mão, runas brilham em seus dedos, um forte Qi de vento envolve seu corpo e sua velocidade aumenta exponencialmente.

Seja o que for que estivesse caindo, os poucos sobreviventes da vila da caça correm para a ponte, a população de 30 mil membros foi naqueles instantes, diminuída para menos de 1.300, muitos morreram como moscas na frente de Riolo.

O chão treme tão forte que árvores começam a cair, a enorme pressão afunda a terra, e até mesmo fogo se inicia.

O pecador dos cosmos, um ser que foi banido para o ventre das fadas devido há uma infração grave das leis celestiais, ou o machucar do ego das fadas.

Este ser cai centenas de quilômetros por segundo, eventualmente, tudo que se vê é algo enorme em volta de chamas, prestes a colidir no chão.

Mas então, do abismo, diversas correntes negras chicoteiam para fora da fenda, e atacam o caído!

As correntes se atrelam com tamanha força, que o ser caído grita de dor, criando destruição completa no que é abalado pelas ondas de seu clamor.

Mythro, que tinha se teleportado há uma distância segura ouve o grito do ser e cai de joelhos. Suas condições já não eram boas, mas ao menos ele conseguia levantar, mesmo com pouca visão, andar em uma direção era melhor do que ficar parado.

As correntes começam a puxar o caído, mas como se lutando, ele tenta voar para outro lado!

“É uma criatura poderosa, logo poderemos ver seu rosto”

Mythro olha para o céu, e vê a criatura… indo na sua direção!

“Corra!”

O pequeno NOVA tenta ativar a formação de teleporte, mas ela simplesmente não responde. Ele tenta se levantar, mas outro grito ensurdecedor vibra do poderoso inquilino do pecado, e Mythro cai de novo no chão.

“É o fim…?” — Gornn expressa dúvida em seus olhos, as condições viraram de maneiras que nem mesmo ele poderia prever!

Correndo contras as correntes, o ser perde altitude até cair no chão, mas ainda assim, seu tamanho facilmente se igualaria a uma montanha.

O fogo que o rodeava subside, e sua silhueta já pode ser enxergada. É um ser com a face de crocodilo, ornando uma juba poderosa,  tendo o dorso e patas dianteiras de leão, e a parte traseira de um hipopótamo!

“O que no mundo? Esta é a cadela dos deuses egípcios, Ammit, a devoradora, a grande morte!”

Gornn tinha falado em pensamentos com Mythro, mas como se a quimera pudesse ouví-lo, ela segue na direção de Mythro! Segundos não se passam, e ela já está do lado do pequeno NOVA, ela abre a boca do crocodilo, tamanha a boca que engolir estrelas não seria impossível.

— Pare sua investida, Ammit, você vai jogar fora todo o decoro de poupar seres menores que você? — Gornn fala por meio das vibrações cósmicas e impede que Ammit devorasse Mythro!

— Quem é a cadela dos deuses? — Ammit fala, isso surpreende Gornn em proporções inacreditáveis, ele tenta se levantar, apenas para ser puxado de novo ao chão da jaula pelas correntes imperiais.

— Leão sagrado, você está longe de casa, antes de ter meu cerne preso pelas luzes corpóreas devorarei você e seu hóspede! — Ammit levanta sua pata de leão e está prestes a lançar um golpe que poderia demolir todo o octógono, mas então ela encara a face de Mythro. — Tutancâmon?

Abaixando sua pata, ela aproxima sua face reptiliana de Mythro, seus olhos superam sua altura dezenas de vezes.

— Como pode, um homem ter a face de Tutancâmon? — Ammit começa a diminuir, de sua estatura quimérica e demoníaca, ela se reduz ao tamanho de 4 metros, neste tamanho as negras correntes praticamente a cobre, mas ela continua buscando o rosto de Mythro… e então ela vê as adagas jogadas no chão, do seu lado. — As adagas de Tutancâmon, essa criança é sua outra vida, ó faraó caído…

Mythro se levanta e encara a besta, nos seus olhos, raiva, medo e confusão esboçam-se mais e mais… É o efeito do selo das luzes corpóreas.

— Eu não sou Tutancâmon, eu sou Mythro! Filho de Xaemi e Lucem!

— Xaemi? A senhora dos supernova? Mas… Lucem é Arfos!

— E assim sou eu! — Mythro entra inconscientemente em seu NOVA Statum, todo seu corpo se doura e seus olhos ficam azuis!

— Um ser divino de ambos os lados da coroa… Sele um pacto comigo e lhe darei meu cerne! — Ammit começa a ser puxada violentamente, mais correntes negras saem da fenda, a chicoteando por trás, a levando, metro por metro para o abismo!

“Sele o pacto!”

— O que você quer, Ammit, grande morte? — A voz de Mythro muda completamente, ela é serena e calma como um lago imperturbado, ele se levanta e coloca os braços em seu dorso e começa a caminhar na direção da fera!

— Meu nome é Ammit, devoradora de corações dos egípcios, muito são meus títulos, mas somente por um, eu sou atendida com total fidelidade… Cadela dos deuses! Eu não serei mais tomada por demônio, eu não sou um cão sarnento, EU SOU AMMIT, DEUSA DEVORADORA DE ALMAS, NASCIDA DIVINA DO PRÓPRIO COSMO, SEM MÃE, NEM PAI… EU SOU NOVA! — O corpo de Ammit diminui ainda mais enquanto ela fala, ela fica com a altura de 180cm, seu corpo toma a forma de uma mulher, que traja uma máscara de crocodilo com juba, e pele de leão cai em seu dorso, uma saia roxa acinzentada com traços vermelhos nas pontas orna-se de sua cintura, e o que mais interessa em seu corpo, são seus olhos dourados, dourados como os de Mythro!

— Então você será meu corpo, e minha carne, Ammit! — Mythro corre na direção da Ammit e perfura sua caixa torácica! Mas nenhuma gota de sangue cai.

O blazar na testa de Mythro se move, e Ammit começa a ser sugada em carne e osso para o braço de Mythro, enquanto uma forte luz se forma e é transferida de seu braço para todo seu corpo.

As correntes negras vão se soltando e caindo no chão, então retrocedem.

Mythro está negando as correntes de continuarem em perseguição a Ammit, pois agora, ela já não é mais Ammit, ela é Mythro!

A forma que Ammit está sendo engolida não é dolorosa, mas sim uma forma de todo seu cerne ser aplicado no corpo inteiro de Mythro.

No dantian Qi, no coração de Mythro, uma imagem começa a se formar! É Ammit.

“Isso… Ela se tornará um anima praesidii do segundo dantian? Não, impossível! Nem mesmo este pequeno poderia fazer algo assim, o dantian do meio só é liberado no quinto reino!”

E como Gornn falou, isso era impossível de acontecer, mas nos próximos instantes, ele entenderia isso.

A imagem de Ammit se forma no dantian de Mythro, ela viaja para fora do peito de Mythro, para depois, entrar novamente dentro dele, mas isso é fisicamente!

Em seu NOVA Statum, não somente por fora, mas por dentro Mythro também fica dourado, mas a cor normal de seus órgãos é vermelha como qualquer outro ser humano, mas com Ammit, isso muda!

A imagem dela se interpõe com a do coração de Mythro, que no momento está completamente dourado. O coração de Mythro começa a derreter! A dor é tanta que Mythro em NOVA Statum cai no chão, começa a bater sua cabeça e arranhar sua caixa torácica.

“Controle-se, você não morreu para um demônio, vai morrer para si mesmo?” — Gornn grita com Mythro, tentando o trazer lucidez.

O pequeno NOVA se joga no chão e começa a rolar, o dourado que o cobria começa a retroceder em direção ao coração.

E enquanto ele sai de seu Statum, seu coração se reconstrói, mas seu coração não é mais de um vermelho qualquer, continua a ser carne, mas brilha como rubi!

 



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