Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Bczeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 23: Uma Conversa com Trinto

Mythro e Mits estavam cultivando juntos no aposento a eles designado como ganhadores da primeira fase.

A cultivação de ambos continua sendo guiada por Gornn. Eles estão fazendo o cultivo duplo chamado ”Dança Éterea dos dragões que guardam o sol”. Esta cultivação permite que eles criem invólucros de dragões, como Anima Praesidii, entre outras coisas.

Mas Mits sente uma fraqueza muito forte enquanto pratica, Mythro faz sem muito problemas, mas o Vitakka de Mits se contorce, e parece que vai quebrar.

— Vamos parar. — Mythro percebe que ela já não consegue mais e pede para que eles parem.

— Desculpe… — Mits relaxa da posição e cai inteiramente em Mythro.

“Mits não consegue fazer porque ela ainda não tem cosmicidade suficiente. E seu primeiro Jhana é o de reflexão, ela terá que sair deste lugar e ver lugares além, para poder acumular força suficiente para cultivar sem problemas ”A dança éterea dos dragões que guardam o sol””.

— Não tem um nome melhor que esse? — Mythro reclama.

“Achou grande? Mas esta é uma das cultivações em dupla mais forte em todos os cosmos, ela permitirá que você possa subjugar a alma de um dragão e fazê-la servir em seu reino espiritual.”

— É o tal anima praesidii?

“Sim, eu escolhi esta cultivação porque já há um dragão aqui, você irá encontrá-lo e fazê-lo ser o guardião de sua alma.”

— Mas não sou eu, o guardião da minha alma?

Gornn ri um pouco e acena da área Shen.

“De fato, mas anima praesidii são diferentes. Eles são seres ou coisas com uma essência que possa ter raíz espiritual, para que assim você possa integrar a sua cultivação, assim você e seu anima praesidii crescem juntos, você pode invocá-la para lutar contigo, ou fortalecer alguma magia.”

— Então se eu usar o soco do Gornn com um anima praesidii de dragão, vai virar soco do leão dragão Gornn anima praesidii?

“Nem eu entendi o que você falou.”

Um momento de silêncio se passa e Mits começa a rir baixinho no peito de Mythro, e logo ele também a segue.

“Vocês estão próximos de ir para o seguinte nível da névoa cósmica. A névoa é a densidade e quantidade de energia que vocês conseguem usar. Então, nesse exato momento ela ainda é pouca, mas o Sol serve como uma reserva, se vocês ficarem sem energia, podem rotacionar o sol, que ele vai liberar mais energia para vocês, mas isso também tem limites.”

— Então nós vamos treinar isso agora? — Mythro diz, fechando os olhos e se focando em seu Sol, na área Jing.

“Sim, mas antes, comam algo, estes aposentos são melhores, comer para mortais é essencial, mas esta comida não tem energia cósmica alguma, então não ajudará tanto em seu cultivo, mas a carne é tão importante quanto a alma.”

— Eu quero 10 pães, carne de porco e suco de abelhas bromélias. — Mits diz baixinho.

Mythro e Gornn ficam surpresos.

Os pães eram o de menos, mas a carne de porco deste lugar era o porco inteiro com exceção de sua cabeça e pernas. E abelhas bromélias são abelhas que em vez de apenas ter ferrão, carregam algo como uma bromélia, elas têm seis vezes o tamanho de uma abelha normal e produzem um doce e suave líquido cheio de nutrientes para qualquer ser humano ou animal, o problema é que o ferrão dela também mata qualquer humano ou animal, então seus preços são enormes para o povo do abismo.

Mas como eles estavam sendo paparicados devido a estalagem dos dois nortenhos, em um papel na mesa estava escrito o que podia ser pedido para os campeões da primeira fase.

— Isso é para nós dois? Será que vamos aguentar? — Mythro acha impossível isso ser tudo só para ela, e colocando a mão no queixo, pergunte à Mits.

— Isso é pra mim, você pode pedir o que quiser. — Mits diz, com tom insatisfeito.

— Mas para onde vai isso tudo.

— Hmph! — Mits se levanta e sai dos aposentos.

“Você é jovem de fato.”

— O que eu fiz?

Mythro fica parado pensando no que poderia ter feito e como não acha resposta alguma, ele acaba saindo correndo dos aposentos atrás de Mits, mas quando ele abre a porta, Trinto estava lá o aguardando.

— Garoto.

— Cunhado?

— Tudo bem?

— Sim, eu estava indo atrás de Mits, acho que fiz algo sem pensar.

— O que aconteceu? — Trinto fica dúbio.

— Sei lá, ela pediu um monte de comida só para ela.

— Vish, você reclamou? — Ele começa a ficar preocupado.

— Eu só falei que, se ela ia comer sozinha, onde isso tudo ia porque né, um porco inteiro… — Mythro dá de ombros e olha para a janela, como se estivesse olhando para o céu em busca de respostas.

Trinto se ajoelha e pega em seu ombro, e começa a olhar na mesma direção, então diz:

— Mulheres comem muito. Até demais. Minha irmã então, meu pai desistiu de ter filhos quando Mits tinha seis meses, ele sabia que as amas de leite não teriam nada para outras crianças, nem que elas engravidassem de trigêmeos. — Trinto diz isso e fecha a porta.

— Caraca. — O pequeno NOVA levanta as sobrancelhas em surpresa.

— Se acostume, quem vai lidar com os custos com comida vai ser você daqui a uns anos.

Gornn ri na área Shen de Mythro e faz um leve comentário

“Fome de elefante, ela é descendente dos Ganesha, de fato.”

— Cunhado por que você veio aqui?

— Ah sim, nestas lutas haverá uma recompensa especial, armas.

— Espera, quer dizer que depois dessa luta poderá ter armas de verdade no meio?

— Sim…Por isso, meu pai ficou preocupado e perguntou se você ia querer treinar com algo antes.

— O que devo escolher?

— Uma espada, ou martelo. Mits usa machados. — Trinto puxa uma cadeira que tinha por perto e fica próximo a cama.

— Devo escolher machado também? — Mythro se senta na cama, encarando seu convidado.

— Não acho que deva, se vocês lutarem juntos, ter armas iguais pode atrapalhar vocês, já que elas precisam de um ritmo parecido.

“Use adagas. Mutima disse que tem um Deus que usa adagas, se pudermos contatar ele de qualquer forma, será eternamente benéfico para você.”

— Eu quero usar adagas. — Mythro diz sem pensar duas vezes.

— Mm? Adagas? São armas letais e ágeis, mas contra coisas com pele muito rígida são quase inúteis.

— Mas isso vai depender da arma não? E tem muitas coisas que tem parte macia no corpo.

— Sim, verdade. Sua irmã, Namhr, o que ela usa?

— Namhr usa técnicas focadas em golpes usando as pernas e os pés. Ela me ensinou uma coisa ou outra, mas nunca me aprofundei, ela dizia que não queria que eu fosse artista marcial.

— Ser um cultivador é difícil, mas ver as coisas serem tomadas de você é ainda mais. Se quer segurar o que te pertence, você tem que ser forte.

Mythro acena ao que Trinto diz.

— Eu e meu pai tivemos dúvidas sobre você, mas tudo foi esclarecido, então além de trazer a proposta de treinamento, vim me desculpar por ele e por mim.

— Como assim?

— Bem, quando vimos que Mor Fumin era a filha do rei do norte, achamos que poderia ser mentira o que disse na vila Fashr. Mas um dos nossos anciões estava na bancada central como convidado distinto, e ele ouviu Fumin dizendo na cara de Fashr que ela tinha pedido para que os homens de um tal Josom e outros que o atacassem.

— Entendo. — A face de Mythro desce um pouco de humor.

— Espero que não entenda errado. Embora eu e meu pai queremos muito que Mits se case, se não for um homem bom, não vamos desposar ela para você. Se é pra unir as famílias, que não haja mentira entre elas.

— Obrigado a você Trinto, e também ao Senhor Mitri. Vocês me ajudaram muito até aqui, eu pude conhecer a Mits, e estou me apegando muito a ela. — Mythro fala se levantando da cama e se curvando.

— Estamos contando com você para fazer minha irmã feliz até os últimos dias.

Atrás da porta dos aposentos, Mits e Mitri estão ouvindo tudo colados na madeira, a menina está com um pedaço de carne rosa na boca e Mitri também. Pai e filha abrem um sorriso e derramam comida da boca, o de Mits cai no chão, e o de Mitri cai na cabeça da menina.

— Pai! — Mits reclama olhando para cima.

— Meu anjinho, desculpa! — Mitri se assusta e pega um pano de sua camisa de couro.

 



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