Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 121: Maestro da Chacina(2)

Sem demora e aproveitando da cobertura que tinha entre as rochas. Ele faz um círculo e coloca runas na língua ancestral.

Nenhum ser no Ventre das Fadas conseguiria imitar a formação que Mythro estava fazendo neste momento, pelo menos, os seres que nasceram e não foram tocados pelas coisas de fora.

Umas das runas mais fortes na língua ancestral era indubitavelmente a de conexão, “Ina”. Mas usar ela seria chamar catástrofe em um momento deste, pois o lugar já estava sendo contemplado por um ritual maior, se o poder celeste encostar no ritual sangrento que estava havendo, isso impediria qualquer plano futuro do pequeno NOVA. 

A atual formação que ele iria usar era a de “Uma árvore fazendo florestas”. Ele era a primeira árvore, e os outros três seriam os frutos que caíram no chão e fizeram novas árvores, e assim continuando o ciclo até que a floresta seja erguida.

Claro que isso não significa que Mythro iria fazer brotar mais Naturezas do Primeiro Reino, ele iria apenas influenciar no crescimento dos frutos da sua própria árvore, isto é, a de quem ele cedeu parte de seus próprios poderes, por meio da sua árvore da vida.

A imagem viva de todos os quatro aparecem. Quando eles mostram suas imagens vivas juntos, uma pequena linha verde aparece conectando os três à Mythro. Essa é uma linha cármica.

Há uma energia verde mais densa ao redor da imagem viva do pequeno NOVA, ele respira fundo e diversas pedras de Qi começam a sair de seu saco azul, e de diversos outros que estavam ao redor.

Círculos de fogo se levantam e fazem uma cúpula, englobando o grupo de Mythro. As pedras rodam e vão se tornando pó, à medida em que a energia cósmica embutida nelas é usada pela formação.

O ar dentro da cúpula fica cada vez mais denso de energia cósmica, as linhas cármicas tremem e Kether, se manifesta visível na imagem viva do pequeno NOVA, ele abre sua boca devorando todo o banquete enérgico que estava pairando.

Todos os estágios começam a ficar mais violentos, a Névoa Cósmica dos quatro fica mais densa, o barulho de um forte Rio Cósmico bate nos limites do dantian, criando o som de uma barragem sendo golpeada contra ondas oceânicas.

A Chuva Cósmica cai tão potente como meteoros, e a Árvore da Vida brilha, mostrando as páginas do Torá, que vão libertando hinos do prefácio da existência primordial.

Todas as pílulas adquiridas vão para a boca de Mythro, ele morde, fazendo seu conteúdo se espalhar em sua boca, e depois engole como um furioso crocodilo.

A energia cósmica harmoniosa das pílulas vai preenchendo todos os canais enérgicos de seu corpo e sua promoção começa.

A Família Zumb’la estava exatamente no quarto estágio inicial do ciclo cósmico, o primeiro reino da cultivação conhecida.

Mas logo sua aura irrompe para o próximo nível... e a ascensão continua em todos. A pressão que eles criam juntos fazem a terra ceder e rochas quebrarem.

Depois de serem banhados por toda a energia por 10 minutos, eles conseguem a última promoção, para o pico do primeiro reino!

As linhas cármicas desaparecem e a formação, tendo cumprido sua tarefa começa a se desfazer, a cúpula de fogo e a imagem viva da Natureza do Primeiro Reino desaparecem, dando visão aos quatro que agora estão mais fortes do que antes.

Mythro invoca Mer em seu corpo novamente, mas agora as runas que ele tinha escrito já não estão claras e se dispersam em pontos negros de energia.

— Mer é afinal, uma armadura de infantaria. Ela provou seu valor nessa luta contra vários inimigos. Agora que estamos ambos no mesmo nível... nossa harmonia é total e completa, lutar contra experts do segundo reino é possível!

Segurando a lança novamente, o pequeno NOVA sente uma conexão ainda mais profunda com seu conjunto rúnico divino. Seu coração pulsa e raios vermelhos do coração rubi fazem com que a caverna levemente escura seja incendiada por uma determinação jamais tocada pelas suas paredes.

Montando em Suife, ele levanta seu escudo e sua lança. Núbia se apodera das armas que Mythro encantou com detonar e as rodeia acima de si, pronta para lançá-las.

Grásio no pescoço de Suife faz suas energias entrarem em um campo parecido com a de um domínio, que somente os grandes Reis podiam criar!

— Corte o vento, ruja como trovão, pule os cadáveres e cumpra a lei celeste!

Com essa poderosa frase, Suife começa sua marcha trotando com suas poderosas pernas que fazem o chão rasgar em fendas.

O objetivo é claro, o lugar a frente será onde o encontro do Desígnio Celestial está marcado pelo nascimento de divindade!

Foi o que lhe foi dito antes, os avestruzes disseram que havia dualidade sendo gerada nesta caverna, e que os humanos tinham atacado seu ninho para roubar seu momentum!

Gornn tinha explicado antes mesmo que Mythro e o seu grupo tivesse saído da vila Déka que estes avestruzes eram da linhagem do Avestruz Alado de seis asas e duas caudas. Estes seres formidáveis eram montarias de imperadores fora desse planeta em diversas partes do universo.

Quanto a dualidade, nem mesmo o leão rubro conseguiu dizer a ele como o avestruz conseguiu instruí-lo verbalmente sobre o acontecimento. Pois dualidade não é algo que animais de calibre tão pequeno possam saber.

Não que eles não possuam uma poderosa linhagem, mas ficando milhares de anos no Ventre das Fadas, muitas raças e linhagens perderam muito conhecimento ao longo dos anos.

Dualidade era um evento cósmico onde pode haver o nascimento de harmonia, e de harmonia vida é criada.

Yin e Yang se juntando é o nível mais básico de dualidade. Como uma mulher e um homem se encontrando física e espiritualmente em amor.

Com certeza, isso não é um conhecimento profundo e inacessível. Mas dualidade não para aí. 

E isso foi o que deixou Gornn intrigado. Um ser da linhagem do Avestruz de seis asas e duas caudas dizendo que há dualidade sendo convergida aqui nesta montanha e que estão tentando roubar sua força...

Isso não é algo que o Ventre das Fadas é capaz com sua atual população. Havia mais por trás disso e agora seria o momento de sanar todas essas dúvidas!

Irrompendo do portal que dava passagem há uma sanguinolenta visão, Mythro se pega no que seria um inferno.

Ao fim do túnel da montanha, está uma gruta, larga e alta. Suife para sua marcha poderosa devido a diversas auras que fazem seu corpo tremer.

Da testa do pequeno NOVA, um círculo com diversas linhas que se cruzam fazendo um selo se manifesta e cobre o grupo de quatro que acaba de entrar a ala presente.

Carnificina. Não. Mythro já tinha visto carnificinas, ele mesmo já as executou antes.

Mas o que estava na sua frente era uma gruta com corpos estraçalhados por todo o lado. Três centímetros de sangue cobria o chão de 600 metros de largura.

Vísceras e outros órgãos estavam pendurados no teto e, membros e pessoas estavam separados em outros membros de outras pessoas, fazendo o que seria um ritual de sangue para o mais perverso dos demônios.

No centro dessa gruta, 100 homens com auras do segundo reino sentam em círculo, unidos com correntes verdes que emanam poder cármico.

No meio destes 100 homens, duas auras de nível ancião. Um altar é contemplado na frente deles. Três jovens ainda vivas, porém com seus corpos cortados para que seu sangue preencha o altar podem ser vistas.

Mas, em uma cruz, algo que faz o peito de Mythro queimar em ódio é visto.

Quem ele veio procurar está com sua cabeça decepada presa por uma espada em sua vagina, com seus seios castrados, em nenhum lugar para ser visto e sua garganta agora é alicerce de um candelabro verde-escuro com chamas vermelhas sustentadas por velas de carne.

Olhando de forma mais aguda para as velas, o pequeno NOVA percebe a presença de mamilos em uma delas.

“Que destino terrível...” — Ammit comenta com sua mão no peito.

“Sua cosmicidade foi consumida pelo ritual. Perceba também o que está atrás dos homens, em linha reta ao altar.”

Mythro não se dá o luxo de ver na mesma hora que Gornn aponta. Ele continua olhando a cabeça perfurada da menina.

Ele se lembra vagamente da matança que aconteceu no Abismo, há tantos anos atrás.

— Antes de eu sair desse planeta, juro que estas Seitas Malignas serão erradicadas. Por sua memória!

Uma membrana azul toma o corpo do pequeno NOVA e logo some. Não era a primeira vez que ela aparecia.



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