Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vanconcelos


Volume 2

Capítulo 39: Pesadelo Do Passado

O Primordial Vermelho, acompanhado por dois subordinados, se teletransportou para a Floresta do Desespero, surgindo no céu da vila.

Alguns moradores que estavam fora de casa sentiram um medo profundo, olharam para cima e tiveram a mesma reação: correr desesperados, gritando, enquanto o fogo caía dos céus, destruindo as construções.

Anna terminava seu suco quando ouviu os gritos.

Pahc.

Bateu a grande caneca na mesa e abriu a porta de casa.

Assim que avistou as vestes vermelhas longas balançando ao vento no céu, suas pupilas se contraíram, seu coração foi tomado pelo ódio, e a memória da última vez que viu sua mãe gritou em sua mente.


[ Ano 105.

Anna dormia profundamente quando sua mãe a sacudiu para acordá-la.

— Anna, Anna, acorda!

Ainda deitada e sonolenta, ela murmurou:

— Hum... Oi?

Crash!

Nesse momento, destruindo o telhado, uma subordinada de Vermelho entrou, atacando-as.

BAM!

A mãe desviou a espada com a mão, acertou um chute nas costas dela, destruindo-a.

BUM!

O corpo da subordinada foi lançado ao lado de uma porta mágica, colidiu com a porta da casa e continuou capotando pela mata ao redor da vila.

Anna acordou ao ver aquilo, e sua mãe olhou para ela, colocando as mãos em seus ombros.

— Minha Lua, corra e não olhe para trás, apenas corra o mais longe que conseguir.

— Mas mãe...

A Bruxa dos Demônios, Muah! beijou a cabeça de Anna e a empurrou pela janela atrás da cama, usando uma correnteza de água para levá-la.

Com um sorriso triste, a mãe se virou e criou uma foice de água. Anna, chorando, obedeceu às ordens de sua mãe, correndo sem olhar para trás.

Quando a chuva começou a cair, suas lágrimas se misturaram com a água enquanto corria, sem parar. ]


Anna, consumida pelo ódio, criou uma foice de água e saltou na direção de Vermelho, que não sentiu sua presença.

Por acaso, se virou e a viu se aproximando.

"Ela não tem presença nenhuma?!"

BUMM!

Vermelho desviou do ataque de Anna e, com a perna envolta em chamas, desferiu um chute em suas costas, provocando uma explosão que a lançou para longe, até perto do rio onde ela e Nino costumavam treinar.

Ele avançou rapidamente, enquanto Anna, ao cair, rolou no chão e lançou duas foices de água presas a correntes em sua direção. Vermelho, ao ver as correntes, lembrou-se de uma jovem—Emília, a Bruxa dos Demônios—que nunca disse seu próprio nome.

"Quem é você?... Por que luta como ela?"

Vermelho tentou segurar as correntes, mas elas se transformaram em líquido, atravessando as mãos e braços antes de voltarem a ser lâminas sólidas.

Ploch!

Que se cravaram em suas costas.

Crunch!

Anna as puxou com força, rasgando o corpo de Vermelho enquanto ele se regenerava.

BAM!

Desestabilizado, Vermelho recuou, e Anna avançou, desferindo um soco com uma adaga no rosto.

Vermelho foi arremessado para trás, regenerando-se enquanto capotava e parava em pé de costas para Anna.

Ela se preparou para atacá-lo novamente, mas ele rapidamente criou uma espada de sangue em chamas, abaixou-se e a arremessou por baixo das pernas.

PLOCH!

Atingindo Anna na barriga.

Sccrrrchh...

Ela foi arremessada para trás, caindo de joelhos enquanto sangrava pela boca, tingindo a grama com seu sangue azul-claro.

— Achou mesmo que eu ficaria de costas para um inimigo? — Vermelho sorriu, mas sua expressão mudou ao se lembrar de Emília. — Garota idiota. Quem é você? Tudo em você me lembra uma ladra de merda.

Anna, com as mãos na espada, sentia uma dor intensa enquanto tentava removê-la, gemendo de agonia.

— Arggh!

— Você é filha da adolescente que roubou o livro?

— ...Aaagth... — Anna tentava ganhar tempo, buscando uma estratégia para remover a espada e atacar Vermelho sem prolongar a luta, querendo matá-lo de uma vez.

— Responda, inseto! — Vermelho a olhava com desprezo.

Com muito ódio, Anna ergueu os olhos para ele.

— Essa ladra era minha mãe, seu DESGRAÇADO!

— Oowt... Que carinha é essa? Que peninha... — Vermelho abriu um sorriso sádico, respondendo com crueldade — Minhas criações adoraram brincar com ela.


[ Ano 105.

Emília, dormindo abraçada a Anna, acordou ao ouvir gritos e muitos barulhos.

Levantou-se da cama e passou ao lado de uma porta mágica no meio da casa, indo em direção à porta de entrada. Ao sair, deparou-se com a vila sendo atacada.

— Onde está o livro?!

— Não se...

Fruuuaaarrr! 

Uma das três criações de Vermelho incinerou o morador após não receber a resposta que queria.

Emília correu de volta para o quarto onde Anna dormia, começando a sacudi-la para acordá-la.

— Anna, Anna, acorda!

Ainda deitada e sonolenta, ela murmurou:

— Hum... Oi?

Crash!

Nesse momento, destruindo o telhado, uma subordinada de Vermelho entrou, atacando-as.

BAM!

A mãe desviou a espada com a mão, acertou um chute nas costas dela, destruindo-a.

BUM!

O corpo da subordinada foi lançado ao lado de uma porta mágica, colidiu com a porta da casa e continuou capotando pela mata ao redor da vila.

Anna acordou ao ver aquilo, e sua mãe olhou para ela, colocando as mãos em seus ombros.

— Minha Lua, corra e não olhe para trás, apenas corra o mais longe que conseguir.

— Mas mãe...

Emília, Muah! beijou a cabeça de Anna e a empurrou pela janela atrás da cama, deixando-a ser levada por uma correnteza de água. Com um sorriso triste, Emília se virou e criou uma foice de água.

De repente, a subordinada que Emília havia chutado para longe viu uma garota correndo.

— Aquela garo...

Ploch!

Sentiu seu coração sendo perfurado.

À sua frente, seus olhos revelaram Emília, com a foice cravada nela.

Phah!

Emília a chutou, retirando-a da lâmina e fazendo-a cair para trás com um buraco no peito.

— Um já foi.

Emília deu um passo à frente e o corpo da subordiana se levantou em suas costas.

— Não estou morta... — ela disse, com a cabeça baixa e rindo. — Tenho mais de um núcleo, sua idiota.

Emília olhou para ela e percebeu a chegada de mais dois: Ezze e Lezze.

Seres humanoides que lembravam seu criador, mas claramente mais fracos. A única diferença eram as marcas em seus pescoços, símbolos mágicos, que eram a única coisa que os tornavam relevantes para Emília.

Ela notou o símbolo no pescoço de Ezze.

"Absorção de magia. Que merda!"

Os três avançaram, mas Emília apenas esperou que chegassem.

BAM!

Quando atacaram, ignorou Ezze e contra-atacou Lezze e Dezze, chutando-os para longe. Em seguida, envolveu a mão com uma magia da lua brilhante em azul e avançou em direção a Ezze.

Era um blefe.

Assim que o soco chegou, desfez a magia.

BAAMM!!

Ezze fez um selo de mão para absorver, mas, como era pura força bruta, recebeu o soco e foi empurrado alguns metros para trás.

Ainda de pé, Ezze voltou o olhar para frente e Emília passou sua foice verticalmente, de baixo para cima, cortando-o ao meio.

Shk!!

No entanto, ele conseguiu se afastar minimamente, fazendo-a errar o corte e acertar o queixo dele, dividindo sua face em duas.

"Preciso matar esse o mais rápido possível!"

Ezze, desequilibrado ao tentar desviar, caía com uma regeneração muito lenta, já que era apenas uma criação de um Primordial com um pouco do seu poder.

Com o corpo ainda quase na vertical, Emília girou após cortar sua face e deu um corte horizontal na altura do coração.

Tinn!

Lezze interveio com a espada em posição vertical na frente, usando todo o corpo para desviar a lâmina enquanto Ezze caía no chão.

Assim que a espada bateu no cabo da foice, Emília fez a foice se tornar líquida e passar pela espada, voltando a ser sólida.

Shkrunch!

Embora a velocidade tenha diminuído drasticamente, a barriga de Lezze foi aberta.

Emília avançou com um soco de mão direita em seu peito para perfurar o coração, BUM! mas Lezze usou uma explosão de magia de fogo para tentar se salvar.

Emília se manteve parada, não a machucou, mas fez um pouco de fumaça à sua frente, momento em que Dezze a atacou pelas costas.

Blublubob!

Uma bolha de água surgiu à frente de Dezze, prendendo-a.

Manipulando a água, Dezze foi elevada ao céu em poucos segundos, e, antes que pudesse pensar em cair, a bolha estourou.

Ploch!

Emília surgiu com a lâmina da foice cravada no peito de Dezze, enquanto se mantinha agachada nas costas dela.

No instante em que Dezze sentiu-se ser empalada, Emília murmurou em seus ouvidos enquanto girava o próprio corpo verticalmente em 360 graus, cortando a carne dela:

— Lua D'Água.

BOOOOMMMM!!

Uma enorme Lua Azul se formou no céu, transformando a noite em um azul profundo com uma chuva incessante.


Vermelho sentia algo dentro de uma casa e entrou na residência de Emília.

Caminhando com as tábuas rangendo sob seus pés, passou ao lado da porta mágica brilhante, sem nem mesmo se dar conta de sua presença.

Chegou até uma cama de solteiro e, ao lado dela, encontrou o Livro Sagrado que havia vindo buscar.

— Por que estão demorando tanto?

Vermelho pegou o livro, saiu da casa e viu uma jovem com Ezze e Lezze a encarando, sem querer avançar.

"Quê? Ela não tem presença?!"

"O único que viu Anna está morto. Faltam três."

Emília, com a cabeça baixa enquanto as gotas de chuva caíam ao chão, criou duas foices ligadas por correntes.

Poc!

Vermelho piscou quando uma gota caiu nos olhos e, ao abrir, viu Emília em sua frente, com as correntes cortando o ar, uma no pescoço e outra direcionada ao seu coração.

Mas não adiantou.

Vermelho segurou as foices e as puxou.

Emília foi arremessada na direção dele com grande velocidade.

BAAM!

E ele a acertou com um chute em seu peito, lançando-a para trás.

Logo criou uma espada com seu sangue em chamas e lançou dois cortes à frente.

CR-RUNCH!

Mesmo com a chuva, os cortes atingiram Emília, cortando os dois braços fora.

— AAAAAAAAARGH!

Aquela dor era algo que ela nunca havia sentido antes, e a fez lembrar-se de algo: naquele momento, ela não vestia seu Tesouro de Bruxa.

"Esqueci que não estou com a roupa... EU VOU MATAR TODOS VOCÊS!" Com um sorriso forçado de ódio no rosto, ela viu Vermelho avançar em sua direção.

Emília ficou de pé e, assim que Vermelho chegou perto, os dois braços se regeneraram instantaneamente, avançando com uma adaga entre os dedos.

Vermelho, surpreso com aquilo, se distraiu em pensamentos:

"Como ela regenerou?!"

BAAM! 

Com os olhos bem abertos, recebeu um soco na cara.

Vermelho foi arremessado para trás com um buraco entre os olhos. No instante em que o buraco se regenerou, viu Emília, que sangrava pela boca enquanto criava uma enorme lança de água.

Emília a arremessou, e ele a segurou, tentando virá-la, mas esse era o plano dela. Fazendo a lança se tornar líquida novamente, a enrolou em seu pescoço como um cachecol e solidificou, o enforcando.

Emília correu em sua direção, TSSSSSS! e ele conseguiu evaporar a água.

Ela chegou cortando com a foice, mas Vermelho se jogou para o lado, desviando. Criou uma espada e tentou cortá-la, mas ela desviou, fazendo uma abertura com as pernas.

CRECK!

Chutou fortemente as pernas dele, quebrando-as.

Sem apoio, o Primordial começou a cair.

A Bruxa se levantou após o chute e, com a foice vindo para cortá-lo ao meio.

Ploch!

Acertou o braço esquerdo de Vermelho, continuando pelo peito até o coração.

BAM!

Nesse momento, Lezze apareceu, acertando um soco na barriga dela, fazendo a foice mudar sua rota e arrancar a parte superior esquerda do corpo de Vermelho.

Sccrrrchh...

Quando ela caiu no chão, Vermelho regenerou e se levantou rapidamente, lançando cortes no ar.

Emília tentou desviar, mas teve que escolher entre ser cortada no coração e morrer ou perder alguns membros e regenerar.

CR-RUNCH!

Perdeu novamente os dois braços e sofreu um corte profundo na perna.

— AAAAAAAAAAAARRRRGHH! — rangendo como um monstro, Emília lançou um olhar fixo para Vermelho, desejando matá-lo.

O Primordial olhou para si e percebeu que seu corpo se regenerou, mas não por completo; parecia que apenas uma casca de pele havia se formado, enquanto sua carne e órgãos internos ainda doíam e a regeneração permanecia incompleta.

"Por isso aqueles idiotas perderam? O livro... Ela tem conhecimentos da Deusa..."

Lezze e Ezze aproveitaram ela caída e curvada no chão e atacaram.

Antes que chegassem, Emília se regenerou instantaneamente, com muito sangue escorrendo da boca.

Vermelho percebeu isso e viu Emília se regenerar com um soco brilhante em magia azul, indo em direção a Ezze.

Ele caiu novamente no blefe, mas desta vez foi diferente.

Emília avançou com o soco, e, ao invés de acertar, errou de propósito, girando o corpo. Ezze fez o selo, mas ela voltou o soco logo após ele errar e acertou o meio da sua cara.

BUUMM!

Ezze foi arremessado, com a parte do peito para cima desintegrado, Sccrrrchh... e caiu no chão, mole. Mas Vermelho continuava vivo, e seu coração ainda batia.

O lento processo de regeneração começou.

Lezze veio pelas costas de Emília, e ela percebeu, virando ligeiramente o corpo para o lado e fazendo-a errar o ataque. Ao levantar a cabeça para olhar Emília, Lezze só conseguiu ver um borrão.

BAAM! BAAM!

Emília a socou, esmagando seus olhos com dois socos seguidos. Em seguida, deu uma rasteira, criando uma foice de cabeça para baixo enquanto Lezze caía.

Emília levantou a perna direita para pisar nela, empurrando-a em direção à lâmina. Nesse momento, viu dois cortes passando enquanto evaporavam as gotas da chuva.

SHK-SHK!

Desviou-se para trás, e Lezze conseguiu se salvar. No entanto, Vermelho não errou completamente; os cortes atingiram o corpo incompleto de Ezze, que absorveu com seu selo e devolveu o poder duas vezes mais forte em Emília.

A Bruxa não conseguiu desviar daquela velocidade. Tentou juntar seu corpo, mas foi lenta demais.

CRUNCH!

Enquanto seu corpo pairava no ar do primeiro ataque, o segundo cortou seu braço esquerdo pela metade, seu braço direito inteiro e sua perna direita quase inteira.

— AAAAAAAAAAAAAAAARRRGGHH!! — gritou intensamente, sentindo uma dor agonizante, caída no chão e rangendo os dentes.

Vermelho se aproximou e levantou a cabeça de Emília, puxando o cabelo para cima.

— Já entendi você... Trocando sua vitalidade por energia para se regenerar. Você é uma idio...

Ptu!

Pá!

Emília cuspiu no rosto de Vermelho, que voltou um tapa. Tsss... Estressado, viu o cuspe evaporar em sua pele.

— Fez tudo isso para proteger o seu livro roubado, ladra de merda? Se divertiu fingindo ser uma bruxa?

— Você nem deve conseguir ler o que está escrito.

Vermelho soltou a cabeça e se virou enquanto respondia:

— Um presente da minha Deusa à Primordial da Lua... Como eu não saberia ler?

Emília aproveitou ele distraído tentando provar algo que não era e se regenerou instantaneamente, avançando rapidamente em Vermelho.

Crunch!

O Primordial percebeu a tempo e conseguiu evitar ser cortado ao meio verticalmente, mas perdeu o braço direito, cuja carne ainda não havia se regenerado completamente.

Vermelho regenerou novamente, mas apenas o suficiente para conseguir mover o braço.

Com a regeneração debilitada, não se importou e, usando o mesmo braço, criou uma espada e lançou um corte.

Emília desviou, criando duas foices com correntes.

P-PLOCH!

Arremessou as foices, errando o alvo inicialmente, mas depois as puxou, cravando-as nas costas de Vermelho.

BAAM!

Ele foi penetrado e ela o puxou, enquanto pulava e criava duas lâminas sob suas sandalhas de sangue da lua.

Com essas lâminas, acertou uma voadora de dois pés no rosto dele.

Ezze e Lezze avançaram tentando ajudar Vermelho.

Emília disparou uma magia da lua, brilhando como se fosse o universo, em direção a Ezze.

Ele fez o selo de mão, encostando a ponta do dedo anelar no polegar para formar um círculo, com o indicador e o médio estendidos e juntos, e o mindinho também reto, alinhado com os outros dedos. Ezze absorveu toda a magia e logo a devolveu em direção a Emília, que sorriu ao encará-lo.

Lezze não havia parado de avançar depois que viu Emília errar.

Chegou perto, mas Emília, extremamente rápida, imobilizou Lezze e a usou como escudo.

BOOOOMMM!!

Lezze teve o corpo quase completamente desintegrado, restando apenas parte da perna direita e pé esquerdo.

— Menos dois.

Ezze ficou desesperado depois de lançar o ataque de volta.

— LEZZE!!!

— Presta atenção, imbecil!

PLOCRUUUNNCH!!

Emília cravou uma espada de sangue da lua no pescoço e o rasgou de cima para baixo, deixando-o caído no chão sem conseguir se regenerar.

— Menos três.

Vermelho permaneceu diante dela; os dois se encararam a uma distância de 10 metros.

"Essa chuva tá me irritando." — Mesmo que saiba muitas coisas por ler as palavras da Deusa, você não tem poder suficiente. E ainda mais usando sua vitalidade para se regenerar. Não vai demorar muito para cair no chão morta.

— Está preocupado comigo agora? — Emília o encarava nos olhos enquanto começava a caminhar lentamente na direção dele, criando uma foice. — Eu tenho tempo de sobra para dar a surra que o genocida deixou de dar em vocês.

— Uuh... Conheceu Preto, é? — Vermelho a encarava de volta, um sorriso irritado no rosto, enquanto criava uma espada e começava a caminhar também.

— Não sou do tipo que gosta de conversar. Ele não soube escutar um "não". Não deveria ter deixado ele vivo também.

— Ganhando tempo para descansar, é?

— Tsc... Não me compare com você.

Os dois deram mais um passo simultaneamente e correram, cortando o chão com um rastro de fogo e água enquanto trocavam golpes de lâminas.

Tinn-tinn-tinn!

Emília pulou e executou três giros perfeitos com golpes de foice.

Vermelho bloqueou todos os ataques e, ao descer, Emília fez uma abertura de pernas e continuou com um corte adicional.

Bum!

Vermelho usou uma pequena explosão nos pés para desviar e se afastou de costas no ar.

Estendendo a mão para Emília, lançou uma onda imensa de fogo em sua direção.

Emília pulou e, no ar, realizando um mortal, passou a foice pelo fogo, dizendo:

— Lua Nova.

ShkBUUUMM!!

Um corte completamente diferente de tudo que Vermelho já havia visto atravessou o fogo e o atingiu, causando-lhe uma dor nunca antes sentida.

CRUNCH!

Do ombro esquerdo para baixo, ele foi cortado em dois.

Regenerou-se novamente, mas com metade do corpo internamente incompleta, tinha tudo lá, mas de forma superficial.

Após o leve alívio da dor, Vermelho viu uma enorme onda de água se aproximando de seu corpo, mais um blefe de Emília.

TSSSSSS...

Com os olhos arregalados, lançou uma parede de fogo rápido, evaporando a água.

PLOOCHH!!

Emília surgiu em sua frente e deu um soco no peito dele, tentando atingir o coração.

Ele não conseguiu se mover, mas deslocou o coração por dentro do corpo para desviar do ataque.

Emília sabia exatamente onde ele estava, mas, antes que cada soco na sequência que ela continuava fazendo atingisse o coração, ele conseguia desviar para não morrer.

BLAMCH!-BAMTCH!

A Bruxa não parava de socá-lo, e ele, com o corpo precisando de tempo para regenerar, não conseguia revidar.

Apenas usou suas energias para movê-lo internamente o mais rápido que conseguia.

Desesperado, vendo-a com um olhar doentio e uma expressão de desdém—o mesmo olhar que ela possuía quando tinha 13 anos—ele gritou desesperado:

— RAGNAROK!

ROOAARRRR!!

À sua frente, uma enorme boca se fechou, CRUNCH! mordendo-a.

Um Dragão Colossal de cor vermelha surgiu, o Ragnarok de Vermelho levou Emília para o céu enquanto a mantinha queimando em sua boca.

Ela já esperava, ela já sabia, ela era o "counter" perfeito de todos os primordiais.

Crunch!

A boca do Ragnarok foi cortada, e com um salto, Emília passou a foice em direção ao Dragão abaixo dela no céu.

— Lua Nova.

O corte atravessou o Dragão ao meio, que morreu e se desmaterializou instantaneamente.

Ssshhkk...

O corte atingiu o chão, ecoando como um chicote.

BAAUUUMM!!

Vermelho fugiu de lá; se escondeu em um galho de uma árvore densa.

Quando seu Ragnarok foi morto, ele segurou com todas as forças que lhe restavam para não vomitar sangue e fazer barulho devido à dor de perder um poder tão grande ligado diretamente ao seu ser.

Emília aterrissou de pé ao lado do buraco deixado pelo corte.

Manteve a cabeça baixa enquanto a chuva caía sobre ela, tentando dar-lhe energia.

Não tinha sua foice em mãos, apenas ficou parada, sem regenerar os machucados da mordida em seu corpo. Sabia que não podia gastar vitalidade para regenerar aqueles buracos em suas costas. Continuar sangrando era mais viável.

— Covarde.

Vermelho, na árvore e molhado pela chuva, tentava respirar o mais calmamente possível, sem fazer nenhum ruído.

— Vocês não passam de covardes. Tsc... — deu uma risada leve e irônica. — Ela sempre cuidava de mim, me observando através da lua no céu. Mesmo sem dizer uma palavra, mesmo não estando ao meu lado, ela sempre estava lá, observando como eu estava. Da mesma forma que o genocida do Blacko, queria matá-los, mas nunca fez isso por ela. Eu não matei seus irmãos por respeito à minha imperatriz. Vocês são repugnantes, não passam de covardes assustados.

Emília continuou com a cabeça baixa, sentindo a chuva molhar seus cabelos brancos e limpar suas feridas.

— Eu posso morrer hoje, mas eu te juro, Vermelho. — uma foice de água começou a se formar lentamente em sua mão direita. — Eu te juro que você vai morrer com uma foice de água cravada em seu peito.

Vermelho olhou para ela entre as folhas, mas ela já havia sumido.

Suas pupilas se dilataram de medo e, virando o rosto para trás, viu Emília passando a foice. Vermelho criou rapidamente uma espada, mas a foice acertou-o, arremessando-o com muita força ao chão.

BUUMMM!!

Seu corpo quicou e se levantou. Armado com uma espada em cada mão, Vermelho cortou o ar em um padrão de "hashtag", disparando um ataque contra Emília.

Ela não desviou o olhar dos olhos dele. Ele sentia medo—medo daquele ser que não possuía presença.

SHK!

A Bruxa juntou o corpo no ar, como uma raposa caçando, e passou pelo meio do corte. Mesmo que o ataque tenha passado de raspão em um de seus braços, ela continuou avançando com a foice em direção ao coração de Vermelho.

PLOOCHH!!

Vermelho mudou o coração de lugar, mas sentiu a foice de Emília crescendo dentro de seu peito, caçando seu coração.

— ARRRRGGHH!

Enquanto gritava em agonia, o coração tentava desviar da lâmina até que não havia mais espaço.

Plorchh!

Projetou seu coração para fora do corpo; enquanto o coração voava, um novo corpo se formou.

Ainda no ar, viu duas foices acopladas a correntes cortando o vento em sua direção.

PLOOCCHH!!

As foices perfuraram novamente seu peito.

Desesperado, Vermelho tentou desviar o coração para fora do corpo, que ficou conectado apenas por linhas de sangue, e tentou segurar as correntes para quebrá-las, mas não conseguiu.

Não eram correntes de água, mas correntes feitas do sangue mais forte.

CRUUNNCCHH!!

Suas mãos foram cortadas.

Emília puxou seu corpo para perto dela, e com seu olhar mostrando todo o seu medo, Vermelho gritou novamente:

— RAGNAROK!!!

ROOAARRRR!!

CRUNCHH!

Emília foi abocanhada pelo Dragão que ela não conseguiu ver se materializando.

Vermelho conseguiu se salvar do sangue dela e, ainda no ar, dentro da boca do Dragão, ela recriou sua foice. Desta vez, a foice não era azul, mas preta.

BUUMM!!

A boca do Dragão explodiu, e, com um corte, ela disse:

— Lua Negra.

SSSSSSHHHKK... BAAAAUUUUMMMMM!!!

Seu corte apagou aquele Ragnarok da existência, descendo até colidir com o chão, onde criou uma fenda dimensional semelhante a um buraco negro, puxando tudo para dentro.

Em nove décimos de segundo, a fenda se fechou; sem seu Tesouro de Bruxa, que lhe fornecia energia mágica ilimitada, ela não conseguiria mantê-la aberta por mais tempo.

Vermelho abaixou a cabeça, vomitando, incapaz de conter a dor de perder seu Ragnarok.

Parte de seu corpo foi sugada pela fenda, e sua regeneração não conseguiu reconstituir, nem mesmo superficialmente, a parte direita de seu corpo que foi puxada para dentro devido à perda de um poder tão grande quanto o Ragnarok.

Olhou para frente com seu olho esquerdo, e sua regeneração naquele momento parecia a de um demônio comum, que leva anos para regenerar uma simples mão.

Seu olho tremia enquanto ele sentia um profundo desespero.

Emília se aproximou com sua foice, agora azul, cortando o ar na altura do coração e começando a dividir o corpo dele ao meio. ]



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