Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vanconcelos


Volume 2

Capítulo 26: Invicta

Nino saiu em busca de animais para começar o projeto de pecuária sugerido por Roberto, enquanto Minty o seguia, tentando não ser notado.

Já afastados da vila, Nino sabia que Minty o seguia desde o início. Então, parou de andar e ficou esperando que Minty criasse coragem para dizer o que queria. Após um bom tempo parado, Nino começou a se irritar e decidiu ele mesmo perguntar:

— O que você quer?

Minty apareceu e respondeu:

— Nino... Você poderia me treinar para que eu fique mais forte e consiga proteger a Nina? — Minty foi se aproximando pelas costas de Nino.

— Eu... Eu não devo ter ouvido direito. Pode repetir? — Nino se virou, olhando diretamente nos olhos de Minty.

— Eu quero que você me trei...

BAM!

Antes que Minty terminasse, Nino lhe deu um leve soco na barriga — não queria matá-lo tão rápido — arremessando-o para longe. Antes de ser lançado, ele banhou o braço de Nino com seu sangue. Minty caiu no chão e, ao tentar se levantar, não conseguiu; apoiado com seus joelhos e mãos, vomitou mais sangue.

Nino olhou para o braço sujo com o sangue de Minty, que começou a queimar em chamas escuras até limpá-lo completamente. Aproximando-se lentamente de Minty, que estava no chão como um animal indefeso, Nino deu sua resposta:

— Você é fraco. É você que precisa de proteção aqui. Em uma luta, você seria apenas um fardo para ela.

— Menti...

BAM!

Minty tentou levantar a cabeça para responder, mas Nino o chutou na barriga, arremessando-o ainda mais longe. Minty capotou no ar e, por falta de sorte, caiu em pé.

— Uuuh... Aguenta mais um? — Nino sorriu, sua marca brilhando em um preto absoluto.

BAM!

Incapaz de se mover, Minty levou mais um soco na barriga, que o lançou contra uma árvore. Ele bateu as costas com força, sangrando e abaixando a cabeça enquanto caía sentado no chão. Nino se aproximou lentamente, as mãos nos bolsos da calça, olhando para Minty de cima. Ele observava a respiração dolorida de Minty, enquanto o sangue escorria de sua boca.

— Levanta e vai embora! — Nino, com desprezo, se virou e começou a se afastar.

Depois de alguns segundos, Minty, ainda ferido, se levantou atrás de Nino e fez um selo com as mãos, juntando as palmas viradas para baixo, com os dedos tocando os pulsos dobrados de ambos os braços.

"Vou te mostrar quem é fraco!" pensou Minty, preparado para atacá-lo. Mas, quando deu seu primeiro passo, um grande olho surgiu diante dele, encarando-o. Minty paralisou de medo.

Nino, ainda de costas, lhe deu uma segunda chance:

— Já foi ou quer apanhar mais?

O olho desapareceu, e Minty, tomado pelo medo, cancelou seu selo de mãos. Olhando para Nino de costas naquela floresta que começava a escurecer, Minty se virou e, obedecendo Nino, foi embora.

Nino olhou de canto de olho e continuou sua busca por animais.


Minty chegou à vila e entrou na casa de Anna, onde todos estavam à mesa, comendo e conversando. Assim que o viram entrar, destruído e mancando, Clarah se levantou rapidamente e foi até ele.

— O que aconteceu?! — Clarah perguntou, visivelmente preocupada.

— Pedi ao Nino que me treinasse, mas ele só me xingou enquanto me socava na barriga, perguntando se eu aguentava mais um.

— E você simplesmente desistiu e veio embora?

— Sim... 

— Então você falhou no teste. — Anna respondeu, olhando para Minty com um olhar apático e desinteressado. "Nino tentou te matar, por quê?" — Ele iria te treinar se você tivesse resistido e dito que aguentava, mas desistiu depois de alguns golpes.

— Mas ele não disse nada.

"Claro que não, ele queria te matar." — Era um teste. Se ele tivesse te avisado, talvez você só aguentasse porque sabia que ele iria te treinar. "É uma mentira ridícula, mas por que ele te deixaria vivo se quisesse te matar? Não faz sentido..." — Anna estava cheia de dúvidas sobre as intenções de Nino.

— Você também é forte... Poderia m...

— Não.

— Por favor.

— Se você não aguentou alguns socos que ele provavelmente segurou, treinando comigo você provavelmente morreria. — Anna se virou e tomou um gole do seu suco favorito.

— ...

— O único que treinei foi o Nino. Não quero treinar mais ninguém.

— E quem venceu? — Nina perguntou, curiosa.

— Eu venci todas as vezes.

— Isso é impossível.

— Mas ontem, no último dia de treino antes de irmos resgatar os escravos, deixei ele ganhar para que ficasse motivado e confiante para enfrentar o Primordial Verde.

— É impossível que meu irmão não tenha vencido nenhuma vez.


Nino voltou à vila trazendo consigo um gado bem gordo e o entregou para Roberto, que o levou ao celeiro que Nina havia ajudado a construir naquela tarde. Após isso, Nino retornou para casa, e ao abrir a porta, ouviu a conversa:

— Bora um duelo, Anna. Só assim vou acreditar nisso.

— Nina?

— Oi. Já chegou?

— Não, não. Tá me vendo aqui, não, animal?

Nina o encarou com um rosto antipática.

— Você é idiota de desafiar ela para um duelo? Quer morrer?

Anna riu de canto de boca, soltando um leve barulhinho.

— Ela disse que ganhou de você em todos os treinos.

— Aí, mentiu. Eu ganhei o último.

Nina lembrou de Anna dizendo que deixou ele ganhar o último.

— É só um duelo rápido, não é pra matar ninguém.

— Você que sabe — Nino respondeu, dando de ombros.

— Bora então, Anna? Um duelo apenas. Rapidinho — propôs novamente, olhando para Anna.

Anna esticou os braços para cima, espreguiçando-se.

— Bora!


Elas se afastaram um pouco da vila e se posicionaram frente a frente, enquanto os últimos raios dourados do sol iluminavam o ambiente.

— Com ou sem arma?

— Tanto faz. Nino, você quer ir com ela?

— Tô de boa... Tá, vou contar. 3... 2... 1... Comecem!

Nina avançou com uma espada, tentando cortar o pescoço de Anna, mas ela segurou a lâmina com a mão. Nina ficou assustada, e pensamentos passaram rapidamente por sua cabeça: "Hã?!" A mão de Anna sangrava levemente, com um tom de azul-claro. "Sangue azul-claro...? Mas seu cabelo é branco!" Anna, com um olhar entediado, a observou nos poucos milissegundos em que Nina estava perdida em seus pensamentos.

CRASH!

Anna apertou a espada, destruindo-a, e Nina deu um passo à frente, perdendo o equilíbrio. Ela tentou socar o rosto de Anna, mas, com a mesma mão que havia sido cortada e já estava curada, Anna segurou o punho de Nina. BAAMM! Com a outra mão, Anna acertou um soco na barriga de Nina, lançando-a para trás. Crunch! O braço de Nina foi arrancado e, ao ser descartado no chão, virou fumaça preta.

Anna criou uma foice de água e pulou, dando uma pirueta no ar enquanto desferia um golpe no vento em direção a Nina.

"Lua Nova." pensou, e um corte rápido foi lançado na direção de Nina.

Nina se regenerou enquanto voava, fez um rolamento no chão e se virou para encarar Anna. Ao abrir os olhos, ficou assustada ao ver que o corte de Anna estava a centímetros de seu rosto. Crunch! Ela se jogou rapidamente para a direita, mas mesmo assim, sua mão esquerda e parte de sua perna foram cortadas.

Ela se regenerou instantaneamente, mas ainda agachada no chão, sentiu algo gelado encostar levemente em seu pescoço. Anna estava atrás dela, em pé, segurando o cabo da foice de maneira descuidada, apenas com dois dedos, deixando-a solta. A lâmina tocava o pescoço de Nina, que olhou para cima, encontrando os olhos de Anna.

— Acabou.

Minty, Jaan, Clarah e Nina ficaram assustados, mas Nino, deitado no chão, apoiando o rosto nas mãos, estava todo feliz, com um sorriso apaixonado, balançando as pernas para trás e para frente.

— Essa é minha mulher.

Os três, sentados ao lado de Nino, viraram lentamente a cabeça para olhá-lo, todo bobo, enquanto ele encarava Anna.


— É, eu perdi.

Anna estendeu a mão, e Nina a segurou. Após ser ajudada a se levantar, Nina disse:

— Você é muito forte, Anna.

— Talvez não seja o suficiente... — Anna murmurou baixinho, e Nina não ouviu claramente.

— Não entendi.

— Seus amigos estão vindo. — Nina se virou e viu Minty, Jaan e Clarah correndo em sua direção. Quando olhou de volta para Anna, ela havia desaparecido. Nina olhou à frente e viu Anna ao lado de Nino.

— Você está bem? — perguntou Clarah, preocupada.

— Ela é muito forte... Mas estou sim. — Nina riu e disse: — Vamos pra casa.

Eles seguiram Nina, mas Clarah percebeu que Minty não estava com eles. Ela voltou até o local do duelo e o encontrou ao lado de uma das divisões do rio da floresta.

— Não vai ir embora?

— Se eles não querem me treinar, eu vou treinar e ficar forte sozinho.

— Ah... Tudo bem. — Clarah saiu um pouco desanimada com a resposta de Minty.


Clarah voltou para casa.

— Clarah, o Minty não está com você?

— Não. Ele disse que iria treinar sozinho.

— Ele é assim mesmo. Logo ele volta ao normal.

— Acho que não, Jaan. Dessa vez ele está diferente. Por algum motivo, ele quer ficar mais forte.

Nino, sem se importar com a conversa, apenas se virou e subiu as escadas.

— Estou indo dormir. Boa noite a todos.

Anna seguiu Nino, subindo as escadas.

— Estou indo também. Boa noite, gente. Amanhã ele deve estar mais tranquilo, como o Jaan disse.

— Não sei, Nina. Espero que sim.

— Se eu tivesse moedas comigo, apostaria com você.

— Pobre...

— CALA A BOCA, GAROTA, VOCÊ TAMBÉM NÃO TEM! — Jaan encarou Clarah com raiva.

— Vocês dois não param, né?

— Pessoas burras me irritam.

— Boa noite. Não estou afim de conversar com gente burra. — Jaan subiu as escadas.

— EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ, VOLTE AQUI!

PAH!

Clarah correu atrás dele, e ele bateu a porta na cara dela.

— SEU MOLEQUE...

Do outro lado da porta, Jaan respondeu:

— Só pessoas burras discutem por trás de uma porta.

— E o que você acha que está fazendo, seu imbecil?

Jaan fez uma expressão travada ao perceber que ela tinha razão.

— ...Mas eu não te perguntei.

Nina, no corredor, começou a rir enquanto abria a porta do seu quarto.

— Boa noite, Clarah. — Ela fechou a porta rindo.

— Boa noite. — Clarah deu um tchauzinho, também rindo.

Clarah entrou em seu quarto e fechou a porta. Embora ainda risse um pouco, sua expressão logo se tornou mais abatida enquanto se dirigia para a cama. Do outro lado, Jaan estava na mesma situação, sentado no chão, encostado na cama e olhando para a mesinha à sua frente.


Nino estava deitado na cama com Anna.

— Você hesitou na hora de matá-lo?

— Aquele inseto disse que queria proteger a Nina.

Anna não conseguiu se conter e começou a rir. Nino a viu rindo e deu uma risadinha também.

— Ficou com ciúmes e bateu nele depois?

— Só existe uma pessoa que eu quero ao lado da minha irmã.

— Quem?

— Você ainda vai conhecer ela.

— Ela? Sua irmã gosta de garotas?

— Sim. O nome dela é Nathaly. O problema é que ela usava minha aparência pra ficar com ela e ainda não contou a verdade pra  Nathaly.

— Você já fez algo com essa garota?

— Ela já me roubou um beijo... Anna?

Anna se virou para o outro lado da cama.

— Não fala mais comigo por uma semana.

— Amor... Você é a única mulher por quem eu já me apaixonei na vida.

— Você é um safado!

Nino a abraçou, dando beijinhos em seu pescoço. Anna estava gostando e esqueceu o que ele falou, mas logo se lembrou.

— TIRA AS MÃOS DE MIM!

— Amor... — Nino a olhou deitada de lado e riu.

Anna, irritada, se sentou na cama e o encarou.

— Tá rindo do quê?! — Anna respondeu, com uma expressão fofa e brava, enquanto Nino a olhava.

— Te amo.

Ela se virou e se deitou novamente na cama, com raiva, mas também com um leve sorriso ao ouvir aquilo.


Minty estava lá fora, fazendo repetidas flexões.

— 173, 174, 175.


Dias se passaram. Clarah, Minty e Jaan haviam deixado de usar o uniforme da escola. Uma moradora da vila fez novas roupas para eles, conforme solicitado. Clarah escolheu um short semelhante ao que Nina usava, mas na cor branca. Ela gostava da blusa da escola, então pediu para fazer uma versão branca dela, e, como a blusa ficava por dentro do short, parecia um short de cintura alta. Ela não queria mais o blazer, então o deixou de lado. Foi a primeira vez que aquela moradora viu ouro, mesmo que não fossem moedas, os detalhes das roupas de Clarah tinham toques de ouro. Clarah ainda usava sua meia-calça branca da escola, que ia até os joelhos.

Minty, por outro lado, não se importava muito com roupas, apenas queria treinar. No entanto, como suas roupas da escola já estavam sujas e fedendo, ele optou por duas mudas de roupas simples: uma calça preta e uma blusa preta. Assim, enquanto uma secava após a lavagem, ele podia treinar com a outra.

Jaan também não ligava muito para roupas, mas pediu uma que não tivesse a cor da sua linhagem. Ele escolheu uma calça marrom e uma blusa de manga comprida em tom de cinza.

Em uma tarde, Clarah decidiu ir até Minty, que havia passado todo esse tempo treinando sozinho.

— Você já está há uns 10 dias fazendo isso. Dá um tempo. Vá fazer outra coisa, descansar, sei lá.

Minty, enquanto se exercitava, respondeu:

— Não dá. Estou treinando.

Clarah ficou um pouco irritada.

— Vamos, um duelo. Se eu ganhar, você para com esse treinamento suicida por uns dias. E se você ganhar, eu não encho mais seu saco.

— Pode ser. É bom para ver se estou melhor. Vale tudo?

— Vale tudo. 

Os dois se posicionaram a uma certa distância um do outro. Minty criou garras nas duas mãos, e Clarah criou uma adaga de sangue branco brilhante.

Clarah avançou e fingiu atacá-lo com a adaga, desferindo um corte de direita. BAM-BAM! Minty tentou bloquear, mas ela se virou e deu um chute surpresa no lado esquerdo do corpo dele, seguido por outro chute na direita. BAAMM! Em seguida, ela pulou e deu uma voadora com os dois pés no peito de Minty, arremessando-o para trás a alguns metros.

Nina estava andando pelo local e observou a luta.

Clarah recriou sua adaga e a arremessou em Minty.

— Kop... — A adaga voou em direção a Minty. Ele tentou segurá-la para arremessá-la de volta em Clarah, mas, quando estava prestes a pegá-la — Tu! — Clarah concluiu sua magia e se teletransportou para onde a adaga estava. BAM! Ela ficou em pé sobre o braço de Minty, e o chutou no rosto, fazendo-o cair de costas. Em seguida, Clarah aterrissou em pé sobre ele e se sentou em suas costas.


Que poder interessante... Melhor sair daqui antes que me vejam. Não sou nenhuma tarada para espiar casais alheios. — Nina se virou e foi embora.


— Perdeu! Agora vamos embora. — Clarah sorriu, com os braços na cintura.

— Está doendo.

Clarah colocou a mão na cabeça dele e disse:

— Cura... É. Não sei como a Anna fez aquilo.

— Por que ir embora? Você acabou de provar que eu preciso treinar mais — ele disse, com a cabeça no chão, virada um pouco para a direita.

Clarah respondeu, brava:

— Não estou dizendo para parar de treinar, estou dizendo para parar de apenas treinar. Não te vejo há dias, nem sei se você volta para o quarto à noite. É capaz de passar as noites aqui fora como um animal.

Ainda deitado sob Clarah, ele perguntou:

— Então me diz... Como você é mais forte do que eu, mesmo eu nunca te vendo treinar?

Clarah mergulhou em lembranças de seu passado: ela chutava troncos de árvores dia e noite até sangrar, para ficar mais forte e tentar encontrar sua irmã. Mesmo com dor, fingia que estava tudo bem e voltava a chutar as árvores, buscando fortalecer ao máximo seus chutes.

Durante as férias da escola, Clarah voltava para casa e ficava sozinha, chorando todos os dias sem parar de treinar. Sempre pensava em sua irmã, que poderia estar em algum lugar precisando de sua ajuda. Ela voltava para a escola logo depois, usando meia-calça branca para esconder as cicatrizes, com o mesmo sorriso no rosto, olhando para Minty e Jaan, escondendo esse segredo para não preocupá-los com seus problemas pessoais.

— Para sobreviver, eu precisei aprender a ser forte... — murmurou baixinho, enquanto se levantava de cima dele e, com a cabeça baixa, começou a andar para longe — você tem razão. Me desculpa por atrapalhar seu treino.

"O que deu nela?"

Enquanto Clarah caminhava de volta para casa, uma lágrima escorreu de seus olhos.

— Que hipocrisia. Xingar ele por fazer algo que eu mesma fiz até não aguentar mais... Será que serviu para alguma coisa tudo que eu fiz, afinal?


Em uma cama luxuosa, havia uma jovem mulher sentada, vestindo um deslumbrante vestido branco de rainha. Seus olhos tinham um tom rosa-claro, quase branco, e seus cabelos eram igualmente brancos, combinando com sua pele clara. Ao seu lado, em pé, estava o Primordial Branco, com suas vestes largas feitas de seu próprio sangue, que replicavam joias brancas e o mais puro luxo.

— Amor... Você precisa melhorar esse rosto se quiser comer algo. Se não me obedecer, irá apanhar novamente. Escutou?

Branco a olhava, e ela virou o rosto para encará-lo, mas não respondeu.

Pá!

Ela manteve o rosto para baixo, e Branco a segurou pelo pescoço, subindo em cima dela enquanto a enforcava. Ela começou a chorar sem reagir. Branco a enforcou enquanto arrancava suas roupas. A mulher tinha um olhar vazio, como se não tivesse mais forças para lutar; apenas chorava com o rosto cansado, completamente em silêncio e sem expressões.

"Por favor... Alguém me salve."



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