Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vanconcelos


Volume 2

Capítulo 25: Intervenção do Diretor

— Su...

— Voz irritante. Cala a porra da boca! — Nino criou uma espada.

Verde se irritou, rangendo os dentes, e esticou os braços, Crrrooomm! fazendo com que enormes raízes os atacassem.

Eles desviaram, subiram nas raízes e avançaram em direção a Verde, que criou lâminas com as raízes.

Shkrash!

Nina cortou-as instantaneamente com uma espada enquanto corria. Verde olhou diretamente nos olhos dela, e cipós surgiram para interceptá-la, prendendo os pés no ar e arremessando-a ao chão, onde ele fez surgir várias raízes pontiagudas.

Nino viu sua irmã sendo arremessada e pulou das raízes, lançando uma corrente de sangue em direção a Nina antes que ela colidisse com as raízes. Flipsh! Prendeu o pé dela na corrente, girando-a no ar, e a lançou em direção a Verde.

BOOM!

No ar, Nina criou uma enorme marreta com seu sangue e o acertou, Krrruuash! destruindo todas as raízes e lançando Verde para trás.

BAMCR-R-RASH!

Verde bateu contra a quina da arena, destruindo o muro e atravessando diversos corredores da escola até parar em um bosque ao lado.

Nino, que estava no chão da arena, correu, passando por baixo de sua irmã, e pulou na direção de Verde.

Enquanto pairava no ar, percebeu árvores surgindo; o pequeno bosque se transformou em uma enorme floresta viva, com árvores pequenas e grandes se movendo livremente.

Nina, ainda no ar, viu seu irmão passando ao seu lado e foi atrás dele assim que tocou o chão.

Nino, ao encostar no chão da floresta viva, avançou rapidamente por uma área livre de árvores em direção a Verde.

Verde deixou a passagem livre para Nino; ele queria enfrentá-los um por vez. Nino avançou com sua espada, iniciando a luta.

Nina chegou correndo e viu seu irmão ao longe, lutando atrás de uma abertura entre as árvores.

Ela tentou passar correndo, mas uma árvore bloqueou seu caminho, tentando acertá-la. Shk! Nina a cortou, mas, ao dividir a árvore em dois, ela se multiplicou, e várias árvores começaram a nascer ao seu redor, cercando-a completamente.

Shk-shk-shk-hkkrassh!

Ela continuou desviando dos ataques, cortando todas, até que se irritou.

Com um pulo e empunhando duas espadas, girou no ar, cortando-as. Envolvida pela aura roxa de sua espada, com a cabeça baixa e os pés tocando o chão, faíscas de fogo vermelho começaram a sair de sua boca, logo se transformando em um fogo escuro.

Nino não pensou e avançou com tudo.

Durante uma troca de golpes, Nino atacou com a espada, aguardando o contra-ataque de Verde, que tentou cortá-lo usando uma lança. Nino então fez uma abertura de pernas no chão, trocando sua espada por uma foice. Girando-a, ele atacou as pernas de Verde, que pulou para desviar.

A foice passou, deixando um rastro de magia escura.

BAAM!

Nino se levantou e desferiu um chute na barriga dele, lançando-o para cima.

Logo pulou com sua foice para acertá-lo, mas Verde criou uma bola de energia e a arremessou contra o peito dele.

BUM!

Nino não esperava o ataque e foi arremessado contra o chão, BARM! perdendo todo o braço esquerdo e parte do torso. Ele se regenerou instantaneamente, mas nesse intervalo, ao olhar para Verde, viu outra bola de energia vindo em sua direção.

Nino não conseguiu desviar.

Nina surgiu rapidamente na frente dele, deixando um rastro de fogo escuro pelo chão, queimando diversas árvores vivas no caminho.

Ela rotacionou a bola de energia com a mão, adicionou magia escura, tomou posse dela, girou o corpo e a arremessou de volta em Verde.

BUUMM!

Todas as árvores se curvaram, suas folhas sendo empurradas pela força do impacto.

Parte do corpo de Verde se desintegrou, e ele foi arremessado para muito longe. Sccrrrchh... Caindo, se regenerou completamente e se levantou, olhando para cima com os olhos assustados.

Criou uma lança com magia da natureza misturada com seu sangue e a levantou na horizontal, segurando-a com as duas mãos.

BOOM!

O impacto da marreta que Nina jogou sobre ele causou um leve terremoto, abrindo um buraco ao redor e derrubando diversas árvores.

BAAM!

Sem que ele percebesse, Nina apareceu ao seu lado e o acertou com um chute lateral, arremessando-o para a esquerda.

Bamrsccrrrchh...

Verde bateu contra a borda do buraco e rolou pelo chão.

Se estabilizou e olhou para frente, mas Nina já estava lá, olhando fixamente em seus olhos, antes de desferir um soco em seu rosto.

BAAM!

Desfigurando-o.

O rosto de Verde se regenerou, mas Nina não parou de espancá-lo.

BAM!-BAM!-BAM!

Verde mal conseguia manter os pés no chão, seu corpo destruído a cada soco de Nina, com seus órgãos e ossos se regenerando a cada golpe, sendo levemente levantado pelos impactos. BAM!-BAM!-BAM! Nina deu mais três socos, alternando entre o punho direito e o esquerdo.

Quando Verde conseguiu firmar os pés no chão mais uma vez, viu Nina se preparando para mais um soco, mas, diferente dos anteriores, ela imbuiu a mão com magia escura e o acertou no estômago.

BUUMM!

O corpo de Verde curvou-se em seu braço, e a força do soco criou um imenso buraco no chão apenas pelo atrito de seus pés com o solo.

Toda a floresta viva começou a queimar em chamas escuras, e o corpo de Verde foi lançado pelos ares, destruído enquanto tentava se regenerar. BAM! Ele colidiu de cabeça com um tronco, girando descontroladamente até parar de pé, Sccrrrchh... arrastando a terra ao seu redor.

No entanto, ficou de costas para Nino e apenas sentiu seu corpo ser atravessado.

Ploch!

— Aaaarrrghh...

Verde olhou para baixo, vendo um braço atravessando seu peito.

Thum!... Thum!...

Na mão de Nino, seu coração pulsava, sendo apertado levemente pelas unhas afiadas.

— Reaja, algo nos sons do seu sofrimento me excita. Nos entretenha mais um pouco.

O tom de voz de Nino fez Verde se lembrar de Blacko, com o mesmo desprezo no olhar e a mesma frieza na voz.

Irritado, Verde se regenerou rapidamente, Crunch! cortando o braço de Nino com o peito e fazendo-o soltar seu coração. Verde o reabsorveu e girou, desferindo uma cotovelada no rosto de Nino, que apenas riu e a segurou.

Todos os golpes que Verde tentava dar, Nino bloqueava enquanto ria, sua risada ecoando como a de Blacko.

Verde começou a enxergar o rosto de seu irmão ao olhar para os gêmeos.

Nino parou de apenas bloquear e, assim como Nina, começou a socá-lo, fazendo o chão tremer a cada impacto.

BAM!-BAM!-BAM!

Após vários golpes, enquanto Verde gemia de dor, em um momento de lucidez, tentou contra-atacar com um soco. Mas Nino segurou o braço com a mão esquerda e, com a direita, encostou seus dedos no peito de Verde.

KRUBUUM!

Uma explosão de magia escura arremessou Verde de volta para Nina. Nino ficou com uma parte do braço dele, que se desintegrou em fumaça verde logo em seguida.

Verde se regenerou, virou-se no ar e tentou cair já atacando Nina, mas seu soco, com uma lâmina escondida, foi inútil.

CRECK!

Nina segurou seu braço, o girou, o quebrou e o arremessou contra uma árvore em chamas.

PHAH!

Verde bateu de costas contra a árvore, mas não a atravessou. No entanto, Nina apareceu diante dele novamente, antes mesmo que ele tocasse o chão, e o socou, BAAM!! atravessando a árvore com seu corpo.

Os braços de Verde explodiram como balões, e ele rolou para trás, regenerando-se.

Sccrrrchh...

Quando olhou para frente, com seus braços se formando novamente, viu um brilho intenso: uma flecha de magia escura vinha em sua direção. Desesperado, Verde estendeu as mãos à frente, com a boca e os olhos arregalados.

BUUUMM!!

Seus braços mais uma vez desapareceram, e seu corpo se despedaçou, mal parecendo um ser vivo. Sccrrrchh... Rolou várias vezes para trás até que seu corpo, reagindo ao cansaço, se regenerou instantaneamente.

Os gêmeos pularam juntos na direção dele, que tentou criar raízes pontiagudas no chão para atacá-los.

SHKRASH!

No entanto, Nina, utilizando sua detecção atômica, antecipou o movimento e desfez todas as raízes com um único golpe de espada.

Verde percebeu que havia falhado e que os gêmeos estavam cada vez mais próximos. Exausto e sem tempo para regenerar sua energia, ele não conseguia pensar em nada.

Os gêmeos se aproximaram com sorrisos perturbadores nos rostos.

Nina desfez sua espada, enquanto Nino correu e desviou de uma lança que Verde criou em uma tentativa desesperada de ataque.

Nino se posicionou atrás dele, e Nina, BAM! o acertou com um soco na cara.

B-BAM!-BAM!-BAM!

No meio dos dois, Verde ficou preso, sendo atacado sem conseguir se defender ou reagir.

Apanhando muito, levantou o rosto e, olhando para o céu com sangue escorrendo da boca, tentou encontrar uma forma de escapar.

Usou seu próprio sangue para criar raízes nos pés, mas transformando-as em lâminas afiadas, não em raízes comuns.

Criando uma torre de energia que se elevava rapidamente, ele começou a subir.

CRASH!

Quando os gêmeos o viram subindo, criaram espadas e bateram a torre, mas as lâminas se quebraram ao contato.

"Mesma magia da lança." pensou Nina, observando sua espada quebrar.

Do alto da torre, Verde olhou para baixo e viu Nino com um sorriso familiar, aproximando as mãos.

CLAP!

Nino, junto de Nina, se teletransportou para o alto, e ambos acertaram um chute na cabeça de Verde.

B-BAMM!

Mandando-o para o chão.

BAM!

Desesperado, Verde tentou se levantar e correr, mas o som de outro CLAP! ecoou.

Nino apareceu na frente dele; Verde tentou desferir um soco com uma lâmina em sua mão, mas Nino desviou com facilidade e o segurou.

Verde tentou chutá-lo lateralmente, mas Nino, enquanto segurava seu braço, desviou do chute passando por baixo dele. Sem equilíbrio, Verde estava prestes a cair quando Nino girou seu corpo e o arremessou na direção de Nina, que havia criado duas lâminas de pedra no caminho.

Cr-r-r-runch!

Verde passou por elas, perdendo ambos os braços, parte do torso e uma perna. Ainda no ar, Nina criou uma terceira lâmina, posicionada à frente dele.

Ploch!

Ele colidiu com a lâmina de pedra, ficando preso, com a lâmina atravessando seu corpo e saindo pela boca aberta.

BAAM!

Começou a se regenerar automaticamente, mas Nina surgiu à sua frente, criando uma enorme marreta e o acertando como uma bolinha de golfe. Voando em direção a Nino, que criou uma espada e o esperou como se fosse uma bola de baseball, Crruuunch! Nino cortou Verde ao meio, da cabeça aos pés, destruindo seu coração.

O Primordial Verde não conseguiu se regenerar mais; partido em dois no chão, ambas as partes se transformaram em fumaça verde.

As árvores vivas em chamas desapareceram, restando apenas o bosque com algumas crateras.

Os gêmeos se olharam com um sorrisinho de canto, Tap! e deram um soquinho de mão.


Minutos antes:

Após os gêmeos iniciarem a luta com Verde, Rose foi chamada por sua mãe e saiu da arena, sendo controlada de volta para o subsolo da escola.

Ao chegar no corredor com a porta, ela viu Anna ao lado dos restos dos dois guardas do subsolo.

Seu corpo reagiu a Anna e ela avançou correndo como um animal quadrúpede. Anna, com um olhar completamente desinteressado, criou sua foice de água e, ao movimentá-la no ar, lançou um corte extremamente forte.

— Lua Nova — disse calmamente enquanto cortava o ar com sua foice; um rastro cortou na horizontal um buraco contínuo nas paredes em direção a Rose, que se desviou, jogando-se no chão ainda como um animal selvagem.

C-c-c-runch!

O buraco do corte se alastrou, cortando grande parte da escola e matando, ao partir ao meio, alguns alunos que estavam matando aula nas salas.

Rose pulou em Anna, que, entediada, bloqueou os golpes de garras com a mão direita.

Cre-creck!

O tempo parecia passar em câmera lenta para Anna, que deu dois tapinhas leves, um em cada garra de Rose, fazendo com que seus braços se dobrassem e se quebrassem para trás.

Com a mesma mão, antes mesmo de Rose tocar o chão após o ataque, Anna tocou sua barriga.

— Lua Nova. — Mesmo sem uma lâmina, é possível disparar seus ataques, que, apesar de menos eficientes, ainda assim são muito fortes.

Shkrunch!... pah... pah...

Rose caiu no chão, ajoelhada a alguns metros, sem seus dois braços e com cortes profundos em várias partes do corpo.

Anna avançou com uma foice em direção ao pescoço dela. Nesse momento, Verde morreu, e Rose voltou ao controle de seu corpo. Feliz por perceber que Nina havia cumprido o seu pedido, ela não se importou com a dor, que era insignificante comparada ao que já havia passado.

Ela olhou para Anna se aproximando e murmurou:

— Obrigada... — com um sorriso genuíno.

Anna abriu os olhos, mas não parou seu ataque; Shk! cortou o pescoço de Rose, matando-a, e olhou para ela no chão.

— ...O que estava acontecendo com você? — Anna se virou, indo até a porta, e começou a descer as escadas. "Eu realmente vi verdade em um demônio do sentimento? Mãe... Ela realmente estava sendo verdadeira?"

Descendo as escadas, ouviu o choro de uma mulher e gritos de medo de uma criança.

Ao entrar na sala com as celas, viu um garoto sendo abusado por um demônio rosa, a mãe de Rose, sobre uma mesa de tortura enquanto a criança encontrava-se amarrada.

Anna se irritou profundamente ao ver aquilo.

Ela sempre escondia completamente sua presença; era como se fosse invisível, mas agora liberou uma gota dela.

BUUUMMMM!

A demônio se virou, assustada ao sentir a presença, e não teve tempo de reagir; foi atingida por um corte que desintegrou 80% de seu corpo, deixando apenas suas pernas para não acertar a criança.

A parede atrás da mesa de tortura se abriu em um buraco imenso que parecia não ter fim; o único sangue derramado foi das pernas da demônio; todo o resto simplesmente deixou de existir.


Minty correu com Clarah até o corredor da sala. Quando chegaram, viram corpos espalhados pelo chão, misturados em sangue verde e rosa.

— É a professora? — Clarah perguntou, assustada.

— Sim...

— O que está lá embaixo? — Clarah olhou para as escadas, e Minty desceu na frente.


Anna terminava de soltar os escravos.

— Vou levar vocês à minha vila. Um lugar seguro. — Observava os olhares dos escravos, que estavam sem esperança e apenas a obedeciam por medo, quando ouviu algo descendo as escadas.

Ainda muito alterada pelo que havia presenciado, Anna atacou assim que viu alguém aparecer que não fosse Nino.

Minty desceu, olhando para Anna, e ela gritou: — LUA NOVA! — Um ataque colossal foi lançado na direção de Minty. Clarah se jogou na frente, criando um escudo com sua magia de luz.

BUUUUUMMM!!

Apesar do escudo, não conseguiu impedir a destruição; metade da escola foi desintegrada. Minty e Clarah sobreviveram devido ao escudo, mas foram arremessados para longe.

Clarah caiu, perdendo muito sangue branco; Minty, devido à força do impacto, teve até a tinta de seu cabelo removida, caindo por baixo dos escombros, com apenas uma parte de seu busto visível.

Muito machucado, ele não conseguia reagir.

Os gêmeos ouviram o barulho e foram na direção da escola, que estava desabando.

Os escravos saíram do subsolo junto com Anna e viram centenas de demônios mortos; o sangue de todas as linhagens formava um cenário devastado em meio às ruínas da escola.

Anna, andando calmamente, criou novamente sua foice e foi até Clarah, que permanecia sem ar e sangrando pela boca.

Clarah não conseguia falar nada, apenas sentir dor.

"Cabelo preto?" Anna olhou para Minty. — Não me importo.

Ela levantou sua foice e, quando estava prestes a desferir o golpe final em Clarah, Minty, com todas as suas forças, gritou:

— SOMOS AMIGOS DA NINA!!

Anna hesitou, lembrando-se do nome da irmã de Nino.

"Quem garante que é verdade?" Anna tocou a cabeça de Clarah e usou uma magia de cura que apenas ela conhecia.

— O-o que é isso? "Isso existe? O que é essa mulher?" Clarah observou Anna tirando os escombros de cima de Minty e curando-o.

Clarah tentou se levantar, mas caiu novamente.

— Calma, garota. Apenas parei a hemorragia. Só vou curar vocês quando Nino confirmar a história.

"Por favor, cheguem logo." Enquanto sentia curiosidade sobre o que estava acontecendo, ela também tinha medo de Anna. Algo nela era diferente; seu poder não era normal.

— Anna!! — Nino gritou, e Anna olhou em sua direção.

"Isso!" Clarah ficou aliviada ao ver Nina ao lado de um garoto extremamente parecido com ela.

— Sabe quem são esses dois? — perguntou Anna, com um rosto apático.

"Ela é a cara da Alissa!" — Sim, são meus amigos.

— Ah. — Anna olhou para Nina e, depois de curar completamente Minty e Clarah, deixou-os se levantarem e correrem até Nina.

— Eu achei que ia morrer — lamentou Minty, chorando.

— Obrigada por nos salvar — agradeceu Clarah, também em lágrimas.

— Você é a irmã do Nino?

— Sim.

— Prazer, sou a namorada dele.

Nina sorriu debochadamente para Nino.

— Olha só...

— Em casa a gente conversa. E nem começa.

Nina deu uma risadinha.

— Em casa?

— Sim, temos uma vila. Vamos levar todos pra lá.


Jaan apareceu de onde os gêmeos vieram.

— Pessoal, o que aconteceu — ele viu a marca em Nino e Nina, ficou um pouco receoso, mas logo superou — com a escola?

— Quem é esse? — perguntou Nino, olhando sério para Nina.

— Amigo nosso.

— Jaan, estamos indo embora daqui. Quer vir? — Minty o chamou.

"Nem disse que você poderia vir." pensou Nino.


Observando aquele cenário devastado, ele pensou por um momento, mas logo ignorou seus pensamentos e respondeu:

— A escola está destruída, e eu nem tenho dinheiro para chegar à minha cidade natal... — Colocando a mão atrás da cabeça, com um leve sorriso e os olhos fechados, continuou: — Acho que vou, sim. — Em seguida, pulou para perto de Minty, que o abraçou pelo pescoço, e eles começaram a andar juntos.

Depois que Minty perdeu a tinta verde do cabelo, mesmo que ele já tivesse revelado esse segredo para Clarah, ela nunca o tinha visto assim.

Depois de vê-lo com o cabelo original, ela foi até ele, seguindo os gêmeos e Anna.

— Por que escondia seu cabelo? Você ficou bem mais bonito assim.

Minty percebeu que era uma cantada, mas fingiu que era uma brincadeira.

— Eu acho que eu iria ser morto, né? Talvez... Mas obrigado.

Jaan observou Minty conversando com ela, entretanto desviou o olhar.


Chegando no início da Floresta do Desespero, Roberto os viu e acenou.

— Pessoal, aqui!

— Roberto! Roberto, meu amigo!

Os amigos de Roberto, que haviam sido separados devido às escoltas de demônios diferentes, o reconheceram.

Roberto distribuiu a comida para os novos integrantes da vila e, depois de esvaziar a carroça, as pessoas machucadas se sentaram. Anna usou magia de cura nelas, e mesmo aquelas com membros faltando foram curadas.

— Moça, você é uma deusa? — perguntou um escravo, impressionado com a magia de cura.

— Que nada — respondeu Anna.

Uma escrava se aproximou de Nina.

— Obrigada. V-você realmente nos salvou...

Nina sorriu para a mulher e se lembrou de Rose.

— Espera.

— Hãm? — Nino a questionou.

— Minha professora. Eu não a salvei ainda.

— Nina... Rose está morta.

— O quê?

— Antes de descermos as escadas, vimos o corpo dela no chão.

— Ma-mas como?

— Eu a matei — Anna respondeu, olhando para Nina com seriedade.

— Ela estava sofrendo... Eu precisava salvá-la... — A marca dos gêmeos, depois de um tempo no mundo, havia se tornado permanente em seus pescoços, a não ser que realmente quisessem escondê-la.

Naquele momento, a marca de Nina brilhou em um preto absoluto.

— Por que a matou?

— Ela veio em minha direção. Mas... por que salvar alguém que não queria ser salvo?

Nina olhou para Anna, sem conseguir encontrar uma resposta.

— Não sei se ela era sua amiga, mas antes de eu a matar, suas últimas palavras foram: "obrigada", seguidas de um sorriso.

Nina se lembrou de Rose pedindo para ser morta depois da morte de Verde.

— E-ela está melhor agora... — murmurou.

— Hum...? — Anna não entendeu.

— Ela estava sendo controlada. O pedido dela era que eu matasse Verde e depois ela.

— Ah, desculpa por ter matado ela, então. Eu não sabia.

— Não tinha como saber também. Eu queria conseguir salvar ela, mas como você disse... Por que salvar alguém que não quer ser salvo, né...?

Nina ficou triste, e Minty foi abraçá-la. Nino, embora fosse mais baixo que Minty, entrou na frente e o encarou profundamente.

Então, abraçou sua irmã, e todos continuaram andando em direção à vila.

Chegando na vila, os moradores reconheceram seus familiares e amigos, e a alegria tomou conta do ambiente.

Ainda era fim de tarde.

— Pessoal, atenção! — Nino falou para os novos moradores, que se reuniram ao seu redor. — Sobre tudo relacionado à vila, é só perguntar ao meu amigo Roberto. — Todos gritaram felizes. — Ele vai ajudar a construir suas casas e a resolver o que precisarem.

Roberto, junto com os novos moradores, criou túmulos e colocou plaquinhas com os nomes de cada amigo que morreu antes de chegarem ali, finalmente oferecendo-lhes um lugar para chamar de lar.

Em respeito, todos da vila ficaram em silêncio por um tempo diante dos túmulos.

Voltando para casa, a empregada havia terminado o jantar. Ela não esperava por mais integrantes na casa, então correu para a cozinha para preparar mais comida.

Nino caminhava do lado de fora da casa quando Nina se aproximou com um sorrisinho, enquanto ele a observava com um olhar de desdém.

— Achou seu amorzinho então, é? — Nina riu.

— Uma coisa que achei ser impossível.

— Mas também, a cara da Alissa.

— Seu cu!

— Vai mentir? Você tinha uma queda pela Alissa?

— Nem fodendo!

— Ela é igual à Alissa, só muda que é mais baixa e os cabelos são compridos. Deve ser mais jovem também. Safado! — Nina disse com um sorriso de deboche.

— Alissa é minha mãe.

— Mas você se espelhou nela para encontrar sua namorada.

— Tá chata, hein. E cadê a Nathaly?

— Não a encontrei...

— Só eu estava em contato com Louis, e você também veio. Talvez ela esteja por aí em algum lugar.

— Espero que sim...

— Precisamos achar seu amorzinho, né?

— Haha... Sei lá, estava desmaiada, mas me lembro de ter ouvido o som de uma palma antes de realmente desmaiar naquele dia. Se ela estiver por aí, só espero que esteja bem...

— ...Uhum. Vou procurar umas espécies de boi que têm nesse mundo. Roberto me pediu para começarmos uma pecuária aqui na vila.

— Tranquilo. Vou ver se precisam da ajuda com as casas que vi inacabadas.

— Vai lá, retardada.

— Tchau, seu fodido.

Eles se distanciaram, dando risadinhas felizes por se reencontrarem.

Minty viu Nino indo para dentro da floresta e decidiu segui-lo.



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