Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vanconcelos


Volume 2

Capítulo 25: Barulhos

Os dias passaram rapidamente e logo se transformaram em semanas, com Nina observando atentamente o comportamento de Rose a cada dia.

Aparentava estar se cuidando cada vez menos; seus olhos, antes marrons, agora eram de um cinza sem vida.

Embora apenas olhando para ela, principalmente quando sorria, ela a sentia distante. Nina não tinha certeza de nada, especialmente quando perguntava a alguém e eles respondiam: "Ela está normal, sempre foi assim."

No vigésimo terceiro dia desde que chegou a esse mundo, durante o primeiro intervalo, Nina seguiu Rose até uma porta guardada por guardas do primordial. Lá viu Rose entrando sem dizer nenhuma palavra, passando pelos guardas que apenas abriram a porta.

— O que voc... — Nina se assustou ao escutar uma voz e o empurrou contra a parede, tampando a boca na curva do corredor.

Quando percebeu que era Minty, puxou-o pelo braço até a biblioteca, que estava vazia.

Ao chegarem lá, ela o soltou, deixando-o confuso.

— O que você estava fazendo? E POR QUE ME PUXOU ATÉ AQUI?!

— Fala mais baixo! — Nina respondeu irritada.

— Desculpa. — Ele abaixou a cabeça, obediente.

— Faz dias que a professora está agindo de forma estranha.

— Eu acho que ela está normal.

— Quantos dedos tem aqui? — Nina mostrou três dedos ligeiramente afastados.

— Três. Pra que isso?

— Errou, são cinco. — Cobriu a boca para não rir, mas uma risadinha escapou.

— Isso não vale. —A olhou, entediado.

— Tá, tá. O que importa é que ela entrou naquela porta. É a única da escola que tem guardas. Ali perto, quando a porta se abriu, eu ouvi alguns barulhos vindos lá de baixo.

— Barulhos? Tipo o quê?

— Não sei dizer... — Nina arregalou os olhos ao ter uma ideia — ESPERA!

— O quê?

"Detecção atômica." Nina quase conseguiu detectar onde encontrava-se cada pessoa na escola devido ao seu tamanho, mas não conseguiu ver nada abaixo dela, especialmente atrás da porta. — Não consegui ver nada.

— Garota, você usou algum pó mágico?

— Não, idiota. Tem algo bloqueando minha detecção; eu não consigo saber o que tem lá embaixo.

— Acho que você está maluca.

— Vai me ajudar ou não?

— O que você precisa?

— Não temos muito tempo, o torneio tá logo aí. Amanhã, vou seguir ela o dia todo. Enquanto eu faço isso, quero que você observe quem entra e sai daquela sala, principalmente a troca de guardas. Não é possível que sejam os mesmos 24 horas por dia.

— O dia tem 24 horas? "Não era mais do que isso?"

Nina o olhou com desdém, querendo quebrar a cara dele.

— ...Tá. Espero que seja só delírio seu, mas eu vou fazer isso.


No dia seguinte, Minty matou aula e passou horas observando a porta de longe.

Nina o havia colocado no telhado, o que facilitava espionar sem ser notado, enquanto ela, em sua aula, observava Rose.

Cada vez que Rose olhava em sua direção, Nina sentia como se fosse um pedido de socorro.

"O que tá acontecendo com você?"


No primeiro intervalo do dia seguinte, Minty e Nina se encontraram na biblioteca para trocar informações.

— Olhei toda a biblioteca, e a única planta da construção da escola não mostrava aquela porta, nem mencionava nada sobre o subsolo.

— Isso é estranho. Quanto à porta, Rose entra lá todos os intervalos, mas ela não é a única. Às vezes, Verde entra alguns minutos depois.

— Hum...

— Depois da última aula, ela também vai direto para lá.

— Sim, vi ontem.

— O Verde também entra após o último sino, mas, diferente das outras vezes, ele não sai mais de lá depois que as aulas acabam. Ele demora cerca de uma hora para entrar após a Rose. Os guardas trocam de turno minutos depois do último sino mágico tocar; saem, e em menos de cinco minutos, outros entram.

— Vou entrar nesse meio-tempo.

— Você está louca?

— É a maneira mais fácil. Vou usar a aparência dele, entrar, passar despercebida e sair antes da troca, para que os outros guardas não percebam que o Primordial saiu e voltou.

Minty a olhou com um misto de preocupação e medo.

— Por favor, tenha cuidado.

Nina viu a expressão dele e começou a rir, segurando a barriga e caindo para trás de tanto rir.

Minty a observou, admirando sua beleza. Seus olhos se fixaram nas coxas de Nina, que estavam destacadas pela meia-calça, o que despertou uma excitação que ele rapidamente tentou reprimir.

— Tá preocupado, é? Se ele me ver, eu o mato. Sei que venço — disse com confiança no rosto.

— ...Tá.


Nina esperou o último sino tocar e seguiu Rose. Quando Rose entrou, Nina aguardou até que o corredor estivesse vazio e, então, mudou sua aparência para a de Verde.

Caminhou até a porta, e os guardas simplesmente a abriram.

A porta dava acesso a uma escada.

Diferente do restante da escola, as paredes ali eram sujas, cobertas de musgo, e o ambiente era sombrio e úmido.

Nina desceu os degraus lentamente, Poc!... Poc!... ouvindo o som de gotas de água caindo sobre as pedras. A umidade daquele lugar era sufocante, quase inexplicável.

Ao chegar ao fundo, ela se deparou com celas cheias de mulheres e crianças.

Seus olhos se arregalaram enquanto caminhava lentamente pelo corredor.

Diante dela, estavam mulheres e crianças feridas, mutiladas, com cortes profundos e membros faltando. Corpos de mortos empilhados no canto das celas, úmidos devido ao lugar, exalando o terrível odor de carne podre — devorada por larvas, que muitas vezes era a única coisa que eles tinham para comer ali.

Quando as mulheres viram Nina, rapidamente colocaram suas crianças atrás de si, numa tentativa desesperada de protegê-las.

As crianças começaram a chorar novamente, e Nina ouviu o murmúrio trêmulo de uma das mães:

— Por favor... Não me importo com o que faça ao meu corpo, mas não toque no meu filho, senhor. — A mulher abaixou a cabeça, começando a chorar.

Gritos vieram de trás de Nina. Ela se virou e viu outras celas, desta vez cheias de homens feridos. Eles não se importavam com suas próprias vidas, apenas gritavam, implorando para que Verde não machucasse suas famílias.

— Covarde! Seu desgraçado!

— Não diga isso, ele vai torturá-lo!

Um homem que já não tinha mais nada tentou convencer outro, que ainda tinha algo a perder.

— Antes eu do que meu filho.


Nina, abalada com o que viu, desfez a aparência de Verde, voltando à sua forma original com blusa comprida e short pretos, revelando sua marca.

— E-eu vou tirar vocês daqui. Eu prometo! Por favor, aguentem mais um pouco, vou encontrar um jeito.

— Ela... ela é o Primordial Preto?!

Crrrriiisssh.

Um som estranho invadiu seus ouvidos.

Ainda abalada com tudo aquilo, Nina se virou para o lugar de onde vinha o som, vendo uma porta entreaberta. Ela andou lentamente, enquanto escutava as lamentações dos escravos, sem saber se ela era uma boa pessoa ou apenas mais um monstro para usá-los como brinquedo.

Nina chegou à porta e entrou, vendo aquele lugar destruído.

O quarto não tinha apenas algumas centenas de arranhões nas paredes; agora eram milhares, incontáveis riscos, acompanhados de manchas de sangue rosa.

Tudo estava uma bagunça: os móveis caídos, frascos de vidro quebrados espalhados pelo chão, papéis e tecidos das cobertas em péssimo estado.

A sujeira e a escuridão do ambiente eram predominantes.

Nina, horrorizada, continuou olhando.

Crrrriiisssh.

Nesse momento, olhou para à esquerda e viu, no canto do quarto, sua professora parada, apenas olhando fixamente para a parede enquanto arranhava-a de tempos em tempos.

Nina a observou de costas; seus olhos se arregalaram. Ela nem parecia com a Rose que conhecia.

— P-professora?

— Eu ouvi, Nina... Eu sei que você é o Primordial Preto. — Rose se virou na direção de Nina, que estava devastada. — Nina... Por favor. Mate meu pai!

— Verde é seu pai? — Nina começou a sentir ódio.

Suas veias pulsavam, mesmo que seu rosto mostrasse apenas choque.

Rose começou a se mover de forma estranha, como se seu corpo não respondesse mais a ela.

— Mate meu pai, Nina... M-m-maaate. E depois, me mate.

— POR QUÊ?!

— Eu não controlo mais meu corpo, Nina. Ele nunca me pertenceu. Ele está me controlando, e eu nem sei se existe uma forma de sair desse controle. — Rose começou a chorar enquanto sorria para Nina. — Por favor, Nina. Faça o que es... — Phart-phart-phart! começou a bater a cabeça na parede.

Nina foi até ela.

— PROFESSORA, PROFESSORA! — Nina gritou, assustada, enquanto tentava segurar o corpo dela que se debatia.

— SAIA DAQUI! — Rose começou a tremer, se machucando sem conseguir se controlar. — ELE ESTÁ VINDO, NINA, FUJA DAQUI, AGORA! — gritava, empurrando Nina, que obedeceu e correu até a escada, mudando sua aparência para a de Verde.

Quando saiu pela porta, os guardas já haviam saído e os novos ainda não haviam chegado.

Ao virar no primeiro corredor, não havia mais ninguém por perto. Nina desfez a aparência de Verde, voltando ao seu disfarce com cabelos verdes. Ao entrar no segundo corredor, tentando sair de lá, deparou-se com Verde à sua frente.

Forçou um sorriso, segurando todo o ódio internamente.

Queria matá-lo ali mesmo, mas não conseguia deixar de pensar no depois: "Como salvaria os escravos?" "Pra onde os levaria?" Sua cabeça se encheu de dúvidas, misturadas ao ódio pelo Primordial.

— Você é a garota que se inscreveu no torneio?

— Sim, sou eu. — A voz dele despertava um desejo de torturá-lo no corpo de Nina, mas ela controlou suas emoções ao máximo.

— Se você conseguir ganhar — Verde se aproximou dela e inclinou-se um pouco para falar próximo aos seus ouvidos — eu vou te dar uma surpresa bem especial. — Rindo, ele continuou andando, seguindo até o subsolo.

Nina acelerou o passo e saiu da escola o mais rápido possível.

Minty a esperava há muito tempo e a seguiu, vendo-a se afastar bastante de lá. No entanto, ela não conseguiu ir muito longe; da fachada da escola ainda era possível vê-la, embora à noite já estivesse chegando.

Nina se sentou no chão, com as costas apoiadas em uma pequena árvore, e não conseguiu mais conter seu ódio.

Sua marca apareceu, seus cabelos e roupas voltaram a ser pretos; um olho se abriu sobre a marca, e veias em seus braços e rosto começaram a ficar extremamente visíveis. RRrrRRRaarrhhg... Rangia os dentes como um animal, olhando para suas mãos abertas, que se assemelhavam a garras.

Suas unhas pretas cresceram, ficando afiadas, enquanto seus dedos rígidos se curvavam.

A alguns metros ao redor dela, tudo morreu.

Todas as plantas, a árvore, tudo ficou seco e começou a queimar em chamas escuras.

— AAAHHRRrrRRRRRAArr...

Nina deu um grito interno tão forte tentando descarregar seu ódio, que começou a escorrer sangue de sua boca.

Minty chegou e a viu. Observando-a enquanto as chamas roxas que consumiram a vegetação morta sumiam lentamente, ele, apesar do receio e do medo, engoliu seco e foi até ela.

— Nina... O que foi que você viu?

Ela não respondeu.

Ainda alterada, colocou a mão com os dedos dobrados próximo ao nariz. Seus olhos estavam arregalados, com a pupila minúscula, fixos à frente, perdida em pensamentos.

Minty, sem ter uma resposta, decidiu deixá-la em paz. Nina, fazendo o máximo para se controlar, fez o olho desaparecer, deixando apenas sua marca no lugar.

Ao perceber Minty se afastando, ela respondeu:

— A professora e várias crianças e mulheres escravas estão sendo abusadas e torturadas lá embaixo.

Minty arregalou os olhos, assustado, e olhou para trás.

— O quê?

— Há várias ferramentas de tortura e pilhas de cadáveres de homens e crianças. Precisamos tirá-los de lá.

— O Torneio é amanhã. Será que poderíamos aproveitar a distração do torneio?

— E DE QUE ADIANTA, PORRA?! — O olho reapareceu. — VAMOS LEVÁ-LOS PARA ONDE?! — Nina colocou as mãos na cabeça, Phahrscrrrrechh! e começou a se bater enquanto cortava sua carne com as unhas.

Seu sangue caía em suas pernas e voltava para seu corpo, se regenerando.

Phahrscrrrrechh!

— ONDE, ONDE!? PENSA, PORRA! PENSA! — Nina repetiu várias vezes, tentando controlar sua raiva.

Scrrrrechh!

— ...Desculpa.

Sua marca reprimiu o olho novamente.

— M-me desculpa. Me deixe sozinha. Preciso pensar com calma. — Nina abaixou a cabeça e suas mãos voltaram ao normal.

Sentada encostada em uma árvore morta, passou boa parte da noite assim.

Minty a obedeceu em silêncio e se afastou lentamente, indo para o seu quarto.


Se passaram algumas horas, já era madrugada, e Clarah estava muito preocupada por Nina ainda não ter chegado.

Olhando para a cama dela vazia, levantou-se e saiu para procurá-la.

Andou por quase toda a escola sem encontrá-la, procurou nos banheiros e também não a achou. Então, decidiu ir até o dormitório masculino e bateu na porta de Minty.

Toc-toc... toc!

Não demorou muito para que ele abrisse a porta, ainda com um semblante de sono, sem camisa e bastante suado.

— Não sei onde a Nina es...

Minty colocou a mão na boca dela, Paf... e a encostou com as costas na parede, fechando a porta atrás de si.

— Jaan não pode saber! — cochichou, e logo continuou: — Nina não está no quarto?

Clarah, por ser mais baixa que ele, não conseguiu evitar reparar em seu peitoral.

Mesmo apreciando a vista, ignorou e conversou normalmente:

— Não. A última vez que a vi foi depois das aulas.

"Aquela idiota ainda está lá fora?" — Entendi. Vem cá.

Ele segurou o pulso de Clarah e a puxou para fora da escola, levando-a até Nina.

Clarah, com Minty segurando seu braço, o seguiu, aliviada e um pouco animada.

— Clarah, eu confio muito em você, então vou te contar. Nina é a...

— Primordial Preto.

Com um rosto estranho e confuso, Minty olhou para ela.

— Ela te disse?

— Sim.

— Ah, entendi. Mas o lance é o seguinte: ela viu coisas no subsolo da escola. Segundo ela, há escravos presos lá embaixo, sendo abusados e torturados diariamente. Não só esses humanos, como também a professora Rose. Isso deixou Nina muito mal e estressada, por isso ela está lá sentada até agora.

— Onde?

— O quê? Ali... — Ele olhou, mas Nina já não estava mais lá. — Onde ela est...

Nina surgiu em pé ao lado dos dois e eles se assustaram.

— Desculpa por deixar você preocupada, Clarah... Vamos pra cama.

Saiu andando para dentro da escola. Eles a observaram sair, ainda assustados.

Minty olhou para Clarah e disse:

— Vai lá!

Ela afirmou com a cabeça e saiu andando.

Ele voltou, entrou em seu quarto e se deitou na cama.

— Nina vai salv...

— Chega.

— ...O quê? — Jaan, deitado e sem roupas, olhava para ele do outro lado do quarto.

— Chega. Apenas chega. Ela quase nos pegou. Ela poderia ter entrado como já fez várias vezes, ao invés de bater. Chega. Cara, apenas chega. Eu quero meu amigo de volta. Não me importo se você gosta de homens ou de mim, apenas quero o Jaan de volta.

— ...

— Fazer sexo com você pensando nela está me enojando. Não estou falando de você. Não estou dizendo que não é bom. Mas sinto como se estivesse desrespeitando-a. Ela deveria ser a pessoa a quem eu mais devo obediência e respeito. Ela é a imperatriz da minha linhagem. Não quero olhar para ela e me sentir sujo por fazer isso. Não quero mais olhar para ela com desejo, Jaan. Nossas relações estão destruindo minha mente.

— ...

— Por favor, apenas esqueça tudo e volte a ser o meu amigo. Já é difícil olhar para Clarah e tentar fingir que não sei de nada. Já é difícil ver que ela me olha como eu olho para Nina. Já é difícil sentir medo dela se declarar e eu acabar quebrando o coração dela. Não quero deixar de ser amigo de vocês, mas me dói perceber que tudo pode simplesmente acabar do nada, principalmente porque eu seria o culpado de tudo.

Jaan ficou cabisbaixo, mas engoliu a frustração, tentando ser o que Minty queria.

— ...Tudo bem. Desculpa. Não vou mais fazer ou dizer nada em relação a isso.

Jaan se virou na cama, olhando para a parede.

— ...Sim. Não sei se ela vai salvar os escravos amanhã. Mas amanhã é o dia. Amanhã é o dia em que a Primordial Preto vai matar o Primordial Verde.

Jaan abriu um leve sorriso.

— ...Se precisar de mim para ajudar a salvar os escravos, como sempre, pode contar comigo.

Minty, olhando para a parede do seu lado, não estava com um rosto muito agradável, mas respondeu ao seu melhor amigo:

— Pode deixar.


Nina chegou em seu quarto e se deitou na cama.

Segundos depois, Clarah entrou no quarto. Olhando para Nina, que estava deitada de rosto para baixo com seu disfarce da escola, Clarah se deitou em sua própria cama, preocupada.

Após um momento pensando em Nina, ela ouviu uma voz:

— Clarah.

— O-oi, Nina...?

— Amanhã, eu vou matar o Verde... Se eu não voltar, caso encontre...

— VOCÊ VAI CONSEGUIR!

Após o grito, Nina, ainda sonolenta, se sentou na cama e olhou na direção de Clarah.

— Eu sei que vou. Só queria dizer que, se eu não voltar depois de sair para procurar meu irmão, se você o encontrar, diga a ele que estou procurando esse imbecil. Mas, se quiser vir junto, será bem-vinda.

Clarah fez uma expressão confusa.

— Imagino que Minty e Jaan também vão querer ir, então você terá bastante tempo para se preparar e se declarar.

Nina se levantou e se deitou na cama de Clarah.

— E aí. Como foi? — murmurou com a voz cansada. — Eu vi seu rosto feliz olhando para Minty enquanto ele segurava seu pulso. — Bocejou e fechou os olhos.

Clarah se deitou na cama também, olhando para o teto.

— Eu estava feliz. Pensei em me declarar ali, mas ele estava sem camisa e eu... — Olhou para Nina e percebeu que ela estava dormindo com os olhos fechados.

"Mesmo cansada, tentou conversar comigo..." Com um sorriso no rosto, Clarah cobriu ela com sua coberta para não acordá-la e saiu de sua própria cama para dormir na cama de Nina naquela noite.


O grande dia do torneio chegou.

A plateia permaneceu dividida pela cor de suas linhagens. Nina ficou ao lado de vários descendentes de Verde, e seu ódio só aumentava.

Logo de início, o narrador chamou Minty, e ele entrou, recebendo aplausos da plateia.

Nina olhou para Verde e viu Rose ao seu lado, mantendo um sorriso no rosto.

"Vou salvar você."

Nesse momento, o narrador anunciou:

— Seu desafiante será... Olha só, apenas uma inscrição de fora da escola. Senhor Nino, pode entrar.

Nino, que havia se separado de Anna para executar seu plano, escutou seu nome e entrou na arena.

"NINO?!" Nina arregalou os olhos ao ver seu irmão entrar com o cabelo preto.

"NINO?! O IRMÃO DA NINA?!"

Toda a plateia estranhou a cor de seu cabelo.

— ATENÇÃO... COMECEM!

Nino apareceu em frente a Minty exatamente no momento em que o duelo começou.

Criou uma espada de sangue para matá-lo com apenas um corte, mas Nina apareceu à sua frente no mesmo instante.

TINNBRROOMM!!

Minty mal conseguiu ver o que aconteceu; ouviu apenas o barulho e viu um buraco se abrir ao seu redor com o impacto das espadas dos gêmeos.

Minty, caído no chão, olhou para Nina diante dele, com o cabelo preto e sua roupa normal, não mais no uniforme da escola.

— NINA?! — Nino desfez sua espada e abraçou sua irmã com muita força. — Porra, finalmente!

— Tava com saudade de você também, cabeça de vento.

Os dois se abraçaram com tanta força que poderiam ter quebrado os ossos se ambos fossem humanos.

— Poderia ter se mostrado antes... Primordial Preto. Que surpresa, a putinha se disfarçando da minha linhagem — disse Verde, enquanto voava com o vento batendo em suas roupas extremamente largas.

Nino soltou sua irmã e olhou para cima.

— Aproveita a distração e salva os escravos — ordenou Nina, olhando para Minty ainda no chão.

— Tá.

Minty saiu correndo depois que Nina iniciou seu plano.

Correndo pelos corredores laterais da arena, Clarah, que o viu saindo de perto de Nina, o seguiu.



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