Volume 1

Capítulo 14: Fortaleza Gear Hawk

“Como está?” (Cara)

“No fim das contas é inútil. No fim eu mal consegui arranhar isso.” (Coroa)

Ouvindo que o usuário de vento, que tinha as artes mais penetrantes, desistiu, o líder do grupo de elite de Blue Garden suspirou, resmungando sem dizer nada no que ele acertou a parede externa da fortaleza que estava diante dele.

A aparência da estrutura estranha ao redor da fortaleza não estava nos cálculos deles. Ainda assim, esta estrutura havia alcançado o “resultado intencionado”.

“Nós não podemos dizer que esta situação está resolvida, podemos?” (Coringa)

“Nós não terminamos ainda. Nós temos que remover todos os nossos traços primeiro.” (Cara)

Interferir com as transmissões ao usar artes de vento não leva muito esforço para se fazer. Contudo, as paredes da fortaleza eram imunes aos danos de cortes e fincadas dos ataques de vento. Apesar que, as paredes da fortaleza não eram duráveis assim durante o ataque que eles realizaram alguns dias atrás.

“Foi trabalho daquele cara de cabelo preto no fim das contas.” (Coroa)

“Eu temo que você esteja certo. Eu ouvi que as artes divinas dele são bem incomuns…” (Cara)

“Foi um descuido dos caras da inteligência. Devemos fazer uma reclamação?” (Coringa)

“É inútil. Sem dúvida, os caras da trupe d’água vão apoiar eles.” (Cara)

Os problemáticos escalões superiores de Blue Garden eram os poucos usuários de artes d’água residindo na cidade fortaleza, Paula. Com suas habilidades de curar pessoas e purificar a água, eles eram altamente tratados na estrutura social da cidade. A liderança simbólica de Blue Garden também era um usuário de artes d’água. Tudo disto providenciava aos usuários de artes d’água um monte de influência no país.

Organizações de milicia de artes divinas, que existiam dentro de Blue Garden naquele tempo, eram equivalentes às corps de deus do reino de Fonclanc. A unidade de inteligência dos usuários de vento havia recentemente alcançado grande fama depois de trazer com sucesso Zeshald para o lado deles. Tendo obtido um líder e instrutor capaz, os usuários de artes d’água eram favoráveis com esses espiões.

A trupe de vento, cuja força principal era assassinatos e táticas de guerrilha, não deixam traços de suas ações em países inimigos. Suas ações estavam focadas em trazer danos sérios durante um longo período de tempo, e ainda essas ações eram percebidas como assédio e provocação.

Contudo, o oponente deles não reagiu precipitadamente. Não haviam ações, levando à destruição deles. Não haviam sinais de revolta ou golpe de estado. Isto levou para as vozes de dúvida, se tratando da eficiência das ações da trupe de vento, sendo levantadas em seu próprio país.

Desta vez os chamados não eram apenas para diminuir a verba do grupo, mas também mudar a aproximação estratégica e causar dano mais direto de agora em diante.

Então, se o ataque na fortaleza pudesse ser ligado “sem dúvidas” à trupe de vento, o governo de Blue Garden se tornaria incapaz de se livrar dos protestos contra as ações ofensivas dentro do território de Fonclanc, como fez agora, dizendo, “Sem evidência, isso não é nada além de boatos sem base”.

Se a verdade vier à luz, outros países protestariam contra isso, se eles continuassem a agenda deles como eles estavam fazendo agora. Por causa disto, eles não podiam se permitir deixar qualquer evidência para trás.

“Bem, nós devemos deixar as coisas para o grupo dentro, por enquanto.” (Cara)¹

“eu imagino quão bem sucedidos eles serão…?” (Coroa)

Respondendo isto para seu colega, que parecia estar pensando de forma otimista à frente, o líder da trupe de vento respondeu enquanto admirava o bloqueio da fortaleza Gear Hawk.

***

No primeiro andar da fortaleza Gear Hawk, seis pessoas, escondidas em um dos quartos na passagem do lado direito, estavam discutindo sobre como escapar a atual situação deles. Para aqueles caras, uma luta contra a elite de Blue Garden era inconsequente. Logo, eles tinham que se manter contra o ataque à fortaleza até os reforços chegarem. Mas para fazer isso, eles primeiro precisavam assegurar rações e água potável.

“Nós não podemos fazer nada sobre as provisões que nós deixamos na nossa carruagem. Parece que a única possibilidade é procurar pelo armazém de comida da fortaleza.” (Vermeer)

“A sala de armazenamento de comida e o poço devem estar localizados no porão. Eu acho que há escadas levando até lá na cozinha.” (Shaheed)

“Tudo bem então, vamos checar o porão juntos.” (Yuusuke)

Ouvindo a conversa de Vermeer e Shaheed, Yuusuke decidiu ir assegurar as provisões. Sob as atuais circunstâncias, Yuusuke também decidiu bloquear todas as outras passagens em preparação para o ataque.

“Eu acho que é melhor ir juntar recursos como suprimentos médicos, óleo de lâmpada e madeira. Arrumar os bens cotidianos também ajudará à manter moral.” (Aisha)

“Concordo. Eu não posso ir sem qualquer álcool sob essas circunstâncias!” (Fonke)

Indo com a proposta de Aisha, o grupo concordou que, junto com comida, eles também deviam reunir outras necessidades básicas e bens, que seriam necessárias no caso de um ataque prolongado. Tendo decidido seu objetivo, o grupo concordou em se dividir para procurar no primeiro e segundo andar. Apenas por precaução, eles avisaram Fonke para dividir o álcool caso ele encontre algum e não manter só para ele.

“U-uhm… o 2º andar o porão ainda não foram escaneados para ver se há inimigos, logo…” (Isotta)

“Tudo bem, por favor busque por eles.” (Yuusuke)

Hesitantemente trazendo os perigos da busca deles, Isotta prontamente fez seu trabalho.

“Para lidar com tudo assim, você com certeza não age como alguém selecionado pelo palácio.” (Vermeer)

Para Veermer, presenteado com um agudo senso de perigo, ações como transferência de comando para subordinados era algo que ele não estava acostumado. Em luz disto, ele valorizava o pensamento rápido de Yuusuke muito bem. Yuusuke respondeu com um sorriso, dizendo, “isso só aconteceu por acaso”, enquanto pensava sobre a voz que avisou ele do ataque por vir.

(Aquela voz, tinha que ser daquele dissimulado Reifold…)

Yuusuke não conseguia compreender o motivo daquele homem, que devia ser um espião de Blue Garden, deixar ele saber sobre o perigo. Aquela vez que Sun foi apreendida, e a vez quando ele estava preocupado sobre a ordem de se juntar ao serviço militar, aquele homem apenas apareceu do nada, deu algum conselho valioso para Yuusuke e desapareceu imediatamente em seguida.

(O que ele busca?)

As dúvidas de Yuusuke aumentaram ainda mais no que ele pensou disso, no fundo de sua mente.

“Eu imagino o que aconteceu com as pessoas que estavam na fortaleza…?” (Aisha)

“Eu não sei. Você sente qualquer presença humana, Isotta?” (Fonke)

“S-sim, mas o ar está inusualmente fresco. Ele foi provavelmente ventilado.” (Isotta)

Ouvindo a resposta de Isotta, Fonke clicou sua língua e coçou sua cabeça, enquanto Aisha colocou seus olhos para baixo, carrancuda. Incapaz de compreender o significado por trás das palavras de Isotta, Yuusuke pediu por uma explicação.

“O que isto significa?” (Yuusuke)

“Uhm…” (Isotta)

De acordo com a explicação, presença humana sempre permanecia em lugares que eles haviam previamente habitado. Isso era especialmente verdade para um ambiente fechado, onde traços podiam ser achados mesmo depois de dezenas de dias terem se passado desde que o lugar ficou inabitado.

Pelo estado deste ar, especialmente num espaço fechado, onde o ar era velho, alguém conseguia dizer quanto tempo foi desde que humanos haviam deixado este lugar. Logo era muito estranho que não houvesse tal presença humana nesta fortaleza. A única conclusão era que o ar foi forçosamente trocado.

“Com isto dito… o ar nesta fortaleza foi provavelmente limpo usando artes de vento…” (Isotta)

“Resumindo, aqueles caras entraram na fortaleza antes, e limparam o fedor de sangue depois de terminarem o serviço deles.” (Fonke)

Fonke estava francamente dizendo as conclusões, que significavam que as pessoas que estavam na fortaleza, já estavam mortas.

“No que nós conversamos na estrada, por volta de dez dias atrás foi a entrega de material e rotação de dever para esta fortaleza. Eu acho que ao menos por lá nada disto havia acontecido ainda.” (Shaheed)

“Comunicações regulares foram provavelmente forjadas por aqueles caras.” (Yuusuke)

Assumindo que eles estavam planejando escapar da fortaleza sozinhos, pensando sobre o ar limpo, que preenchia a fortaleza, estas situações não eram de forma alguma algo que eles podiam chamar de “fragrante”.

Contudo, depois que Yuusuke bloqueou todas as rotas de invasão para dentro da fortaleza, por algum tempo o grupo podia ouvir os sons dos ataques que a parede na entrada da frente estava sofrendo. No que a parede ficou forte e os ataques cessaram, Shaheed notou que a jaula que eles construíram da fortaleza estava além das expectativas dos atacantes.

“Provavelmente as artes divinas do capitão são demais até para aqueles caras lidarem.” (Shaheed)

“É mesmo… contudo isso foi suficiente por pouco.” (Yuusuke)

O corpo de Yuusuke tremeu no que ele se lembrou do poder das lâminas de vento da trupe de vento. Só de ser arranhado por uma delas no ombro levaria à uma ferida séria.

“Eu estou confiante que um acerto direto de uma delas significaria o fim da vítima.” (Yuusuke)

Apesar de falar sobre todas essas coisas, todo mundo decidiu que eles deviam primeiro assegurar a comida e água deles. Tendo decidido isso, o grupo partiu para procurar por uma cozinha. Isotta estava responsável em buscar por inimigos e a mobilidade do grupo e Fonke estava satisfeito em estar no meio do grupo. No que Shaheed era habilidoso em divergir ataques inimigos durante momentos críticos da luta, ele e Vermeer estavam na vanguarda, enquanto Yuusuke formava a guarda traseira junto com Aisha.

“Suas artes de fogo não eram inadequadas para combate, Vermeer?” (Yuusuke)

“Eu posso criar fogo o suficiente para usar como luz, mas ele falta com o poder para ser usado como uma arma.” (Vermeer)

Por causa disto, Vermeer havia sido apontado como o portador da luz e Shaheed era a única pessoa no grupo com qualquer poder ofensivo real. Yuusuke havia aberto o menu de customização, para que ele estivesse preparado para usar o pavimento do piso para criar paredes protetivas e defender todos no grupo.

A sala de jantar próxima da cozinha foi destruída, com mesas e cadeiras jogadas ao redor em caos, e os restos secos de comida espalhados por todo o chão. Haviam sinais da pedra sendo raspada por lâminas de vento na passagem, mas o estado da sala era especialmente ruim.

“Parece que eles realizaram o ataque deles durante a refeição. Um monte de pessoas morreu aqui.” (Vermeer)

Vermeer apontou em direção da massa de mesas e cadeiras quebradas na sala. O piso, as paredes e até o teto, estavam abundantes com marcas deixadas por lâminas de vento, acompanhadas por um monte de manchas de sangue. Um cheiro estranho que eles não haviam sentido antes flutuou na sala. Era uma mistura de comida apodrecendo e o fedor de sangue.

“Eles devem ter jogado os corpos no porão.” (Fonke)

No que Fonke disse isso, Isotta, que estava de pé próxima de entrada, repentinamente tremeu seus ombros. Uma construção de uma fortaleza dessas requeria um número igualmente grande de pessoas. Se fosse do lado de fora, eles podiam ter escondido os corpos enterrando eles. Pensando sobre o fato que eles ainda tinham que achar um corpo nesta fortaleza – o próprio pensamento parecia ser impossível.

“Está tudo bem, Isotta?” (Yuusuke)

“S-sim… e-eu estou bem.” (Isotta)

Olhando para Isotta, que deu sua resposta numa voz tensa, enquanto continuava a tensionar seu corpo, Yuusuke pensou consigo mesmo:

(Por que uma criança ordinária assim se tornaria um membro das corps de deus?)

E ainda de novo, ele não tinha tempo para pensar sobre isso enquanto sua atenção tinha que estar concentrada na investigação do porão.

“… A portela está fechada bem firme. Nós também precisamos de uma chave.” (Vermeer)

“Eu abrirei agora mesmo. Me deixe passar.” (Yuusuke)

Yuusuke abriu a portela firmemente trancado para o porão dentro de 3 segundos. Destravar ela através de customização era bem mais rápido do que usar artes de terra.

“Wow, essa com certeza é uma arte divina útil! Você não é invencível em combate próximo?” (Vermeer)

Vermeer admirou Yuusuke no que Fonke puxou a alça da portela, abrindo até metade. No que eles colocou luz na brecha, eles viram uma escadaria, descendo até a escuridão. Sombras de dúvida apareceram no rosto de Fonke no que ele estava erguendo a portela pela forma lembrando uma alça.

“……” (Fonke)

“O que aconteceu, Fonke?” (Aisha)

“… Nada, é só que tem algo me incomodando.” (Fonke)

Depois de dizer isso, Fonke coçou seu lábio superior no que ele olhou para Isotta. A garota estava de pé parada, encarando a fenda no que ela estava escaneando o porão por inimigos em potencial. Notando isso, Aisha olhou para Isotta com uma expressão preocupada.

“O que aconteceu?… Você ouviu algo?” (Aisha)

“Isotta?” (Fonke)

“E-eu estou bem… mas eu acho que eu senti o inimigo. Há três deles… eu sinto a aura de usuários de artes de vento. E… eu acho que eu também senti a presença de um prisioneiro…” (Isotta)

Pareciam ser três usuários de artes de vento, provavelmente os membros da trupe de vento, assim como dois prisioneiros. Ela terminou o relato dizendo que ela não detectou qualquer inimigo entre a porta e o armazém.

No que Yuusuke não sabia até que ponto as artes de vento podiam providenciar ao usuário as informações sobre o inimigo, ele julgou a severidade da situação pelo rosto pálido e ombros trêmulos de Isotta. Yuusuke especulou que ou os usuários de vento tinham uma arte de vento muito forte à sua disposição ou os prisioneiros estavam numa situação muito ruim.

“Eles nos notaram?” (Yuusuke)

“Não- não, eles não nos notaram ainda… uhm… metade deles… estão dormindo.” (Isotta)

“Pensando em terem se trancado, esses caras tomaram uma chance para dormir em camas. Ou talvez isto seja tudo uma armadilha?” (Yuusuke)

“Capitão, você notou qualquer tipo de armadilha presa na porta? Por exemplo, algo conectado ao mecanismo de trava?” (Vermeer)

Para responder a questão de Vermeer, Yuusuke abriu seu menu de customização e checou o histórico de customização. Ele examinou a parte da trava. No que ele usou as funções de [Rotacionar] e [Aumentar], que eram parte da habilidade dele, ele notou uma engenhoca como uma esfera que quebraria se ele destravasse a porta normalmente e girasse a alça.

No que a bola era feita de metal, ela faria com certeza um barulho alto no que caísse pelas escadas.

“Entendo… então havia um aparelho instalado no fim das contas.” (Vermeer)

Vermeer e o resto da companhia estavam ou chocados ou impressionados com o jeito que a arte divina de Yuusuke destravou a porta, passando por cima do mecanismo de trava.

(Nós estamos com a vantagem daqui em diante.)

Sentindo que eles tinham a vantagem, o grupo começou a discutir em como lidar com os inimigos no subsolo. No que metade deles estavam dormindo, agora era uma boa chance para um ataque.

“Nosso ataque será mais eficiente assim.” (Vermeer)

“Nós podemos decidir a batalha se nós atacarmos todos de uma vez.” (Fonke)

“Se eu atacar de perto, eu acho que até minha bola d’água poderia matar uma pessoa.” (Shaheed)²

No que eles não tinham chance em vencer numa batalha de artes divinas, pensando que seu esquadrão conseguiria pegar uma vitória em combate corporal, Yuusuke fortaleceu as adagas que eles carregavam para auto-proteção. Usando sua customização, ele concedeu vários encantamentos naquelas adagas que já foram fortalecidas através do uso de artes de terra.

No Sistema de Criação e Customização de Item, que era a base para a habilidade de Criar e Customizar de Yuusuke, quando customizando roupas, itens de mapa ou itens como comida, ao usuário era permitido um certo grau de liberdade. Ainda assim, originalmente este sistema foi feito para customizar as armas e os itens defensivos do usuário.

Logo, quando customizando itens de classe de armadura, Yuusuke tinha uma extensiva quantia de opções. Isso significava que mesmo que isso pudesse ser considerado trapaça, Yuusuke podia aumentar a força e poder desses itens o quanto ele quisesse.

Poder ofensivo, estamina, poder de artes divinas, precisão, força corporal, agilidade – Yuusuke podia adicionar efeitos especiais como esses para o item que era customizado. Então, Yuusuke encantou aquelas adagas até o limite de customização delas. Tendo terminado com as armas, Yuusuke foi fortalecer os acessórios com vários traços que aumentam a habilidade corporal. Depois de um tempo ele veio à perceber algo.

(Eu não esperava isso eu mesmo…)

Ele murmurou seus pensamentos mais profundos no que ele estava entregando as adagas, com suas habilidades ofensivas customizadas, para os três membros de seu esquadrão.

“?! Whoa, esse neném é incrível!” (Fonke)

“É misterioso, eu sinto minha força surgindo apenas ao tocar a adaga. Meu corpo também parece mais leve.” (Shaheed)

“Eu consigo entender fortalecimento das armas e habilidade através de artes divinas, mas eu nunca ouvi falar de uma arma em si dando esses efeitos ao usuário delas. Que tipo de arte divina você realmente tem?” (Vermeer)

“É uma arte divina do deus Maligno.” (Yuusuke)

Yuusuke respondeu brincando a questão de Vermeer, no que ele decidiu manter a verdade por trás de sua habilidade escondida. Vermeer sorriu largamente e deixou esta questão de lado, sem mais questionamentos sobre a habilidade de Yuusuke.

“Capitão, esta é sua primeira missão, certo? Você tem qualquer experiência em combate?” (Vermeer)

“Não. Eu tive uma briga numa praça de jogos uma vez, mas esta é minha primeira vez encarando uma batalha real.” (Yuusuke)³

Vermeer acenou, reconhecendo a resposta de Yuusuke, e começou a disseminar a estratégia. De acordo com ela, Yuusuke e as duas garotas ficariam para trás na entrada, enquanto os três caras entravam para atacar. Depois que ele deu o sinal, ele queria que os três entrassem para apoiar a vanguarda. Yuusuke, sendo um completo novato nesses tipos de coisas, concordou com isso, deixando todas as decisões para o mais experiente Vermeer e o resto do grupo dele.

Depois de apagar a luz e, silenciosamente, abrir completamente a portela do porão, Fonke envolveu ele mesmo, Vermeer e Shaheed com uma aura de vento de mobilidade. Em seguida, os três desapareceram silenciosamente na escuridão da escadaria. Durante a execução do plano de batalha deles, Isotta estava continuamente monitorando o status dos inimigos no porão.

No meio tempo, Yuusuke estava customizando seu casaco, deixando a customização das roupas que os outros membros do grupo vestiam, para quando eles retornassem.

***

“Aham, eu estou pronta.” (Isotta)

O rosto de Isotta tremeu no que pediu para Yuusuke mais ordens. Não haviam ecos de batalha nem haviam quaisquer choros de morte. Era como se a trupe de vento, que estava escondida no porão, tivesse encontrado suas mortes silenciosamente. Mas, no que eles receberam o sinal do grupo de Vermeer, eles desceram até o porão.

“… hm?” (Yuusuke)

No que eles estavam descendo as escadas, Yuusuke franziu pelo cheiro estranho que havia atacado eles. Este cheiro era diferente do cheiro de sangue que estava misturado no ar na sala de jantar acima. Este corredor estava preenchido com um cheiro horrível, que era frequente em lugares molhados, úmidos.

Depois de descer no porão, o grupo de Yuusuke se juntou com o grupo de Vermeer. Deixando a escadaria, o caminho se tornou um pouco mais largo no que o corredor se expandiu para ambos os lados. No lado direito, quatro portas estavam posicionadas nos lados do corredor, e três barris estavam empilhados no fim da passagem. No lado esquerdo o corredor se alargou imediatamente, e uma construção, que era provavelmente um poço, podia ser visto.

“Você não acha que isso acabou rápido demais?” (Fonke)

“Isso parece errado. Honestamente, era perigoso. Se nós não tivéssemos essas adagas, nós teríamos sofrido danos também.” (Shaheed)

“Está a direita”, continuou Vermeer.

Aisha acenou para o usuário de artes de fogo e entrou na sala de armazenagem designada. Um ponto de interrogação brotou na cabeça de Yuusuke, no que ele era incapaz de entender o que estava acontecendo entre eles.

“Eu pedi para ela curar os prisioneiros que nós libertamos”, explicou Vermeer.

Antes de tarde, soluços e choros de uma mulher podiam ser ouvidos da sala de armazenagem.

“As feridas deles eram pesadas assim…?” (Yuusuke)

“As feridas deles não são sérias, mas este não é o pior problema neste momento.” (Vermeer)

Vermeer não foi nos detalhes, no que ele respondeu a pergunta de Yuusuke. Isotta apareceu de trás do canto, com seus olhos abaixados. Ela entrou na sala, carregando água do poço que Aisha pediu que ela levasse para o tratamento dos prisioneiros. Fonke coçou sua cabeça, pensando sobre o futuro.

A atmosfera dentre o grupo estava pesada, similarmente ao fedor que encheu o ar ao redor deles. Shaheed, que era o único que permaneceu quieto, começou a falar.

“Capitão ainda parece jovem e fraco, mas julgando pela luta na praça e as acusações daquele canalha, eu acho que ele é maduro o suficiente para isto.” (Shaheed)

“Eh? O que está acontecendo? Apesar de tudo, eu sou um adulto.” (Yuusuke)

“Oh, isso é realmente verdade? Bem, pode ter sido estranho de mim ser atencioso sobre isso.” (Vermeer)

“Bem, eu acho que é erro meu. Você parece ser honesto demais, Capitão. Eu temi que isso poderia lhe dar um trauma.” (Fonke)

Sem qualquer pressa, os três direcionaram Yuusuke para a sala diante dele. Os suprimentos de comida de emergência estavam intocados, mas movidos para uma certa parte da sala. O espaço livre foi respectivamente separado num espaço para os usuários de arte de vento da trupe de vento e um espaço para os corpos de seus prisioneiros.

“Três prisioneiros estavam detidos aqui. Dois deles estão sendo curados Aisha mais para dentro.” (Vermeer)

“E o último…?” (Yuusuke)

Yuusuke olhou para uma pilha no chão que estava coberta com um pano. Não era difícil para ele adivinhar que o corpo do terceiro prisioneiro estava sob ele. Fonke esticou sua mão em direção do pano e olhou para Yuusuke como que confirmando se ele deve descobrir ele.

“Bem, isto não é uma coisa que eu deva mostrar intencionalmente…” (Fonke)

Para os soldados elites que primariamente ficavam ao redor do palácio e normalmente evitavam o trabalho sujo, cavaleiros das corps de deus sabiam pouco do atual trabalho lá no campo. O corpo do prisioneiro que o grupo de Vermeer achou e mostrou para o capitão de uma corps de deus do palácio, mais provavelmente pertencendo à um membro feminino de corps de deus, uma capitã na verdade, que foi capturada durante a defesa da fortaleza.

“Uh…” (Yuusuke)

À primeira vista, parecia que o corpo foi coberto em roupas camufladas com um padrão de bolinhas vermelhas – o corpo estava coberto em arranhões vermelhos profundos e rasgos na pele. Apesar do corpo estar deitado numa postura usual, as mãos e pernas estavam dobradas em lugares inaturais. Não haviam unhas nos dedos das mãos e pés sobrando do corpo.

As partes femininas do corpo foram todas cortadas, o nariz foi quebrado, e a mandíbula tinha um formato inusual. Seu cabelo azul bagunçado estava preso em um nó apertado que tinha algum pó amarelo esbranquecido preso nele.

“… Que cruel.” (Yuusuke)

Yuusuke não virou seus olhos até o corpo estar coberto novamente. Isto fez uma expressão de admiração flutuar no rosto de Vermeer. Uma vista tão horrenda era bem rara durante tempos de paz, mas quando a luta começava, tais cenas não eram uma visão estranha no campo de batalha.

“…” (Yuusuke)

Yuusuke repentinamente pensou em algo e tocou parte do corpo que estava saindo debaixo do pano.

Ding Dong

“?! Não pode ser…” (Yuusuke)

“Capitão…?” (Vermeer)

Sem responder os chamados duvidosos de seu grupo, Yuusuke abriu o menu de customização, sentindo que ele não deveria estar fazendo isto. No menu ele viu a imagem do corpo desfigurado, mas, ao manipular os vários parâmetros, ele podia curar os rasgos de pele e arranhões, e até arrumar os ossos quebrados.

Apesar da maioria do trabalho incluir ajustar as barras de dano das várias partes para zero em seus valores, como sua tarefa se tratava de mexer com um corpo humano, isso ainda levou uma quantia considerável de tempo. Finalmente, na tela da janela de customização, um corpo razoavelmente musculoso pelado de uma jovem mulher de cabelo azul podia ser visto.

Yuusuke, cercado por uma aura peculiar da ativação de arte divina, moveu seu dedo no ar como que realizando algum tipo de cerimônia, e foi encarado pela companhia de Vermeer, que estavam embasbacados, incapazes de entender o significado das ações de seu capitão. Isotta, tendo vindo passar a informação dos outros dois prisioneiros, que estavam agora curados e acalmados por Aisha, também estava assistindo este espetáculo do batente da porta.

“Tudo bem. Executar!” (Yuusuke)

Efeitos de luz cercaram o corpo e saíram debaixo dos panos que cobriam o corpo. Antes de tarde, as partículas de luz, dançando no ar, se ajeitaram, e a mão desfigurada vermelha escura em que faltavam alguns dedos foi mudada para uma lisa mão branca de uma mulher. Os dedos que foram horrendamente cortados também foram presos de volta às posições originais deles.

“O que?! Que caralhos você fez?!” (Fonke)

Vermeer e Shaheed, seus olhos se arregalaram de espanto, estavam sem palavras. Antes deles recuperaram sua compostura, Fonke havia descoberto o corpo de novo. Um belo, perfeitamente simétrico corpo estava deitado lá sem uma única ferida visível em sua bela pele. Isotta cobriu sua boca, seu rosto ficando todo vermelho de embaraçamento.

“Haaa… eu acho que reviver alguém é impossível no fim das contas…” (Yuusuke)

Ele só podia customizar o corpo como qualquer outro item.

“Isso… isso me assustou… além do mais, se você pudesse reviver pessoas, eu não conseguiria pensar mais em você como um humano, capitão.” (Vermeer)

“Eu concordo…” (Shaheed)

“Haaa… Ela era uma bem bonita. Aqueles bastardos da trupe de vento estão pensando bem demais de si mesmos.” (Fonke)

Esfriando suas emoções, Vermeer e Shaheed também se agacharam próximo do corpo suspirando de um jeito similar à Yuusuke. Contrário à esses dois, ao invés de focar nas artes misteriosas que eles acabaram de presenciar, Fonke, obviamente mais interessado na beleza da mulher, cobriu com o pano de novo com arrependimento claramente demonstrado por suas ações.

Em seguida, ouvindo o relato de Isotta, todos moveram em direção da sala interior para ouvir o que os dois prisioneiros sobreviventes tinham para dizer.

“U-uhm… Capitão.” (Isotta)

“Hmm?” (Yuusuke)

“Eu, eu acho que… para ser capaz de se tornar bela de novo… aquela pessoa também se sentiria aliviada…” (Isotta)

“… É mesmo?” (Yuusuke)

(É, eu acho que ela ficaria aliviada), pensou Yuusuke, rezando para a mulher ser capaz de ao menos sentir um pouquinho mais de felicidade no próximo mundo.

Isotta olhou para seu [Capitão Yuusuke], admirando ele com seus olhos verdes.


Nota(s):

1 – Em japonês, se lê tanto dentro como escondido.

2 – E este, meus amigos, é o único poder ofensivo de verdade que eles têm.

3 – Eu traduzi certo, ele estava falando provavelmente de um arcade ou algo parecido, não é aquela outra coisa com a Sun envolvida.

4 – Na realidade, o “limite” varia do material, mas isso ele fala mais para frente.

5 – Parando para pensar, provavelmente todos prisioneiros sejam mulheres, mas vou manter assim porque não era para passar a ideia de gênero, acho…



Comentários