Volume 1
Capítulo 71: Eu Quero Ser um Herói
Ele voltou imediatamente para casa depois da escola.
Seu pai não conseguia mais mexer as pernas, por isso tinha que usar uma cadeira de rodas. Por causa da deficiência do pai, Mo Xiaofei ajuda nas tarefas domésticas desde que começou a compreender a situação em que estavam.
Ele terminou de preparar o jantar, deixou uma parte para a mãe que ainda não voltara, depois entrou no quarto do pai.
Embora incapacitado, na opinião de Mo Xiaofei, seu pai não ficou triste ou frustrado, pelo contrário, ele encarou a vida com uma atitude positiva.
Desde que perdeu as duas pernas, seu pai não pôde mais trabalhar. Daquele momento em diante, ele começou a aprender a esculpir madeira e montou sua própria loja online. O negócio não era bom, tampouco ruim. Junto ao salário de sua mãe, a vida deles era considerada boa.
— Pai, vem jantar.
As costeletas de seu pai, Mo Hongqi, já estavam ficando grisalhas. Após ouvir o filho chamando, ele largou a faca e sorriu.
— Tudo bem.
Ele puxou a cadeira de rodas para perto, a segurou para apoiar seu corpo e tentou se sentar. Mo Xiaofei foi correndo ajudar.
Toda vez que via isso, Mo Xiaofei se sentia inefavelmente triste. Seu pai era um homem forte e conseguia erguê-lo com facilidade quando ele era criança.
Ele sempre escalava o braço de seu pai, ficando pendurado. Tanto ele quanto o pai se divertiam nessa época. Mas agora, é difícil conseguir fazer isso.
Mo Hongqi era um bombeiro antes do acidente. Desde criança, ele sempre achou que seu pai era um herói. Ele costumava sonhar virar um bombeiro quando crescesse um herói que resgataria as pessoas quando elas estiverem em perigo, assim como seu pai.
Mo Xiaofei se sentia bastante impulsivo hoje… Embora ninguém saiba o motivo.
— Pai… Alguma vez você se arrependeu de sua decisão no incêndio daquele ano?
Mo Hongqi se surpreendeu com a pergunta. Ele levantou a cabeça e olhou para o filho.
— Não estamos vivendo bem, apesar disso?
Mo Xiaofei ficou em silêncio. Seu pai é para sempre um verdadeiro herói em seu coração, mas ele não aguentava mais. Mo Hongqi é positivo, otimista e nunca se abalou por conta de sua condição física.
Mas ele, por outro lado, é… Um covarde.
Ele não tem coragem nem de dizer um ‘a’, mesmo que esteja sendo intimidado, por medo de causar problemas para sua família… E está ainda mais indisposto a deixar seu pai lutar por ele.
Depois do jantar, Mo Xiaofei voltou para o quarto. Ele ficou encarando o despertador. As palavras do loirinho ecoavam em sua cabeça.
Ele não queria ver mais desgraça acontecerem ao pai, que só recentemente conseguiu se animar (?).
Mo Xiaofei rangeu os dentes, ele não pode ser um covarde para sempre! E, por isso, depois de dar uma desculpa, ele saiu de casa, foi ao lugar em que o loirinho Irmão Quan o mandou estar.
Aqueles estudantes estavam lá de novo… Esta é a porta dos fundos de uma oficina. Quando Mo Xiaofei chegou, eles estavam conversando.
— Você veio. Muito pontual. O loirinho Irmão Quan andou até Mo Xiaofei e assentiu.
No mesmo momento, ele pegou a chave e abriu a porta dos fundos, saindo, depois de um tempo, dirigindo um carro.
— Entrem no carro.
Mo Xiaofei hesitou por um segundo. Por fim, ainda relutante, foi arrastado para dentro do carro por um dos alunos.
Logo, o carro parou em um bar. Irmão Quan os levou à um beco. Foi quando a porta dos fundos do bar se abriu e um homem saiu. Ele passou uma bolsa preta para ele e também falou alguma coisa.
Apenas após o homem retornar ao bar e fechar a porta, o Irmão Quan voltou (? De onde). Ele pegou um pacotinho cheio de pó branco. Então, ele, com um sorriso, enfiou o pacotinho no bolso.
— Depois, entreguem essas coisas para os locais indicados, conforme as minhas ordens. Alguém vai estar lá esperando vocês.
—Irmão Quan… Não seria Mo Xiaofei o responsável por entregá-los, — Falou um dos estudantes com uma voz estranha. — Nós… Precisamos entregar também?
O Irmão Quan bufou.
— Vocês são idiotas? Acham que ele consegue entregar todos em uma noite? — Então continuou. — Mas não se preocupe, eu não vou fazer vocês fazerem isso de graça. Depois de entregarem tudo, vou dar 300 Yuan como recompensa para cada um.?
Todos hesitaram. Mas, neste momento, Mo Xiaofei franziu as sobrancelhas.
— O que é isso?
O Irmão Quan deu um sorriso torto.
— É algo ótimo… Por quê? Quer experimentar?
De repente, Mo Xiaofei, por algum motivo, se sentiu corajoso. Aproveitando que o irmão Quan estava distraído, ele pegou a bolsa inteira e a abraçou.
— Que merda você está fazendo? O Irmão Quan ficou furioso.
Mo Xiaofei rangeu os dentes, deu alguns passos para trás e se virou para correr. Ele não sabia de onde veio sua coragem… Ele tem um bom palpite do que é o pó branco.
Seu pai tinha sido uma pessoa séria e honesta durante toda a vida, resgatou pessoas independentemente de sua própria segurança.
Como seu filho, ele achava que mesmo que fosse fraco de personalidade, ele nunca poderia fazer algo para prejudicar as pessoas. Ele não tinha pensado nas consequências, só deixou o sangue chegar à cabeça.
No entanto, depois de correr certa distância, ele percebeu que o fraco ele não conseguiria fugir. Então, ele só pôde lamentar sua decisão precipitada.
Droga! Era um beco sem saída! Por que é um beco sem saída?
Ao ver o Irmão Quan e os vários outros estudantes, Mo Xiaofei encostou-se à parede e falou com uma voz trêmula. — Não venham aqui! Ou eu jogo isso longe!
Jogue. — Zombou o Irmão Quan. — Vamos ver até onde você consegue jogar. Ou coma tudo, se tiver coragem! Peguem aquilo de volta!
Assim que o irmão Quan deu a ordem, no mesmo momento os estudantes correram até Mo Xiaofei. Alguém estendeu a mão para a bolsa. Como estava em pânico, Mo Xiaofei jogou a bolsa para o outro lado da parede.
O Irmão Quan não conseguiu acreditar. Ele explodiu de raiva.
— Segurem ele! Esperem até eu voltar para darmos uma lição nele.
O Irmão Quan começou a estimar a altura da parede. Por fim, ele escolheu dar a volta para pegar a bolsa. Ouvindo a batida quase inaudível do outro lado da parede, talvez sejam os fundos de um salão de dança ou de um bar.
…
…
*Pá*.
A bolsa caiu perto dos pés de uma sombra.
A serva do clube abaixou a cabeça e olhou para baixo. Ela viu vários pacotes caírem da bolsa preta. Ela pegou, abriu um e cheirou.
— Parece que eu não vou precisar comprar… Isso me poupa algum tempo.
Com um sorriso, You Ye saiu do beco como uma rainha da noite. Ela não se importava com o que acontecesse do outro lado da parede, não era da conta dela. Desde que ela termine a tarefa que o chefe ordenou que fizesse, estaria tudo bem.
…
…
Depois de pouco tempo, o Irmão Quan voltou furioso. Ele olhou para os estudantes e então olhou para Mo Xiaofei, depois o chutou na barriga impiedosamente. — Você perdeu meus dez mil em produtos! Você tá maluco, tá querendo morrer?!!
Mo Xiaofei queria revidar, mas não conseguia se mover por estar sendo segurado por vários alunos. Cada golpe de punho era como um golpe de martelo, o atingindo como num mundo de dor.
— Irmão Quan, para. Ele já está cuspindo sangue! — Um estudante falou com um tom apressado. — Você vai espancá-lo até ele morrer!
O Irmão Quan chutou Mo Xiaofei mais uma vez e depois cuspiu.
— Se eu não conseguir encontrar, você verá toda a sua família morrer!
Mo Xiaofei desmaiou de dor.
Ele não sabia quando acordou. Ele só sentia como se todos os seus ossos estivessem quebrados, e o beco foi iluminado… Parece que a noite passou.
Mo Xiaofei se arrastou com dificuldades, ao tentar sair do beco.
‘Eu não consegui nada; na verdade, só causei mais problemas? ‘
‘Eu só quero ser um homem forte e honesto como meu pai. ‘
‘Eu ainda sou um inútil?’
A visão de Mo Xiaofei ficou embaçada. Enquanto engatinhava, ele parecia ter entrado em outro lugar.
Onde uma pessoa de repente perguntou: Caro cliente, do que precisa?
‘Preciso?’
‘O que preciso?’
— Eu… Eu preciso de poder… Quero me tornar um herói que possa proteger minha família…