Volume 10

Capítulo 342: Informação omitida

O que ela quis dizer com "Comprar o livro de Milky"?

Eu só viajei com ela por um curto período de tempo.

Mas eu sabia o tipo de doujinshi que ela gostava.

— Ichino-sama, existe algum significado real em comprar o livro de Milky-san? Talvez seja um engano intencional de Miri-sama ou talvez Daijiro-sama?

Carol perguntou.

Miri com certeza... exalava a vibração que ela não queria que eu a perseguisse.

Mas eu sacudi minha cabeça.

— Não conheço Daijiro-san, mas não há possibilidade disso se esta mensagem for de Miri. Aquela garota não faria um ato tão covarde neste tipo de situação.

Eu pude entender o gênero de doujinshi de Milky interagindo com ela por pouco menos de um dia. Eu vivi com Miri por 12 anos na Terra... eu fui seu irmão por todo esse tempo. Embora eu nunca tenha percebido que ela era a reencarnação do Lorde Demônio, eu conhecia sua escolha de ações.

— Jofre, Elise. Havia alguém lá?

Perguntei a Jofre e Elise depois que eles voltaram da sala nos fundos.

— Não havia ninguém no escritório nos fundos.

— Hã-hã, me pergunto para onde os três foram?

Não apenas Daijiro-san, Miri e Milky, ninguém estava lá?

Eu não sentia nenhuma presença do nosso entorno.

Nesse caso, elas não estavam nesta cidade?

Mas apenas o livro de Milky permaneceu aqui?

— Ichino-sama, procurarei pistas do destino de Daijiro-sama no escritório dos fundos.

— Tá, obrigado. A propósito, Haru... o que Jofre e Elise estão fazendo?

— Parece que eles estão dando Medalhas Raras para Centauro.

É isso mesmo, as pequenas medalhas de ouro que Jofre estava segurando, eram Medalhas Raras.

Era um item deixado por monstros únicos nas dungeons e dar de alimento para monstros teria o efeito de torná-los mais fortes.

Jofre oferecia, de forma ininterrupta, várias dessas Medalhas Raras a Centauro.

Embora uma dessas custasse uma moeda de ouro ou 100.000 sense... o equivalente a um milhão de ienes.

Talvez Centauro tenha saído de modo obediente do Meu Mundo porque queria comer Medalhas Raras?

— Ei, Haru. Medalhas Raras são saborosas?

— Desculpe. Gosto de comida dura, mas não conheço o gosto do metal.

— Acho que isso faz sentido.

Eu balancei a cabeça e olhei para Centauro.

Se o burro lento já forte se tornasse ainda mais poderoso, poderia até perder para ele.

— Ichino-sama, estou de volta.

Carol voltou do escritório nos fundos.

— Isso foi rápido, Carol.

— A sala que servia de escritório estava vazia. Não havia documentos, nem sequer um pedaço de papel.

Então era lógico que fosse rápido. Já que não havia nada para investigar.

— Mas isso foi deixado para trás.

Carol me mostrou 30 mechas curtas de cabelo.

Entendi, Exame de Cabelo?

Um afogado se agarra até em uma palha¹, mas acho que me agarrei em cabelos.

E assim, peguei um caderno e realizei o Exame de Cabelo.

Mesmo assim, as informações que recebi do Exame de Cabelo foram aleatórias. Em primeiro lugar, eu nem estava confiante de que era de alguém envolvido. Podia até ser o cabelo de um homem de meia-idade que entregava pizzas... se é que havia algum entregador de pizzas neste mundo.

Mesmo assim, eu ainda ativei o Exame de Cabelo.

Como esperado, não recebi nenhuma informação boa.

Aliás, havia apenas uma mecha de cabelo na qual eu não podia aplicar a habilidade. Eu me perguntava por que, mas então o Avaliar Falsificação de Haru reagiu. Em outras palavras, eu estava convencido de que era isso. Foi incrível como ele parecia com cabelo de verdade.

E então...

— Hmm? Algo incrível apareceu.

Comentei enquanto olhava para as palavras registradas no caderno.

 

Número Individual: 2531-5231-8989-1192-2960.

Maldição: 42.

Tempo de vida do cabelo: 0.

 

— A longevidade do cabelo é 0...

Fui capaz de verificar algo. O tempo de vida do cabelo não era a idade em que a pessoa perderia todo o cabelo, mas o número de anos restantes até a perda de cabelo.

Em outras palavras, meu tempo de vida do cabelo de 72 anos significava que ele não cairia até eu completar 92 anos.

— Erm, Mestre. O que essa "Maldição: 42" significa?

— … não faço ideia. Bem, até que eu possa determinar de quem veio o cabelo, não posso deduzir nada.

E então, avaliei um longo cabelo castanho.

 

Número individual: 3193-2918-3213-2951-3502.

 

Os oito primeiros dígitos do número individual eram os mesmos que os meus.

Tal coincidência não deveria ser possível em circunstâncias comuns. Muito provavelmente, os 8 primeiros dígitos foram influenciados pelos genes dos pais.

Pensando assim, esse cabelo era com certeza o de Miri.

 

Estresse: 82.

 

... ela estava transbordando de estresse.

Bem, isso não poderia ser diferente, pois ela não podia se mover com liberdade.

 

Desejo: 52.

 

... desejo... o que ela estava desejando?

Se eu pudesse decifrar isso, talvez pudesse entender os pensamentos de Miri.

Mas no fim, esse Exame de Cabelo só me deu uma série de números.

Sem qualquer conhecimento do significado por trás dos números, não havia nada que eu pudesse fazer.

Não consegui nenhum resultado da avaliação que pudesse ser usado como referência com os outros fios de cabelo.

Como esperado, eu teria que entender o significado dos números primeiro.

— Se eu pudesse entender os resultados dessas avaliações capilares.

— Ichino-sama. A casa de Suzuki-dono poderia ter um livro sobre os resultados da avaliação?

— ... é verdade!

Agora que ela mencionou, aquele cara estudou para se tornar um Membro do Laboratório de Investigação Mágica.

Nesse caso, ele poderia ter documentos sobre o Exame de Cabelo.

Em um comentário não tão importante, por que ela estava se referindo a ele como Suzuki-dono?

Bem, ela descobriu que ele era um Barão, então acho que essa maneira de falar era apropriada.

— Carol reunirá informações sobre Daijiro-sama, Miri-sama e Milky-san nesta cidade, por isso Ichino-sama e Haru-san possam esperar na casa de Suzuki-dono.

— Ah, faremos isso. Desculpe por você ter que fazer isso sempre. Obrigado.

Depois de agradecer, Carol se aproximou de mim e disse de forma suave o suficiente para que apenas eu pudesse ouvi-la.

— Se você quer me agradecer, faça isso na cama hoje à noite.

— Buhh.

Que coisa para se dizer.

Carol era uma carnívora, afinal.


Nota

[1] O provérbio "um afogado se agarra até em uma palha" é usado para se referir a uma situação em que a esperança de sucesso está desaparecendo, e as pessoas vão tentar qualquer coisa, não importa o quão improvável seja a chance de encontrar uma solução.



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