Volume 10

Capítulo 335: Sheena quebrada

Alguns dias se passaram desde a batalha com os Reis-Dragão-Demoníaco.

Todos comemoraram o renascimento de Sheena Nº3... ou melhor, sua conversão em um Ciborgue, com alegria. No dia seguinte, fizemos uma festa de comemoração para Sheena eu a deixei comer o que ela desejava.

A comida que ela queria era: frutas.

Frutas cultivadas na ilha desabitada em que ela estava estacionada.

Quando Sheena Nº3 era uma autômata, ela cultivava as plantas frutíferas, mas não conseguia comê-las.

Ela podia reunir o gosto como dados, mas isso não passava de valores numéricos.

E essa Sheena ainda estava comendo frutas no dia seguinte de manhã. Como se ela estivesse compensando as centenas de anos de não pode comê-las.

 — … banana. Delicioso, delicioso, desu.

Vendo Sheena Nº3 encher as bochechas, eu senti que ela havia retornado.

Percebendo que eu tinha acordado também, Sheena ofereceu a banana que estava comendo para mim.

— O Mestre gostaria de comer também?

— … ah, claro.

Eu não diria coisas infantis como isso ser beijo indireto. Pensando nisso, fui eu quem fez a pele e os lábios dela.

Perguntei a Sheena enquanto comia a banana:

— Sheena, agora que percebi, você planeja continuar terminando suas frases assim?

— Sim, desu. Isso virou um hábito, desu. A alma de uma criança aos 3 anos é a mesma com 100 anos de idade, desu.

— Como um Ciborgue, em vez de 3 anos, você tem 0 anos; se incluirmos sua vida como uma Autômata, você não tem 100 anos, mas sim séculos de idade.

— ... o Mestre odeia meu hábito de terminar minhas frases assim, desu?

— Não, eu particularmente não odeio isso, mas...

— Se o Mestre ordenar, posso terminar minhas frases com "kyu", kyu.

— Você está fazendo isso de propósito!

Sério, Sheena Nº3 ainda era a mesma, independentemente de ser uma Autômata ou um Ciborgue.

Mesmo assim, os problemas de funcionamento dela desapareceram como se nunca tivessem existido.

— Mestre, um enorme problema veio à tona, desu.

— Eh!? O que foi!?

— Eu não consigo remover minha cabeça, desu.

Sheena tentou tirar sua cabeça, mas não conseguiu.

— Pare, você vai morrer se tirar a cabeça dessa vez! Seria uma piada se a pessoa que tentamos tanto salvar ontem morresse tirando a própria cabeça.

Correção, o mau funcionamento de sua cabeça ainda não foi corrigido.

Aliás, embora ela não pudesse mais remover sua cabeça, como parte das funções de um Homúnculo, ela poderia transformar seu corpo e possuir poder defensivo absoluto, além de sua função de gravação e reprodução de voz de seu tempo como uma Autômata.

— Ah, a propósito, isso deve ser importante para você.

Entreguei um disco para Sheena Nº3.

— Isto... Mestre, você tocou isso, desu?

— Não, essa é uma cópia ilegal do DVD Nyapiece, certo? Vou assistir o original, se quiser vê-lo.

Eu menti e passei o DVD para Sheena.

Ela olhou para ele e o abraçou carinhosamente no peito.

... huuuuum, mesmo que ela costumasse ser uma personagem piadista, eu perderia minha presença de espírito se ela mostrasse essa expressão.

Fui à livraria para cumprir minha promessa com o velho.

— Aqui, o Néctar solicitado.

— Sem chances... esse é o verdadeiro.

Os olhos do dono da loja se arregalaram quando ele abriu a tampa da garrafa e concluiu que era a coisa real.

— Você pode diferenciar?

— Si-… sim. Eu amo álcool, então tenho a habilidade Degustação de Álcool. Além disso, adquiri a habilidade Degustação de Álcool II, portanto posso diferenciar apenas pelo cheiro.

Ouvi falar da descrição da habilidade Degustação de Álcool. A habilidade tinha três níveis, o primeiro permitia que o usuário informasse o tipo de álcool e o ano de fabricação tomando um gole. O nível II permitia que o usuário reconhecesse essas informações apenas pelo olfato, enquanto o usuário poderia dizer tudo apenas olhando a bebida quando estava no nível III.

Em outras palavras, podia-se dizer que isso possuía o mesmo efeito que a habilidade de Avaliação quando ela enfim atingia o nível III, mas a quantidade de informações adquiridas através da Degustação de Álcool era superior à da Avaliação.

Isso estava fora das minhas expectativas.

— A propósito, isso não foi feito em um labirinto.

— ... ah, ajudaria se você pudesse manter segredo sobre isso.

— Sim... isso seria o lógico a se fazer.

O velho disse.

Bem, a situação era essa. Mesmo se alguém dissesse que essa era um presente dado pela Deusa Minerva-sama, sem sua própria habilidade para verificar, ou melhor, mesmo com sua própria habilidade para verificar, ninguém acreditaria nisso, certo? Normalmente seria assim.

— E pensar que não foi feito pela Deusa Minerva-sama, mas sim pela Deusa Tet-sama.

Hã?

Tet-sama?

Este álcool não foi fabricado por Minerva-sama?



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