Caçador Herdeiro Brasileira

Autor(a): Wesley Arruda

Revisão: Ângela Marta Emídio


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 5: O meu pai é um assassino!

Deixe-me ver se entendi direito.

Eu havia acabado de acordar de mais um dos meus pesadelos bizarros quando notei alguém no meu quarto. Decidi segui-lo pela floresta e não demorou para perceber que era só o diretor da minha escola — nada mais.

Até aí tudo bem. Ele tentou me morder com uns dentes afiados depois de me estudar com olhos banhados de vermelho-sangue, e eu me encolhi apavorado. Normal. Tudo normal.

Quando então o meu pai decide aparecer para me salvar, cortando o pobre do diretor ao meio como se fosse a coisa mais fácil do mundo, e com uma espada! É isso mesmo, produção? 

— Que merda é essa, pai? — perguntei mais uma vez, pestanejando para me certificar de que não estava de fato sonhando. A floresta mantinha-se macabra a nossa volta, apenas se ouvia o som dos grilos e gafanhotos. A luz do luar iluminava a clareira parcialmente.

Tony Kido tinha acabado de baixar sua arma, que tinha a lâmina toda ensanguentada. Uma linda espada que media cerca de dois metros de comprimento com uma lâmina larga e brilhante, cujo metal de fio duplo era curvo e banhado em prata. O cabo preto e vermelho continha alguns entalhes de símbolos estranhos que eu nunca vira antes, deixando-a ainda mais bela e marcante, além da guarda preta com detalhes em bronze: linhas onduladas que a conectavam à parte chata da lâmina.

Resumindo: era uma enorme espada de samurai, que eu já havia visto — acredite ou não — em algum lugar antes.

Voltei meus olhos para o corpo do indivíduo no chão de terra — que outrora fora o diretor da minha escola —, notando que ele estava simplesmente... se transformando em pó?

Seus membros e órgãos eram apenas areia se esfarelando no chão, este já encharcado pelo sangue escuro daquela "coisa". A areia tinha uma cor só, como se as cores das roupas do homem estivessem voltando às suas origens junto ao corpo.

— Diogo, esse cara aí era um vampiro. E ele... Bem, ele queria te matar.

Mesmo já suspeitando daquilo, foi inevitável estremecer. “Um belo exemplo de diretor” pensei comigo mesmo, observando seu rosto horrível tornando-se areia. Deduzi que a espada do meu pai tinha algo de especial.

Olhei-o chocado. Perguntas para fazer era o que não faltavam, eu só não sabia por onde começar. Meu pai, no entanto, mantinha-se tranquilo, como se fosse acostumado com aquele tipo de coisa.

Ele se agachou e colheu o pó que estava no chão, colocando-o numa espécie de frasco de vidro de tom avermelhado. O mais estranho era que, enquanto ele puxava a areia com a mão, os outros grãos vinham junto, como se o primeiro grão a ser puxado fosse um ímã, facilitando bastante seu "trabalho". Num segundo, não havia mais sequer uma molécula de areia no barro.

Tornei a olhar para a espada e finalmente a reconheci — embora a ideia soasse um tanto bizarra: era a lendária Ko-Kyuketsuki.

Eu já tinha ouvido muitas histórias sobre ela antes, além de tê-la visto em mangás e em filmes japoneses. Eu só não imaginava que tal espada realmente existisse.

De acordo com a lenda do Japão, a espada Ko-Kyuketsuki pertencia ao maior samurai de lá desde as épocas antigas. E servia para matar e destruir vampiros — como diz o próprio nome traduzido —, a verdadeira justiceira que deveria ser utilizada apenas para o bem. O mais bizarro era que meu pai era brasileiro, e não japonês, contradizendo a lenda.

Eu estava confuso.

— Filho — iniciou Tony, ainda colocando a areia no vidro —, nunca revelei o meu trabalho a você. Eu sou um caçador de vampiros.

Sua resposta me atingiu feito um raio. Pensei estar sonhando. Eu fiquei surpreso não só pela resposta rápida e direta, como também pelo fato de ele ser um caçador de vampiros. Por outro lado, no entanto, tudo começou a fazer sentido: os pesadelos, os valentões, os olhos vermelhos e o “trabalho misterioso” do meu pai. E nem tinha como duvidar de sua palavra, pois o diretor era uma prova viva (ou morta) de que eles realmente existiam, os vampiros. Uma loucura e tanto.

A imagem do diretor/vampiro me atacando não saía da minha cabeça. Seus olhos vermelhos ficariam marcados para sempre na minha memória. Dificilmente eu voltaria a ter um sono tranquilo, ainda mais morando na orla de uma floresta macabra.

Eu não sabia ao certo o que falar de tanto medo — e surpresa e pavor e desespero. Parecia que as palavras haviam fugido da minha boca, me deixando mudo e aterrorizado. Só de imaginar que aquela coisa quase me matou... Só de imaginar que ele estava perto de mim o tempo todo, na escola... Só de imaginar que ele estivera no meu quarto!

— E-então você está c-confirmando... — gaguejei. — Que o diretor da minha escola... é um vampiro?

Tony Kido espantou-se na hora.

— Esse cara era o diretor da sua escola?!

Ele deu um sobressalto e arregalou os olhos de forma que eu nunca havia visto antes.

— Hã… sim — disse eu apavorado. — Você acaba de matar o meu diretor, pai!

Como não sou besta, passei a seguir meu pai no caminho de volta para a nossa casa. Não queria ficar para trás em meio àquela floresta horripilante. A luz da lua produzia sombras fantasmagóricas em nosso entorno. As árvores eram tão grandes que parecia que estávamos no mundo dos gigantes. O gramado alto — que eu nem sequer notara durante a perseguição — dificultava demais os nossos passos, causando uma coceira chata nas minhas pernas.

— Você notou alguma coisa de diferente nele nesses últimos dias, Diogo? — perguntou meu pai. Sua espada começou a mudar de forma, brilhando e diminuindo, tornando-se...

Pestanejei mais algumas vezes para me certificar de que não estava ficando maluco. A espada havia se transformado na corrente prateada que meu pai sempre carregava, e ela estava limpinha, sem qualquer vestígio de sangue. Tony colocou-a no pescoço e insistiu:

— Diogo?

Retornei das nuvens.

— Se você estiver falando dos olhos vermelhos dele…

Meu pai estava assustado. Não sei ao certo o que se passava em sua cabeça, mas imaginei que era o fato de estarmos sendo vigiados — ou pelo menos era o que eu ainda sentia.

— Não só ele como também o meu professor de História e os três valentões.

— O quê? — Ele me interrompeu ainda mais sério. — Tem mais vampiros na sua escola?

Agora era eu quem ficava assustado. Ele tinha razão. Se o diretor, que me olhava com seus olhos vermelhos, era um vampiro, todos os que tinham olhos vermelhos também eram vampiros.

— Sua mãe!

De forma súbita, guardando o frasco com o pó num dos bolsos de sua calça, ele correu pela floresta sem me esperar e um pavor ainda maior tomou conta de mim . Se alguma coisa tivesse acontecido à minha mãe, eu não saberia o que fazer.

Corremos desviando das árvores e abrindo passagem por entre os galhos e folhas até que, enfim, chegamos aos fundos da nossa casa.

— Sara! — gritou meu pai, talvez até acordando alguns vizinhos.

Ela apareceu na janela do meu quarto, assustada.

— Tony? O que foi?

Meu pai e eu nos entreolhamos, deixando escapar um profundo suspiro de alívio. Graças a Deus ela estava bem, foi o que dissemos um ao outro por telepatia.

Abri a porta dos fundos e entramos na cozinha. Eu sentia o corpo pesado feito um saco de areia devido ao cansaço, embora a adrenalina ainda estivesse ativa. Tony pegou uma garrafa d'água na geladeira enquanto eu me dirigia para a sala, ao mesmo tempo em que minha mãe descia a escada com uma expressão de irritação. Sentei no sofá maior — que ficava de frente para a TV — e ela sentou-se ao meu lado, nadinha satisfeita. Tony apareceu e sentou-se no sofá menor, cauteloso diante da fera.

— O que aconteceu? — Sara estava brava e confusa. — Por que diabos vocês saíram correndo daquele jeito, me deixando preocupada?!

— Era só um ladrão — menti para tentar apaziguar as coisas.

— Um ladrão?! Vocês são loucos?

— Mas, mãe...

— Mas nada! Ninguém vai atrás de um ladrão assim, dessa maneira, a não ser a polícia! Poderiam ter levado um tiro e parado no hospital, ou então, Deus me perdoe, poderia até ter acontecido alguma coisa pior... O que deu na cabeça de vocês?! Tony, você perdeu o juízo?

Era raro minha mãe mostrar-se nervosa daquela forma. Até mesmo o meu pai parecia sem palavras.

Decidi não dizer mais nada, deixaria tudo com ele. E quando pensei que meu pai me ajudaria na mentira, ele a lançou um olhar significativo.

Se dona Sara era branca, ela ficou ainda mais pálida. Seus medonhos olhos negros retornaram a mim e eu engoli em seco.

— Mãe — falei —, você não vai me dizer que sempre soube sobre os…

— Diogo — cortou meu pai. — Precisamos conversar.

Ele se levantou e começou a subir a escada, o que eu entendi como “siga-me”. Fomos logo atrás. Tony  acendeu a luz do meu quarto e fechou a janela, com minha mãe comentando que não imaginava que fosse acontecer tão rápido.

Eu apenas me joguei na cama de qualquer jeito, ainda surpreso com todos aqueles acontecimentos. Quase havia sido devorado por um vampiro que se disfarçava de diretor da minha escola. Isso não se via todo dia.

— Sara — disse meu pai. — Poderia deixar o Diogo e eu a sós um instante?

Minha mãe hesitou de início, mas então decidiu aceitar.

— Só não demorem muito. Já são quase três da manhã. E filho… — Sara suspirou, ainda de olhos tristes. — Eu não queria isso para você.

Ela saiu e fechou a porta. Tony sentou-se ao meu lado.

— Então? Qual é o papo? — perguntei.

Ele tirou o frasco de vidro vermelho de um dos bolsos da calça-pijama e colocou em cima do colchão entre nós dois. Fiquei olhando para o objeto por um tempo. Havia restos de um vampiro morto ali dentro. Restos que pareciam mais com areia de praia. Agora, o que o meu pai faria com aquilo, eu já não fazia ideia.

— Diogo, poderíamos nos mudar por causa desses vampiros se você quiser. Acho que seria mais seguro. Eles... É difícil dizer, mas eu sinto que eles te querem. Aquele não era um vampiro comum.

Olhei-o de imediato.

— Não era um vampiro comum — repeti, tentando levar na ironia. — Um vampiro que veio atrás de mim porque eu sou filho de um caçador, eu suponho. — “Ou apenas mais um humano que poderia servir de refeição” eu pensei em dizer, mas não achei muito apropriado.

— A verdade é que eu não sou um simples caçador. Fui eu quem fundou a organização Ko-Ketsu.

— Organização o quê?

Ko-Ketsu é uma abreviação de Ko-Kyuketsuki, que quer dizer antivampiros em japonês. De qualquer forma, nós nos mudamos para Honorário porque estávamos ameaçados em Belém. Os vampiros têm fortalezas aqui no Brasil, em quase todas as cidades, e finalmente haviam nos encontrado lá. Você já os viu em filmes e livros, e os da realidade não são tão diferentes. Eles atacam sorrateiramente durante a noite como se fossem sombras se esgueirando por onde desejam. As vítimas, em sua maioria, são pessoas frágeis que não conseguem se defender: crianças, mulheres, idosos, deficientes. Por isso estamos lá, para combatê-los. Somos uma organização que coloca a vida dos inocentes sempre em primeiro lugar, com o único objetivo de protegê-los. Esse é o nosso lema, e acredito que com isso podemos fazer do mundo um lugar mais seguro.

Parecia que o meu pai estava dando um discurso, falando tão orgulhoso de sua organização que imaginei ser mesmo uma coisa bem importante. Isso explicava o porquê de suas ausências, e eu não sabia se ficava honrado ou decepcionado — porque, poxa, ele poderia ter me falado antes.

— Deve ser uma profissão bem perigosa — afirmei.

— Você não imagina o quanto.

— E como você soube que eles existem? Digo, os vampiros? 

— Isso vem de geração em geração.

Ele tirou sua corrente prateada do pescoço e ela começou a se esticar de forma estranha, transformando-se então na lendária Ko-Kyuketsuki. Era enorme e aparentava ser pesada também. Porém, meu pai parecia habituado a manejá-la com facilidade, pois a empunhava como se estivesse segurando uma mera ripa de madeira.

— Tá vendo essa espada? Ela existe há cerca de cinco mil anos.

— Cinco mil anos?

Acho que pareci um idiota de tão surpreso. Afinal, era difícil acreditar que uma espada duraria tanto tempo.

— Nossa família é descendente de caçadores de vampiros, por isso nós honramos essa missão. Só pessoas com o nosso DNA conseguem destruí-los de forma correta.

Minha cabeça estava toda confusa. Meu pai era um caçador de vampiros, vampiros que existiam desde muito antes de Cristo nascer. Nossa família era a única que podia exterminá-los e a espada Ko-Kyuketsuki era verdadeira. Era tudo tão bizarro.

— Então a nossa família é a mais... especial de todas as que existem no mundo? Só porque caçamos vampiros?

— Não só a nossa, como outras também. Os caçadores estão espalhados pelo mundo inteiro, protegendo as suas respectivas cidades. Os vampiros, eles estão por toda parte e é difícil encontrar um lugar seguro hoje em dia.

Ele disse a última frase com certa culpa.

— Eu acho que percebi — falei. Deu vontade de dizer que pelo menos em Belém eu não havia sido atacado. Ou seja, havíamos nos mudado à toa. — E como vocês caçam? Esperam alguém ser atacado para depois irem atrás do vampiro? Ou, sei lá, tem alguma forma diferente de descobri-los?

— Isso é tudo muito bem elaborado. Envolve investigações e deduções. Seria muito mais fácil se eles não pudessem disfarçar os olhos. Mas isso também funciona para a nossa raça.

Eu ia perguntar sobre esse lance de disfarçar olhos, percebendo que, de fato, o diretor havia alterado a cor de suas íris. Não só ele, como também aqueles valentões e o Pedro.

O Pedro.

— Pai, existem vampiros do bem? — perguntei com alguma esperança, cortando toda sua explicação.

— Do bem? Isso é coisa de novela! Vampiros são predadores. Sobrevivem do sangue humano.

Em vez de sentir raiva do garoto, eu me senti decepcionado. Pedro havia mostrado ser um cara legal quando me ajudou a defender o Kai, mas parecia que isso não passava de uma máscara. Ele poderia ser um risco enorme não só para mim como também para o Jhou e o Natsuno.

— Teremos que nos mudar, então — presumi.

Pelo que parecia, isso não significaria que voltaríamos para Belém, uma vez que meu pai havia dito que lá também não era seguro. E alguma coisa me dizia que eu deveria permanecer em Honorário. Havia vampiros na minha escola, um problema que eu me sentia no dever de resolver.

— Se você quiser — respondeu ele, pensativo, encarando sua espada com olhos distantes.

— Você mesmo disse que aqui não é seguro. E não acredito que o diretor... quer dizer, aquele vampiro... foi o último.

— Eu sei, filho, isso é evidente. Mas você lembra que eu disse que a missão dos caçadores passa de geração para geração?

— Lembro — falei, e então fiquei surpreso ao processar o significado da frase.

— Ou nos mudamos para outro lugar, ou então…

— Eu me torno um de vocês — completei, pensando no assunto pela primeira vez; meu pai assentiu, pesaroso.

Eu nunca havia me imaginado naquele tipo de situação. Embora soubesse artes marciais desde pequeno, não conseguira reagir ao ataque do vampiro/diretor, que dirá ao ataque dos outros vampiros que estavam espalhados pela escola. Não que eu tivesse a obrigação de enfrentá-los sozinho, afinal de contas, meu pai acabara de informar que era líder de uma organização de caçadores. Mas, se eu havia encontrado tantos vampiros em apenas uma semana, não queria nem imaginar quantos encontraria pelo restante da cidade.

Então pensei nos meus amigos — e na Sophia. Eles estavam correndo perigo e nem sabiam. Os vampiros da escola poderiam ser enganadores que atraíam suas vítimas para armadilhas, por isso eu me senti no dever de ficar e, se necessário, lutar. Se me daria bem ou não, essa já era uma outra história.

— Eu fico — respondi, afinal.

Tony não escondia sua preocupação. Continuava a fitar a espada com a mente longe do quarto. Deduzi que ela já havia exterminado muitos vampiros antes, considerando que meu pai estava prestes a completar seus quarenta anos.

— Ótimo. Pegue isto.

Ele sacou um anel dourado do mesmo bolso que tirara o frasco de vidro vermelho (que ainda estava no colchão, entre nós dois) e colocou no dedo anelar da minha mão direita, com cuidado.

— Pra que serve? Algum anel que indica que eu sou o "Blade, o exterminador de vampiros"?

Isso fez com que ele sorrisse, e senti a tensão sendo quebrada por um instante.

— Você saberá na hora certa.

Ele guardou sua espada — transformando-a na corrente prateada novamente, colocando-a no pescoço — e me olhou de uma forma diferente (talvez mais despreocupado, ou satisfeito) e disse:

— Chame-o de Takohyusei.

Takohyusei — repeti, estranhando o nome, e ri. Um anel com um nome. Ótimo. — E quanto a isto? — Referi-me ao frasco vermelho de vidro.

— Ah, isto? É feito de cristal. Sempre que você matar um vampiro, ele será deperizado; se tornará pó. Nós, caçadores, guardamos por causa da… Ah, é uma longa história.

Eu até pensei em pedir para Tony terminar de explicar, mas decidi que não. Era coisa demais para a minha cabeça, que ainda processava todas as informações da noite. Meu pai se levantou e caminhou até a porta do meu quarto, abrindo-a.

— Boa noite, filho, durma bem — disse, apagando a luz.

Mas eu ainda olhava para o anel. Falei:

— Você também, e cuida da minha mãe.

Tony Kido confirmou com a cabeça e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Tornei a deitar, pensando na nossa conversa, todas as coisas que meu pai explicou, me trazendo dúvidas, me levantando hipóteses, enquanto eu ainda olhava com atenção o anel dourado em meu dedo. Sentia que não demoraria para descobrir sua utilidade.

Estava cansado, mas sabia que o sono não viria tão cedo devido à adrenalina que eu nunca havia sentido antes na minha vida. Simplesmente fui atacado por um vampiro — que era o diretor da minha escola. Agora, só precisava lidar com um professor, três valentões e um amigo dos meus amigos. 

Os pensamentos seguiram cutucando minha mente por vários minutos. As lembranças daquele monstro de dentes afiados ainda me deixavam apavorado e inquieto. “Quantos mais ainda existem pelo mundo?” eu me questionava. Tremia só por saber que existiam mais, que dirá encontrá-los.

Estremeci.

Os pensamentos ainda me atormentavam, me deixando ainda mais inseguro, ainda mais confuso... Até finalmente o sono chegar, vindo com força, como se eu não tivesse dormido há dias. Não pensei em mais nada e fechei os olhos, dormindo logo em seguida, caindo num sono profundo devido ao cansaço. Cansaço da mente e do corpo.

Aquele sim foi um longo dia.



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