Volume 1

Epílogo

Eu sento na frente da minha mesa e folheio o meu caderno.

“E foi assim que o Apóstolo Azul foi parado. Já faz dois anos desde então.”

Eu fecho meu caderno, concluindo a longa história.

“Então esse foi o seu primeiro caso com o Dazai, hm?” Tanizaki fala com admiração.

“Sim, e ele não mudou nada desde então. Ele ainda é o mesmo cara incômodo e arrogante que ele era naquela época. Nós temos trabalho para fazer hoje e ele não se encontra em lugar algum... Naomi, você já rastreou o sinal naquele transmissor?”

“Sim. Ele não se mexeu por mais ou menos vinte minutos. Está vindo de um... acho que esse é o rio.”

O rio?

Naomi olha para o mapa. O rastreador em forma de moeda que dei para Dazai está parado silenciosamente no meio do rio. Eu paro por um momento para refletir.

“Eu sei o que aconteceu. Esse idiota deve ter pulado aleatoriamente no rio com o rastreador na carteira dele, que provavelmente caiu do seu bolso e afundou no rio, enquanto Dazai flutuou para longe na correnteza.”

Aqui estou eu, no meio de uma investigação, estávamos nos falando pelo telefone quando ele disse ‘Que rio bonito’ de repente e a desligou a chamada. Eu estava me perguntando o que teria acontecido...

Quantos problemas esse maníaco por suicido vai causar a mim até ficar satisfeito?

“Eu vou procurar por esse louco. Sinceramente, é uma vergonha ter que procurar pelo meu parceiro antes mesmo de começar algum trabalho de verdade.”

“Tome cuidado por lá, Kunikida. O que vocês estão investigando hoje?” Junichiro pergunta depois de levantar da sua cadeira.

“Nós estamos procurando por um tigre. Há um ‘tigre comedor de gente’ solto por Yokohama.”

É um trabalho difícil, mas mesmo assim...

“Ele com certeza vai se tornar o principal detetive da nossa Agência nos próximos anos.”

Mesmo assim, deve ser um caso fácil para Dazai.

Com meu caderno em mãos, eu saio da Agência de Detetives. A luz do começo da noite lentamente avança do horizonte, dividindo o céu de Yokohama em tons vermelhos e azuis. Um cheiro familiar vem junto com o vento, fazendo cócegas no meu nariz, e eu paro no meio do caminho.

Eu olho para o quarteirão.

Aqui estão a rua, as pessoas e, às vezes, crime e tristeza.

Toda vez que eu me deparo com tal tristeza, meus ideais são abatidos, minhas palavras perdem o sentido e o meu coração sangra.

Buscar por ideais é caminho difícil e infrutífero.

E ainda assim, mesmo assim...

Me rendendo à agitada cidade de Yokohama, eu continuo.



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