Aspecto da Penumbra Brasileira

Autor(a): Acreano


Volume 1

Capítulo 5: A Arte de Ensinar

Assim que chegamos na casa, pai e mãe começaram a organizar a casa, já eu as crianças fomos para a sala e comecei a aula.

— Primeiro, vou ensinar adaga para o pirralho.

— Porque?

O pirralho fica sem expressão com as minhas palavras. Ele aparenta não se lembrar daquela adaga, portanto eu complemento.

— Seus pais deixaram uma arma muito interessante. Mesmo que você saísse para comprar uma arma, você dificilmente encontraria algo melhor com o seu dinheiro.

— Você entrou no quarto deles?!

Ouvindo minhas palavras, ele fica agitado ao saber que eu invadi o quarto dos seus pais. Mesmo a fedelha me mostra um olhar duvidoso.

De acordo com o senso comum, é mal educado vasculhar a casa dos outros sem permissão. Infelizmente eu não me prendo no certo e errado.

Quando me comprometi em fazer algo, eu tento, ainda que eu tenha que pisar por cima dos sentimentos dos outros.

Com um olhar direto, eu falo levianamente, mas são palavras sinceras.

— Você escolheu o caminho mais difícil, e você quer abandonar as oportunidades que você tem?

Percebendo a minha sinceridade, ele fica quieto, mesmo que ele esteja com uma expressão fechada. Vendo isto continuo o meu conselho.

— Pirralho, a adaga que está naquele quarto, é boa até para os meus padrões. Aquele é um legado para você.

Não que ela seja feita apenas com os melhores materiais, no entanto quem fez devia ser um ferreiro muito habilidoso.

Contudo, o espírito que despertou um atributo, são de seus pais, então apenas ele conseguirá usar aquela adaga ao máximo.

Tentando mudar de assunto, ele com um rosto duvidoso começa a falar:

— Mas… não seria melhor usar uma espada ou uma lança?

— Você acha que consegue manejar elas com seu corpo?

Eu confirmei que o corpo dele é normal para a idade dele, o potencial corporal não é algo que posso julgar levianamente, mas eu passei um dia com ele, então tenho certeza. A voz fraca do menino segue meu questionamento 

— Eu… Só preciso usar mana.

— Primeiro, quer depender completamente da mana para conseguir usar uma arma? E segundo, você tem mana para isso?

Ele parece ter uma visão mistificada da mana. Devo começar desmentido o seu conhecimento. Além do mais, dá para ter uma ideia da quantidade de poder mágico que alguém tem, quando ele é um iniciante como todos nesta casa.

Seu talento para sentir o perigo é impressionante, contudo, ele é alguém que nasceu com uma reserva mágica média. Os aristocratas têm filhos pensando em alianças, genética e quantidade de mana dos cônjuges.

Claro que não posso generalizar, ainda que minha mãe fosse uma mercenária talentosa que segundo história tinha muita mana para uma plebeia.

Portanto, a quantidade que nasci também era grande ao ponto de ser difícil ficar sem poder mágico em situações normais.

Com tanto poder mágico e auto estudos, acho que posso ser um dos maiores peritos no assunto. Formulando de maneira acessível eu começo a falar.

— A mana permite alguém exercer um poder que não é possível geralmente, contudo ela em sua versão mais pura apenas amplia o que já existe. Além disso, o corpo não é um vaso que pode atuar com uma quantidade infinita reforçando ele.

No momento que alguém coloca excesso de água em um copo, ou ele vaza ou o copo pode estourar. Em um guerreiro o excedente sai do corpo de forma brilhante, nos guerreiros mágicos que não têm corpos adaptados completamente eles podem quebrar.

Este vaso só cresce subindo no Rank, mas a qualidade da água pode ser melhorada com treinamento.

Os guerreiros percebendo isso criaram técnica avançada de mana. A “Canalização” que permite receber o poder mágico externo para recuperar sua energia e aumentar a qualidade das suas habilidades temporalmente.

Contudo, não é relevante para eles que estão iniciando agora saber as técnicas avançadas, que podem ser conhecimentos venenosos.

— O que você precisa saber é que deixar de usar algo que você tem por motivos como esses só vai fazer você morrer de maneira idiota. Não que você não seja um.

Olhando para o rosto do pirralho, tenho certeza que ele morreria assim. Ele me olha com um rosto chateado com o que falei e até a fedelha fica quieta com o que eu disse.

Ela que conhece o pirralho por mais tempo que eu, deve conhecer muito bem os defeitos dele, mas diferente de mim ela abraçou eles. Como professor eu devo corrigir o que acho errado.

Não tenho certeza por quanto tempo vou ficar ensinando eles, mas enquanto eu estiver aqui, tenho que consertar as falhas que foram apresentadas, sem demorar muito.

Seria prático usar algo como Semente da Revolta... Se não fosse pelas condições que apliquei na sua criação, ela seria uma boa habilidade para fazer ele mudar seus pensamentos aos poucos.

Enquanto conversamos, sanduíches foram trazidos pelo casal que terminou de arrumar a casa e fizeram um lanche. Seus rostos parecem conter preocupações sobre me servir comida.

Bem, tirando a mulher que não parece ter tantas preocupações.

Pego silenciosamente um dos sanduíches e eu mordo. Meu paladar é tão desenvolvido quanto o resto dos meus sentidos, mas eu deixei de me importar com o sabor do que como.

Na minha maratona até Plíris, eu tive que comer comida crua. Em comparação aquilo, este sanduíche é um banquete.

Apesar de ser saboroso não gosto de perder tempo em refeições, portanto o como rapidamente sem prestar na reação de todos.

Depois de engoli-lo, eu olho para os meus dois alunos que estão comendo me olhando com uma cara esquisita.

— Você quer mais um?

— ……

Maya pergunta com um rosto curioso, e Gael olha profundamente para Frey que devorou o sanduíche vorazmente, na qual ele responde com um sorriso.

— Pode mandar mais.

Nunca se pode recusar comida, enquanto eu estava paralisado graças aos efeitos colaterais, eu fiquei em uma semi-coma que não consegui me mexer por poucos meses, e depois de um tempo tive que começar a correr até aqui. Deixando de lado minha vida, foco nos meus alunos.

— Enquanto vocês comem vou explicar as condições obrigatórias e opcionais… As condições são usadas para focalizar o atributo, nos casos dos magos, eles que podem manipular a mana usam condições que permitem uma liberdade maior. Nos guerreiros eles usam condições restritas para converter o atributo.

Eu estou pegando apenas o que é necessário para o combate, mas ainda é muita coisa. Os dois estão concentrados na minha explicação, o que por algum motivo me deixou animado. Com um sorriso continuo as minhas palavras.

— Uma “Habilidade” pode ter os dois tipos de condições, mas as obrigatórias são muito mais fortes. Como criar um movimento de mãos ou declarar o nome da habilidade, ou concentrar o poder em uma área específica do seu atributo.

A menina que terminou o sanduíche enquanto eu explicava levanta a mão, e dou permissão para ela falar. Ainda hesitante ela pergunta lentamente.

— Isso… Eu posso colocar como condição obrigatória que eu vou criar correntes de vento e que elas devem ser colidir e nomes como opcionais para aumentar o poder?

Meus olhos se arregalam, eu comecei com o começo e ela conseguiu adiantar alguns passos. Eu iria fazer um grande quadro para eles se encontrarem, no entanto foi uma surpresa bem vinda.

Ela é perspicaz para sua idade, ver esse salto que ela deu foi animador. Eu nunca pensei em ter filhos já que não sei o que vou passar para eles e meu tempo é bem limitado para criar uma criança.

“Isso pode ser mais divertido do que imaginei.”

Pensar no desenvolvimento deles é animador. Eu bato palmas e falo:

— Boa! Acho que você pode explicar isto para o seu namorado.

Eu senti um pouco de prazer em ensinar, contudo a menina pega rápido o conhecimento. Mas o namorado dela não parece ter entendido.

Achei interessante ensinar, mas como ela entendeu o quadro maior, prefiro deixar ensinar para o pirralho, com isso ele pode descobrir outra qualidade da sua namorada.

O melhor que posso fazer como um adulto é apoiar a relação deles, enquanto isso vou comer.

Uma relação simbiótica, eu ganho, eles ganham e todos ficam felizes.

***

Alden Kin Yosu, o diretor da Academia Plíris estava se preparando para o início do ano em seu escritório, quando uma mensagem chega até ele pelo chefe do posto de entrada de Plíris.

— Frey Van Ashe apareceu aqui?

Ele fica bem surpreso, mas não demonstra em seu semblante. O velho que informou a mensagem acena a cabeça em confirmação. Recebendo a confirmação, Alden abre a boca com uma expressão solene.

— Tudo bem, pode sair Alan.

— Obrigado.

Abaixando a cabeça o Alan sai rapidamente da sala, percebendo a solenidade de Alden.

Após ser deixado sozinho, Alden coça sua longa barba para se concentrar. Ele se lembra do nome Frey Van Ashe que ficou gravado em sua mente.

“O criador do método de virar guerreiro mágico.”

Um guerreiro mágico é algo que alguém sem talento simplesmente cairia facilmente e pior, era algo raro alguém que não nasceu como um Matriz tipo Beta virar um no futuro por meios naturais.

Se você está de um lado de uma balança de dois pratos que não possui pesos, o normal é descer.

Porém, há 9 anos uma notícia assolou as classes mais altas. Um jovem de 12 anos criou um método viável de se virar um guerreiro mágico.

O mesmo garoto que foi um dos maiores vencedores no torneio de artes marciais no norte do império Reich.

O menino tinha sumido por alguns anos depois de virar um MTA Inferior, e ele voltou em alguns anos criando um método revolucionário.

Mesmo Alden estudou a virada para guerreiro mágico por meios naturais, mas ele não viu um futuro.

Um guerreiro mágico é um gênio ou é inútil, essa é a frase que os define.

Ele pode fazer as duas coisas, abrindo um grande leque em combate, mas a taxa de crescimento é a pior pelo Rank e seus perigos são os maiores.

Não ter um crescimento enfatizado por Rank faz ele ficar atrás no corpo a corpo para um guerreiro do mesmo Rank e na magia para um mago quando se utiliza mana.

São raros aqueles que se encaixam perfeitamente como guerreiros mágicos, e mesmo eles têm dificuldade.

Contudo, ele abriu um caminho de uma maneira engenhosa e perigosa.

Ele primeiro criou uma habilidade que se aproximava mais de um mago, e usou toda sua mana apenas com essa habilidade. Quanto maior a quantidade máxima, mais demorado e doloroso.

E quando a mana começa a esvaziar o corpo começa a sofrer revés que dão dores de cabeça, febre e náusea, e o crescimento total de mana não compensa com este jeito grosseiro de treinar.

Entretanto, graças à repetição, seu corpo virou um MTB Extremo, e seu método começou a ser usado ao contrário para criar mais soldados. Eles gastam sua mana para virar um Extremo do seu tipo e começarem a subir de Rank.

“Bem, ele fugiu e a última notícia foi há um ano…”

A queda da ilha dos piratas, Avalon.

Os cativos foram libertados e contaram a história de homem ruivo de olhos cinzas translúcido que trouxe uma revolta para os piratas.

A cidade próxima disse que é a fúria de Fay Arc, o jovem soldado promissor que foi torturado e morto por piratas.

Nenhum pirata sobreviveu naquela guerra para contar mais detalhes. Mas a morte de Henry, o autoproclamado rei de Avalon foi confirmada.

Se for verdade que ele causou tudo aquilo, ele é muito perigoso para entrar no lar educacional que tem o intuito de criar os jovens para proteger o mundo.

“…… É errado abandonar alguém tão promissor. Eu já doutrinei alguns jovens perigos… Além disso, ele nunca feriu inocentes pelo o que sei.”

Ainda que Frey seja de um nível diferente dos jovens que ensinei, o seu papel é educar e guiar aqueles que vêm até ele.



Comentários