Volume 1
Capítulo 2: O Louco
— Vão demorar quanto tempo?
Mesmo se eu reduzir meu espírito, não vai ser o suficiente para aliviar a menina que já está assustada, então é melhor meter o louco como sempre faço.
A menina trêmula, não parece saber o que fazer, então eu olho para o bolso do garoto e falo.
— Fedelha, continua o que ele começou.
— C-certo.
Entendendo o que falei, ela vasculhou o bolso e encontra dois pares de aneis e coloca em seu dedo anelar e do garoto sem sequência, vendo isso sorrio e bato palmas.
— Parabéns, foi impressionante de se ver, valeu a pena.
Sempre ouvi que mais gênios estavam nascendo depois da fusão mundial, mas não esperava ver dois gênios tão únicos. Um garoto que parece ter o mesmo talento que eu, mesmo que em um nível menor, e uma menina com um espírito que resistiu a minha presença.
Pensando bem, nunca ensinei ninguém. A minha vida foi focada em jogos de caça, criando estratégias para derrubar inimigos ou simplesmente na força pura, mas nunca tentei desenvolver alguém.
Será que é divertido?
Por onde posso começar… Sim, vamos mudar o rumo.
— Você não vai ser apresentar?
— E-eu sou Ana!
Levantando a voz, ela me responde fortemente, com o garoto ainda nas suas costas. Sorrindo com este ato fofo, eu falo o meu nome enquanto forço meus olhos.
— Pois bem, meu nome é Frey Van Ashe.
Nos meus olhos, os símbolos que representam a nobreza e o segundo nome Van faz a menina abrir os olhos surpresa. Ela não pensou que eu era um nobre.
Mesmo eu já não me considero um aristocrata, eu fugi daquela vida a sete anos, e vivi minha vida como uma fera que procurava sua presa.
A menina repete o nome Van e olha no meu olho esquerdo. Ela parece ter algum grau de educação para uma criança qualquer, ainda que não pareça uma nobre.
Sua aparência combinaria bem com uma aristocrata, mas ela usa roupas muito comuns e o garoto que ela gosta tem um menino até que bonito, contudo, ele com certeza não é nobre.
Eu consigo sentir os cheiros remanescente antes do seu banho, e sinto cheiro de ferro. Não de sangue, mas parece que ele trabalha em uma ferraria, mesmo que tenha 12 anos.
Além do mais, mesmo que supostamente suas roupas sejam boas, elas são usadas.
Decepcionante que esse talento esteja sendo desperdiçado. Eu falo com a menina que ainda me olha em dúvida, porém mais levemente que antes.
— Fedelha, pode acordar o pirralho?
Percebendo que ignorou o garoto, a fedelha começa a prestar atenção nele e tenta o acordar, o que falha miseravelmente.
Bem decepcionante de assistir, então eu me aproximo e falo.
— Pode deixar comigo.
Não vai ser grande coisa, vou apenas despertar ele com eletricidade, usando uma das minhas habilidades. Diferente das últimas duas, essa é uma habilidade que eu uso efetivamente em combate.
Embora eu não considere grande coisa, é um uso que apenas alguém experiente pode usar. Resumidamente vou despertar ele usando impulsos elétricos que vão estimular seu cérebro. Os perigos são errar a pessoa fica demente…
Centelha Anímica!
Eu não declamo o nome desta vez. Eu crio minhas habilidades com condição opcional de dizer os nomes, onde só os uso para fortalecer habilidades difíceis, ou quando quem eu vou usar vai morrer.
Existem pessoas que usam o nome como condição obrigatória, o que fortalece mais que condições opcionais, mas não considero inteligente declamar suas habilidades, porque torna previsível.
“Agora vamos conhecer o pirralho.”
***
Assustador.
Eu, Alisson Tynged economizei o dinheiro que ganhei para me declarar para a garota que gosto.
Alguns anos atrás, meus pais morreram sob ataque de bestas mágicas tipo lobo. Naquela época eu estava com eles, mas eles arranjaram tempo para eu fugir.
Nunca quis que meus pais fossem herois, preferia que eles tivessem me usado para escapar. Entretanto eles me escolheram.
Imponente, isso que eu sou, eu era jovem e ainda sou. No futuro eu protegerei alguém?
Ana Soutien foi aquela que me ajudou. Não importa se seus pais disseram para ela vim. A minha raiva e depressão recaiu sobre ela e Ana aceitou, a partir disso comecei a gostar dela.
O meu pai era um construtor, portanto ele tinha contatos com ferreiros, e eu comecei a trabalhar para comprar aneis para me declarar.
Existe uma história que diz que ao se declararem perante as muralhas de Plíris, a sua confissão de amor será abençoada pela Deusa Seira.
Eu esperei Ana desviar o olhar para eu tomar coragem. No momento que ela ficou maravilhada com as muralhas que ela nunca viu de tão perto, eu tentei fazer minha confissão senti uma estranheza.
Olhei para a muralha e não vi nada e, respectivamente, olho para cima. No céu escuro eu vi aquilo. Uma fera que possui olhos que brilham em cores cinzas.
Meu corpo paralisou, e ele olhou de volta para mim e senti meu espírito ser esmagado e tudo apagou. O escuro acaba relaxando minha mente, porém nem ela dura para sempre.
— Hã?
Estou vivo? Será que tive uma alucinação?
Ana me olha preocupada com seus olhos azuis escuros. Me sinto tão grato por eu não perder ela para um monstro. Disparando em sua direção, eu abraço e falo.
— Ana, que bom que está tudo bem!
Por estar feliz por estar vivo, eu demoro para perceber o cheiro de sangue é sentido próximo, e por instinto olho para a direita e vejo um homem alto cheio de cicatrizes vestido com a pele de um urso negro como saia e acabo gritando.
— ANA, SE E-ESCONDE ATRÁS DE MIM! EU VOU PROTEGER V-VOCÊ!
Enquanto puxo Ana para atrás de mim, ele me olha fixamente e fala.
— Fedelha. Ele é assim tão idiota?
— …… Ele só está surpreso.
A voz de Ana está mais fraca que o normal, mas ela parece conhecer ele.
Os olhos do homem que já eram penetrantes começam a passar uma sensação esquisita, como se ele estivesse descobrindo todos meus segredos.
Do nada em seus olhos duas imagens brilhantes aparecem em seus olhos, e fecho os olhos em pavor. A voz do homem ecoa como se estivesse um pouco surpreso.
— Interessante. Pirralho, eu preciso tomar banho e você vai alugar um quarto para mim.
Arrogante. Porque eu tenho que convidar esse cara esquisito para minha casa?
— Em troca vou treinar você.
“Treinar?”
Enquanto estou confuso com o decorrer de tudo, Ana fala rapidamente.
— Você pode me treinar também?
— Pode ser. Amanhã vou precisar anunciar minha chegada para os porteiros, até lá preciso tomar banho.
A tímida Ana tomou atitude para pedir algo para ele. Sentindo uma dor no coração o homem que olhava para mim começa a rir e fala com tom leve.
— Haha! Fedelha, esse pirralho é bem idiota. Você não mostrou seu verdadeiro lado?
— C-como assim meu verdadeiro lado.
Os olhos de Ana começam a oscilar. Ele conhece ela mais que eu? Porque minha visão está turva.
— Uau! Eu não gosto de crianças, muito menos de pessoas comprometidas seu idiota.
“Espera… Ele está lendo minha mente?”
Mesmo assim, a voz dele passa uma confiança que não consigo explicar. Ele se aproxima de mim e me coloca no ombro como um saco.
— Hum? Espera, me solta.
— Preciso tomar banho. E fedelha, arranja uma roupa para mim, de preferência folgada.
— S-sim!
Ana inclina a cabeça como se ele fosse alguém importante. Ele não é apenas parece um bandido qualquer?
***
“Uau. Pensei por um momento que tinha errado.”
Quase perco a confiança na minha habilidade. Este pirralho me fez perder a confiança por microssegundos.
Mesmo assim, a fedelha é inteligente e ele é muito idiota. Eles acabam se complementando.
Ele não percebeu que sou nobre, ainda que eu tenha mostrado o estigma em sua frente, e a garota tentou avisar, mas impedi por ser mais divertido assim.
Pensei que ele seria mais incrível por ter me descoberto. No entanto, ele é bom em sentir o perigo. Neste campo acho que ele pode me superar.
Contudo falta ter consciência disso. Pode ser um trauma.
Caminhando para sua casa, pelos rastros do seu cheiro e pela sua capacidade inconsciente de indicar o caminho certo pelas reações, chego a uma casa bem construída para plebeus.
Alguns vizinhos me viram, mas liberei meu espírito para não perder tempo com coisas chatas, em rescaldo o pirralho se tremia toda vez.
Amanhã eu vou me apresentar no posto de controle, mas a casa é melhor do que imaginei, acho que seria bom ficar aqui até eu entrar na Academia Plíris.
Pelos meus estudos, ela é jovem para uma academia tão consagrada, apenas 25 anos. O apoio de todas as raças fortaleceu ainda mais.
Motivo?
O mundo vai acabar daqui 5 anos, os estudiosos chamam de Telos Panton, o fim de tudo.
Incrivelmente os anjos apareceram pessoalmente para anunciar e disse que a Deusa Seira fundiu os mundos para ter uma chance maior.
Estrategicamente foi inteligente unir forças para vencer o mal maior. É bem idiota por parte dela que não tente fazer uma coerção efetiva. Raças divergentes simplesmente não se encaixam.
Um carnívoro não vai comer carne porque precisa da ajuda do herbívoro na guerra? Idiotice.
“Deusa, Deusa. Você acha mesmo que isso vai dar certo? Engraçado.”
Coloco o menino no chão com um sorriso.
— Abre, ou vou pular a janela.
Em pânico com minhas palavras ele pega a chave e levanta a voz.
— E-espera! Vou abrir.
Com a porta aberta, consigo ver o design interior, contudo é bem bagunçado. Não sinto nenhum cheiro regular além do menino, mas não expresso.
“Órfão? Temos um pouco em comum.”
Na verdade, minha mãe morreu no parto, parece que ela foi atacada por outra raça. No caso dele, não parece ser isso, mas não preciso me aprofundar em sua história.
Eu vim pensando em me divertir, as consequências dos meus atos são irrelevantes.
Entrando na sala eu vou em direção ao banheiro. O menino fica em dúvida vendo isto.
— Como você sabe do banheiro?
— Eu só não consigo ver através das portas.
Inclinando a cabeça o pirralho não parece ter entendido. Talvez, mesmo se eu explicasse do meu jeito, ele não entenderia. Ele é bonito para um pirralho, mas comparado a menina ele é bem burro.
Se for muito chato, eu simplesmente saio sem completar o ensino.
Tirando a pele de urso, eu vou para o chuveiro, contudo a voz estrondosa do menino.
— V-você estava nu?!
— Você achou que eu, que vestia uma pele de urso, tinha roupa?
Além de comida, precisava de algo para vestir. Eu corri pela floresta pelado antes de encontrar o urso. Por ser jovem, ele não conhece a satisfação da liberdade.
Pode ser interessante ensinar isso?
— Hahahaha!
— Porque está rindo seu esquisito!!
— Estou pensando por onde começar o ensino.
Tomando banho ouço a bagunça do pirralho, e falo com uma voz alta.
— E trás uma toalha.
— Ok, ok!
Com uma voz chateada, ele vai para o quarto buscar uma toalha. É bem divertido essas brincadeiras descontraídas.
— Vou usar o shampoo e o sabonete todo. Depois eu compro um.
— Essa casa é sua?!!
— Hahaha! Pode ser uma boa viver por um tempo aqui.
Com as reclamações como música de fundo, eu tomo banho e tiro o cheiro de sangue. Eu balanço meu corpo para tirar a água e coloco a toalha na cintura.
O menino que estava me esperando na sala me olha confuso vendo a toalha enxuta.
— Ei pirralho, tá olhando pra onde? Não sou chegado nessas coisas não.
— Não é isso! Porque a toalha está enxuta?
— O que eu vou vestir? Você tem uma roupa que caiba em mim?
— Tem! As do meu pai…
Ele começa a falar em voz alta e começa a diminuir o volume. Provavelmente ele vai acabar ficando rouco se eu continuar brincando assim com ele, além disso parece que vou precisar investigar mais o passado do pirralho.
— Mudando de assunto, qual o seu nome pirralho?
— Haaaaa! Alisson Tynged. E o seu?
Com um suspiro longo ele dá seu nome, e eu ignoro a sua pergunta e me encosto na parede e começo a dormir.