Volume 7

Capítulo 149: A última Magia da Era dos Deuses

— Parece que todo mundo sobreviveu com segurança... então, vamos lá.

— Es-espere-espere! Se Kouki-kun não for curado...

Hajime pediu a todos que seguissem em frente enquanto ignorava o Herói, que havia desmaiado e estava com a boca aberta com o branco dos olhos expostos, sem hesitar. Kaori o parou enquanto corria em direção a seu amigo em pânico. Parecia que ela queria um pouco de tempo para realizar a cura.

Quando a Curandeira o examinou, o corpo do Herói estava ainda mais surrado do que sua aparência sugeria. Além de usar o derivado do Superar Limite, a Quebra Suprema, por um longo período, Kouki também absorveu o poder de um monstro de magia negra avermelhada em seu corpo e depois aumentou ainda mais suas especificações físicas.

Como resultado, assim como Hajime, que já comeu a carne e o sangue de monstros e experimentou o colapso de seu corpo, danos atrozes estavam se acumulando por todo o corpo do Herói. E também porque o rapaz até aceitou a rejeição de sua emoção negativa para aumentar suas capacidades, sua mente também foi prejudicada pela carga mental em um grau que não se podia ignorar.

Com a magia de regeneração e sua magia de cura comum, se fosse Kaori, ela poderia curar o corpo do aluno no mesmo instante. Mesmo assim, esse era um trabalho delicado que não podia falhar, então a Curandeira queria um pouco de tempo. Acima de tudo, o dano na mente de Kouki não podia ser visto pelos olhos, por isso precisava ser tratado com mais cuidado. Se a cura falhasse e o Herói abrisse os olhos apenas para se tornar uma pessoa que riria de modo jovial com um: — HAHAHA!! — ou qualquer coisa parecida, isso também seria preocupante.

Contudo, em relação a Kaori, Hajime fez uma queixa sem sequer tentar esconder sua expressão relutante.

— ... me poupe de você o curando por completo. Tudo vai ficar bem desde que ele não morra, certo? Só o deixe desmaiado por um tempo.

— Eh? Por que... aa, sim, é melhor assim, eu acho?

Por um momento, Kaori inclinou a cabeça em dúvida, mas ela logo adivinhou o pensamento do Sinergista e franziu o cenho com um olhar perturbado.

— Ei Nagumo, eu entendo que você não pode suportar Kouki, mas... entenda...

— Nagumo-kun…

Por outro lado, Ryutaro e Suzu pensaram que Hajime disse isso porque não pensava bem do Herói. No entanto, depois de olharem para a aparência de seu amigo de infância, eles não puderam protestar com veemência. Assim, como era esperado, eles mostraram uma expressão fraca e perturbada.

Shizuku parecia um pouco triste. Seu olhar não tinha relação com a falta de vontade de Hajime em ajudar na recuperação de Kouki, mas era direcionado ao próprio amigo. A aparência atual de seu amigo de infância, que era como uma família desde que ainda eram apenas crianças, era muito, muito triste.

O Sinergista olhou para Ryutaro e Suzu que, apesar de estarem sem palavras, ainda o enviavam olhares suplicantes, pedindo pela recuperação do Herói. Ele então fez uma expressão mostrando o quão problemático era sem demonstrar um pouco de hostilidade e apontou para Kouki enquanto falava o que pensava.

— Vocês, pensem no quão problemático será depois que ele for curado por completo.

— Problemático? Ah.

— Parece que Taniguchi entende, não é? Preste atenção. Amanogawa não pôde concluir este julgamento. Ele desviou os olhos de si mesmo e o resultado foi ele explodindo contra mim. Mesmo se ele acordar agora, isso ainda não vai mudar. Portanto…

— Será como há pouco mais uma vez, não será...

— É isso mesmo. Bem, o que acabou de acontecer também foi por causa da influência de sua imagem falsa e seu mau hábito de interpretação conveniente o estimulando, por isso, mesmo que ele acorde, talvez ele não vá ficar fora de controle logo de cara, porém...

Hajime olhou para a bússola que tirou do bolso enquanto continuava.

— A parte mais profunda está perto. Talvez este já seja o último desafio, mas não posso dizer com certeza que haja mais alguma coisa pela frente. Não há nada mais irritante do que ser atacado por trás quando algo dá errado.

— ... haa, seja grato por ele ainda estar vivo, é isso, hein?

Até Ryutaro suspirou profundamente enquanto balançava a cabeça: — Não há o que fazer. —, concordando com as palavras de Hajime. E então, de forma semelhante à de Shizuku, ele lançou um olhar triste para Kouki.

Ao lado de Ryutaro e Shizuku, Yue dirigiu um olhar como se estivesse olhando para uma pilha de lixo e sussurrou para si mesma.

— ... pensando bem, é melhor deixá-lo sozinho aqui.

— Não, não Yue-san. Em vez disso, vamos dar o golpe final.

— Vocês duas... não é como se essa não entendesse o sentimento, mas se contenham. O herói terá um pesadelo tendo tanta intenção assassina voltada contra ele, vejam.

Shia sussurrou coisas ainda mais perigosas em sucessão e começou a bater em seu ombro com Drücken. Seu olhar era como o de uma pessoa com profissão autônoma e uma flecha presa à cabeça. Com uma expressão que não poderia dizer nada, Tio olhou para Kouki que estava começando a gemer: — Uu... — enquanto suava frio. Talvez ele tenha sido atacado por uma coelha ceifadora e uma vampira dentro de seu sonho.

Parecia que Yue e Shia ainda estavam irritadas por serem chamadas sem honoríficos e pela difamação que o Herói fez com o Sinergista.

Hajime ficou exasperado, mesmo quando suas bochechas se afrouxaram alegremente vendo Yue e Shia. E então ele se aproximou do lado das duas e colocou as mãos nos ombros delas para acalmá-las. As duas garotas se viraram para olhar por cima do ombro e imaginaram que aquelas mãos as estavam parando. Suas expressões ficaram um pouco insatisfeitas.

— Se segurem como Tio disse. Caso contrário, não há sentido em eu fazer algo tão problemático quanto deixá-lo viver.

— Muu... se é isso o que Hajime diz.

— Você está mantendo sua vida por enquanto, maldito herói.

Como esperado, Shia estava um pouco sombria.

As duas lançaram um olhar para Kouki, que ainda estava tendo um pesadelo, e na mesma hora, desviaram os olhares antes de abraçarem Hajime de maneira adulosa. Yue estava aconchegando a bochecha no estômago do Sinergista, e Shia estava apoiando a bochecha no peito do rapaz em silêncio, com os olhos fechados indicando seu contentamento. Suas orelhas de coelho estavam batendo e sua cauda tremia com alegria.

Várias coisas aconteceram com as duas, então o intervalo não funcionou agora que elas se reuniram com Hajime, pois as duas se comportaram como verdadeiras crianças mimadas. Dentro de suas cabeças soava algo como: "Aa, eu estou curada (desuu)".

Yue e Shia se agarraram ao Sinergista de maneira frenética e premente, como se estivessem tentando absorver o fator Hajime em todo o corpo. Olhando para elas, o rapaz adivinhou: "Elas estão agindo de forma mimada, aconteceu alguma coisa?" E então, com um sorriso tingido de felicidade, ele deu um tapinha nas costas das duas. Elas abraçaram o garoto ainda mais. Foi a invocação do espaço super rosa. Era cinquenta por cento mais forte que o normal.

Sendo atingido por essa cor rosa, Tio se aproximou de forma trôpega. Ela colocou o dedo nos lábios com desejo e olhou fixamente para Hajime. Foi um gesto adorável que faria cócegas no coração de um homem.

Tio também era uma companheira importante para o Sinergista, isso não mudou. Neste labirinto que estava sobrecarregando suas mentes, com certeza, Tio também estava exausta; Hajime lançou a ryujin um olhar gentil ...

— Irritante. Não olhe para cá.

— !?!?!? Haa, haa, um ataque que destrói por completo o clima do local... nn... que mestre mais atento... ahn... mas esta sente vontade de chorar um pouco.

Uma pervertida que sentia isso, mesmo ao entender que não era algo bom. Ela abraçou seu próprio corpo enquanto suas coxas se esfregavam de forma inquieta. No entanto, era também seu verdadeiro sentimento querer ser adicionada ao círculo semelhante a Yue e Shia, de modo que seus olhos estavam um pouco marejados.

Olhando para tal Tio, Hajime encolheu os ombros, sentindo que não podia fazer nada, sua mão acenou: "Aqui, aqui". Na mesma hora, Tio agiu como uma criança e correu para as costas do Sinergista com um sorriso enorme.

Desanimando e depois a encorajando... Hajime, que era capaz de usar de forma natural a técnica da cenoura e a vara, possuía o fator suficiente para ser o mestre de uma pervertida. Embora a pessoa em questão negasse isso com veemência.

O espaço rosa se engrossou ainda mais, fazendo Ryutaro e Suzu desviarem o olhar como se fossem vomitar açúcar. Mas, à frente do olhar deles, havia outro fator que poderia aumentar ainda mais o teor de açúcar, lançando olhares para Hajime e companhia com um olhar impaciente.

— Uu, eu comecei tarde… a cura está… já está tudo bem com isto, sim! Hajime-kun!

— Eh? Espere Kaori! Essa última coisa, isso pareceu algo bastante irresponsável...

Kaori que tratou Kouki até que não houvesse perigo para sua vida, no final, lançou uma luz de cura no Herói e depois saltou no espaço rosa de Hajime e as outras. Kouki, que recebeu uma cura que estava cheia de irresponsabilidade, se contraiu. Ele parecia um pouco lamentável.

A Curandeira estava correndo com seus passos ecoando e tentou abraçar o Sinergista sem parar, mas ela recebeu uma obstrução indiferente de Yue. Uma pedrinha de vento foi disparada com velocidade divina e apontada para a testa de Kaori. Entretanto, ela se esquivou disso apenas com um leve movimento da cabeça e abraçou o braço de Hajime ao lado da vampira.

De modo natural, a sensação do braço que estava abraçando Yue desapareceu. O rosto sorridente da vampira, que parecia estar sorrindo ao mesmo tempo que não sorria, foi direcionado a Curandeira. Kaori também retribuiu um sorriso que parecia perguntar: — Há algo errado? — Como sempre, raios fantasmas de um dragão e uma máscara de hannya se entreolharam de perto.

Um espaço de baixa temperatura foi formado junto com o espaço rosa, Ryutaro e Suzu desviaram os olhos com um significado diferente dessa vez. Dentro de tal atmosfera, Shizuku foi a única a, por um momento, confirmar a compleição e a respiração de Kouki, que haviam retornado ao normal. Seu pulso também estava batendo com regularidade. Quando ela estava convencida de que não havia perigo para a vida dele, a garota suspirou aliviada.

— Ryutaro. Você pode carregar Kouki?

— Sem problemas... então, só Kouki falhou. Ele vai ficar para baixo, não vai?

— Sim... mas ainda não está claro se Suzu e você passaram… e outra coisa! Enquanto estivermos vivos, podemos realizar o desafio, não importa quantas vezes!

— Isso é verdade... ele fez uma coisa muito estúpida, mas, se estiver vivo, eu também posso bater nele mais tarde. Bem, se esse cara for "tentar mais uma vez", eu o acompanharei até o fim. Como sempre.

— Sim, sim!

A expressão de Ryutaro, que carregava Kouki, ficou nublada enquanto pensava no amigo. Suzu também estava quase sendo apanhada por esse humor, mas então ela demonstrou sua capacidade de mudar o clima e animou os sentimentos do colega. Ryutaro no mesmo instante explodiu em um sorriso de simpatia.

Shizuku olhou para os dois com um sorriso. O visual dela era o mesmo de uma mãe...

No entanto, ela não era mais aquela Shizuku que apenas continuava sobrecarregando seu cérebro com mil coisas e ocultava suas emoções. Ela havia decidido parar com esse modo de vida apenas pela aceitação, mesmo que ela mesma não tivesse percebido.

Portanto, ela dirigiu um olhar cheio de calor extraordinário sem escondê-lo na direção de Hajime, que estava cercado e era bajulado por quatro lindas meninas e mulheres. Quem notou esse olhar com astúcia foi Tio. — Oho? — Ela inclinou a cabeça enquanto olhava para Shizuku as observando. Yue e Kaori estavam tentando afastar uma a outra enquanto Shia estava ocupado intermediando as duas, assim, as três ainda não perceberam isso.

Shizuku colocou a mão no peito para afirmar o sentimento que percebeu no julgamento e sua nova determinação. E então, ela apertou o punho com força, como se quisesse agarrar algo importante. A partir desse gesto, Tio adivinhou o que estava dentro do coração da Espadachim.

— Esta entende… fufu. Dê o seu melhor, esta acha que tem que dizer isso.

— Aa? O que você disse?

— Ó, o mestre ouviu isso? Fufu, o que, isso foi apenas um apoio escasso para uma donzela com hábitos preocupantes logo ali.

Ouvindo o sussurro de Tio que o abraçava por trás, Hajime perguntou de volta com um olhar de dúvida, e então, essa resposta foi devolvida a ele.

Por um momento, o Sinergista franziu a testa, imaginando o que aquilo significava, mas a mulher estava olhando para o além quando o rapaz olhou por cima do ombro, e então ele entendeu quando, diante do olhar da ryujin, viu Shizuku, a quem estava se encorajando. Afinal, Hajime ouviu aquela confissão extremamente despreocupada da Espadachim para ele. Não havia como ele não entender.

— … ei, ei, não me diga que...

As bochechas de Shizuku, cujos olhos encontraram os de Hajime, foram logo tingidas de vermelho, no momento seguinte ela se aproximou com uma expressão determinada. Suzu e Ryutaro, que empurravam Kouki, não tinham como adivinhar o que estava dentro do coração da Espadachim e a seguiram.

E então, no lado em que Shia estava abraçando... o local que ficava de frente para Kaori, Shizuku parou de andar. Sua posição era próxima demais de Hajime. Essa posição quase colou na mão esquerda do Sinergista, que segurava a cintura da garota-coelho.

Com Shizuku tão perto, as garotas além de Tio também notaram o estado de Shizuku. — Mu? — Elas dirigiram olhares de suspeita.

Por um momento, os olhos de Shizuku encontraram os de Kaori. Naquele momento, a Curandeira discerniu o coração da Espadachim porque ela era sua melhor amiga e seus olhos se arregalaram. Embora não fosse por causa do sentimento que Shizuku abrigava, era porque ela ficou surpresa com o estado da amiga que nem sequer tentou esconder seu sentimento.

Durante esse tempo, o olhar da Espadachim se voltou para Hajime, e ela proferiu palavras por seus lábios levemente trêmulos.

— Nagumo-kun, obrigado por salvar Kouki.

— Eu acabei de dar um soco nele, não foi?

— Você não o matou, certo? Foi por Kaori e um pouco por mim. Cerca de vinte por cento, não é?

— ... bem, algo assim.

— Fufu. — Shizuku sorriu. Olhando para o diálogo dos dois que se conectaram de alguma forma, Yue murmurou: — Mumu... —, Shia soltou um murmúrio de: — Aa, finalmente? — ao perceber o significado disso. E então Kaori; ela não disse nada, estava apenas enviando a Shizuku um olhar gentil.

— É sério, quando você diz que protegerá, protegerá até o fim, não é?

— Há uma linha mesmo no meu coração. Isso não significa que eu farei isso para tudo.

— Eu sei disso. Mas eu, nós não perdemos nosso amigo de infância no final. Ele é mesmo um cara perturbador em vários sentidos, um grande idiota que exibia esse tipo de comportamento vergonhoso, mas... mesmo assim, ele ainda é como uma família.

Em direção a Espadachim, que mostrava olhos onde a tristeza e a gratidão estavam enredadas, o Sinergista encolheu os ombros com uma expressão indicando que não podia dizer nada. Se ele tivesse que falar com honestidade, ele queria matar Kouki a fim de resolver o problema em potencial do futuro (era incerto se isso aconteceria ou não), mas olhando Shizuku agora, e também na expressão de Kaori, ele podia pensar que deixar o Herói viver era a coisa certa a se fazer.

"No mínimo, comparado a ter a semente do pesadelo do amigo de infância com quem foram criadas morto pelo homem por quem estavam apaixonadas diante de seus olhos neste mundo longe de sua terra natal, assumir o problema que Kouki poderia trazer não era tão problemático assim", Hajime pensou. Ao mesmo tempo, a força do sentimento de Shizuku, que ainda podia se sentir triste, mesmo depois de olhar para aquela figura de Kouki, “Como esperado de uma mulher que aprendeu com as dificuldades da vida.”, Hajime não pôde deixar de manter esse sentimento, um pouco de admiração e um pouco de exasperação.

Não, mesmo para Ryutaro e Suzu, seria mentira se eles dissessem que não estavam desiludidos, mesmo assim, o sentimento de tristeza era maior. Isso mostrava o quanto as coisas haviam se acumulado entre eles até agora.

Se fossem as pessoas que não tinham um forte relacionamento com Kouki — por exemplo, os colegas de classe que ainda estavam no Reino Haihiri, ou as damas que favoreciam o Herói, não havia dúvida de que eles ficariam desiludidos e se afastariam. No relacionamento desses amigos de infância, havia um vínculo profundo que era mais do que uma simples palavra. Isso era algo que podia ser considerado estar no nível de "uma família".

"Se Yaegashi é a mãe, então Amanogawa é como uma criança difícil, hum..."

Sem nem imaginar que Hajime pensava com uma impressão indelicada dessas, Shizuku encarou Kaori com olhos fortes enquanto ouvia o som de seu batimento cardíaco que estava aumentando depressa pelo nervosismo. Assim, a Curandeira retornou um sorriso muito gentil e suave, como se tivesse entendido tudo.

Era como se ela estivesse incentivando a determinação de Shizuku. Não, foi sem dúvida um grito caloroso de incentivo de uma melhor amiga. A Espadachim sentiu seu peito apertar com força enquanto sentia uma profunda emoção onde ela queria gritar muito; ela assentiu de leve com a cabeça. E então, mais uma vez, ela dirigiu a Hajime um olhar caloroso que poderia escaldar a pessoa que era vista, e ela soltou suas palavras.

— … foi a primeira vez que confiei em alguém dessa forma, mas foi muito agradável. Obrigada por isso também.

— ... mesmo assim você me ameaçou com bastante facilidade.

O rubor que tingiu as bochechas de Shizuku se aprofundou. O que a garota disse sobre confiar não era sobre ter Hajime carregando-a, ela se referia a sobre ele fazê-la ficar aliviada por poder confiar seu coração ao rapaz. Para que ela pudesse dormir de forma profunda, mesmo com sons estrondosos, essa foi uma boa prova. E chegando a chamar isso de "agradável", certamente não era estranho que ela se ficasse vermelha.

A diferença de sua atmosfera normalmente digna era bastante fantástica. Sem que ninguém percebesse, até a mão dela tocava o braço esquerdo de Hajime de forma gentil. A mão nem estava segurando, era mesmo apenas um toque, ainda assim, isso estava expressando seu sentimento de querer tocar o Sinergista, mesmo que só um pouco.

A propósito, o a refutação de Hajime foi ignorado como se fosse o ar. Uma pessoa que não conseguia ler o clima se tornaria invisível (como o ar).

A Espadachim pensou que seu coração iria explodir com todos os olhares que se reuniam nela, mesmo assim, a determinação residia em seus olhos, e assim, ela transmitiu seu sentimento com sinceridade com aqueles lábios trêmulos.

— É-é por isso que este é meu agradecimento. A-aliás, isto é a prova de que o que eu disse naquele momento não foi uma piada.

Shizuku encarou Hajime, que não conseguiu agir porque estava sendo abraçado por Yue e companhia, ao mesmo tempo em que ela estava na ponta dos pés. Seus calcanhares subiram ao limite, a mão que tocou o braço do Sinergista o agarrou com força. E então, a garota, cujo corpo se inclinou para frente ativando até seu Sem Batida, cujos lábios adoráveis ninguém teve permissão de tocar, tocaram... a bochecha do Sinergista.

A sensação suave e ultrajante foi transmitida na bochecha de Hajime. Um pouco de vapor e seu hálito quente causaram cócegas não apenas na bochecha do garoto, mas até em seu coração. O contato durou apenas um instante. No entanto, esse beijo com certeza transmitiu o coração fervente de Shizuku.

Pow! Atrás de Shizuku, um som de algo pesado caindo ecoou. Na verdade, Ryutaro, que ficou chocado com a ação da amiga, acidentalmente derrubou o corpo de Kouki, emitindo esse som, mas não havia como a Espadachim ter energia suficiente para perceber isso. Em vez disso, ninguém notou o ocorrido.

Shizuku estava olhando para baixo com toda a sua pele tingida com tanto vermelho que causou uma dúvida sobre a possibilidade de ela explodir. Hajime tinha um olhar distante, pensando qual era o problema com a sensação remanescente em sua bochecha. Mesmo pensando que não havia como ele ignorar isso, ele tentou abrir a boca, mas antes disso a Espadachim ergueu o rosto com força preenchendo seus olhos.

— Yue, Shia, Tio… Kaori. Neste desafio, percebi muitas coisas. Sobre meu mau hábito e a emoção que estou sentindo agora também. Ele já, tem Yue e as outras, acima de tudo, ele é a pessoa que minha melhor amiga ama... acho que sou a pior escória. Mas…”

Shizuku perdeu as palavras. Então, Kaori falou com uma expressão e tom cheios de carinho.

— Shizuku-chan… está tudo bem. Você não é a pior nem nada do tipo. Porque essa é uma questão de coração, sabia? É algo que não temos controle. Em vez disso, Shizuku-chan, que priorizará outras pessoas além de você mesma, agora está tentando seguir seu próprio caminho, essa Shizuku-chan me deixa feliz.

— Kaori…

Talvez ela fizesse Kaori ter pensamentos desagradáveis, talvez ela a deixaria triste, mesmo que Shizuku soubesse que sua amiga não era alguém dessa natureza, ela não podia deixar de sentir medo, mas ouvindo as palavras da Curandeira que estavam cheias de bondade transbordante, sem nenhum vestígio de sombra, a Espadachim foi capaz de relaxar seus ombros rígidos.

Olhando com atenção, embora Yue parecesse descontente, não parecia que ela pretendia interromper, ela então olhou para Shizuku enquanto encolhia os ombros. E assim, ela mostrou um sorriso ousado. Do mesmo tipo que ela mostrava para Kaori, ela estava dizendo que aceitaria o desafio. Shia também estava dando de ombros, impotente, com um dos olhos fechados. Tio parecia estar se divertindo.

Ver Yue e as outras assim, junto a Kaori, fez Shizuku mostrar um sorriso natural, sem rigidez, com calma, mas determinação transbordante, ela colocou seu sentimento em suas palavras e declarou.

— Eu, gosto de Nagumo-kun... é por isso que darei o meu melhor por mim mesma.

O sorriso revigorado da Espadachim, que disse isso, era algo tão adorável e bonito que encantou a todos. Exatamente como o nome dela, como uma gota de orvalho da manhã que era iluminada pela luz do sol nascente ou, quem sabe como uma gota que transbordava de uma baga, aquele sorriso brilhava radiante com uma doce fragrância¹.

— Fufu, Shizuku-chan, você é realmente fofa… sim, a partir de agora, a fim de vencer a dupla Yue e Shia, vamos nos opor a elas com a dupla de amigas de infância! Nós vamos lutar a partir de agora!

— Ee? Kaori, céus. Mas, fufu, na verdade, talvez seja melhor assim. É como eu e Kaori monopolizando a esquerda e a direita de Nagumo-kun.

— ... Shizuku, eu tive a premonição de que seria assim um dia. Vou lhe enviar, junto de Kaori, ao esquecimento.

— Yue-san, o esquecimento não é bom. Mas, se você está falando sobre monopolizar, não há como recuarmos! Aceitamos o desafio Shizuku-san!

Yue e companhia fizeram um tumulto barulhento. Hajime, que ainda era abraçado e não conseguia se mexer, olhou para longe. Era porque não havia sinal de que perguntariam a ele sua opinião. “Em geral, não é a pessoa que recebeu a confissão que responde?” Mesmo pensando em tal pergunta, ele não podia se atrever a retorquir. Porque isso era algo usual. Porque ele entendia que era inútil.

Para as garotas que cercavam Hajime, em primeiro lugar, exceto Yue, a suposição era de que elas foram rejeitadas, mesmo assim, elas estavam determinadas a se aproximar do garoto. Falando de forma clara, a princípio o Sinergista foi incapaz de entender o sentimento de tais garotas, incluindo Shia, mas quando ele pensou em como havia sido obrigado a se render para a garota-coelho assim, ele não conseguiu fazer nenhuma queixa.

— … nou, mestre. Como esta deve reagir quando é deixada assim com tanta indiferença? Elas estão ocupadas com o confronto, mas...

— Sua personalidade é a mais excêntrica, não é?

O peso nas costas dele aumentou. Tio estava se inclinando enquanto sussurrava com pesar. Em resposta, a reação de Hajime foi descuidada. Em vez disso, o Sinergista queria que os dois lados o pressionando parassem de discutir sobre o quanto elas amavam o rapaz, isso era o que ele pensava do fundo de seu coração. Ele estava ocupado pensando em como parar a discussão acalorada de Yue e companhia.

— ... então Shizuku também? Mas como isso foi acontecer com Nagumo? Não, é sério, eu não entendo.

— Hauaua, até Shizushizu se apaixonou... Nagumo-kun, seu mulherengo! O que fazer, se até Suzu se apaixonar sem perceber, então… junta da Onee-sama, fa-fazendo algo assim e daquele jeito...! … … … …… fumu, isso não é tão ruim.

— Ei, volte aos seus sentidos Suzu. Não quero ficar sozinho neste espaço estranho.

Ryutaro suspirou exasperado com Suzu, que estava pensando com a mão apoiando seu queixo. E então, ele notou que não havia peso em suas costas e pegou Kouki de volta em pânico.

— Haa… Kouki. Não é como se eu não entendesse seu sentimento, sabe? Com certeza, não posso reclamar de nada, mesmo se você se deixou se levar por sua falsificação.

Com uma expressão complicada, Ryutaro murmurou com uma voz baixa, mesmo sabendo que não chegaria ao ouvido de seu melhor amigo. Quando Kouki acordasse, que tipo de ação ele tomaria... imaginando isso, ele fortaleceu sua determinação para o pior caso e ter que parar o Herói sem falhar como seu melhor amigo, para que ele não cometesse o mesmo erro pela segunda vez.

— ... entendo. A memória de Yue…

— … nn.

Enquanto caminhava pela nova passagem que apareceu na sala de Kouki, Yue falou sobre a discrepância em sua memória com Hajime. E então a garota falou sem esconder nada sobre como talvez ela própria fosse uma existência única mais do que imaginava, e talvez no futuro algo que seu tio temia que ocorresse.

A vampira pegou a mão do Sinergista e abraçou-a com força enquanto olhava para o rapaz o interrogando. No entanto, ela não encontrou a expressão séria que esperava lá. Em vez disso, Hajime estava com um olhar exasperado para Yue, fazendo-a piscar os olhos.

— O que posso dizer? Essa conversa já está atrasada demais neste momento, não é?

— … nn? … por acaso, Hajime notou?

— Bem, sim. Se a imortalidade de Yue é absoluta, então eu posso ficar mais tranquilo, mas... se não for esse o caso, esse é o assunto mais importante que diz respeito à vida e à morte de minha amada, como o fato de sua regeneração automática não ser ativada se você estiver em um estado esgotado. Assim, mesmo que haja muitas maneiras de esgotar o poder mágico, por que essas pessoas só puderam selar Yue e mais nada? Essa é uma pergunta óbvia, não é? Afinal, se eu entender o motivo, talvez eu possa fazer Yue completamente imortal.

— … Hajime.

— Mesmo se eu disser isso, com base no que conversamos quando estávamos no abismo, parecia que Yue não se lembrava disso, certo? Você estava atordoada com a traição repentina e quando percebeu, já estava selada, foi o que você disse.

— … nn.

— Por esse motivo... ao invés de mergulhar nesse ponto duvidoso de sua memória para investigar, achei melhor apenas fazer algo a respeito. Talvez, você não se lembre porque é uma memória dolorosa. No final, não importa que tipo de existência Yue seja, minha conclusão não mudará... não entregarei você a ninguém se for por esse motivo, então farei qualquer coisa. Se alguém tentar roubar Yue de mim, não importa que tipo de existência seja, não importa em que tipo de situação estejamos, eu matarei todos eles.

Talvez imaginando uma visão de ser separado de Yue, Hajime olhou para a frente enquanto seus olhos encaravam de forma feroz um inimigo invisível. No final, foi a conclusão usual de "Não se importe com as coisas pequenas! Se houver algum obstáculo, basta matar todo mundo!" A verdade era que isso era simples e claro.

Para o Sinergista, cujo afeto e desejo de monopolizar a vampira estavam expostos e visíveis, os olhos de Yue ficaram tão úmidos que, mesmo agora, pareciam que iriam explodir. Com um olhar cheio de tanto calor que parecia queimar, ela encarou o garoto com sinceridade, e então... gabacho! Yue pulou enquanto abraçava o pescoço de Hajime, seus lábios estavam a ponto de devorá-lo... mas...

— ... Shizuku, qual é o significado disso?

Uma bainha preta foi empurrada diante de seus olhos. Ela foi colocada entre Hajime e Yue, obstruindo o beijo da vampira. Yue localizou a fonte da katana negra empurrada e olhou com reprovação e perguntou a culpada, Shizuku.

O olhar da Espadachim estava vagando inquieto, parecia que, em vez de obstruir os dois de forma intencional, ela fez isso por reflexo.

— E-er... entenda, nós ainda nem confirmamos que o julgamento do grande labirinto terminou, certo? Por isso, eu me pergunto se não é melhor deixar esse tipo de coisa para mais tarde, algo assim?

— … e a verdade?

— É invej… nada disso. Eu também queria… nada disso. Vamos prestar atenção ao momento e local, é isso que eu quero dizer. É sim.

Shizuku, cujo olhar estava perdido, mentiu com uma história nada convincente. Kaori ao lado dela estava: — Para parar o ataque de Yue... como esperado da minha Shizuku-chan! —, ela estava elogiando a amiga.

— Mesmo que você diga isso, me parece que alguém me beijou um pouco antes, não foi?

Hajime olhou por cima do ombro enquanto conversava com Shizuku, a provocando. Na mesma hora, as bochechas da Espadachim coraram como o outono vermelho vívido. — Uu. É porque, algo que só eu não fiz... é solitário. — Ela soltou um sussurro que soou como uma desculpa. Então, Tio continuou a conversa com mais provocações.

— Embora tenha sido apenas um toque na bochecha. Se tu es uma espadachim, que tal agir de forma galante? Os lábios do mestre não serão roubados sem o uso de força, entendes?

— Rou-roubar, esse tipo de coisa... isso é impróprio. Algo assim, acho que isso deve acontecer em uma situação adequada, deve ser feito com o consentimento mútuo de ambas as partes. Além disso, se possível, se Nagumo-kun for o que faz isso por iniciativa própria... vou me sentir feliz.

Bochecha avermelhada, cabeça um tanto inclinada e Shizuku falou de forma tímida. No seu peito estava a katana negra que ela já havia recuado — o presente de Hajime, ela o abraçou com força, como se fosse a expressão da emoção da Espadachim de querer fazer algo assim com a própria pessoa.

E então a posição de Shizuku estava três passos na diagonal atrás de Hajime como se já tivesse sido medida. Sua figura graciosamente o seguindo era como a de uma Yamato Nadeshiko. Com um clarão momentâneo, a segunda parte do presente do Sinergista para ela, que era o enfeite de cabelo, brilhava na base de seu rabo de cavalo, sua marca registrada.

— ...

Com o silêncio contínuo, Hajime estava dirigindo um olhar fixo em Shizuku como se estivesse olhando para um animal raro.

Basicamente, o grupo feminino que cercava o rapaz era formado por carnívoros com um aspecto assertivo. Eram garotas que queriam com toda a força que Hajime as aceitasse. Portanto, ouvir a palavra "impróprio" por apenas um beijo fez o Sinergista mostrar sua surpresa com os olhos arregalados. “Eh? Uma garota como essa existe de verdade?” Ele estava pensando assim dentro de seu coração, pode-se dizer que ele já estava muito afetado pelas ações de Yue e companhia.

Olhando para esse estado de Hajime, Yue murmurou. Mesmo que parecesse um sussurro, sua voz foi transmitida o suficiente para Shia e Kaori e as outras também.

— … que poder feminino. Yaegashi, ela é um monstro?

Parecia que o poder feminino de Shizuku que a vampira testemunhou era mesmo uma trapaça. Por alguma razão, Kaori estava olhando para a vampira com um olhar triunfante. E assim, Shizuku, que estava mostrando uma tremenda diferença de atmosfera com seu desconforto de ser banhada pela atenção ao redor em comparação com seu habitual ar solene, foi de repente empurrada com força por Kaori, como se a Curandeira quisesse exibi-la.

Yue gemeu: — Muh. —, e então empurrou Shia ao lado dela. — Hã? O-o que foi? — Yue bateu as orelhas de coelho da confusa garota usando o vento para aumentar ainda mais o ponto de atração, enquanto dirigia um sorriso destemido para Kaori.

Parecia que as duas estavam fazendo um duelo com suas parceiras. “Minha melhor amiga é a mais fofa!” Esse confronto sem palavras estava sendo realizado agora.

Yue e Kaori, como sempre, fizeram Shia protestar com elas enquanto mostrava um sorriso perturbado. Ela tentou protestar contra a dupla, mas uma veia apareceu em sua testa, vendo as duas continuando a trocar olhares faiscantes, ela entrou no meio das garotas enquanto batia no ombro com Drücken. Uma pressão silenciosa estava se espalhando.

Yue e Kaori recuaram com sorrisos rígidos. Shizuku estava dirigindo um olhar respeitoso para Shia. Na verdade, desde que entraram nesse grande calabouço, o crescimento da garota-coelho foi impressionante.

Hajime estava olhando o estado das garotas, então ele mudou a conversa com uma expressão de admiração.

— ... no entanto, você chegou a um empate com Yue, que lutou com seriedade. Você também a repreendeu com veemência, eu tenho que preparar um presente para esta Shia.

— Fue? Mes-mesmo?

Hajime sorriu acreditando que Shia foi a JMV² desta vez pela forma como ela repreendeu o absurdo de Yue e fez com que a vampira retirasse o que disse usando sua força. Shia, que foi elogiada de repente, parecia feliz, mesmo ficando afobada.

— … tapa de Shia. Foi a primeira vez para mim, que nunca apanhou nem dos meus pais. Não consigo esquecer a dor que percorreu minha bochecha. Peça o que você quiser.

— ... Yue-san, você está guardando um pouco de rancor, não está? Bem, não é como se eu tivesse algum desejo especial. Tudo já foi concedido. Está tudo bem se Hajime-san me der um presente artesanal. O problema com Yue-san foi algo que fiz porque queria fazer.

Se fosse no passado, Shia gritaria coisas como: — Encontro! — ou: — Tome a minha primeira vez! —, mas agora, ela não estava animada demais, em vez disso, ela sorria com alegria enquanto deixava a escolha para o Sinergista.

— … que compostura… então Shia já se transformou em uma inimiga formidável que rivaliza com Yue. Foi descuido de minha parte.

— E-err, Kaori? Por alguma razão, seu rosto parece com um personagem de uma história dramática, sabia?

— Shizuku-chan, para que possamos obter essa compostura, acho que não é bom se nos contentarmos com nossa posição de desafiantes.

— Err…

A atitude calma de Shia fez Kaori sentir impaciência. Sua aparência, com os braços cruzados e uma mão apoiando o queixo, refletia como um certo estudioso que procurava a verdade em algum lugar. De forma natural, Shizuku ficou perplexa com a excentricidade de sua melhor amiga.

Olhando para a Espadachim assim, a Curandeira arregalou os olhos e declarou:

— Sim, não somos desafiantes, devemos ser as atacantes!

— … Kaori. Você está ficando cansada, não está? Vamos nos acalmar um pouco.

— Shizuku-chan, quando a conquista do grande calabouço terminar, vamos atacar Hajime-kun quando ele estiver dormindo, nós duas juntas.

— É sério, mas o que você está dizendo!?

— Está tudo bem. Com o julgamento desta vez, compreendi quase todas as funções desse corpo, então acho que se formos nós duas, conseguiremos de alguma forma.

— O que precisa ser feito a todo custo é descobrir sobre o funcionamento da cabeça de Kaori. Peço-lhe que por favor recupere seus sentidos...

— Se-será a primeira vez para nós duas, mas... vamos fazer isso juntas, tudo bem, Shizuku-chan!?

— ... me pergunto se devo bater em você assim como Shia fez.

Para Kaori, que estava com os punhos cerrados enquanto mostrava sua determinação com uma respiração irregular e bochechas vermelhas, Shizuku começou a considerar seriamente se deveria dar um tapa nela com uma expressão cansada. Parecia que seu hábito preocupante ainda não mudara, mesmo com as várias coisas pelas quais ela se tornara sem restrições.

— ... parem com a comédia romântica, estamos avançando.

— Me sinto cansado depois de nos reunirmos, mas por que isso?

As vozes de Suzu e Ryutaro, que pareciam ainda mais cansados do que Shizuku, ressoou pela passagem, mas parecia que não entrou no ouvido de ninguém. Isso aconteceu depois que eles terminaram um sério desafio de enfrentar a si mesmos, e talvez isso tenha causado a perda do controle de suas emoções sobre várias coisas.

Com esse tipo de sentimento, eles avançaram com uma atmosfera leve, mesmo enquanto mantinham a vigilância por dez minutos.

O grupo por fim chegou ao final da estrada. Na parede de gelo do fim da estrada, havia um círculo mágico talhado em forma de heptágono, onde seus topos eram arranjados com o emblema de cada grande calabouço. Quando Hajime e outros se aproximaram, ele começou a brilhar levemente. E então, toda a parede estava coberta com algo que lembrava uma membrana de luz. Foi um fenômeno que lembrava a entrada do grande labirinto.

Quando Hajime tocou isso com as pontas dos dedos, uma onda se espalhou como se uma pedra fosse atirada na superfície da água. Como esperado, parecia que era um portal de teletransporte.

Hajime virou-se para trás e olhou para todos os membros, depois assentiu. Yue e as outras assentiram em resposta.

E assim o Sinergista e o resto do grupo entraram na membrana de luz juntos.

— ... parece que desta vez não fomos separados, hum?

— … nn. Também há aquilo.

— Hmm, parece que enfim chegamos.

— Que santuário bonito.

Quando a luz que tingia suas visões se esclareceu, havia um amplo espaço ali.

O belo espaço em quadrângulo, que era sustentado por vários grossos pilares de gelo, era feito a partir do mesmo material, como era de se esperar. Não era gelo com alta taxa de reflexão que poderia ser confundido com espelho como todas as paredes até agora, mas uma parede feita de gelo puro que era muito transparente.

E então, o que mais atraiu a atenção deles foi o chão. Estava transbordando e água que eles não tinham visto desde que chegaram aqui. Parecia que a temperatura desse espaço não era tão baixa. Parecia que muita água de nascente estava fluindo, pequenas fontes foram colocadas em vários pontos na espaçosa superfície do lago. Também devia existir o buraco de onde a água estava saindo.

E assim, na superfície de um lago, havia o piso flutuante em forma de trampolim feito de gelo. Do outro lado, à frente daquele piso, havia um imenso santuário de gelo. Estava do lado oposto de onde Hajime e outros saíram. O ponto de apoio de gelo flutuante continuava até lá na superfície do lago quadrangular.

Como a água não congelou, o Sinergista experimentou retirar seu artefato de proteção contra o frio. O resultado foi o esperado, era um espaço frio, mas só parecia frígido e ele não congelou. Assim como Tio disse, não havia dúvida de que este lugar era a parte mais profunda da "Caverna de Gelo e Neve". Mesmo para um "libertador", com certeza, eles implorariam para não ter uma residência com frio extremo.

— … nós… completamos… soluça.

— Suzu-chan… você conseguiu.

Suzu foi tomada pela emoção e ficou com lágrimas nos olhos enquanto olhava para o santuário. Em vários sentidos, ela alcançou essa conquista por pouco muito pouco. Ela falhou, se quebrou, mas, mesmo assim, cerrou os dentes e seguiu em frente, e enfim alcançou a meta. Era natural que ela se emocionasse. Kaori colocou a mão no ombro de Suzu com gentileza enquanto chorava em simpatia.

Essa emoção profunda também foi sentida por Ryutaro. — Heh. —, ele riu enquanto algo brilhante estava se reunindo aos poucos em seus olhos.

— … conseguimos.

— Sim. Mas não sei quantas vezes quase morri.

— Isso é porque em toda as vezes você não pensa nas consequências e apenas dispara para frente.

— Nããão, haha, bem, o resultado foi bom, então não isso não é o suficiente?

Quando Shizuku deu um tapa leve no braço de Ryutaro, ao contrário de suas palavras, o Lutador desviou os olhos sem jeito.

Com Hajime à frente, eles usaram o ponto de apoio de gelo e avançaram para o santuário. Eles conseguiram atravessar para a margem oposta sem que nada de especial acontecesse. Um círculo mágico foi desenhado em uma piscina profunda na margem oposta. Nada aconteceu quando eles pisaram nele, então, pensando nisso com base na posição atual, talvez esse fosse um círculo mágico para um atalho.

A entrada do santuário era uma grande porta dupla; ali estava desenhada um emblema que lembrava um cristal de neve. Era o emblema do libertador Vandol Shunee. Não havia sinal de algo como um selo, quando Hajime usou sua força e empurrou, a porta se abriu sem resistência.

— Embora a aparência seja um santuário, o interior é como uma casa, hum.

— … nn. É como o esconderijo de Oscar.

À frente da porta aberta, não havia nada como vitrais ou um altar como em uma igreja. Em troca, havia uma entrada de mansão com um lustre feito de gelo pendurado no alto. Havia um corredor que continuava para dentro e uma escada que dava para o segundo andar dos dois lados.

O Sinergista usou a bússola e procurou a localização do círculo mágico. Segundo a bússola, parecia que o alvo estava na parte interna da passagem reta no primeiro andar. Todos avançaram para o interior, seguindo a liderança de Hajime. No caminho, havia vários quartos, então eles tentaram abrir a porta, lá dentro havia apenas móveis normais. A parede de gelo também, quando tentaram tocá-la, parecia fria e não congelante. Assim como o artefato de proteção contra o frio do Sinergista, com certeza havia algum tipo de medida de proteção contra frio aplicada ao local.

Assim, eles avançaram enquanto admiravam o interior da mansão e, por fim, encontraram uma porta grossa.

— É aqui.

Hajime sussurrou e abriu a porta sem hesitar. Dentro havia de fato o círculo mágico que era o objetivo deles.

Todos entraram depressa nesse círculo mágico. Como de costume, o interior de seus cérebros foi examinado e na cabeça das pessoas cuja a conclusão do calabouço foi reconhecida, a magia da era dos Deuses foi gravada.

A última delas... ao adquirirem a Magia da Metamorfose, Shia e outros se entreolharam com a felicidade clara, naquele momento...

— Guu!? GaAAh!!

— … UuUUUUH!!

Gritos cheios de angústia ressoaram. Shia e outros ficaram assustados e moveram o olhar nessa direção. Lá estavam as figuras de Hajime e Yue de joelhos, enquanto seguravam suas cabeças como se estivessem sofrendo uma forte dor de cabeça.

— Hajime-san!? Yue-san!?

— Qual é o problema com vocês dois!?!?

Shia e Shizuku soltaram vozes chocadas.

— Acalmem-se! Kaori! Não fiques confusa!

— Eh? Ah, sim, vou examiná-los agora mesmo!

O rugido estrondoso de Tio caiu sobre as garotas que estavam abaladas com o repentino acontecimento. A especialista em cura, Kaori, também foi repreendida antes de retornar aos seus sentidos.

E então, quando ela estava prestes a examinar a dupla com pressa, logo depois disso...

— aa…

— … nn.

Hajime e Yue, que estavam suando muito, pareceram se libertar da dor desconhecida, a força deixou seus corpos e eles caíram, desmaiados. Shia e Shizuku os apoiaram no mesmo instante. Vendo o estado deles, parecia que os dois desmaiaram juntos.

Um fardo tão grande que fez com que os dois, que haviam ultrapassado o nível de personagens trapaceiros e atingiram o nível de bug no sistema, desmaiassem... mas que diabos acabara de acontecer? O silêncio voltou à sala e uma atmosfera perplexa estava fluindo.

— Por enquanto, temos que deixar os dois descansarem...

As palavras de Tio (a pervertida), que se tornaram confiáveis com calma admirável nesse momento crítico, fizeram o resto do confuso grupo trocarem olhares.


Notas

[1] Shizuku significa “queda/gotejo/gotejamento” em japonês.

[2] Em jogos, sobretudo nos Estados Unidos, Jogador Mais Valioso (do original Most Valuable Player), também conhecido pela sigla JMV (do inglês MVP), é um prêmio geralmente conferido ao jogador ou jogadores de melhor desempenho numa competição. É constantemente utilizado pela National Basketball Association, que confere o prêmio ao melhor jogador da temporada. É também utilizado para premiar o melhor da NFL. O termo player, de gênero neutro, é utilizado porque o prêmio também pode ser concedido a mulheres.



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