Arena Coreana

Tradução: Themis

Revisão: John


Volume 2

Capítulo 87: Renascimento (1)

Faziam 2 meses desde o início do 6º Exame.

Durante todo esse tempo, aconteceu uma coisa. Elise me fez uma camiseta. Apesar de ser tão jovem, ela tinha habilidades impressionantes. Todos os Elfos são assim?

De qualquer forma, eu disse que não poderia aceitar, Elise começou a chorar e correu para algum canto, deixando a sua irmã mais velha, Ella, furiosa enquanto a trazia de volta.

Só depois de ouvir um longo sermão de Ella que entendi o meu mal-entendido.

Para acalmar a chorosa Elise, toquei o minuet de Bach para ela.

Como se nunca tivesse chorado, a pequena parou e ficou imersa na música. Depois de terminar, percebi que todos os Elfos do vilarejo estavam ao meu redor.

Logo percebi que, com apenas as habilidades que tinha do livro Suzuki volume 3, teria que fazer um recital.

Claro, normalmente demoraria alguns anos para chegar nesse ponto.

De qualquer forma, a música dominou o vilarejo como uma tempestade.

— Que melodia maravilhosa!

— Devemos fazer um instrumento desses!

No que tangia a instrumentos musicais, eles só tinham uma flauta de junco, então os Elfos correram para criar algo como o violino.

E, surpreendentemente, uma certa jovem Elfo fez um instrumento muito parecido com um jang — uma espécie de harpa.

A invenção da harpa élfica se espalhou rapidamente entre os habitantes e logo a música se tornou constante na vila.

Os homens gostavam tanto de ouvir a música que disseram que saber tocar era uma virtude, e uma tarefa para as mulheres.

“Esses Elfos são assustadores.”

O efeito cascata de quando eu ensinava qualquer coisa para eles não era brincadeira. Prometi para mim mesmo outra vez: nunca ensinaria a eles sobre jogos de azar.

Além de tudo, a ameaça dos zumbis passou, e os dias se tornaram mais tranquilos. Durante esse novo tempo livre, aproveitei para treinar o meu recém-criado estilo de pontaria.

Forçando a aceleração da rotação do projétil, a força é maximizada e o poder de penetração é aumentado. Em uma arma normal, existem espirais no cano. A bala passa por essas espirais antes de sair da arma em si. No momento do tiro, Sylph aumentava o giro do projétil, fazendo-o girar como um incrível parafuso.

Testei a força e, surpreendentemente, a bala penetrou na rocha. Normalmente, ela teria ricocheteado. “Que poder de penetração incrível!"

“Nesse ponto, mesmo se a defesa do inimigo impeça uma bala normal, essa aqui daria um jeito, né?”

Era um poder que ultrapassava o senso comum. Em uma distância de 10m, uma arma como essa conseguiria passar até mesmo um colete à prova de balas.

Era isso.

Para sobreviver na Arena, com métodos assim, eu tinha que evoluir as minhas habilidades. Não poderia ficar confortável com ferramentas, mas teria que combiná-las com as minhas habilidades principais, sinergicamente.

Depois de desenvolver um novo método de tiro, me senti mais à vontade e voltei a focar nos problemas dos Elfos.

Não sabíamos quando e onde o exército zumbi surgiria.

Atualmente, uma rede de busca generalizada tinha sido formada, criando uma segurança impenetrável, mas, em um caso de luta repentina, não sabia o que poderia acontecer.

“Os Elfos são incríveis, mas são muito poucos…”

Com Derrick como representante, só havia 34 guerreiros Elfos veteranos com mais de 200 anos. Elfos homens mais jovens, como Jake, tinham 97. E o número de Mães e moças mais jovens era quase o mesmo. Em uma emergência até conseguiriam lutar, mas a força poderia não ser suficiente.

“Esses números são poucos para manter a Montanha Marrom inteira como território e preservá-la.”

Tive uma ideia e me aproximei da Mãe Anciã em silêncio: — O que vocês achariam de ter outra vila élfica na Montanha Marrom?

— Outro vilarejo?

— Sim, não é possível?

— Por que não seria? A Montanha Marrom é enorme, mesmo com mais Elfos por aqui, ainda teríamos muito espaço.

— Você não acha que existem outros Elfos por aí cujas Árvores da Vida se deterioraram e que acabaram sendo alvos de humanos?

— Tenho certeza que sim. — O rosto da Mãe Anciã estava cheio de tristeza e pena. — Essa é a história dos que vieram para nós depois de serem escravos. Os Elfos não seriam alvos dos humanos se a Árvore da Vida estivesse em boas condições.

Continuei: — Então o que você acha de chamar esses Elfos para cá e formar outro vilarejo?

— Uma vila de Elfos precisa de uma Árvore da Vida… Ah! — A Mãe Anciã percebeu alguma coisa.

Eu também sabia disso. Em uma vila élfica, o centro deveria ser uma Árvore da Vida. Não apenas para o poder da natureza, mas também para o suporte espiritual.

Mas a Montanha Marrom não tinha duas Árvores da Vida?

— Com a Árvore da Vida que está crescendo no Sudoeste como centro.

— Sim, ouvi que a pequena está crescendo bem, graças a você.

— Se uma nova vila for criada por aqui, a população também cresceria. Se houvesse outro ataque de mortos-vivos, teríamos muito mais vantagem na luta.

— É uma boa ideia. Primeiro, vamos perguntar para aqueles que vieram da escravidão.

Depois disso, tudo se encaixou. Dos 10 Elfos libertos, 3 eram mulheres mais velhas que se juntaram às reuniões das Mães.

— A Árvore da Vida murchou por razões desconhecidas e, para evitar as invasões humanas, tivemos que nos esconder no fundo da floresta.

— Eu era da mesma vila. Pensei que a Árvore da Vida estivesse melhor, mas encontrei humanos escondidos quando fui conferir.

— Isso é estranho. Aconteceu algo parecido na minha vila.

Depois de ouvir tudo, contei para a Mãe Anciã a minha teoria: — Acredito que o mais provável é que exista um plano do Mago Negro em ir contra todos os Elfos do continente.

— O Mago Negro está nos atacando?

Continuei a explicar: — Escravos Elfos são vendidos a preços mais altos, então ele pode conseguir ajuda de terras vizinhas com certa facilidade. Usando um método qualquer, os Magos afetam a Árvore da Vida, enquanto as tropas da terra entram na jogada e levam os Elfos. Esse deve ser o padrão.

— Que horrível! Eles fizeram algo tão desprezível, agora é a nossa vez de agir!

— Sim, mas claro que essa é apenas a minha teoria, não temos certeza de nada.

A Mãe Anciã ficou chateada: — Tenho certeza que estão mirando nas Árvores da Vida. Baseado nisso, eles são nossos inimigos jurados.

— Concordo.

— Graças a você, fomos capazes de preservar a nossa Árvore da Vida. É um grande alívio. — A Mãe Anciã me olhou com carinho. — Seguirei a sua sugestão. Como uma Elfa, como poderia fechar os olhos para problemas que afetam os meus irmãos? Traremos eles para a Montanha Marrom.

— Ouvi que existem outras árvores na Montanha Marrom com potencial para se tornarem Árvores da Vida. Penso se seria capaz de fazer algo por elas também.

— Com os seus poderes, não tenho dúvidas! Bem…

— Uma vila para cada Árvore da Vida. Se inúmeros vilarejos forem formados, a Montanha Marrom não se tornaria um território Elfo impenetrável?

— Incrível! Se todos nos reunirmos aqui, ninguém poderá nos derrotar.

Ao fim da discussão, as Mães concordaram em seguir a minha sugestão.

Primeiro, decidiram chamar os Elfos da vila que duas das três Mães libertas vieram.

— Hei de cuidar disso. — disse Derrick.

Era uma tarefa que exigia deixar a Montanha Marrom. Sendo uma missão tão perigosa, com os Elfos tendo que entrar e atravessar territórios humanos, não havia escolha além do melhor guerreiro, Derrick, agir.

Ele chamou outros dois Elfos veteranos e três jovens para dar a eles certa experiência de mundo.

Pedi a Derrick: — Tente ficar o máximo possível nas terras de Odin.

— Aceitarei a ajuda dele. Fizemos um tratado, tenho certeza que nos acomodará.

Como eu tinha que dar uma chama para a Árvore da Vida, não podia acompanhá-los.

As duas Mães libertas foram com eles como guias, e, assim, o grupo de Derrick partiu.

 

***

 

— Você vai realmente deixar essa Árvore da Vida para nós? — As duas Elfas mais velhas estavam profundamente tocadas.

Em pouco menos de dois meses, Derrick completou a missão e retornou.

Os Elfos que tinham perdido a sua vila e passaram a viver escondidos nas profundezas da floresta foram trazidos com segurança.

No caminho, encontraram caçadores de Elfos três vezes, mas todos disseram que Derrick tomou conta deles.

E, assim, os quase 100 Elfos recém-chegados, ganharam a pequena Árvore da Vida como novo lar.

— A árvore está longe de estar madura, então ainda não está pronta para ser o centro de uma vila. — disse a Mãe Anciã.

As Mães do novo vilarejo acenaram as mãos: — Não, imagina! Embora ainda tenha que crescer, o seu potencial é infinito. E não é só isso, apesar de ser pequena, já é uma árvore da Vida completamente funcional.

— Obrigada mesmo por nos dar uma nova casa.

E, assim, uma nova vila élfica foi formada.

Para diferenciar os dois vilarejos, o novo foi chamado “Vila Pinheiro”, enquanto o nosso era “Vila Zelkova”.

Graças à criação da Vila Pinheiro, ficou mais fácil patrulhar a área.

Com a Árvore da Vida, os guerreiros do novo vilarejo começaram a se recuperar pouco a pouco, e ficaram entusiasmados em guardar o novo lar.

“Bom. Por causa disso, nosso poder cresceu bastante.” A minha ideia impulsiva rendeu bons resultados. “E se fizéssemos mais vilarejos dessa forma?”

E se eu criasse outra árvore e montasse outra vila?

Conseguiríamos acabar com os planos dos Magos Negros controladores de zumbis para o ralo. E eu poderia completar a missão sem esforço!

“É por isso que as pessoas deviam usar as cabeças.”

Sem lutar diretamente e perder sangue, eu fui capaz de ter um papel crucial para completar essa missão.

— Vamos criar outra! — corri para as Mães e insisti.

Elas já estavam cientes dos meus planos grandiosos e me deram boas-vindas calorosas.

— Por agora, vamos usar o seu poder para criar outra Árvore da Vida. — falou a Mãe Anciã. — No lado Noroeste, existe uma árvore de bordo com potencial. Considerando a posição, acho que ela é adequada.

— Então acredito que o próximo vilarejo será a Vila Bordo.

Hohoho, acho que sim.

Nome: Projeto Vila Bordo.

Fiz duas Chamas da Vida e dei para os Elfos que patrulhavam o lado Noroeste.

Passei os meus dias treinando no topo da gigantesca Árvore da Vida na Vila Zelkova. Pensei em focar em aumentar as minhas habilidades de Invocação e Capacidade Física. Se usasse bem a cabeça, poderia sentar em um canto e completar a missão.

Cerca de uma quinzena depois de começar o projeto Vila Bordo, mesmo com as práticas de Invocação e de violino, não foram essas habilidades que evoluíram, mas uma estranha.

Chamas da Vida (habilidade sintetizada): cria uma Chama da Vida e dá vida.

2 usos por dia.

*Nível intermediário 2: efetiva para tratamento, recuperação, anti-envelhecimento, doenças e maldições.

Agora que pensava nisso, não era nada estranho. Eu sempre fazia duas por dia, seria esquisito se não evoluísse.

“Será que, se a habilidade tem um efeito maior quando usada, mais o nível aumenta?”

Em um RPG, quanto mais dano o seu ataque dá em um monstro, mais xp você consegue.

Senti que entendi um novo paradigma para o treinamento de habilidades.



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