Volume 2
Capítulo 68: Os Resultados do Quarto Exame (2)
— Desgraçado! Por que você está tão atrasado? Quer ser demitido?
— Muito obrigado por tudo até aqui.
— Hã? com autorização de quem?
O Presidente Park Jin-seong me deu um abraço assim que sai do Porsche Cayenne. Essa era uma demonstração do quanto ele ansiava pelo meu retorno.
Tinha certeza de que uma parte disso era pela cura da doença dele, mas ele me tratando assim não me deixava mal. Afinal, eu estava curando-o de graça? Não, eu estava recebendo um monte de dinheiro pelo tratamento.
— Você está aqui, me dê uma.
— Hmmm…
— O que foi garoto?
— É que… hmm…
— Ah, o que é isso! Você quer mais dinheiro?
— Sim.
— Rapaz, tudo bem que eu sou um bilionário, mas isso já não é uma forma de roubo? Por acaso eu te paguei pouco até aqui?
— Não, o que acontece é que eu evoluí minhas “chamas da vida” para o nível intermediário 1. Essa evolução, com certeza, terá efeito de cura para doenças terminais.
— Isso é verdade?
— Se você não acredita em mim, então tudo bem.
— Seu desgraçado!
De forma tranquila eu desviei do peteleco na minha cabeça que o presidente tentou acertar.
— Oh? Peguem ele!
Ele gritou para os seus seguranças.
“Merda.”
Saltei de onde eu estava e cai de lado no topo de um pinheiro. Naquele momento, meu condicionamento havia ultrapassado os limites humanos e fazer algo assim, não era nada de mais.
Os seguranças me olharam congelados, não sabiam como proceder e coçavam suas cabeças enquanto eu ria. Do topo do pinheiro eu gritei para o presidente Park Jin-seong.
— Quanto você vai me pagar? Dessa vez, você vai ver uma diferença significativa.
— Nós podemos fixar o preço depois de eu comer isso e ser examinado sobre o quão efetivo será. Eu recebi um exame ontem, então eu posso verificar a diferença com exatidão.
“Bem, o presidente Park Jin-seong não é alguém mesquinho com o dinheiro dele.”
Assenti para ele.
— Certo.
— Então desça aqui seu idiota.
Eu saltei do velho pinheiro e entreguei as “chamas da vida”.
As chamas que apareceram na palma da minha mão, não eram mais do tamanho de uma bola de gude, mas sim do tamanho de um punho.
— Minha nossa, é grande.
A cor retornou ao rosto do presidente.
— Eu pensei sobre isso e tem necessidade de você comer isso?
— Como assim?
— Você poderia simplesmente colocar no seu corpo.
Falava com propriedade, tendo a experiência de colocar as chamas todos os dias na árvore-da-vida. Com as minhas palavras, ele hesitou por um momento até que moveu as chamas para a parte de baixo do seu tórax.
“É um câncer de pulmão?”
Vendo-o colocar as chamas da vida onde estavam seus pulmões, assumi ser isso. As chamas se infiltraram no corpo dele.
— Huh, era só isso que precisava fazer. Estive comendo isso todo esse tempo sem necessidade.
— Essa é uma especialidade para pessoas velhas, colocando todas as coisas boas na boca.
— Cale a boca.
— Como você se sente?
— Hahaha, como eu posso falar? Me sinto muito bem, muito bem mesmo, mas não consigo descrever em palavras.
Ele verificou seu próprio corpo e estava encantado. Seus olhos poderiam saltar se eu falasse para ele que podia fazer duas chamas por dia.
— Já faz um tempo, você não gostaria de ir caçar?
— Com certeza.
Pegamos nossas coisas e fomos caçar. Em especial nesse dia, o presidente estava cheio de energia e caminhou na frente.
— Isso, me sinto melhor do que quando eu era saudável. Que interessante!
Contudo, por volta de uma hora depois, decidimos fazer uma pausa. O presidente se sentou em uma rocha e perguntou.
— Como foi o exame?
— Eu completei ele.
— Uau, bom trabalho. Então, foi uma boa coisa conseguir o apoio do Grupo de Exame Nórdico?
— Acredito que sim.
Mesmo que para ser sincero eu tenha passado o quarto exame, gastando os dias sem fazer nada relacionado a batalhas. Não fui capaz de saber se Odin conseguiu usar seu exército para obliterar o Clã Prata.
No momento que pensei sobre isso, Odin não sabia que meu exame havia acabado. Pensei se deveria ligar para ele.
— Como você acha que será o próximo exame?
— Não acredito que o próximo exame venha a ser muito difícil também.
— Sério? Isso é bom.
Se tudo seguisse conforme eu imaginava, no próximo exame, eu seria muito mais poderoso. Por meio da árvore-da-vida, a “invocação de espíritos” ficaria mais poderosa e com o karma que recebesse por completar o exame eu iria aumentar o nível das minhas habilidades ainda mais.
O sol estava se pondo e nós não conseguimos encontrar nenhuma presa.
— Quer que eu invoque Sylph?
— Tudo bem.
O presidente balançou a cabeça.
— Deve ser difícil mesmo e às vezes deve-se falhar para que a caça seja divertida.
Isso soou como se fosse a filosofia de vida dele.
— Essa é sua filosofia de negócios?
— Hm? Que besteira você está falando? Se você falhar nos negócios, isso não será divertido.
— …
— Você não tem ideia de quantos executivos e funcionários que eu tenho que alimentar, como falhar seria divertido? Seus exames são divertidos? Você é um moleque engraçado.
Era inútil eu falar qualquer coisa.
O presidente partiu com pressa para ser reexaminado.
Eu pensei em testar minhas habilidades e treinar, mas já era bem tarde, sendo assim, decidi ir para casa. Sentia tanta falta da Min-jeong, do meu ponto de vista eu não a via há 30 dias.
Peguei meu smartphone e liguei para ela, naquele horário ela deveria estar em casa.
— Alô?
A voz dela parecia feliz, mas com a voz dela escutei uma música alta, com ritmo rápido e uma batida forte, do tipo de música que dá vontade de dançar…
— Mi-Min-jeong, onde você está?
Pensei “sem chance” e perguntei com uma voz trêmula.
— Onde você acha que eu estou?
— Hmm, quem sabe, um clube?
Assim que falei, Min-jeong caiu em gargalhadas e a música alta de repente sumiu.
— Estou em casa.
“Huh?”
— Então, o que era aquela música?
— Eu liguei a música quando você ligou.
Ela havia me trollado!
— Min-jeong, eu tenho um coração fraco. Não faça mais isso por favor, tá?
— Hmph, fale por você, você simplesmente saiu depois de se satisfazer.
De repente eu me lembrei do acontecido um mês antes.
— Não é bem assim.
— Hmph, não sei não.
— De qualquer forma, vou estar logo aí.
— Faça o que você quiser.
E depois, ela desligou, fingindo estar rabugenta, quando ela nem sequer havia ficado brava. Isso era ela me falando, para deixá-la feliz de alguma maneira.
“Melhor eu comprar um presente.”
Eu não a vi por um mês e queria dar um presente para ela.
***
Ding dong-
— Eu não quero jornal.
Falou a Min-jeong pelo interfone.
— Eu sei que você pode ver meu rosto pelo interfone.
— Eu disse que não quero o jornal.
— O interfone está quebrado? Mesmo assim, você pode ouvir minha voz.
— Ahh, que insistente. Eu disse que não quero o jornal.
— Eu trouxe um presente.
— Oppa!
A porta abriu na hora e Min-jeong correu para me dar um abraço. Eu sorri e a abracei de volta levantando-a com uma mão, Min-jeong gritou, com a outra mão eu fechei a porta e entrei.
Ela estava empolgada no meu abraço, mas quando eu a deitei na cama, a expressão dela ficou azeda.
— O que é isso?
— Huh? O que é o quê?
— Porque a cama de novo? Você quer ter problemas?
— Ah, eu não percebi.
“Gah, faz 30 dias que eu não te vejo! Mesmo que você tenha me visto ontem.”
— Me dê o presente, o presente.
Eu peguei uma caixa cheia de macarons da minha mochila.
— Aaaa, eles parecem deliciosos!
Min-jeong me deu uma mordida na bochecha e correu para a cozinha falando que queria um pouco de café para comer junto. Ela trouxe dois expressos e tivemos um “momento do chá” com os macarons.
— Você teve um bom senso melhor do que eu pensei.
— Obrigado.
— Teria sido engraçado se você tivesse trazido um presente caro hahaha.
— Ha-haha…
— Hm? Porque essa expressão?
— Não, não é nada.
— …
— …
— … pegue logo.
— Tá…
Obedientemente eu respondi enquanto colocava minhas mãos na mochila.
“Mãos! Não me abandonem agora!”
Com minhas mãos, removi o embrulho mostrando o logo da caixa e aí eu peguei só o colar e mostrei para ela.
— Minha nossa, é lindo!
Era um bonito colar de pedra preta. A mulher da loja que escolheu ele para mim, porém eu comprei porque também achei muito bonito. Min-jeong estava próxima olhando com admiração para o colar quando olhou para mim.
— Quanto custou isso?
— Uh, R$ 200,00.
— Isso? Sem chance!
— Eles estavam vendendo isso na rua, então eu comprei.
— Sério? Então é uma imitação. Uau, isso se parece muito com o verdadeiro.
— Ah, sério? Eu não entendo dessas coisas.
Eu não entendia, mas os mecanismos de busca na internet sim e o GPS sabia onde a loja estava localizada.
— Hehehe, uma amiga mais velha que conheço tem um desse. Ele é igual ao original, parece um verdadeiro colar Marni.
— Bem, que bom que você gostou.
“Eu não posso nunca ser descoberto, esse é um colar luxuoso de mais de R$ 5.000,00. Uma loja da Marni nunca iria vender uma imitação.”
— Coloque em mim.
— Uhum.
Peguei o colar com as duas mãos e fui para trás dela, mas isso era um “golpe”. Como se ela esperasse por isso, Min-jeong se inclinou em direção a minha mochila.
— Ah, não!
— Haaah!
Min-jeong pegou a caixa e o embrulho com o logo da Marni.
— Ohh, veja isso! Naquele momento, você conseguiu colocar suas mãos na mochila, remover o embrulho e abrir a caixa? Que mãos habilidosas você tem!
Eu havia evoluído minha “capacidade física” para o nível inicial três e isso melhorou minha destreza com as mãos também.
— Desembucha, quanto custou isso?
— … um pouco mais de R$ 5.000,00.
— Está louco, que loucura!
Min-jeong me deu um tapa forte no ombro.
— Você está tentando provar que é mole? É por isso que a Hyun-ji está tão preocupada com você!
— Eh, eu me sinto injustiçado agora…
— SOBRE O QUÊ?
“Eu não te vi por 30 dias e estava feliz de poder te ver e então eu comprei um presente!”
… do ponto de vista da Min-jeong, nós estávamos nos vendo todos os dias e do nada eu comprei um presente luxuoso, então entendi por que isso parecia estranho.
— Devolva isso.
— Não quero.
— Devolva isso logo. Não estamos saindo a tanto tempo assim, não posso aceitar algo assim tão caro.
— Eu não sei, não sei. Não posso devolver isso. Não quero.
Amassei e rasguei a caixa do colar.
— Ahh! Agora você não poderá devolver isso!
— Não vou. Fique com ele, eu só queria comprar ele para você.
Ela me encarou.
— Assim não dá, oppa, você precisa ser punido.
— Punido?
Min-jeong pegou o smartphone dela.
— Hã, por que você pegou seu telefone?
Ela colocou o colar no pescoço e de repente fez uma pose com o sinal de “V” com uma mão e tirou uma selfie. Logo, enviou a foto como mensagem, mas a pessoa que recebeu isso…
— Não, não pode ser!
Me desesperei, mas já era tarde demais.
[eu ganhei isso do oppa^^ Marni ❤]
Depois disso, a mensagem de uma pessoa chegou no meu smartphone.
[Hyun-ji: Eii, seu bobalhão ingênuo! Você ganhou muito dinheiro???]
— Hehe…!
Estava desesperado em posição de OTL. Nesse momento, Min-jeong balançou o dedo me chamando
— Hehehe, oppa, de qualquer forma, obrigada pelo presente. É muito lindo mesmo.
— Tudo bem…
— Você está chateado?
— …
— Venha aqui.
Eu balancei pela forte sedução dela, mas resisti. Estava aborrecido, como ela pode me dedurar para a Hyun-ji!
“Não sou trouxa, eu sou rico. Não tenho motivos para ficar sendo mesquinho por um “pedaço de chiclete”!”
Como isso poderia ser complicado, quando eu tinha quase 100 milhões de reais descansando na minha conta?
— Você não vem mesmo se eu fizer isso?
Min-jeong começou a tirar as peças de roupa dela, uma a uma. Com delicadeza, cada peça de roupa dela que caia no chão e eu estremecia. Enfim, quando o colar que eu havia dado para ela, era a única coisa que havia permanecido no corpo dela, perdi minha firmeza.
Quando o “fogo” acalmou, ela estava encolhida nos meus braços e sussurrou.
— Você não precisa me dar coisas como essa. Só fique ao meu lado, isso é tudo que eu preciso.
… aquela era a única coisa que eu não podia prometer para ela.
Desse modo, eu mantive a Min-jeong, com quem eu estava me reunindo depois de um longo tempo, nos meus braços e dormi.
Naquela hora, eu não percebi que deveria ter deixado meu smartphone desligado.