Arena Coreana

Tradução: Filipe

Revisão: Asura


Volume 1

Capítulo 22: Assassino (2)

Lee Hye-su escapou para um lugar escuro e remoto e, mais uma vez, olhou com cuidado os arredores. Estar sozinha em um lugar escuro à noite deu a ela uma sensação arrepiante.

Parecia não ter ninguém ali, mas Lee Hye-se não podia relaxar.

Os macacos vermelhos gostam de se esconder e fazer emboscadas, eles fizeram isso no primeiro e segundo exame, não é preciso dizer que farão isso de novo. Mas então.

O som de um galho sendo pisado e quebrado soou. Era baixo, mas o som com certeza pôde ser escutado.

— Quem, quem é!

Apanhada em imenso temor, Lee Hye-su agarrou sua lança com força. A pergunta era: ela seria capaz de empunhar adequadamente a lança fajuta que Kim Hyun-ho tinha feito para ela?

Ninguém apareceu do lugar de onde o som tinha vindo, mas, agora, ela podia sentir com certeza que tinha alguém ali. Ela apunhalou com a lança nessa direção e com uma voz trêmula soltou um grito.

— Eu disse para aparecer!

— Para uma puta que queria morrer, você está se borrando de medo!

Uma voz familiar ressoou.

“Park Go-chan!”

Não é um macaco vermelho, mas Lee Hye-su está mais aterrorizada agora. Park Go-chan apareceu.

Ele estava segurando sua espada com a mão direita. Devido a escuridão, era difícil decifrar seu rosto, mas ele com certeza está com um sorriso nojento.

— O-O quê?

— O que quer dizer com “o quê” sua puta. Você não disse que queria ser fodida e ir para o céu? Então, eu vim enviar você para o céu.

Park Go-chan estava sorrindo.

— Fique longe!

— Você deveria falar com mais educação com os mais velhos, ou pode morrer e acabar indo para o inferno.

— O inferno é para você!

— Basta eu não morrer, então.

Park Go-chan, empunhando sua espada, continuou a falar.

— Eu pensei com cuidado e eu não posso desfazer todas as coisas ruins que decidi fazer até aqui na minha vida. Aí eu pensei, eu acho que é só eu não morrer então.

— … !

— Só tô falando que tenho que sobreviver a esse exame de merda e viver até o fim. Não importa o desgraçado que eu seja, basta sobreviver ao exame. Não é por isso que eles me chamaram aqui para começo de conversa, hein?

— E-então?

— Puta desgraçada, se você tivesse feito como devia e apenas se rastejado submissa ao meu redor, não teria que estar em uma situação tão horrível, não acha? Você acreditou que o desgraçado do Kim Hyun-ho continuaria te protegendo? O mundo é como você vê, os caras que fingem serem fortes, são os que morrem primeiro!

Park Go-chan atacou ela de forma brusca.

— Aah!

Lee Hye-su gritou e levantou sua lança.

De forma banal, a lança foi cortada com o balanço da espada e o punho de Park Go-chan atingiu a garota.

— Aaai!

Lee Hye-su caiu facilmente.

Park Go-chan, no nível 3 de “fortalecimento corporal”, não era algo com que ela podia lidar e, assim, ele se sentou no corpo dela, que estava caído.

Park Go-chan agarrou as duas mãos dela que se debatiam desesperadamente e gritou.

— Pode parecer uma bosta, mas os desgraçados que vivem até o fim são caras como eu! Sacou? Sua puta maldita!

— Aaai!

Com os cruéis socos o rosto de Lee Hye-su inchou e Park Go-chan começou a tirar a camisa dela. Lee gritou e resistiu, mas a camisa dela foi rasgada de forma rude pelas mãos imundas dele. Então….

— Pare!

As mãos de Park Go-chan congelaram imediatamente.

“O quê?”

Uma voz familiar. Uma voz que ele pensou que nunca mais ouviria.

 

***

 

Já faziam duas horas desde que tinha começado a perseguir o rastro do meu grupo.

Sylph voltou da patrulha e me disse que o grupo estava 900 metros a frente.

— Não deve ter acontecido muito coisa com eles… Hye-su parecia bem?

Então, Sylph sacudiu sua cabeça com a minha pergunta.

— O quê? O quê foi?

Eu perguntei assim e Sylph não conseguiu responder a esse tipo de pergunta.

— Ela está machucada?

Sacode, sacode.

— Então ela estava sendo atacada?

Agora Sylph acena com a cabeça. Daquele momento em diante, eu corri como um louco.

— É um macaco vermelho?

Eu pergunto enquanto corro em resposta Sylph sacudiu a cabeça, então …

Isso aqui não é como um campo de futebol, tentar correr no meio de uma floresta é difícil e eu sinto como se o meu fôlego fosse acabar, mas cerro meus dentes e continuo correndo.

— Sy-Sylph, oof! Park Go-chan, já oof! Atacando Hye-su?

Ofegante eu mal consegui perguntar para Sylph que assentiu com a cabeça.

— Oof, oof, quantos metros ainda faltam?

Sylph desenha o número 642. Merda! Nesse passo, eu posso chegar tarde demais … Espera um pouco?

A distância que Sylph pode se afastar de mim são 900 metros, certo? Então isso significa que ela pode usar seus poderes dentro dos 900 metros?

Eu paro a corrido por um momento para recuperar o fôlego e perguntar para Sylph.

— Você pode atacar Park Go-chan daqui?

— Miau.

Sylph assentiu. É claro, mas eles disseram que, quanto mais longe o espírito estiver do invocador, mais fraco ele fica. Mesmo que ela ataque, parece que não vai causar nenhum dano a Park Go-chan.

Mas… tem outro jeito?

Eu reviro minha cabeça e aí uma ideia aparece.

— Sylph, você pode carregar minha voz até eles?

— Miau!

Sylph assentiu.

“É possível!”

Eu penso em um talvez e pergunto de novo.

— Sendo assim, você pode carregar as vozes deles até mim também?

— Miau.

Ela assentiu de novo.

“Incrível!”

Mais uma vez estava surpreso com o quão útil Sylph era. O espírito do vento é um incrível meio de comunicação a distância!

— Sylph então você vai levar minha voz até Park Go-chan e Hye-su?

— Miau.

Então, eu grito em voz alta.

— Pare!

Sylph entregou minha mensagem e retornou. Eu continuei a gritar.

— Qualquer besteira eu atiro! Estou mirando na sua cabeça!

Eu grito isso e, em seguida, digo para Sylph me trazer a resposta de Park Go-chan.

Meu rifle mágico tem alcance de apenas 60 metros, mas meu blefe com certeza teve algum efeito.

— Onde você está!?

Sylph traz a voz assustada de Park Go-chan para mim, é tão clara que era como se ele estivesse ao meu lado. Bem interessante…

— Onde, se eu puxar o gatilho, consigo acertar a sua cabeça.

— A-apareça!

— Eu não quero.

— Você vai atirar em mim? Você acha que consegue?

— Claro que eu posso atirar.

— Hahaha, com certeza, você já matou alguém antes? Vai atirar em mim?

— Eu matei muitos que são próximos a humanos, se eu atirar, não importa se é o seu crânio ou o de um macaco vermelho, acredito que a explosão será a mesma.

— …

Talvez a ameaça tenha funcionado, porque o aterrorizado Park Go-chan não respondeu. Ele não tinha como saber que eu ainda estava a mais de 500 metros de distância.

— Sylph, ele está segurando uma arma?

— Miau.

— Certo.

Eu grito para Park Go-chan mais uma vez.

— Entregue sua arma para Hye-su, tente qualquer merda e eu direi para Sylph cortar você.

— Ei, não vamos fazer assim, que tal um trato?

— …?

— Você também está interessado nela, eu sei disso. Então o que você está esperando? Você acha que se continuar ajudando ela feito um trouxa ela vai agradecer e se entregar para você? Idiota, não seja usado e faça a escolha certa aqui, o que acha?

Eu estava sem palavras, Park Go-chan é tão podre que eu nem quis continuar falando com ele. Eu só queria seguir em frente e atirar nele mas, eu não podia. Então, tive que continuar falando.

— Essa é uma boa sugestão.

— Hehehe, não é?

— Entregue a arma para Hye-su e se afaste.

— Seu imbecil maldito!

— O imbecil é você, fazendo merda como essa quando nossas vidas estão em jogo!

— …

Eu pergunto a Sylph.

— Você pode sussurrar para que só Hye-su possa me ouvir?

— Miau.

Sylph assentiu com sua cabeça. Uau, realmente útil, então envio minhas palavras para Hye-su.

— Senhorita Hye-su, se afaste do desgraçado depressa e venha para cá, Sylph vai mostrar o caminho que você deve seguir.

Momentos depois Sylph avisa que ela está vindo ao meu encontro. Certo, sucesso em afastá-la de Park Go-chan.

— Beleza, agora estamos de boa?

— O que você quer dizer com “de boa”? Você acha que eu vou apenas continuar como se isso nunca tivesse acontecido?

— A é, e o que você vai fazer sobre isso seu desgraçado?

— O que você acha?

— Vo-você vai me matar? Um companheiro de exame? Você não está preocupado com a punição?

“Punição”

Eu não tinha pensado sobre isso antes.

“Pensando sobre isso, quando terminei o primeiro exame e recebi meu karma, estava marcando +500, significa então que também pode ser ( – )?”

É completamente possível, eu hesito em como lidar com Park Go-chan.

A distância diminuiu para 200 metros. De longe, posso ver Lee Hye-su, ofegante e correndo. Está tão escuro que não consigo ver o rosto dela, mas, com certeza, deve estar tremendo de medo.

— Por aqui.

— Hyun-ho!

Lee Hye-su corre direto para os meus braços e se derramou em lágrimas.

Ela estava segurando a espada, parecia que Park Go-chan entregou para ela a arma conforme falei para fazer. Pensando sobre isso, quando ele desequipar sua arma ela vai simplesmente desaparecer, não pensei muito bem sobre isso.

Bastante surpreso dou uns tapinhas na costa dela.

— Você está bem agora.

Eu acalmei Lee Hye-su, que estava chorando no meu abraço, e falei para Park Go-chan.

— Deixe esse lugar!

— O quê?

— Eu disse para ir embora, de agora em diante você vai estar agindo sozinho, separado do resto de nós.

— Você quer que eu aja sozinho? É o mesmo que me dizer para morrer!

— Então eu devo fazer fogo e preparar refeições para você? Como se nada tivesse acontecido? Não posso fazer isso, suma daqui! Não importa se você viver ou morrer, cuide de si mesmo!

— Eei! Não faça isso, vamos fazer as pazes. Eu estava errado, não estava pensando direito, você sabe? Você faz coisas estúpidas quando está com medo.

— Você deve ter estado com medo sua vida inteira então?

— Seu arrombado! Então o que você quer que eu faça? Se você me falar para me virar sozinho é o mesmo que me falar para morrer! Você acha que vai estar seguro? Acha que depois desse exame não vamos se encontrar no próximo?

De forma ousada, Park Go-chan respondeu.

A distância diminuiu mais e agora estou a menos de 100 metros dele. Caminhando mais um pouco vou estar dentro do alcance de disparo.

— Ei, cara, eu disse que sinto muito. Vamos virar a página e tentar mais uma vez. Você e eu,  nós dois somos pessoas que já morreram uma vez. Não vamos viver ou morrer um pelas mãos do outro.

— …

O que eu deveria fazer?

Ele parece ter certeza que eu não tenho o que é preciso para assassinar alguém. Foi por isso que esse desgraçado tentou estuprar uma garota e com essa ousadia ainda tenta permanecer no grupo.

Isso não pode acontecer.

Eu tenho que expulsá-lo. Mas, como ele está tão empenhado em ficar por perto, não tenho outra escolha a não ser matar ele.

Eu realmente tenho que matar ele? Nesse momento Lee Hye-su agarra minha mão.

— Por favor, faça isso.

— Fazer o quê?

— Mate ele.

Com suas palavras meu coração desabou. Suas duas mãos trêmulas segurando a minha.

— Eu estou tão infeliz que quero morrer. E-eu nunca mais quero ver o rosto dele… seria melhor se eu morresse! E-eu tô apavorada… por favor… eu imploro… me salve.

— …

Eu cerrei meus dentes.

Já podia ver Park Go-chan, aproximadamente 40-50 metros.

Eu peguei o rifle mágico, carreguei uma bala de chumbo, apoiei a coronha do rifle contra o meu ombro e mirei, com os olhos, a cabeça de Park Go-chan.

Ainda bem que está escuro e não posso ver seu rosto. Se eu tivesse visto a expressão no seu rosto não seria capaz de puxar o gatilho.

Lee Hye-su está segurando bem forte a barra da minha camiseta, como se fosse a linha de vida que estava salvando ela.

Certo.

Vamos pensar dessa maneira. Ao invés de estar matando Park Go-chan, estou salvando Lee Hye-su. Porque, se eu tivesse que escolher um deles para salvar, salvaria Lee Hye-su.

Um tiro.

Um grito.

Pronto.



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