Arena Coreana

Tradução: Themis

Revisão: Asura


Volume 1

Capítulo 13: De volta para a Arena (3)

Como no primeiro exame, era uma floresta.

Eh!? Nimi¹, é a floresta de novo.

O cara com olhar de bandido resmungou.

Perdidos, olhamos para os arredores. Senti uma estranha energia no ambiente da floresta; isso não era novo.

Todos estávamos parados encarando uns aos outros, assim, tomei coragem e falei.

— Então o primeiro exame de todo mundo aqui foi contra um macaco vermelho?

— Sim.

— Correto.

A garota em seus vinte e o universitário falaram.

— O quê? Então todos vocês lutaram contra aquele maldito macaco também? —perguntou o cara com jeito de bandido.

Ao invés de responder, assenti positivamente. Não me sentia confortável usando um discurso informal² logo de cara.

— Então é a mesma floresta daquela vez...

O cara na casa dos trinta, que até agora não tinha dito uma única palavra, falou pela primeira vez.

A garota e o universitário assentiram.

Então era isso. Era a floresta do primeiro exame.

— Então suponho que isso signifique que essa floresta é o lugar onde os cinco macacos vermelhos morreram?

— Acredito que sim. — afirmou o universitário.

— Será que é mesmo possível que esse exame, somado aos macacos vermelhos, seja sobreviver por uma semana?

Com minhas palavras, o cara com jeito de bandido deu um sorriso.

— Que? Não é como se aquele macaco fosse assustador. Você só precisa dá porrada nele até morrer, quando der as caras.

— É possível que venham dezenas ou centenas de uma vez.

— Como você sabe disso, bastardo?

"Ok. Eu realmente não gosto desse ajusshi³."

— Macacos e primatas vivem em comunidades. Logo, os macacos vermelhos vivem em comunidades e, nestas, se cinco deles morreram aqui, seus companheiros não viriam se vingar?

— …

O cara com aparência de bandido não tinha nada a dizer, então continuei a falar.

— Até agora é só especulação, mas penso que deveríamos sair daqui e nos movimentar. Temos que conseguir água e comida também.

— Isso faz sentido.

O universitário concordou.

— Também acho. — A garota afirmou com um tom cauteloso.

"Ao menos essas duas pessoas tem boa cooperação. O problema é o ajusshi delinquente com cara de bandido e o homem frio, da casa dos trinta e silencioso."

— Bem, temos que achar um lugar seguro para ficar por uma semana, de qualquer forma.

O envergonhado bandido de meia idade falou e andou adiante com vivacidade, abrindo o caminho. Ele até mesmo decidia pra qual direção ir por conta própria.

Tive um sentimento inquieto de que, com o passar do tempo, esse homem nos causaria problemas.

Mas, por hora, não tinha outra forma.

Segui ele por trás e os outros começaram a seguir o exemplo.

Ah, droga, tô sem cigarros.

O bandido de meia idade olhou em seus bolsos e resmungou. Andou alguns passos e resmungounovamente, outros passos e mais resmungos. O bandido nos fez sentir certo desconforto com com seus palavrões contínuos.

Eu estava muito curioso sobre o que essas pessoas pegaram com suas recompensas de karma.

O estilo de luta muda de acordo com que habilidades e armas temos.

Tínhamos que conhecer os estilos de luta uns dos outros para conseguir nos complementar.

Pensando bem, o anjo não tinha falado algo sobre isso?

“Têm aqueles aqui com ótimas notas, com modestas notas e aqueles que causam grande preocupação.”

Estávamos em cinco pessoas.

Logo, poderia supor que tinham duas com ótimas notas, duas pessoas com notas medianas e a pessoa restante é aquela com uma nota ruim.

A nota ruim foi provavelmente recebida pela garota em seus vinte.

Depois, tem dois com notas ótimas. Tinha certeza que eu era um dos dois. Mas quem poderia ser o outro?

“Não acho que seja o universitário, mas nunca se sabe. Alguém, como eu, conseguiu uma boa nota, então não posso julgar apenas pelas aparências.”

Ao menos, provavelmente não era o cara com jeito de bandido, pois ele era muito estúpido.

Pensava em perguntar que armas e habilidades eles tinham.

Enquanto ponderava essas coisas, alguém falou.

— Sou Park Go-chan.

Quem abriu a boca foi o cara com jeito de bandido.

— Você fala meu nome nas ruas de Gangnam de noite e não tem quem não me conheça.

Ele definitivamente era um bandido.

— Gastei vinte anos naquelas ruas e mais de dez pessoas encontraram seus fins por minhas mãos. Ao contrário de vocês, tô acostumado com esse tipo de coisa. Então, só confiem em mim e me sigam, assim vocês vão ficar bem.

O trapaceiro Park Go-chan de repente colocou sua mão sobre o ombro da garota, que estava andando atrás dele.

— Tendeu, senhorita?

— O-o que você está fazendo?

A garota ficou afobada e empurrou a mão de Park Go-chan.

Não satisfeito, o homem descaradamente agarrou o ombro da garota novamente, puxou-a para seu abraço e falou.

— Senhorita, sei o que que tu tá pensando. Você tá assustada por estar nessa situação? Vou te proteger a partir de agora. Que tal? Agradecida?

— Me-me solta, por favor.

Empalidecendo à luz do dia, a garota, com uma voz trêmula e triste, resistiu.

O universitário, sem saber o que fazer, apenas olhou.

Fiz o mesmo.

A partir de um momento atrás, o passivo Park Go-chan começou a revelar sua verdadeira natureza.

"Esse lugar, a Arena, não tem leis para nos proteger, e Park Go-chan, que começou a revelar sua verdadeira natureza, foi compelido a liberar sua tirania."

Com o passar dos instantes, era claro, mesmo para quem não via, o que iria acontecer à garota.

“Não pode ser.”

Eu também estava com medo desse Park Go-chan, que diz que era um gângster, mas não podia fazer vista grossa a esse comportamento.

Eu tinha que continuar a fazer o exame com aquela garota e, se não agisse naquele momento, estaria aprovando esse comportamento de Park Go-chan.

Tirei a garota de perto de Park Go-chan e falei.

Um, ela está desconfortável, então vamos não fazer isso…

Com um som de pancada, eu caí sentado, agarrei minha bochecha esquerda e gemi.

— Seu maldito bastardo. Quem você tá tratando feito merda? Seu pequeno filho da puta!

Park Go-chan me chutou nas costelas e eu senti o ar fugir de meus pulmões. Apertei meu lado e rolei pelo chão.

Com a dor, o sentimento de injustiça me inundou. Por que eu tinha que ser atingido feito um merda desse jeito? Ele pensa que eu sou mais fraco que ele, então joga toda sua violência em mim sem medo de ser feliz.

“Devo invocar Sylph? Devo cuidar dele com a arma?”

Esses pensamentos passaram por minha cabeça.

— Não gostei de você desde o início. Seu pequeno bastardo rasteiro que só sabe fingir que sabe alguma merda e fica tagarelando com sua boca.

Park Go-chan estava tentando estabelecer seu poder no grupo.

"Que tipo de comportamento infantil e imaturo é esse?"

Ele provavelmente iria afirmar seu poder e se declarar o chefe, fazendo dos outros seus servos.

Enquanto a situação explodia em violência, a garota começou a lamentar.

Apanhar até não poder mais em frente a uma garota realmente fere meu orgulho. Meu verdadeiro desejo era chamar Sylph para arrancar a garganta desse bandido bastardo ou atirar nele com a arma.

— Por favor, por favor não lutem.

O rapaz que parecia ser um universitário subiu o volume da voz. Mas tudo o que fez, apenas chamou a atenção de Park Go-chan.

— E o que é você, seu merda.

— E-eu…

— Arma, equipar.

Na mão direita de Park Go-chan apareceu uma espada. Tendo visto a lâmina de tom  azulado, o universitário alarmado recuou alguns passos.

— O, o que você está fazendo?!

— Posso muito bem fazer isso. Agora, vamos formar uma hierarquia. Qualquer um com problemas comigo, se manifeste.

Tudo ficou quieto como um rato morto. Claro, a garota e o universitário ficaram como filhotes comendo mel.

“Ele quer estabelecer uma hierarquia pela luta? Esse cara é louco?”

Gostando ou não uns dos outros, para sobreviver tínhamos que ser cooperativos, mas esse cara queria lutar?

Logo de cara, eu queria conjurar Sylph e minha arma e intimidá-lo também.

Mas esse cara é um bandido.

Mesmo se a luta chegasse a um impasse, não saberia dizer que tipo de vingança ele poderia realizar depois.

Com tudo isso, a cabeça dele estaria cheia de pensamentos sobre mexer com a garota. Um homem que enlouqueceu por desejo sexual faz de tudo para acabar com sua raiva.

Talvez porque pensasse ter controlado a todos, Park Go-chan mudou sua atenção para o cara de 30 anos que se manteve quieto o tempo todo.

Ei, cara.

— …

O cara na casa dos trinta não deu sinal de resposta. Apenas olhou para o nada sem expressão. Ele não parecia ser intimidado por Park Go-chan.

— Que tal você? Você tem algum problema comigo?

— …

— Me responde, !

Alguém poderia cortar a atmosfera com uma faca.

O cara de cerca de trinta anos não deu resposta ou mostrou medo. E, por causa do orgulho, Park Go-chan não poderia voltar atrás. Então, ele se aproximou do cara e juntou seus rostos.

— Por que você não responde? Tá mudo? Se você não pode responder, pelo menos balança a cabeça.

Se ele acenasse, parecia que o sinal seria captado como rendição e tudo isso estaria acabado. Mesmo Park Go-chan não queria lutar contra ele.

Mas, naquele instante…

A mão direita do cara se moveu como um relâmpago e deu uma palmada no rosto de Park Go-chan. Seus dedos indicador e médio descansaram sobre os olhos do bandido.

— Que, porra! Que que é isso!?

O assustado Park Go-chan agitou os braços e recuou.

— Pescar globos oculares com o dedos é bem fácil.

Finalmente, dos lábios pesados dos cara, saíram algumas palavras assustadoras.

Ele falou para Park Go-chan, cujo rosto ficou firmemente congelado.

— Homens, mulheres, velhos, novos, é possível para todos. Usando cinco dedos, um deles deve cutucar o olho. Mas nem todos que podem, tentarão fazer isso.

O discurso magistral do cara foi preenchido por um sotaque chinês ou chinês-coreano.

— O que você pensa de mim? Acha que sou uma pessoa que exitaria em machucar outro ser humano?

— Me-merda, o que você está falando, seu bastardo chinês-coreano. — Seu discurso continuou ameaçador, mas sua voz ficou um pouco mais fraca que antes.

— Você não tinha falado “vamos estabelecer uma hierarquia”?

— E, e se eu tiver falado?

A voz de Park Go-chan começou a tremer.

Um sorriso frio apareceu nos lábios do cara.

— Venha até mim.

— Seu, seu bastardo! Você não pode ver isso? Você pensa que estou brincando?

Park Go-chan balançou sua espada para todos verem outra vez, ameaçando.

— Eu vi. Então digo, venha até mim.

— Seu maldito bastardo…!

A tensão volátil!

Um, não deveríamos estar tentando parar isso?

O universitário se aproximou de mim cuidadosamente e perguntou. Balancei minha cabeça.

—Vamos deixar eles em paz.

— O quê?

— Eles não vão brigar.

Disse a ele sobre o tipo de Park Go-chan.

— Esse tipo de pessoa não luta se pensa que vai se machucar. É por isso que eles só ameaçam.

Era o mesmo com aqueles que praticam bullying no colegial. Só incomodam aqueles que não podem lutar de volta. Eles nunca tocam os alunos que têm coragem de lutar.

Mesmo bandidos não tomam vantagem sobre pessoas que chamariam a polícia, ou gritariam, ou começariam a lutar. Eles apenas arrancam o sangue daqueles que estão muito assustados para reagir e usam essas pessoas como alvos.

— Droga, não é como se eles fossem matar um ao outro. Considere-se com sorte.

Como esperado, Park Go-chan abaixou sua espada e seu punho. Todos soltamos um suspiro de alívio. Pensamos que a situação tinha finalmente sido resolvida.

— Eu disse venha até mim.

As palavras ecoaram por toda parte. O surpreso Park Go-chan se virou.

Estava alucinando? Senti como se uma energia malévola estivesse fluindo dos olhos do cara.

— Esse bastardo, você realmente quer isso!

— Você não deveria assumir responsabilidade pelas palavras que você solta?

Gotas de suor começaram a se formar na testa de Park Go-chan.

“As palavras ‘eu não deveria ter mexido com aquele cara’ devem estar passando por sua cabeça agora, bem feito...”

Ei, não deveríamos estar lutando uns contra os outros agora, vamos apenas parar, ok?

Park Go-chan falou, tentando não mostrar seu medo.

— Vou contar até dez. — O cara falou. — Se você não vier até mim, vou arrancar um olho seu. Odeio pessoas que não assumem responsabilidade por suas palavras.

Ei, ei cara. Eu disse para pararmos por aqui.

— Um, dois, três, quatro…

Conforme os números se aproximavam do 10, o rosto de Park Go-chan ficou preenchido de horror. Mesmo como espectadores, poderíamos dizer.

O bandido Park Go-chan era nada. A pessoa realmente assustadora era aquele cara.

— …nove, dez.

No fim, Park Go-chan, que não podia atacar, segurou sua espada, que estava balançando como uma folha ao vento.

Olhando isso, o cara falou.

— Esse é seu primeiro e último aviso.

E, então, o cara virou-se.

A face de Park Go-chan ficou branca, era como se ele tivesse acabado de voltar do inferno.

"É aquela pessoa! Aquele que conseguiu a alta pontuação, além de mim. Tenho certeza disso."


Notas:

1 – Nota gringa: Não faço ideia do que signifique isso. Pode ser um erro de digitação do autor. Eu penso que ele estava querendo dizer “chefe”, mas realmente não sei.

2 – Nota gringa: Na Coréia, geralmente se usa discurso formal quando se encontra uma pessoa pela primeira vez e informal quando já se tornaram amigos.

3 – Podendo varia na grafia, ahjusshi é o termo usado para uma pessoa mais jovem se referir a um homem mais velho, muitas vezes desrespeitosamente. Uma tradução poderia ser "tio".



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