Volume 2

Capítulo 86: Oratio Tenebris

Noite, 01 de fevereiro 1591 – Grande Continente, Aquariolus.

– Aquariolus... Esse lugar já foi bonito, mas a hostilidade ainda é a mesma.

Aquariolus é uma grande área composta por muitas árvores e águas que formam um grande pântano ao redor, no meio dessa área foi construído um templo, onde residia um antigo Electi, por muito tempo ficou abandonado, o templo é grande, feito de tijolos de tamanho médio, poucas torres, escadarias, na área da frente três entradas e uma entrada na parte de trás, tem uma única sacada ampla que se estende por toda parte da frente do templo.

– Uma lenda antiga diz que um Taurus foi chamado de “General de Mil Homens”, por valer como um exército de um “homem” só, finalmente poderei ver essa “possibilidade”.

O antigo templo de Aquariolus é agora Oratio Tenebris, o templo foi reformado e fortificado com cristais do Império de Cristal, cristais corruptos tornam o lugar mais resistente e chamativo, a floresta que cobria o templo foi devastada tendo agora um grande pátio para os guerreiros e algumas barracas para escravos que iniciaram a construção dos portões da muralha construída para fortificar a prisão, entrando na floresta Leafar é avistado por alguns guerreiros do Império.

– Parado! Quem é você?

 

Homem, aparentemente humano, idade aparente de trinta anos, sem barba, estatura média, porte físico normal, pardo, cabelos curtos, arrepiados de cor prata com mechas mais escuras, ele usa uma túnica com ombreiras, uma das mangas da calça e da túnica é larga e comprida e a outra é curta e justa, duas estolas presa nas ombreiras com as quatro pontas caídas para trás chegando perto do chão parecendo uma capa, a túnica está aberta mostrando um pequeno peitoral de prata e botas, tudo de cor preta com alguns tons e detalhes roxo e laranja escuro.

 

Leafar olha para os guerreiros que já se armam e diz:

– Seis? É muito, eu preciso de dois, alguém se habilita?

Os guerreiros não entendem e atacam Leafar, ele se esquiva e com magia faz surgir uma espada em sua mão, ele faz cortes profundos em dois que caem no chão quase mortos, outros dois ele empurra com uma energia invisível e os outros dois ele ameaça atacar, mas eles se afastam demostrando medo.

– Vocês dois! Acho que vocês podem me ajudar.

– Para trás!

– O que você quer?

Os dois no chão morrem aos poucos, os dois que foram empurrados voltam atacar e são mortos com alguns golpes da espada de Leafar, ele olha para os mortos e diz com um olhar malicioso para os dois aparentemente covardes:

– Aquariolus está sendo atacada...

– O que é Aquariolus?

– Aqui! Vocês tomam um lugar e não sabe a história dele?

Os guerreiros ficam quietos e demostram que vão fugir, Leafar demostra impaciência:

– Não! Não pensem nisso... Oratio Tenebris está sendo atacada, você vai seguir para Sodorra e no caminho vai encontrar um grupo de escolta bem grande e você vai dizer que Ivan precisa saber que Questtis e Nilber estão mortos.

Os guerreiros sentem que tem uma magia paralisando suas ações e ficam com medo, Leafar fica bem próximo de um deles e diz:

– Repita a versão.

Ele repete engasgando com medo de ser morto a qualquer momento:

– Eu... Vou dizer que Tenebris está sob ataque... E que Questtis e Nilber, estão mortos.

– Bom, mas Ivan tem que saber, isso é muito importante.

– Sim... Sim... Dizer para Ivan... Questtis e Nilber estão mortos.

– Ótimo... Agora vá!

O guerreiro é libertado da magia e corre na direção que Leafar falou, Leafar se aproxima do rosto do outro guerreiro, olha bem no fundo de seus olhos e fala:

– E você, preciso que avise a vila dos escravos aqui perto e avise que Oratio Tenebris está sendo tomada e que todos precisam fugir.

– Fugir? Para onde?

– Eles vão saber, não se preocupe.

– Como você sabe que eu farei isso e não vou fugir?

– Boa pergunta, e é claro que tenho uma boa resposta, a magia que está mantendo você obediente também monitorará seus futuros movimentos, se não fizer o que eu digo, você morrerá e garanto que será bem dolorido.

Os olhos de Leafar parecem brilhar ao dizer “dolorido”, ele liberta o guerreiro e fala como se sussurrasse para a floresta:

– Venha do ar, venha da terra, venha da água, do subterrâneo ou até dos astros... Pele, couro, casco, bico, penas ou escama, tudo e todos que me ouvirem venham a me seguir.

Leafar fecha os olhos e sorri quando ouve o uivar de lobos, ele abre os olhos e um grande vento toma a floresta, todas as espécies de animais próximos ficam enfurecidos, de pequeno a grande porte, todos atacam guerreiros do Império que estão fazendo ronda na floresta, Leafar desfaz a espada e corre rápido avançando sem ser perturbado, no caminho ele vê alguns lobos matando alguns soldados do Império.

Chegando na área pantanosa répteis estão matando vários guerreiros, alguns homens são ágeis e conseguem matar alguns animais, Leafar entra na área inundada e rasa do pântano e mergulha uma de suas mãos, ele sorri e com seu poder controla galhos, cipós, raízes e até quantidades grandes de água para atrapalhar os guerreiros deixando os animais em vantagem.

Leafar ri da situação e é atacado por um assassino invisível, mesmo se esquivando ele é cortado no braço, Leafar fica sério e desaparece, aparecendo somente a alguns metros de distância.

– Era de suspeitar, esse lugar tem uma defesa maior que o normal do Império.

Leafar sente o ar sendo cortado e esquiva de alguns golpes de mais um assassino invisível, ele olha para os lados e diz:

Tamburutaca!

Os olhos de Leafar ficam da cor rosa e quadriculados, permitindo-o ver todos a sua volta.

– Olha só, achei que era só um, mas são dez e tem mais se aproximando...

Leafar ouve alguns assassinos conversando entre si.

– Ele está nos vendo?

– Como?

– Cuidado, ele não é normal?

Leafar faz uma pequena fumaça entre suas mãos e faz aparecer duas espadas usando uma em cada mão, ele sorri, olha rápido para cada assassino e avança contra eles, inicialmente os primeiros são derrotados facilmente por ficarem impressionados por serem vistos.

Os outros ainda subestimam Leafar e morrem por serem menos ágeis que ele, outros que vão se aproximando são pegos por alguns répteis e são até envenenados por algumas cobras.

Alguns assassinos demostram ser ágeis a altura de Leafar e contêm ele, dando a chance para outros se aproximarem, os que se aproximam são derrotados pela magia que Leafar usa, invocando tentáculos feios de água, esses derrotados são mortos pelos animais. Leafar mantém a luta firme contra quatro que estão contendo-o.

Aos poucos Leafar fica mais ágil e mais esperto, prevendo ataques e além de apará-los ele consegue contra atacá-los fazendo cortes profundos nos oponentes, um assassino demostra ter um poder diferente dos outros pois seus golpes mesmo quando aparados ferem a energia de Leafar, enfraquecendo-o aos poucos.

– Não achei que encontraria alguém de nível alto antes de chegar na prisão, o Império de Cristal faz jus ao nome.

Leafar desarma o assassino, arremessa as duas espadas para matar outros assassinos e depois das armas perfurarem seus alvos elas desaparecem virando fumaça de novo. Leafar coloca as suas mãos no rosto do assassino e com raiva diz:

– Devolva!

O assassino grita de dor e Leafar diz olhando olho no olho.

– Quero mais que sua energia... Mais do que você tirou de mim.

Os olhos do assassino ficam brancos, ele treme, a boca espuma e ele morre caindo duro no chão. Leafar se recompõe, arruma seu cabelo e entra no pântano avançando para chegar à muralha, já dá para avistar as tochas acesas nela, os olhos de Leafar voltam a ficar da cor natural, com magia ele vê além do muro, guerreiros sendo avisados da batalha na floresta e no pântano, vê a preparação de reforços junto com alguns grandes animais com armaduras pesadas.

Em pouco tempo um grupo de guerreiros de elite entra no pântano mergulhando nas águas e matam alguns animais que estão ajudando Leafar, ele olha com raiva e toca na água com as duas mãos e diz:

Enteroctopus!

Vários tentáculos saem da água e atacam os guerreiros, eles demostram ser experientes por conter e disputar com força os tentáculos, Leafar olha atentamente e diz:

– Até que eles honram a categoria deles... Eu também honro a minha, Megalocyathus!

Os tentáculos ficam maiores e mais grossos, a força dos tentáculos agora supera a força dos guerreiros de elite que chega a puxá-los para debaixo da água e afoga um a um, Leafar passa por eles, sai do pântano e avista a muralha a alguns metros de distância, Leafar olha as tochas em toda a muralha e demostra ânimo.

– Esse fogo pode ser útil.

Leafar usa magia para manipular o fogo das tochas, mas não consegue, ele suspira e diz:

– Esqueci, esse lugar está protegido, magia a distância está limitada... mas para mim, nunca bloqueada.

Leafar se esforça mais, as veias de seu pescoço e da cabeça saltam, seus olhos brilham forte e depois de um urro ele faz as tochas explodirem destruindo catapultas, atordoando um grupo grande de guerreiros e afugentando alguns lobos do Império. Leafar fica feliz pela visão de destruição e diz procurando algo com os olhos.

– Agora tirar o elo fraco.

Aproveitando a distração das explosões Leafar faz sua espada surgir novamente e avança tendo poucos guerreiros para enfrentar no caminho, ele esquiva-se de alguns, apara outros, mas derrota todos no caminho com golpes precisos com sua espada variando o encantamento dela entre fogo, eletricidade e estilhaços de gelo, os derrotados tentam se levantar, mas são mortos por alguns animais que saem do pântano.

Leafar passa pelo lugar aberto da muralha onde será construído um grande portão, sua espada vira fumaça e ele bate as palmas da mão fazendo um grande estrondo, um impulso empurra tudo em uma grande área, esse impulso deixa todos confusos e com os sentidos debilitados por alguns segundos.

Leafar olha atentamente para a área dentro da muralha, fazendo vários gestos com as mãos como se manipulasse vários itens ao mesmo tempo e diz:

– Escravos da própria ignorância, está na hora de sentirem o peso de suas ações!

Todas as correntes, grilhões e gaiolas se soltam libertando todos os escravos e voam até guerreiros do Império, grilhões se prendem nos pescoços sufocando-os até a morte, correntes prendem-se em seus troncos estrangulando os corpos e quebrando os ossos aos poucos, gaiolas, bolas de ferro e estacas são lançadas com muita força matando instantaneamente guerreiros de elite que ainda tentam se defender.

Leafar parece esgotado, mas se mantém firme. Escravos se ajudam, se reagrupam e fogem através de uma fissura distante na muralha. Guerreiros do Império se recompõem e se preparam para atacar Leafar que está na entrada do pátio, na frente dele um exército se forma, guerreiros saem das barracas e do templo ao longe entrando na formação com arqueiros, lobos, águias gigantes, lanceiros, guerreiros, guerreiros de elite que usam elmos com chifres, cavalaria e até alguns pantherinae.

Leafar, com magia, faz sua espada novamente e com a outra mão ele pega na lâmina dela e a segura com força fazendo um corte, o sangue percorre a lâmina da espada enquanto o exército corre para matá-lo, quando a primeira gota de sangue cai no chão todo o exército para, os olhos de todos ficam vermelhos, os músculos são tonificados, a mente é enfraquecida e todos atacam qualquer um que veem pela frente, como se todos fossem inimigos. Leafar solta uma gargalhada e cambaleando comenta.

– Mostrem sua essência, provem que a morte está no sangue de vocês... E no futuro próximo.

Leafar tira um frasco com um líquido marrom de suas vestes e toma um gole com gosto.

– Delicioso... Doce... Divino... Digno.

Leafar não demostra mais fadiga e caminha calmamente em direção ao templo, no caminho há uma luta mortal e sanguinária, todos estão se atacando brutalmente, alguns soldados ao fundo não são afetados, mas fogem por medo de serem atingidos pelo seu próprio exército, os grandes animais também não foram afetados, eles se defendem de seus donos e avançam para atacar Leafar, as pessoas amaldiçoadas atacam sem pensar dando vantagem para Leafar que se esquiva facilmente e apara os golpes dos agressores, no trajeto até o templo Leafar também é atacado por animais e os grandes animais.

Ele faz sua espada virar uma lança com três pontas maior que uma lança comum, a lança dá vantagem para Leafar que consegue matar os animais, lobos são perfurados antes de se aproximarem, pantherinae é contido e são mortos com seus órgãos vitais perfurados, as águias conseguem se esquivar, mas não conseguem se aproximar de Leafar.

Elas voam esperando uma melhor chance para atacá-lo enquanto que ele se defende dos amaldiçoados que também tem ele como alvo, Leafar demostra uma força e velocidade sobrenatural, avançando rápido e matando todos com um único golpe no caminho, sempre mirando em partes vitais do corpo.

No percurso Leafar varia sua arma fazendo a lança se envolver em fumaça transformando-a em machado para melhorar nas decapitações, em espada para facilitar na sua defesa e aparar golpes facilmente, em escudo para se defender de projeteis e transforma– a até em arco e flecha pra atacar à distância contra as águias gigantes.

Cada arma para uma situação e para uma vantagem diferente, ele surpreende as águias quando faz sua espada virar arco e flecha, depois que as flechas perfuram o corpo elas desaparecem deixando um ferimento com restrições na sua regeneração.

As águias tentam atacar Leafar, mas ele faz a arma se transformar favorecendo-o e afastando-as, a maior é atingida e ela se sacrifica dando um rasante derrubando uma grande linha de pessoas, lutando ela morre em cima de um grupo grande, as outras águias procuram Leafar que estava na linha do rasante.

Em instantes uma águia grasna, as outras olham e veem Leafar sobre essa águia em pleno ar, ele a mata e manipula o corpo dela com sua magia, voando na direção das outras e ataca-as com a sua arma em forma de grande um tridente.

Na parte de cima do templo alguns soldados e magos se reúnem...



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