Volume 2

Capítulo 149: O Electi Traidor

Ray é levado rapidamente para a área médica do castelo, ele não corre risco de vida, mas está muito cansado e com a imunidade baixa, podendo agravar algo sério à sua saúde futuramente se não for tratado o quanto antes, Erèm preocupada fica ao seu lado e adia a reunião dos líderes de Libryans. Ray se recupera rápido, desperta no mesmo dia à tarde e vê Erèm tomando um chá ao seu lado.

– Madrinha...?

Erèm fica feliz ao ver Ray bem e começa a conversar:

– Ray, que ótimo ver que você se recuperou rápido.

– O que aconteceu?

– A magia do rubik preto e branco é muito forte, as chances de um mortal ficar em coma são grandes, então eu interferi enquanto você tirava suas dúvidas, mas depois de um tempo eu enfraqueci e precisei tirá-lo de lá para você não correr riscos.

– Obrigado...

Ray está sério e um pouco triste lembrando-se de tudo que aconteceu dentro do rubik sagrado, Erèm vê que ele está abatido e questiona:

– Ray? Você descobriu o que queria?

– Sim...

– E como se sente?

– Confuso, um pouco confuso...

– Eu te entendo Ray, quando eu soube de certas “verdades”, tanto de quem me rodeia e do mundo, eu fiquei desanimada e desmoralizada, mas graças a pessoas como seus pais eu me ergui e aprendi a entender melhor as coisas, me mantive firme mesmo com as mudanças repentinas.

– É difícil entender... Mas já estou me acostumando com as novas informações... Me sinto culpado também, eu fui contra as suas ordens madrinha.

– Tudo bem Ray. Eu deveria ter te contato mais informações, mas as circunstâncias não me permitiam, era uma forma de protegê-lo, se algum inimigo suspeitasse que você tinha alguma informação importante poderia ir atrás de você e dos seus amigos.

– A senhora está certa.

– Mas me desculpo mesmo assim Ray, eu deveria ter pensado em outras possibilidades de agir e de te ajudar.

Ray ri e comenta:

– Max diria para você não me mimar e ser dura comigo.

– Verdade... Mas eu fico feliz que mesmo você indo contra as minhas ordens, você foi à luta e não contra ela.

– Mesmo assim.

– Esqueça isso, graças a você e o suporte de outros reinos conseguimos destruir o Império de Cristal, seu plano eliminou completamente o Império, assim a chance de paz é alta.

– Rosanne comentou das consequências do meu plano.

– Não se preocupe com isso Ray, essa noite vou me reunir com os líderes do reino e marcar o mais rápido possível uma reunião extraordinária com os outros reinos para acertar essa parte, de todos os males, o pior já está fora da história.

– Certo, se a senhora diz, vou me acalmar então.

– Isso, você acabou de passar por uma situação complicada então precisa descansar, essa parte você pode deixar com os reis e líderes, é para isso que estamos no poder, para fazer o melhor para todos.

– Bom ouvir isso.

Erèm levanta e beija a testa de Ray.

– Descanse... Vou pedir que tragam algo para você comer.

– Obrigado.

Ray sorri, demostrando mais ânimo por tudo estar caminhando bem e vê que em uma das camas da área médica tem um homem familiar, esse homem demostra estar se recuperando de grandes ferimentos, Ray o reconhece e questiona Erèm:

– O que ele está fazendo aqui?

Erèm olha e responde:

– Ian Nai... Leafar o teleportou também.

– Mas ele não é o guardião de Xarles?

– Era! E sempre foi um grande amigo, fico feliz por ele ter sido poupado.

– Olhando daqui não me parece que ele foi muito poupado.

Erèm ri e comenta:

– Ele está em um transe mágico, nós o induzimos o “coma”.

– Por quê?

– Porque ele se recusou, chegou aqui agitado e incontrolável, mesmo fraco eu precisei de Peter para contê-lo.

– Ele me parecia mais racional.

– E é, mas ele não gosta muito de perder, nunca gostou.

– Deve ter sido uma grande luta.

– Sim... Pelo que parece foi uma luta extrema, mas o único jeito dele largar a dívida que ele tinha com o Império era morrendo, então ele foi ferido mortalmente chegando perto da morte, só assim para ele perceber que teve uma segunda chance.

– E a dívida que ele tinha com o Império?

– Melhor deixar isso para outra hora Ray, você já teve muitas revelações em um dia.

Ray levanta um pouco e demostra uma pequena dor no corpo e na cabeça.

– Eu estou bem.

Erèm vê que ele está mentindo e comenta com ironia:

– Estou vendo...

Ray lembra e comenta rápido.

– Madrinha! Lembrei, de quanto tempo eu preciso para eu poder usar o rubik novamente?

– Por quê?

– Preciso saber o que houve com meus amigos, Leafar comentou que eles foram mandados a uma missão suicida, mas não me deu a certeza de que morreram.

Erèm admira Ray ainda ter esperança de rever seus amigos e continua a conversa:

– Entendi... Mas como falei antes, descanse e depois vemos tudo isso, agora que você experimentou o “saber”, você ficou viciado em conhecimento.

– Sim.

Ray sente uma dor de cabeça e se acomoda melhor na cama, Erèm coloca sua mão na cabeça e no rosto dele para ver se ele está bem e diz:

– Viu? Descanse que eu irei ver algo para você comer.

– Obrigado... E meu grupo? A senhora os viu?

– Verdade... Não os vi hoje... Estranho... Não se preocupe eu vou verificar onde estão.

– Eles devem estar descansando também, mas qualquer coisa não hesite em me chamar.

– Pode deixar.

Erèm caminha até a saída da sala, tem um mau pressentimento e deixa a xícara cair, mas esconde sua preocupação de Ray dizendo:

– Que azar, escapou da minha mão.

Ray volta a descansar, mas fica com uma pequena suspeita de que algo está acontecendo. Erèm pede para um homem limpar a sujeira no chão e corre para a sala do trono.

– O que será que foi isso?

Dentro do reino de Libryans tem um grande parque com árvores, um campo aberto, com gramas, cercados e um lago que é abastecido por uma nascente, nessa área extensa tem alguns animais de grande e pequeno porte, que são cuidados pelos moradores ao redor.

Em frente da pequena floresta desse parque estão Anirak, Baltazar, Lili, Jhon, Kyran, Maxmilliam e Onurb, que acordam amarrados e amordaçados, perto deles está um grupo de guerreiros hostis, liderados por Alex que olha o grupo acordar:

– Vejamos aqui... O famoso grupo de elite de Libryans, facilmente derrotados, queria poder mostrar isso para a rainha para mostrar a ela que vocês não merecem tal título.

Jhon e Maxmilliam usam algumas magias para se soltarem e até para tentarem ferir seus inimigos, mas as magias não surtem efeito, Jhon fica intrigado e Maxmilliam usa magia de identificação e vê que o poder que está bloqueando os seus poderes é de nível Electi e se preocupa:

– Electi... O traidor...

Baltazar e Kyran usam a força bruta fazendo as cordas rangerem e a esticarem, mas elas não se soltam, Onurb, Anirak e Lili tentam se soltar de outras formas, mas também não tem sucesso de escapar ou fugir das cordas enfeitiçadas.

– Traidores!

Alex vê as tentativas do grupo e ri se aproximando deles:

– Podem tentar o quanto quiserem, vocês só deixarão o momento mais divertido.

Alex aponta para seus homens que sacam as armas do grupo indicando que irão matá-los com suas próprias armas, Alex dá um sorriso sádico e diz pegando a espada Zordrak Ikarus:

– Se eu tivesse ido nessa missão eu teria uma arma dessas, então eu estou só pegando o que é meu por direito.

Todos se aproximam do grupo e aguardam as ordens de Alex, ele diz olhando para cada um de seus alvos:

– Já que os magos escolheram varapaus como armas, então vão morrer na paulada.

Ele ri alto, mira Ikarus na cabeça de Anirak e diz:

– Pena que sua amiga morreu, queria matar ela primeiro.

Anirak demostra muita raiva através de seus olhos e se debate, tentando fugir para atacá-lo, Alex ri vendo-a se esforçando ao máximo e diz com gosto:

– Mas matar você primeiro vai servir para saciar minha vontade de vingança.

Alex olha para os seus subordinados e ordena:

– Depois que eu matar essa vadia, vocês matam os outros, depois seguimos com o ritual... Vocês vão virar energia para nosso novo rei, nosso novo Deus... Ele deve estar sendo coroado nesse momento, então não posso me atrasar para a comemoração.

Todos se debatem ainda tentando fugir, Alex ameaça atacar, mas para ao ouvir o som de animais se aproximando.

– O que é isso?

Todos olham ao redor e olham para a floresta ouvindo que o som está se aproximando, Alex estranha e questiona seus comparsas:

– Vocês não soltaram os bichos?

– Soltamos sim senhor, eles estão andando entre as casas da cidade.

– Então o que é isso?

O som do grito de uma águia feroz é ouvido e Alex toma uma flechada no peito.

– Inimigos! Matem eles!

Da floresta, atrás do grupo, sai uma aura no formato de uma manada grande de animais diversos, cada imagem dessa aura faz o som natural do bicho correspondente, a manada passa pelo grupo preso atravessando seus corpos, mas empurram e ferem os inimigos, todos são empurrados, mordidos e pisoteados, a manada evita destruir os pertences do grupo, Alex se esquiva e foge da magia que diz espantado:

– Mestre Arbol... Eu me certifiquei que todos os poderosos do reino estariam longe...

Alex vê um vulto se movendo rápido pela floresta e antes de pensar em algo, ele sente outra flecha cravando em seu peito e exclama alto sentindo uma grande dor:

– Maldição!

Ele mal se mantém de pé, mas fica na defensiva segurando Ikarus:

– Revele-se covarde!

– Olha quem fala sobre covardia.

Todos se espantam ao ver Alexia saindo da floresta, Alex fica sem reação:

– Mas você estava morta!

– Morta?

Alexia corre, um elefante surge ao redor dela que lhe dá forças, em um encontrão ela desarma Alex, o derruba e com o pé esmaga seu peito matando-o na hora, ela olha para seu grupo, grita parecendo uma águia e atira flechas ao redor acertando inimigos escondidos que morrem a cada flecha lançada.

– Eu nunca estive tão viva!

Alexia está séria e poderosa, todos a olham com suspeitas, não identificando a Alexia que eles conhecem, ela olha o grupo e sorri dizendo:

– Saudades de vocês!

Rapidamente ela volta ao seu estilo amigável, das suas costas ela saca a espada Zodíaco e corre cortando as cordas e libertando um a um de seus amigos.

– Acho que uma Zordrak deve cortar essas cordas amaldiçoadas.

Após serem libertados, cada um do grupo fala algo para Alexia e a cumprimenta de alguma forma:

– Nossa azarada está de volta, pelo jeito eu não fui o único a mudar.

– Obrigado Alexia, você fez falta.

– Obrigada...

– Essa arma, onde você a conseguiu?

– Fico feliz em vê-la e obrigado por nos ajudar.

– Nossa Alexia está de volta, obrigado Deus!

– Amiga... Eu achei que você estivesse morta, todos nós achamos...

Alexia demonstra muita empolgação e diz:

– Peguem suas coisas! Precisamos ir para o castelo urgente... No caminho eu explico.

Todos recuperam suas armas e correm com Alexia até o castelo, Jhon e Maxmilliam tentam usar magia para colocar o grupo dentro do castelo, mas sentem que novamente estão sendo bloqueados. Maxmilliam comenta para si:

– Ele está aqui!

O grupo segue o mais rápido possível, no percurso Alexia inicia sua explicação:

– Não adianta usarem magia, o Electi traidor está no castelo procurando a relíquia e ele está munido de muito poder, precisamos entregar Zodíaco para Erèm o mais rápido possível e achar o traidor antes que ele pegue a relíquia...

– Você não estava em Sodorra?

– Eu achei que estava na Magia Electi, mas quando uma magia poderosa me paralisou eu suspeitei que não eu estava e que iria morrer... Foi aí que eu vi, uma moeda estranha apareceu na minha frente e me tirou de lá segundos antes de tudo ser destruído.

Alexia detalha mais um pouco seus últimos momentos em Sodorra e pelas informações Maxmilliam identifica o objeto, que poderia ser usado dessa forma.

– Moeda de Libra.

Onurb questiona confuso:

– O que isso quer dizer?

Alexia volta com suas explicações;

– Quer dizer que temos um aliado muito poderoso do nosso lado... Magnus Leafar...

Ao ouvirem o nome todos ficam desconfiados, mas Alexia continua:

– Eu também achei muito estranho de início, mas ele não é nosso inimigo.

– Tem certeza?

– Podem confiar em mim, depois eu conto mais detalhes, o importante agora é ajudar Erèm e nos manter vivos, esse traidor irá matar qualquer um que entrar em seu caminho, ele está muito poderoso... Por favor, quando o virem, usem tudo o que tiverem ou fujam, não lutem contra ele sozinhos.

Onurb comenta debochando:

– Uma regra que uso constantemente.

Anirak vê que Alexia está bem informada e questiona:

– Como você sabe desses detalhes? Você já o viu?

– Não, mas Leafar me contou tudo que eu preciso saber, e também disse onde vocês estavam para que eu pudesse ir ajudá-los.

– E agora, onde está Leafar?

– Indo atrás do traidor também, o traidor tem mais alguns homens ajudando-o pelo reino, o grupo de Leafar está pelas cidades em busca deles impedindo mais confusões.

Anirak demostra suspeita e receio, e questiona:

– Aquele grupo ainda está vivo?

– Sim, mas agora eles estão nos ajudando.

– Sabemos até quando?

– Isso não importa agora, vamos focar no primeiro objetivo, para isso toda ajuda é importante e valiosa, então tomem muito cuidado.

Em pouco tempo todos chegam ao castelo e percebem que ele está vazio e com alguns sinais de resistência a luta, todos identificam que alguém poderoso passou por ali.

– Ele fez isso.

Todos se preparam para entrar, mas Maxmilliam diz:

– Precisamos nos organizar melhor, como Alexia disse nosso inimigo é poderoso, então precisamos fazer mais do que só procurá-lo.

– O que os senhores nos sugerem?

– Estou sentindo perturbações pelo reino, vou até a cidade buscar ajuda e providenciar uma evacuação para que inocentes não morram.

Jhon pensa rápido em uma manobra e com entusiasmo diz, depois de ver Maxmilliam descer para a cidade mais próxima:

– Eu vou proteger o castelo, vou impedir que qualquer inimigo entre ou saia, qualquer coisa que conseguir passar eu avisarei vocês.

Jhon reúne uma grande quantidade de energia e segurando o seu cajado e abrindo os seus braços, ele envolve todo o Castelo Winfrey com uma magia poderosa.

Octaedro!



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