Volume 1
Capítulo Final
APARENTEMENTE, EU HAVIA FUGIDO NO MEIO DA VIAGEM ESCOLAR. E então corri de volta para Tóquio sem avisar ninguém.
...Ou pelo menos, era o que parecia ter acontecido. Mas eu realmente não me lembrava de ter feito nada disso. Tudo o que eu sabia era que, num momento, estava em Hakodate, e no seguinte, em Tóquio. Eu sei que parece loucura — mas era a verdade. Todo o meu dinheiro tinha sumido, e meu celular estava descarregado. Por sorte, ainda tinha meu cartão do banco, então saquei um pouco de dinheiro e entrei numa lanchonete próxima para carregar o celular e ligar para minha mãe vir me buscar.
— Então você acha que... o quê? Se teletransportou de volta ou algo assim? — ela perguntou durante o trajeto de volta, assim que terminei de contar o que havia acontecido.
— É, acho que sim — respondi. — Não consigo pensar em outra explicação.
— Bem, isso é bem legal até — disse ela, me entretendo. — Meio que nem o Goku.
Dava pra ver que ela não acreditava realmente naquilo, mas eu não a culpava.
Eu mesmo estava achando difícil de engolir.
— Mas, tenho que dizer — ela continuou —, parece que você cresceu um pouco desde a última vez que te vi. O que é engraçado, considerando que foi só... o quê? Algumas horas atrás, né? Mas acho que você está mesmo nessa idade... Olha, se você cortasse o cabelo agora, ia parecer uma versão mais nova do seu pai. Aliás, falando nisso — uau —, seu cabelo cresceu bastante de novo, não foi? Talvez eu deva aparar quando chegarmos em casa.
Fiquei ali em silêncio, olhando pela janela do passageiro.
No fim das contas, não contei a ninguém além da minha mãe o que realmente aconteceu. Sabia que ninguém acreditaria mesmo que eu tentasse explicar, e tudo o que isso conseguiria seria fazer as pessoas acharem que eu era maluco ou algum tipo de "edgelord" delirante — e eu nem sabia o que seria pior. Então, quando tive que me justificar para meu professor por telefone, só disse que tinha comprado uma passagem de avião de volta para Tóquio com meu próprio dinheiro. Ele disse que estava muito decepcionado com meu comportamento, mas pelo menos não me meti em nenhum grande problema.
Apesar disso, foi uma experiência extremamente perturbadora e, além de tudo, inexplicável. Considerando que minha carteira estava vazia, será que eu realmente tinha usado meu dinheiro para pagar a passagem de volta? Mas mesmo assim, não deveria ter, ao menos, um bilhete ou comprovante? Também havia algumas peças de roupa e duas toalhas na minha mochila que eu não lembrava de ter comprado, e achei um relógio de pulso aleatório no meu bolso que definitivamente não fazia meu estilo — não que eu fosse do tipo que usa relógio, aliás. Não tinha como simplesmente ignorar tudo isso como algum fenômeno estranho ou alucinação.
Então decidi que precisava descobrir o que realmente aconteceu. Primeiro passo: refazer meus passos e perguntar se alguém do grupo viu quando eu me afastei ou notou algo estranho por volta da hora em que eu supostamente desapareci. O Nagai parecia a escolha óbvia.
Com esse único objetivo em mente, pisei no colégio pela primeira vez desde o ocorrido. Isso exigiu muita coragem; além de ser conhecido como um faltoso até nos melhores dias, eu sabia que a essa altura a história de eu ter fugido no meio da excursão já devia ter se espalhado entre os colegas. Estava totalmente preparado para virar motivo de piada.
Mas esses medos se provaram infundados. Ninguém apontou ou riu quando entrei na sala — na verdade, nem recebi olhares curiosos. Ninguém parecia ter o menor interesse em mim. Foi até meio anticlimático, considerando o que eu esperava, mas me senti aliviado por saber que meus colegas prestavam tão pouca atenção quanto eu esperava.
— E-Ei, ahm... Nagai-kun? Será que a gente pode conversar rapidinho?
Eu queria falar com ele a sós, se possível, então fiquei esperando no corredor até ele sair do banheiro, durante a hora do almoço.
— Ah, oi, Mugino-kun — disse Nagai, se virando para mim enquanto enxugava as mãos com um lenço. — Claro, manda aí.
— Então... eu só queria, ahm... — gaguejei.
Droga. Eu tinha ensaiado o que ia dizer e tudo, mas agora que estava cara a cara com ele, as palavras simplesmente sumiram. Vasculhei a mente em busca de qualquer coisa que pudesse dizer e, de repente, disparei.
— Desculpa mesmo por ter te empurrado outro dia!
Definitivamente não era isso que eu tinha vindo dizer, mas achei que era um bom começo. Nagai me olhou por um momento, como um cervo pego pelos faróis de um carro — mas então seu rosto se iluminou, e ele sorriu como se eu tivesse lembrado de alguma piada interna.
— Ah, aquilo? — disse ele, rindo. — Relaxa. Você não tem algum tipo de condição ou algo assim? Eu devia ter me tocado.
— Não, sério. Aquilo foi bem escroto da minha parte — falei. — Principalmente considerando que você já estava tentando me incluir...
— Nah, tá tranquilo, juro. Mas se você realmente se sente mal, pode me pagar um refrigerante qualquer hora dessas, e ficamos quites.
— Ce-certo, claro... Fechado.
Ainda bem que ele era tão tranquilo.
— Era só isso que você queria? — perguntou Nagai.
— Ah, então... na verdade, tem mais uma coisa...
Então perguntei a ele se tinha notado algo estranho enquanto a gente andava em grupo pela rua naquele primeiro dia da excursão — a última coisa de que me lembrava antes de tudo ficar em branco.
— Hmmm, sei lá... Você meio que sumiu do nada. A única coisa de que me lembro além disso foi quando você me empurrou.
— Entendi...
— Posso tentar perguntar pros outros caras, se quiser.
— Sério? Você faria isso?
— Com certeza, mano. Deixa comigo. A gente se fala mais tarde, beleza? Falou!
E com isso, Nagai voltou para a sala de aula.
...Cara, que sujeito incrível. Puta merda.
A partir daquele dia, passamos a conversar regularmente na escola. Em pouco tempo, parecia que eu finalmente tinha feito meu primeiro amigo de verdade desde que entrei no ensino médio. Foi surpreendentemente fácil criar uma conexão com ele — como se minhas habilidades de comunicação e minha percepção social não fossem tão ruins quanto eu imaginava. Quando dezembro chegou, já almoçávamos juntos todos os dias.
— Então — disse ele, enquanto abríamos nossas marmitas na sala de aula, certo dia —, ainda tentando entender o que diabos aconteceu com você na viagem da turma, né?
— É… — respondi. — Acho que simplesmente não consigo deixar pra lá…
O mais estranho de tudo, no entanto, era que, conforme eu continuava investigando, me lembrei de outras duas ocasiões em que passei por experiências parecidas: uma na escola primária e outra no fundamental. Infelizmente, essas pistas não tinham me levado a lugar nenhum até então.
— Caramba, você tá levando isso a sério mesmo… Mas enfim, eu ia te perguntar uma coisa… — disse Nagai, virando o celular para me mostrar algo. — Já viu isso aqui? Parece que foi um vídeo viral que rodou no Twitter há mais ou menos um mês.
Olhei para a tela e vi o que parecia ser um repost de um vídeo do TikTok, mostrando algumas garotas do ensino médio brincando em uma lanchonete toda colorida e exagerada. Elas pareciam estar jogando mímica ou algo assim. Alguns segundos depois, uma das saladas que estavam sobre a mesa simplesmente desapareceu sem deixar rastro. Isso foi seguido por dois segundos de gritaria e espanto das garotas… e o vídeo se encerrava abruptamente.
— Tá, e daí? — perguntei. — Isso aí é falso, né?
— Eu também achei no começo, mas parece que surgiram vários vídeos parecidos. E, pelo que dizem, todos foram gravados exatamente no mesmo momento, acredita? O pessoal de uns fóruns de ocultismo que eu sigo tava dizendo que deve ter rolado algum tipo de fenda no espaço-tempo. Vai ver você só teve o azar de estar no lugar errado na hora errada?
— O quê, tipo um engarrafamento interdimensional? Fala sério…
— Tô falando, cara — insistiu ele. — Existem várias lendas urbanas sobre esse tipo de coisa. Tipo um túnel que te envelhece instantaneamente assim que você entra, ou uma ilha que faz o tempo voltar, ou até mesmo—
(SLAG: CINEMAAAAAAAAAAAAA! SHISHAS! | Shisuii: Tudo está conectado simplesmente foda.)
Nagai era um grande fã de assuntos paranormais. Quando começava a falar sobre essas coisas, era impossível fazê-lo parar. Mas, pra ser justo, geralmente rendia umas conversas bem divertidas na hora do almoço.
Mais tarde, as aulas terminaram e era hora de ir pra casa. Guardei minhas coisas e saí para o corredor. Hoje era o dia do lançamento da nova edição da minha revista semanal de mangás favorita. Eu já tinha assinatura pelo aplicativo oficial, então estava planejando me enfiar na cama e ler no celular assim que chegasse em casa. Mas, enquanto caminhava animado pelo corredor, dois garotos vieram correndo por trás. Um deles esbarrou no meu ombro e eu levei um susto.
— Qual é a desse cara? — disse um deles.
— É, não precisa fazer tanto drama assim, fala sério — disse o outro.
Os dois saíram correndo de novo — mas agora todo mundo ao redor estava me encarando. Deus, que vergonha… Ugh. Queria poder cavar um buraco e desaparecer. Como uma coisinha tão besta podia acabar com o meu bom humor daquele jeito? Por que eu insistia em vir pra cá e me submeter a esse tipo de tortura todo dia?
"Você não precisa fazer nada. Ensino médio nem é obrigatório, sabia?"
De repente, ouvi as palavras do tio Kurehiko ecoarem na minha mente. Agora que pensei nisso, o serviço de 49 dias em homenagem a ele estava chegando. Quase não dava pra acreditar que já fazia tanto tempo desde que ele se foi. Ele era um homem teimoso e cínico pra alguém que só viveu até os trinta e nove, mas eu tinha que admitir: era bem solitário ter perdido a única pessoa que realmente compreendia os meus sentimentos mais sombrios sobre a vida e o mundo. Às vezes, sentia muita falta dele.
Ao mesmo tempo, eu também sentia que tinha me tornado um pouco mais otimista ultimamente — talvez só porque havia encontrado mais motivos para seguir em frente. Coisas pequenas, tipo um novo capítulo do meu mangá favorito, o próximo episódio de um anime muito bom, ou um jogo que eu estava esperando. Coisas simples, sim, mas comecei a perceber que, quando você junta essas pequenas fontes de alegria, elas quase tornam o amanhã algo pelo qual vale a pena viver. Não que eu não desejasse desaparecer de vez em quando… mas, ainda assim, era alguma coisa. O suficiente pra continuar.
Saí pela entrada principal do prédio da escola.
— Brrr… Nossa, que frio…
Já era inverno, e o céu estava coberto por nuvens cinzentas e pesadas. Uma rajada de vento gelado soprou e senti o frio se espalhar pela nuca, me fazendo estremecer. Peguei minha bicicleta no bicicletário e empurrei para fora do campus. Mas, justo quando passei pelo portão principal e levantei uma perna pra montar…
— Mugino!
Alguém chamou meu nome.
Virei e vi uma garota com uma jaqueta de beisebol parada na calçada, um pouco adiante. Com o cabelo preto na altura dos ombros, desgrenhado, ela passava uma vibe meio moleca. Quando correu até mim, um sorriso aliviado apareceu em seu rosto.
— Ufa, aí está você… — disse ela. — Graças a Deus.
Pisquei, confuso, sem saber o que dizer — mas ela nem me deu tempo, começando a falar sem parar.
— Cara, você não vai acreditar no mês maluco que eu tive. Foi uma dor de cabeça atrás da outra… Mas acho que as coisas finalmente estão começando a se acalmar um pouco. Ah, e aquele cara que eu machuquei? Tá vivo, sim. Disse que não quer levar a situação adiante, então não vai prestar queixa. E, olha, ele sabe o que fez, então acho que vou me safar nessa. Mas, vou te falar, minha mãe ficou uma fera.
Ela deu uma risadinha enquanto esfregava a ponta vermelha do nariz.
— Tive que ralar muito pra conseguir grana para comprar a passagem de avião de volta para Tóquio — arrumei um emprego de meio período e tudo. E, olha, não tô matando aula, tá? Hoje é feriado de aniversário da escola. Até pedi folga no trabalho, mesmo indo quase todo dia. Não que fosse urgente ou algo assim, é só que, sei lá… Queria te ver o quanto antes, eu acho.
Enquanto ela desviava o olhar, envergonhada, eu continuei parado, atordoado.
Parecia que ela realmente estava falando comigo… mas eu não fazia ideia de quem era. Por um instante, me perguntei se não era alguma parente que eu conheci no velório do meu tio, mas nada me vinha à cabeça. E agora ela estava falando de um possível processo por ter machucado alguém? Fiquei um pouco inquieto com as palavras que estavam saindo da boca dela. Afinal, quem era essa garota?
— Ah, é, eu pintei meu cabelo de preto. O que acha? — Perguntou ela, ainda com uma expressão irreprimivelmente radiante, enquanto enrolava um dedo na franja. — Achei que já estava na hora de tentar algo um pouco mais maduro, sabe? U-Um... Você gostou? Acho que ainda estou me acostumando com isso, para ser sincera.
— D-Desculpa, mas... — interrompi, nervoso. — A gente... já se conhece de algum lugar?
A garota me olhou como alguém que acabou de ser empurrado de um penhasco — completamente estarrecida.
— O-O que você tá dizendo? — Perguntou. — A gente viveu uma aventura inteira juntos, lembra?
— N-Nós... vivemos?
— Sim! Você e eu! A gente passou pelo Túnel Seikan juntos, e depois você cuidou de mim quando fiquei doente... Dormimos naquela loja de departamentos, patinamos no gelo, fizemos tantas coisas... V-Você não pode esperar que eu acredite que não lembra de nada disso! Então, por favor... para de brincar comigo...
— M-Me desculpa... Eu não sei o que dizer.
O rosto da garota desabou, e o último resquício de esperança sumiu da expressão dela.
— Não, tudo bem. Não é sua culpa — disse ela, abaixando o olhar com delicadeza. — Pelo visto, você realmente perdeu todas as suas memórias, né... Heh. Não sei o que eu esperava... Ia te perguntar por que diabos deixou seu caderno pra trás, mas imagino que não se lembre disso também, né? Ha-ha, cara... Isso é tão absurdo... Por que só eu lembro de tudo? Não faz o menor sentido...
Só consegui observar enquanto ela encarava fixamente o chão.
— Droga... — resmungou com um leve fungar. — Eu prometi pra mim mesma que não ia chorar...
Eu não fazia ideia de quem ela era ou do que estava falando. Mas ainda assim, eu podia ver o quanto ela estava sofrendo — e que, seja lá o que fosse, devia ser algo bem pesado. Eu queria poder dizer algo que a confortasse, mas não sabia o quê. Então, apenas fiquei ali, olhando para ela.
Ficamos os dois em silêncio por um tempo, deixando os outros estudantes passarem por nós, saindo pelo portão principal a caminho de casa. Com os olhos ainda fixos no chão e os lábios cerrados, ela parecia se esforçar ao máximo para conter uma emoção específica — ou talvez esperando, em vão, que eu dissesse algo que, no fundo, sabíamos que eu não podia dizer. Eventualmente, ela ergueu o rosto e balançou a cabeça com firmeza, como se quisesse se libertar daquele turbilhão de pensamentos.
— Bem, acho que era só isso que eu queria dizer — disse ela. — Acho melhor eu ir agora.
— Espera, mas—
— Tá tudo bem. Isso só quer dizer que você encontrou a sua esperança, né? E isso é tudo o que importa pra mim. A gente se vê por aí, Mugino — disse ela, forçando um sorriso dolorido antes de virar as costas e começar a se afastar pela calçada.
Fiquei ali parado, observando-a se afastar, ainda completamente confuso com tudo aquilo — quando, de repente, uma onda quente de emoção subiu do fundo do meu peito.
"Você não pode deixar ela ir assim", disse uma voz dentro da minha cabeça. E então, pelo canto da mente, vislumbrei algo vago e indistinto — não passava de um fragmento esfarrapado de uma memória, já desbotada e desgastada.
Gritei
— Akira!
A garota se virou e olhou para mim. E, por um momento, o tempo pareceu parar. Ela parecia em choque. E eu também. Akira? Era esse o nome dela?
Eu não fazia ideia. Nunca a tinha visto antes. Só sabia que não podia deixá-la ir. Cada fibra do meu corpo gritava que eu precisava fazê-la ficar.
— Olha, eu... Eu não sei quem você é — disse. — Ou pelo menos, acho que não sei, mas... Ugh. Cara, isso é tão estranho... Não sei como explicar, desculpa... Só senti uma coisa estranha de repente, como se eu realmente precisasse falar com você — e nem me importa sobre o quê.
Os olhos da garota se arregalaram.
— Então acho que o que eu tô tentando dizer é... se você não tiver ocupada agora... será que a gente podia ir pra algum lugar e... conversar, só um pouco?
Ela me olhou direto nos olhos — e eu vi as lágrimas começarem a escorrer pelo rosto dela. Desnorteado, corri até ela.
— Você... você vai ficar bem?
— Sim. Sim, eu acho que vou — respondeu, sorrindo por entre as lágrimas. — É que... tem tanta coisa que eu quero te contar também. Nem sei por onde começar...
Peguei meu lenço no bolso e estendi para ela — mas, no momento em que ela estendeu a mão para pegá-lo, uma partícula cintilante de umidade flutuou entre nós, e os dois ergueram os olhos para o céu gelado de dezembro. Bem acima, vi que as nuvens escuras começavam a cobrir a terra com um manto de pó branco e suave.
Ficamos apenas ali, por um instante, observando a neve cair.
(FIM)
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